Intelectualismo moral: história, características, críticas - Ciência - 2023


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Intelectualismo moral: história, características, críticas - Ciência
Intelectualismo moral: história, características, críticas - Ciência

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o intelectualismo moral ou socrático É uma teoria moral desenvolvida pelo filósofo grego Sócrates na qual se afirma que o conhecimento do que é eticamente justo é suficiente para que o ser humano não cometa nenhum ato mau.

Desse modo, o intelectualismo socrático une o comportamento moral ao conhecimento que cada pessoa adquiriu. Esse pensamento está relacionado a algumas das frases mais conhecidas do filósofo, como "conheça a si mesmo" ou "instrua os homens e você os tornará melhores".

Especialmente esta segunda frase mostra todo o pensamento por trás do intelectualismo moral. