Salgueiro-chorão: características, habitat, usos, cultivo - Ciência - 2023
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Contente
- Características gerais
- Morfologia
- Taxonomia
- Etimologia
- Habitat e distribuição
- Formulários
- Ornamental
- Madeira
- Reflorestamento
- Enérgico
- Propriedades medicinais
- Cultura
- Propagação por estacas
- Propagação por sementes
- Cuidado
- lenda
- Referências
Salgueiro chorão (Salix babylonica) é uma espécie dióica pertencente à família Salicaceae, nativa do norte da China. É uma árvore alta, com um tronco reto e grosso, e uma copa larga de galhos finos e flexíveis que pendem do solo.
Muitas vezes é chamado de salgueiro-chorão, salgueiro-chorão da Babilônia, salgueiro-da-Babilônia, salgueiro-chorão saca-rolhas ou salgueiro-torto. É uma espécie que se adapta às diversas condições ambientais, sendo imprescindível um alto teor de umidade atmosférica e do solo para seu ótimo desenvolvimento.
O salgueiro-chorão é utilizado principalmente como planta ornamental, indicada para espaços abertos, à beira de corpos d'água, lagoas e riachos. Freqüentemente usado como barreira contra o vento para proteger as safras agrícolas das fortes correntes de ar.
Desde a antiguidade, esta árvore foi associada à saúde e espiritualidade de muitas culturas antigas, que conheceram o seu poder terapêutico contra várias doenças. Hoje se sabe que a casca do salgueiro contém salicina, componente ativo que lhe confere propriedades medicinais, e que é o precursor natural da atual aspirina.
Além disso, o salgueiro-chorão é um símbolo de sabedoria: curandeiros, mágicos e feiticeiros costumavam descansar sob seus galhos para se conectar ao mundo espiritual. Na verdade, o sussurro do vento sob seus galhos era considerado o murmúrio de espíritos e deuses.
Características gerais
Morfologia
O salgueiro-chorãoSalix babylonica) é uma árvore caducifólia com 8-18 m de altura, que pode atingir até 26 m. De tronco curto e casca profundamente fissurada, com copa larga e extensa, apresenta ramos longos, finos e flexíveis que vão até ao solo.
As folhas simples, alternadas e lanceoladas, com 8-15 cm de comprimento, apresentam bordos ligeiramente serrilhados e acuminados. A superfície superior é verde escura e a inferior acinzentada, inicialmente pubescente, mas glabra quando adulta, com pecíolos curtos.
As inflorescências racemosas pendentes ou amentilhos cilíndricos de 3-5 cm de comprimento emergem axialmente ao lado das folhas. As flores amarelo-esverdeadas unissexuais agrupadas em amentilhos, contêm flores masculinas com um par de estames e as femininas com um par de estigmas.
Os frutos marrom-esverdeados são cápsulas minúsculas, de 3-4 mm de diâmetro, que amadurecem no final da primavera. À medida que se desenvolvem, espalham numerosas sementes púberes branco-amareladas, que se espalham facilmente pela ação do vento.
Taxonomia
- Reino: Plantae.
- Divisão: Magnoliophyta.
- Classe: Magnoliopsida.
- Ordem: Malpighiales.
- Família: Salicaceae.
- Gênero: Salix.
- Espécies: Salix babylonica EU.
Etimologia
– Salix: o nome genérico deriva do latim que significa salgueiro.
– babylonica: o adjetivo específico refere-se à população da Babilônia, na Mesopotâmia, de onde se acreditava ser originária.
Habitat e distribuição
O salgueiro-chorãoSalix babylonica) é uma planta arbustiva nativa da China, que foi amplamente introduzida em outras localidades devido à sua fácil adaptação. Do seu local de origem, foi transferido através da "Rota da Seda" para a Europa, e de lá foi levado para a África e América.
Atualmente, diversas variedades têm sido desenvolvidas e são cultivadas em toda a América do Sul, América Central e sul dos Estados Unidos. Está localizada no sul da África e alguns locais no Zimbábue, sendo cultivada ao longo de cursos ou reservatórios Água.
Apesar do seu local de origem se limitar às condições temperadas, é uma espécie que se adapta a vários ambientes quentes e frios. Cresce numa ampla gama de solos: prefere solos argilosos e húmidos, mas adapta-se bem a outros arenosos e secos, com pH ácido ou neutro.
Com efeito, o sistema radicular desenvolve-se com maior vigor e firmeza em solos argilo-arenosos, argilosos ou argilo-siltosos, que requerem humidade constante. Nesse sentido, é necessário manter a umidade do solo, cuidando de aspectos como textura do solo, temperatura e umidade e radiação solar.
