Dispraxia: tipos, causas, sintomas e tratamento - Psicologia - 2023


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Amarrar cadarços, comer, escrever ou pentear o cabelo são atividades que, para a maioria das pessoas, podem ser fáceis e automáticas. No entanto, a maioria dessas atividades envolve um conjunto de diferentes ações e movimentos que temos que aprender a coordenar.

Mas algumas pessoas sofrem de sérias dificuldades em fazê-lo desde a infância, por não desenvolver essa capacidade. É sobre pessoas com dispraxia.

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Dispraxia: definição do conceito

Dispraxia ou distúrbio de coordenação do desenvolvimento É um dos distúrbios do neurodesenvolvimento, no qual os meninos e meninas que sofrem com ele apresentam grande dificuldade para realizar atividades e movimentos coordenados, envolvendo gestos simples ou ações que envolvem sequenciamento de movimentos.


Sintomas

Os sintomas mais óbvios são falta de jeito, falta de coordenação e lentidão motor, interferindo na vida normal e no desenvolvimento do sujeito. É comum ter dificuldades na manutenção postural e na realização de atos que requeiram mobilidade fina, necessitando de ajuda para realizar ações básicas.

Também comportamentos imaturos e dificuldades sociais podem aparecer. Não é incomum haver problemas de comunicação. No entanto, essas alterações nada têm a ver com a existência de qualquer deficiência mental, e aqueles com dispraxia têm inteligência normal.

Ao contrário da apraxia, em que se perdem as faculdades adquiridas anteriormente, a dispraxia é caracterizada pelo fato de o sujeito nunca ter desenvolvido a capacidade de sequenciar corretamente seus movimentos. É comum que os primeiros sintomas já sejam observáveis ​​durante os primeiros dois anos de idade, sendo comum que apresentem atrasos no desenvolvimento das habilidades motoras e demorar mais do que o normal para atingir alguns dos marcos de desenvolvimento.


Embora surja na infância, também é observada em adultos, sendo importante iniciar o tratamento o mais cedo possível para diminuir o estigma social e suas possíveis consequências ao longo do desenvolvimento. Tende a haver comorbidade com outros transtornos, como outros problemas motores ou TDAH.

Tipos de dispraxia

Tal como acontece com as apraxias, existem diferentes tipos de dispraxia, dependendo do tipo de local do processo de movimento ou do corpo onde ocorre a dificuldade. Quatro tipos se destacam especialmente.

1. Dispraxia ideacional

Este tipo de dispraxia se caracteriza pelo fato de o problema não ser apenas a nível motor, mas o sujeito apresentar dificuldades em planejar a sequência de movimentos no nível da ideia necessário para realizar uma ação específica.

2. Dispraxia ideomotora

Na dispraxia ideomotora, a principal dificuldade é seguir a cadeia de movimentos necessária para realizar uma ação simples. A dificuldade ocorre apenas no nível motor, sendo o sujeito capaz de execute a ação corretamente na imaginação. A dificuldade geralmente está ligada ao uso de um instrumento ou objeto.


3. Dispraxia construtiva

É um tipo de dispraxia em que o sofredor tem dificuldade em compreender as relações espaciais e agir sobre elas. Por exemplo, uma criança com este problema terá problemas para realizar um cópia de uma imagem ou ao organizar.

4. Dispraxia oromotora ou apraxia verbal

Nesse tipo de dispraxia, o sujeito tem dificuldade em coordenar os movimentos necessários para se comunicar oralmente, apesar de saber o que quer dizer. É difícil produzir sons inteligíveis.

Causas da dispraxia

As causas do aparecimento da dispraxia não são totalmente conhecidas, mas suspeita-se que sejam devidas a alterações existentes ao longo do neurodesenvolvimento que fazem com que as áreas cerebrais ligadas à integração das informações motoras e seu sequenciamento não amadureçam corretamente. Essas áreas do cérebro estão localizadas na parte posterior dos lobos frontais e em torno da fissura de Rolando.

Geralmente é devido a causas inatas, mas pode ser causado por lesões, doenças e traumas durante a infância.

Tratamento e estratégias terapêuticas

A dispraxia é uma doença que não tem tratamento curativo, embora seja possível utilizar diferentes estratégias para melhorar a adaptação das pessoas afetadas ao ambiente e ensiná-las a realizar diferentes ações. O tratamento da dispraxia é multidisciplinar, levando em consideração tanto o clínico como, principalmente, o psicoeducacional.

Para ajudar esses menores, estratégias como a terapia ocupacional são frequentemente utilizadas para estimular o sujeito e ajudar a desenvolver sua capacidade de locomoção. Outro elemento a destacar é a fisioterapia.

A terapia da fala também é geralmente essencial a fim de educar o menor e permitir-lhe desenvolver a coordenação necessária para poder emitir as palavras corretamente. A nível educacional, pode ser necessário estabelecer planos individualizados que levem em consideração as dificuldades do menor.

O uso de terapia expressiva ou técnicas para promover a autoestima da criança, que pode ser diminuída pela percepção de suas dificuldades, também pode ser muito útil. Treinamento de habilidades sociais também facilita uma conexão correta com o meio ambiente. A psicoeducação tanto para eles quanto para o meio ambiente pode ser de grande ajuda no sentido de facilitar o desenvolvimento normativo do sujeito e a compreensão das dificuldades nele existentes.

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