Maciço da Guiana: formação, geografia, biodiversidade - Ciência - 2023


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Maciço da Guiana: formação, geografia, biodiversidade - Ciência
Maciço da Guiana: formação, geografia, biodiversidade - Ciência

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o Maciço da Guiana, também conhecido como "Escudo das Guianas", é uma região geográfica localizada no nordeste da América do Sul. Abrange todo o território dos países da Guiana, Suriname e Guiana Francesa, e parte do território da Venezuela (Amazonas, Bolívar e parte dos estados do Delta Amacuro), Brasil (pequenas áreas ao norte) e Colômbia, com uma área aproximada de 1.520 .000 quilômetros quadrados.

Quanto às suas delimitações, encontra-se a leste com o oceano Atlântico, a norte e oeste com o rio Orinoco, a sudoeste com o rio Negro pertencente ao Amazonas e a sul com o rio Amazonas.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento descreveu o Escudo das Guianas como uma área de grande importância regional e global, uma vez que abriga uma grande variedade de ecossistemas, espécies-chave da biodiversidade, e representa 25 % das florestas do mundo. Além disso, contém 20% da água doce do planeta.


As referências mais conhecidas do maciço da Guiana são:

-A Angel Falls, a cachoeira mais alta do mundo com uma altura total de 979 metros.

-Os tepuis, grupo de planaltos formados por rochas, de altura particularmente elevada, constituem uma das formações mais antigas da Terra.

Ambos estão no território do maciço pertencente à Venezuela.

Formação do maciço da Guiana

Segundo Otto Huber, ecologista italiano que concentrou seu trabalho na Guiana venezuelana, o território que hoje compõe o maciço guianense foi formado há cerca de 4.000 bilhões de anos no período pré-cambriano, a primeira e mais longa etapa histórica da Terra.

Naquela época, durante o tempo de resfriamento da Terra, formaram-se uma série de núcleos sólidos de terra que formavam a crosta terrestre e que mais tarde floresceram no que hoje conhecemos como continentes.

Um desses primeiros núcleos foi gerado no território onde hoje está o escudo da Guiana.


Essas superfícies originais (os núcleos citados anteriormente), que também nunca estiveram sob o mar, são as superfícies que temos hoje no topo plano dos tepuis.

A altitude destes –que chega a 2.810 metros acima do nível do mar- se deve ao fato de que, desde sua formação, e há milhões de anos, as terras originárias da Terra vêm experimentando movimentos de elevação tectônica vertical, sem sofrer dobramentos e com pouca atividade orogênica.

O nome “escudo” é usado em geologia para designar com precisão as regiões continentais compostas por rochas formadas neste período, e que nunca foram cobertas pelo mar. Por isso, o maciço também é denominado "Escudo das Guianas".

Geografia

Dentro do escudo estão vastas áreas de savanas, como o complexo formado pela Gran Sabana venezuelana no leste do estado de Bolívar, a Savana Rupununi no sudoeste da Guiana e as Savanas de Roraima no norte do Brasil.


Em muitas dessas savanas, sob a areia existe uma camada rígida de argila, resistente à penetração das raízes das árvores.

Além disso, na estação das chuvas fortes, algumas savanas tendem a inundar. Por ambos os motivos, o crescimento das florestas nesses espaços é limitado.

Além disso, manguezais, planícies com numerosos rios, savanas tropicais sazonalmente flutuantes, pântanos costeiros, selvas e cadeias de montanhas isoladas também podem ser encontrados na área do maciço; cada um com seu tipo específico de vegetação.

Com exceção de alguns centros povoados, como Puerto Ayacucho, Ciudad Guayana e Ciudad Bolívar, a maior parte do maciço é pouco povoada e de acesso limitado, o que, embora tenha beneficiado a manutenção natural da área, dificultou sua exploração e estude.

Clima

Em geral, o clima da região do Escudo das Guianas é tropical e varia dependendo da altitude da área e dos efeitos dos ventos alísios nos padrões de precipitação.

Em partes que estão ao nível do mar, como Guiana Francesa, Guiana, Suriname e o estado venezuelano Bolívar, a temperatura média anual é de 25 ° C.

Porém, nas partes da selva o clima é mais úmido e chuvoso, como na Amazônia venezuelana e no Brasil, podendo chegar a 15 ° C nos meses mais frios.

Por outro lado, nesta região existem apenas duas estações, uma de chuva e outra de seca. Em algumas áreas, ocorrem até duas estações chuvosas ao longo do ano: uma de chuvas intensas entre maio e agosto, e uma segunda estação mais curta e menos intensa entre dezembro e janeiro.

Biodiversidade

Uma das características mais notórias do Escudo das Guianas é a biodiversidade existente em seu território, uma vez que contém um percentual significativo de espécies em relação à biodiversidade mundial.

Uma compilação do Programa de Diversidade Biológica do Escudo das Guianas estimou que existam entre 13.500 e 15.000 espécies de plantas vasculares nessa área, o que representa 5% do total mundial estimado.

Além disso, alguns autores acreditam que 40% das espécies vegetais encontradas no Escudo são endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar fora dele, o que representa cerca de 6.000 espécies.

O número de aves presentes nesta área também é significativo: 10% do total de espécies conhecidas mundialmente (1.004 espécies em 10.000).

Por outro lado, existem na área 282 tipos de mamíferos de um total de aproximadamente 4.600 (6%), 269 tipos de anfíbios de um total de 5.000 (5,5%) e 295 tipos de répteis de um total de 8.100 (3 , 6%).

Mesmo assim, ainda existem áreas inexploradas do escudo, como o topo de alguns tepuis, e partes localizadas no Brasil e na Colômbia.

Significa

Os recursos naturais mais comumente encontrados na região são diamante, bauxita, ouro, petróleo, madeira, alumínio e ferro.

A atividade extrativista destes recursos é uma das atividades económicas desenvolvidas nestes territórios, juntamente com a agricultura e a pecuária, que se desenvolve em maior medida.

No entanto, atualmente existe um problema significativo de exploração ilegal desses recursos, que ocorre devido ao pouco controle governamental que os países exercem sobre essas áreas.

A forma como grupos ilegais exploram esses recursos tem causado efeitos negativos no meio ambiente, tais como:

-A desflorestação

-A contaminação de solos e rios.

Destaca-se o uso indevido do mercúrio para extração ilegal, o que reduz a capacidade de sustentar a vida no meio ambiente, colocando em risco os grupos indígenas da região devido à ocupação desses grupos guerrilheiros e criminosos na área, entre outros.

Por tudo isso, diversos especialistas vêm exigindo que mais recursos sejam investidos no monitoramento e proteção dessas áreas, uma vez que são vitais para o ecossistema geral do planeta.

Referências

  1. Agência de Notícias da ONU (2014). O Escudo das Guianas não possui insetos [em linha]. Recuperado em 6 de setembro de 2017 na World Wide Web: unperiodico.unal.edu.co.
  2. HOLLOWELL, T. & REYNOLDS, R. (2005). Lista de verificação dos vertebrados terrestres do Escudo das Guianas [em linha]. Acessado em 6 de setembro de 2017 na World Wide Web: academia.edu.
  3. THOMPSON, A. (2016). O Escudo da Guiana, ‘A Casa Verde do Mundo’ [em linha]. Recuperado em 6 de setembro de 2017 da World Wide Web: news.mongabay.com.
  4. Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado em 6 de setembro de 2017 da World Wide Web: Wikipedia.org.