Os 5 ramos da Fonoaudiologia (e o que cada um estuda) - Médico - 2023


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A fonação ou produção de sons é fundamental para a existência e permanência do ser humano no tempo. Além desse mecanismo básico de comunicação rudimentar (grunhidos, uivos, cantos e tons), o ser humano possui uma capacidade que outros animais ainda não alcançaram: a fala. Essa ferramenta comunicativa é a manifestação de conceitos tão abstratos quanto vontade ou inteligência, pois nos permite materializar nossos pensamentos individuais a qualquer momento que quisermos.

A fala é uma ferramenta de interação, com a qual compartilhamos ideias, crenças, opiniões e emoções, entre muitas outras coisas. Em média, articulamos cerca de 18.500 palavras por dia, com o objetivo de nos comunicarmos com algumas das 5.000 pessoas que um ser humano encontra entre o nascimento e os 60 anos. Somos seres sociais e exercemos essa sociabilidade por meio da fala, da linguagem e da comunicação.


Como você pode imaginar deficiências da fala tornam a socialização difícil e, portanto, bem-estar individual. Muitos desses problemas são resolvidos com o tempo e o desenvolvimento neuropsicológico adequado (como o retardo da fala), enquanto outros requerem a intervenção de um profissional. Com essa ideia em mente, hoje contamos a vocês os 5 ramos da Fonoaudiologia e suas características. Não o perca.

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O que é a Fonoaudiologia e quais são seus ramos?

A terapia da fala, também conhecida como terapia da fala ou terapia da fala, é uma disciplina profissional que tem por objetivo o tratamento e correção de distúrbios que afetem a voz, a pronúncia e a linguagem oral e escrita, por meio de técnicas de reeducação. Este ramo da saúde e da assistência social requer a ajuda de outros ramos de estudo, como psicologia, ciências da saúde (especialmente para explicar possíveis desequilíbrios neurológicos) e linguística aplicada.


A funcionalidade geral do fonoaudiólogo consiste em detectar, avaliar, intervir e orientar o paciente com problema de fala. Este profissional abrange as seguintes áreas em seu quadro de atuação:

  • Os aspectos cognitivos da comunicação: atenção, memória, resolução de problemas e funcionalidades executivas.
  • Fala em si: fonação, articulação, fluência, ressonância, etc. Mecanismos respiratórios que permitem a comunicação também estão incluídos nesta área.
  • Linguagem: a fala é o uso da linguagem. Por isso, o fonoaudiólogo também incorre na fonologia, na sintaxe, na semântica e na implementação de todos esses elementos.
  • Comunicação Alternativa e Aumentativa (SAAC): o desenvolvimento de novos métodos de comunicação para pacientes com comprometimento irreparável da fala.
  • A voz e todos os problemas que ela possa ter.

A visita ao fonoaudiólogo pode ser facilitada em idade pediátrica por entidade clínica própria (anomalias genéticas ou desequilíbrios anatômicos no nascimento) ou após um evento prejudicial durante a vida adulta, como um acidente vascular cerebral, paralisia cerebral ou uma situação extremamente traumática, entre outros. A seguir, apresentamos os 5 ramos da Fonoaudiologia.


1. Fonoaudiologia para crianças com atraso na fala

O atraso da fala varia de 3% a 15% da população em geral, dependendo dos grupos amostrais analisados ​​e da área geográfica em que focamos nossa atenção. Nesse tipo de terapia, dois cenários possíveis devem ser levados em consideração: atraso na fala (a criança usa palavras e frases para se expressar, mas pode ser difícil de entender) e atraso na linguagem (ela pode dizer palavras muito individuais, mas é incapaz de encadea-los em frases coerentes).

Esse atraso de comunicação pode ser leve, grave ou moderado. Dependendo da causa da disfunção, diferentes técnicas são utilizadas para promover a fala na criança, desde jogos que induzem a comunicação até línguas de sinais e terapia com letras e símbolos. Se a causa dessa deficiência não for apenas emocional, a ajuda de outros profissionais também pode ser necessária (por exemplo, se a criança for surda ou tiver uma anomalia cromossômica).