Um fator chave ao estabelecer esta planta são seus requisitos de iluminação, uma vez que requer plena exposição ao sol para se desenvolver totalmente.
Formulários
O salgueiro-chorão é uma espécie de crescimento rápido e facilmente propagada para cultivo na natureza ou para fins ornamentais. Para fins comerciais ou recreativos, o salgueiro-chorão pode viver 25-30 anos, com um manejo agrícola mínimo.
Ornamental
Esta espécie possui um elevado valor ornamental: no verão apresenta uma folhagem verde densa e no inverno os seus ramos ondulantes são muito vistosos. Devido ao seu grande volume, é adequado para grandes espaços abertos, pois proporciona uma grande copa que proporciona sombra e refresca o ambiente.
Em espaços urbanos, é amplamente semeada em torno de lagoas, lagoas, lagos ou riachos, bem como em campos de esportes ou campos de golfe. Nos dias quentes, a ação do vento nos galhos proporciona um ambiente fresco e agradável ao seu redor.
Madeira
A madeira leve e macia do salgueiro-chorão é de boa qualidade, sendo utilizada principalmente para fazer móveis rústicos e cabos de ferramentas. Na verdade, é uma madeira pouco durável a céu aberto, sendo utilizada para a confecção de artesanato, gavetas ou gavetas prensadas e matéria-prima para celulose.
Reflorestamento
O salgueiro-chorão é uma espécie comum em ecossistemas de charnecas e áreas com alto teor de umidade. É muito utilizado para o reflorestamento de áreas naturais que sofreram intervenções ou estão em processo de degradação.
Da mesma forma, esta espécie, individualmente ou agrupada em série, é utilizada como barreira natural de proteção contra ventos fortes ou "corta-vento". Na verdade, seu grande tamanho e estrutura robusta o tornam uma barreira natural para proteger algumas culturas agrícolas do vento.
Enérgico
No final do século 20, um programa denominado "Desenvolvimento Rural para Energia de Biomassa" foi estabelecido nos Estados Unidos. Seu objetivo era promover o cultivo do salgueiro-chorão para geração de combustível para a indústria elétrica, devido ao seu alto valor calórico.
Propriedades medicinais
A maioria das espécies do gênero Salix, Incluindo Salix babylonica, compartilham várias propriedades medicinais. Na verdade, o salgueiro-chorão contém em sua casca o ingrediente ativo para combater a febre e a dor.
Este composto é um carboidrato chamado salicina, que em contato com a água se decompõe em saligenina e glicose, que por oxidação produz ácido salicílico. De fato, o ácido salicílico é o precursor da droga sintética ácido acetilsalicílico, amplamente utilizada como analgésico, antiinflamatório e antipirético.
Na medicina tradicional, a ingestão três vezes ao dia de uma infusão preparada com folhas de salgueiro-chorão pode aliviar várias doenças. Na verdade, acalma dores, sejam reumáticas, musculares, de cabeça, de ouvido ou de dente, entre outras.
Da mesma forma, permite baixar a febre quando o desconforto é de gripe ou resfriado. Além disso, promove o sono, atua como anticoagulante melhorando a circulação sanguínea e é um adstringente eficaz contra o desconforto estomacal.
O cozimento da casca na água pode ser aplicado topicamente para curar feridas, picadas de insetos ou queimaduras. Também é usado para curar infecções na boca e como gargarejo para aliviar problemas de irritação na garganta ou faringite.
Cultura
Salix babylonica é uma espécie dióica, pois suas flores femininas e masculinas crescem em inflorescências ou amentilhos em árvores separadas. Desta forma, é comum a presença de árvores femininas ou masculinas, que florescem após quatro anos de plantio na primavera.
Nesse sentido, o salgueiro-chorão é uma planta que se multiplica vegetativamente com facilidade, por meio de estacas lenhosas colhidas no meio do inverno. No entanto, geralmente é propagado por sementes, apesar de ser um processo menos viável e complicado.
Propagação por estacas
O salgueiro-chorão é uma espécie caducifólia, perde as folhas no outono e no inverno, altura certa para a seleção das mudas. O processo consiste em selecionar ramos de “árvores femininas” com espessura de 8-12 mm e idade superior a um ano.
A partir desses ramos, são cortadas peças (estacas) de 30 cm de comprimento, com o uso de uma tesoura afiada e desinfetada. As estacas são mantidas úmidas e protegidas do sol, procedendo-se à coleta apenas do material que será utilizado.
De cada corte, 3-4 mm de casca são removidos no nível da base, usando uma lâmina esterilizada. Em seguida, um hormônio de crescimento é aplicado a essa área para promover o desenvolvimento de novas raízes.
As estacas são plantadas em substrato poroso, sendo recomendada a mistura de partes iguais de perlita e turfa preta. Desta forma, mantendo o substrato úmido e evitando a luz solar direta, as mudas estarão prontas para transplantar após 8-12 meses.
Propagação por sementes
Obtendo sementes de Salix babylonica é uma prática complicada, pois a maioria deles se dispersa pelo vento. Além disso, seu período de viabilidade é muito curto, por isso é recomendável coletá-los diretamente na planta.
Depois de coletados, eles são imersos em água doce por 24 horas para remover suas cerdas finas e felpudas ou até que se descolem. Eles são então semeados em bandejas de germinação em um substrato de turfa preta e perlita na proporção de 7: 3 partes.
As bandejas são colocadas sob luz solar direta até o surgimento das mudas e, a seguir, colocadas em sombra parcial até o transplante. A irrigação deve ser feita com frequência, mantendo um fluxo constante sem causar alagamento.
Quando as sementes têm 3-4 folhas verdadeiras, são transplantadas para sacos de polietileno com substrato solto e fértil. Nessas condições, as mudas estarão prontas para transplantar para o local definitivo em 10-12 meses.
Cuidado
O salgueiro-chorão é uma espécie rústica e resistente que requer pouca atenção agronômica, desde que mantenham suas necessidades de umidade. Cresce em vários tipos de solos e nos mais diversos climas, desde que não seja muito frio, pois não tolera geadas.
Requer plena exposição ao sol, além de alta umidade ambiental e do solo para crescer e se desenvolver de forma saudável e produtiva. Por isso, é aconselhável semear em espaços abertos e próximos a cursos d'água ou reservatórios.
No entanto, seu sistema radicular é superficial e muito invasivo, que quando desenvolvido vigorosamente pode causar danos físicos. Neste sentido, é adequado posicioná-lo a mais de 10 m de qualquer estrutura física, tubulações, calçadas ou passarelas, para evitar maiores danos.
A folhagem do salgueiro-chorão é muito densa e larga, o que exige desde o início um espaço aberto, arejado e ensolarado. Caso contrário, a planta não se desenvolverá totalmente e acabará causando transtornos, sendo necessário seu corte ou eliminação.
A poda de manutenção não é recomendada para esta espécie, pois a estrutura da planta é formada naturalmente. A poda sanitária é feita quando há algum dano físico causado pelo vento, ou se há ramos doentes atacados por pragas e doenças.
Durante a fase de crescimento da árvore, são frequentes os ataques de lagartas, cochonilhas ou pulgões, além de doenças do oídio e da ferrugem. Nesse caso, recomenda-se a aplicação preventiva de inseticidas à base de clorpirifos ou dimetoato e a aplicação de fungicidas à base de enxofre e cobre.
lenda
Uma das lendas mais românticas sobre o salgueiro-chorão conta que, muitos anos atrás, na selva amazônica vivia uma bela princesa guarani. Esta jovem, chamada Isapí, apesar de sua beleza incomparável, tinha um coração de ferro, incapaz de simpatizar com seus semelhantes.
Na verdade, eles a chamavam de "aquela que nunca chorou", porque ela ignorou a dor dos outros e nunca foi vista chorando. Em uma ocasião, uma tragédia natural devastou a aldeia onde morava Isapí e muitas pessoas perderam a vida, mas a princesa não chorou.
Os poucos aldeões que sobreviveram sentiram angústia e desespero ao ver os infortúnios que estavam acontecendo em sua cidade. Eles não entenderam por que a princesa não mostrou misericórdia, até que uma feiticeira lhes disse que Isapí era a origem de sua tragédia.
A feiticeira, invocando o senhor das maldições, profetizou que a única solução para a tragédia de seu povo eram as lágrimas de Isapí. Assim, forneço uma poção que faria a garota sofrer e chorar, e assim acalmar a ira dos Deuses.
Porém, quando Isapí ingeriu a poção, ficou paralisado, seus pés se transformaram em raízes e seu corpo em tronco. Seus longos cabelos se transformaram em galhos pendentes e, pela primeira vez, ela sentiu medo. Assim, Isapí finalmente conseguiu chorar.
Foi assim que nasceu o salgueiro-chorão, árvore vigorosa e de bela folhagem, eternamente forçada a permanecer triste. O orvalho que escorre por suas folhas como lágrimas é a forma de pedir perdão ao coração de pedra da princesa Isapí.
Referências
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- Rodríguez García, C. (2002). Contribuição para o estudo de Salix spp. no México (Dissertação de Doutorado) Universidad Autónoma Chapingo. Divisão de Ciências Florestais. 165 pp.
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