Pogonofobia: sintomas, causas, tratamento - Ciência - 2023
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Contente
- Sintomas de pogonofobia
- Causas
- Possíveis experiências negativas ou traumáticas
- Motivos culturais
- Aprendendo
- Neurobiologia
- Tratamento
- Técnicas de exposição o estímulo temido
- Dessensibilização sistemática
- Hipnoterapia
- Técnicas de Programação Neurolinguística (PNL)
- Técnicas cognitivas e comportamentais
- Drogas
o pogonofobia É uma fobia específica que se refere ao medo irracional, persistente e desproporcional de barbas, pessoas com barbas ou pelos faciais. A palavra pogonofobia vem do grego "pogon", que significa barba, e "fobos", que significa medo.
Embora em algumas culturas a barba esteja associada a um bom status social, potência sexual ou sabedoria, em outras pode estar relacionada à falta de higiene pessoal ou radicalismo. É uma fobia que pode afetar pessoas de qualquer sexo e idade, mas segundo estudos afeta principalmente mulheres.
Essa fobia tem relevância especial no campo da psicologia. Em 1920, John B. Watson, um dos pais da psicologia e fundador da corrente behaviorista, junto com sua aluna Rosalie Rayner, realizou uma série de experimentos na Universidade John Hopkins, para demonstrar como o condicionamento clássico funcionava em seres humanos .
O experimento consistia em apresentar a um bebê diferentes animais peludos associados a um barulho alto e desagradável. Mais tarde, esse ruído foi associado a pessoas com barbas (especificamente Papai Noel foi usado).
Desta forma, o bebê associava animais peludos ou barbas ao barulho que causava medo e, por fim, quando esses estímulos eram apresentados, sozinho sem o barulho, eles produziam na criança o mesmo medo como se estivessem acompanhados pelo som desagradável .
Watson e seu aluno demonstraram que a fobia pode ser provocada e aprendida em seres humanos, da mesma forma que alguns anos antes havia sido demonstrada em animais.
Sintomas de pogonofobia
Como acontece com todas as fobias, os sintomas e sua gravidade vão depender de cada pessoa, mas os mais comuns são aqueles que aparecem ao ver uma pessoa com barba, bigode ou, em alguns casos, com pelos faciais claros:
- Ansiedade extrema Medo e preocupação constantes com a possibilidade de enfrentar a situação temida e não saber enfrentá-la corretamente.
- Pânico, entendido como medo extremo da barba ou apenas imaginação dela.
- Suor excessivo
- Náusea e / ou vômito.
- Diarréia, problemas de estômago e dores.
- Dificuldade para respirar.
- Dor torácica e / ou punções.
- Calafrios.
- Boca seca.
- Pensamento, imagens e / ou expectativas catastróficas. Esses pensamentos geralmente têm como objetivo antecipar o fracasso, se confrontados com o estímulo que consideram ameaçador.
- Evitar, fugir e / ou fugir de locais ou situações em que seja possível enfrentar o estímulo temido. Nesse sentido, pode ser prejudicial para uma vida normal e pode levar à perda de amizades e relacionamentos sociais satisfatórios.
Causas
As causas para o desenvolvimento de uma fobia são geralmente múltiplas e variadas e dependem de diferentes fatores que estão relacionados. Os mais comuns que podem desencadear o aparecimento de medo irracional são:
Possíveis experiências negativas ou traumáticas
São experiências normalmente vividas na infância (segundo alguns estudos, geralmente ocorre entre os quatro e os oito anos) e que se referem a uma pessoa com barba, bigode ou abundantes pelos faciais.
Embora o evento traumático tenha sido com uma pessoa específica, e em uma determinada situação, nossa mente generaliza para outras pessoas com características semelhantes e na presença delas a mesma resposta de medo aparece da primeira vez.
Motivos culturais
Como mencionamos antes, em algumas culturas a barba está associada a poder, status ou sabedoria. Mas em outras ocasiões está relacionado a uma aparência negligenciada, falta de higiene, pessoas doentes ou sem-teto, etc.
Freqüentemente, a pessoa com fobia associa alguém com barba a esse segundo grupo e, portanto, tende a evitá-lo. Parece que, via de regra, pessoas barbeadas inspiram maior confiança e seriedade, por isso a maioria dos políticos, tanto em nosso país quanto no exterior, costumam usar barba.
Desde os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, observou-se um aumento dessa fobia, porque os terroristas que cometeram o ataque, em sua maioria, tinham uma barba muito espessa.
Aprendendo
A fobia de barba também pode ser aprendida por observação. Ou seja, se os pais ou pessoas de referência têm essa fobia, é bem possível que ela acabe sendo transmitida para os filhos, que aprendem que as pessoas com barbas devem ser temidas ou que não são confiáveis.
Em alguns casos, foi comentado que as fobias podem ter um componente genético que é herdado, já que em muitas ocasiões pais e filhos compartilham a mesma fobia. Numerosos estudos têm demonstrado que não existe componente genético e que a razão pela qual pais e filhos têm medo das mesmas situações ou estímulos se deve ao aprendizado.
Nesse caso, a criança aprende que as pessoas com barbas ou pelos faciais devem ser temidas porque é o padrão de comportamento que aprenderam com seus pais ou pessoas de referência.
Neurobiologia
Algumas teorias mostram que em algumas áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal e a amígdala, eventos perigosos são armazenados e, posteriormente, em situações semelhantes, essas sensações armazenadas são recuperadas, causando as mesmas reações da primeira vez que ocorreram.
No caso específico da amígdala, foi demonstrado que ela pode desencadear a liberação de hormônios de luta ou fuga, que colocam corpo e mente em estado de grande alerta e estresse para enfrentar situações consideradas ameaçadoras ou perigosas.
Tratamento
Como no caso de outras fobias, sofrer de pogonofobia pode ser muito incapacitante para a pessoa. Além do estresse e da ansiedade envolvidos em estar continuamente alerta para evitar ou enfrentar essas situações e, tendo em vista que o estímulo pode surgir a qualquer momento, também tende a prejudicar as relações familiares e sociais.
Hoje em dia em nossa sociedade, é cada vez mais comum os homens usarem barba e em muitos casos muito lotados, por isso essa moda é um problema sério para as pessoas com pogonofobia.
Sempre que uma fobia nos causa mal-estar e temos que modificar nossos hábitos ou o dia a dia para isso, é aconselhável procurar um profissional para tratá-la, erradicá-la e assim recuperar uma vida normalizada.
Existem diferentes tratamentos dependendo da orientação do terapeuta. Dependendo da pessoa e da gravidade da fobia, o tratamento recomendado será um ou outro.
Técnicas de exposição o estímulo temido
O objetivo dessa técnica é expor gradativamente a pessoa ao estímulo que teme, no caso a barba, até que não cause medo ou ansiedade.
Geralmente é feito de forma gradual, começando com os estímulos que causam menos desconforto, por exemplo, ver uma foto de uma pessoa com poucos pelos no rosto, até chegar ao ponto mais temido, por exemplo, tocar na barba cheia de uma pessoa.
Dessa forma, consegue-se que, assim como a pessoa uma vez associou a barba a algo perigoso ou temido, ela pode verificar por si mesma que não está em perigo ao enfrentar essas situações, e assim, aos poucos, o medo se dissocia ou aprender que barba não é sinônimo de perigo.
Em geral, considera-se que qualquer tratamento de fobia deve incluir esta técnica para lidar com ela.
Dessensibilização sistemática
Essa técnica tem alguns aspectos em comum com a anterior. É também fazer com que a pessoa pare de associar a barba com medo ou medo. Para isso, é feita uma lista de todas as situações relacionadas à barba que causam medo.
A lista é feita em colaboração com o terapeuta e as situações são ordenadas do menor ao maior grau de desconforto. O paciente começa enfrentando da primeira vez, seja ao vivo ou na imaginação, e não passa para a próxima situação da lista até que o nível de ansiedade e desconforto tenha diminuído completamente.
Normalmente, essa técnica é usada em conjunto com técnicas de relaxamento que são aplicadas após enfrentar o estímulo para ajudar a diminuir o nível de excitação que causou a ansiedade.
Hipnoterapia
Essa técnica visa localizar no subconsciente da pessoa o primeiro momento em que o estímulo fóbico, no caso a barba, causou medo. É ser capaz de localizar aquele momento com todos os detalhes, o que aconteceu, como os acontecimentos se desenrolaram, por que, etc.
Uma vez identificadas, o objetivo é associar essas manifestações de medo a outras positivas, conseguindo aos poucos que o medo da barba diminua ou mesmo desapareça.
O objetivo final é quebrar as associações negativas que foram estabelecidas com uma barba ou pelos faciais.
Técnicas de Programação Neurolinguística (PNL)
O objetivo final desta técnica é conseguir eliminar a sensação de angústia e ansiedade associada à barba. É imaginar a cena que causa desconforto de tal forma que aquela ansiedade é gerada na pessoa.
Por exemplo, o paciente se visualiza sentado ao lado de uma pessoa com uma barba muito espessa, olhando para ela e até estendendo a mão para tocá-la.
Uma vez visualizada a cena completa, ela começa a rebobiná-la indefinidamente como se fosse um filme, a partir do papel de espectador do que está sendo visualizado, e cada vez as imagens passam mais rapidamente. Esse exercício é repetido até que imaginar a situação não cause mais ansiedade ou desconforto.
Técnicas cognitivas e comportamentais
Entre essas técnicas, as mais utilizadas são a terapia emocional racional de Albert Ellis, o treinamento de inoculação de estresse de Meichenbaum ou a terapia racional sistêmica de Golfried.
O objetivo dessas técnicas é, por um lado, saber o motivo que deu origem à fobia e por que esse medo se mantém ao longo do tempo. E por outro lado, detectar os pensamentos que contribuem para o desconforto e a ansiedade de forma a modificá-los para outros mais realistas, adaptativos e que não gerem desconforto.
Essas técnicas são rotineiramente combinadas com a exposição para obter uma terapia bem-sucedida.
Drogas
A maioria dos estudos e pesquisadores concorda que não existe um tratamento farmacológico de escolha para o tratamento de fobias específicas. Na maioria dos casos, os medicamentos são usados como adjuvantes a outros tipos de terapia, geralmente em conjunto com técnicas de exposição.
Os tipos de medicamentos usados são benzodiazepínicos e betabloqueadores que suprimem os sintomas desencadeantes (como palpitações ou hiperventilação).
Por outro lado, alguns estudos indicam que o uso de medicamentos pode ser contraproducente no sucesso da terapia. Isso ocorre porque acredita-se que ele torne impossível a habituação a estímulos fóbicos, que é a base da maioria dos tratamentos.