2. Fonoaudiologia para pessoas com apraxia

Apraxia é um distúrbio neurológico, caracterizado pela perda da capacidade de realizar movimentos com propósito. Nesse quadro clínico, há uma dissociação entre a ideia (o paciente sabe o que quer fazer) e a execução motora dessa ideia (falta de controle sobre a ação). Estima-se que essa condição ocorra em 1 em 1.000 crianças, quase sempre causada por lesões no hemisfério cerebral dominante.

Bebês com apraxia sabem o que querem dizer durante a comunicação, mas são incapazes de transmitir a ideia de maneira eficaz, o que pode ser uma fonte de frustração e sofrimento emocional. Se essa condição for um sintoma de um problema neurológico subjacente, sempre deve ser tratada primeiro, mas a terapia da fala também pode ser de grande ajuda. Atividades de fala melódica podem ajudar muito um bebê a enfatizar as palavras certas.

3. Fonoaudiologia para gagueira

Um dos desequilíbrios de fala mais comuns. Segundo estudos, 70 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de gagueira, ou seja, esta condição se manifesta em 1% da população em geral. Existem várias teorias que tentam explicar esse traço desadaptativo, desde a genética até o aparecimento de tiques complexos no paciente.

Por ser concebido principalmente como um problema comportamental, o fonoaudiólogo procura ensinar ao paciente, por meio de uma série de orientações e condutas, como controlar a doença. Por exemplo, falar devagar e deliberadamente e controlar a frequência respiratória durante a fonação pode ser de grande ajuda.

Em qualquer caso, na gagueira, o desenvolvimento pessoal é tão importante quanto a paciência do meio ambiente. Uma criança que gagueja nunca deve ser pressionada a falar mais rápidoNem precisa completar suas frases: quanto mais você empurra, maior a probabilidade de ficar nervoso e gaguejar ainda mais. Idealmente, você deve dar-lhe espaço para se expressar, manter contato visual com ele, não se concentrar no problema e sob nenhuma circunstância culpá-lo por sua condição.

4. Fonoaudiologia para afasia

A afasia é uma patologia que impede a comunicação entre o paciente e o meio ambiente. A pessoa afetada pode dizer frases sem sentido, substituir algumas palavras por outras, não entender o que as pessoas ao seu redor estão dizendo, escrever frases sem sentido ou dizer palavras irreconhecíveis. Dependendo da variante do quadro clínico, pode-se dizer que a afasia é um dos maiores impedimentos no uso da linguagem.

Nesse caso abandonamos o campo infantil, pois afasia geralmente é causada por um acidente vascular cerebral, que causa a morte de grupos neuronais responsáveis ​​pela modulação da fala. Na clínica fonoaudiológica, a terapia de grupo com o objetivo de promover as habilidades de comunicação ou o desenvolvimento dos gestos e da escrita pode ser de grande ajuda. Infelizmente, a recuperação da normalidade absoluta geralmente não é possível.

5. Fonoaudiologia para pessoas com dificuldade de engolir (disfagia)

A disfagia também é um problema bastante comum na sociedade, atingindo uma prevalência de até 10% em algumas populações analisadas. Pode acontecer por muitas coisas, desde anormalidades fisiológicas no esôfago a doenças neurodegenerativas (Parkinson e esclerose), bem como tumores orofaríngeos, problemas na musculatura esofágica de natureza idiopática e muitas outras coisas.

Uma pessoa com disfagia orofaríngea costuma acumular saliva na boca (hipersalivação), o que torna muito difícil se expressar. Portanto, o fonoaudiólogo pode tentar ajudar o paciente a recuperar forças no aparelho digestivo superior (língua, boca, garganta), de forma que ele volte a engolir e mantenha esse ato naturalmente.

Resumo

Quase todas essas terapias são destinadas às crianças no momento da apresentação dos sintomas, mas também podem surgir em adultos, principalmente decorrentes de problemas neurológicos ou neuromusculares. Em todos os casos, é necessário tentar tratar essas anomalias, mas deve-se ter em mente que quem as carrega continua sendo uma pessoa e, portanto, tem o direito de ser ouvido, mesmo que não de forma "normativa" .

Com isso queremos dizer que todo paciente da área do fonoaudiólogo deve tentar melhorar por sua própria vontade (se assim o desejar), mas o ambiente nunca pode ser um estressor ou desencadeador de um complexo. Contanto que a pessoa possa se comunicar de alguma forma, Ser paciente, inclusivo e compreensivo será a chave para que a pessoa afetada não desenvolva problemas emocionais derivados de sua condição.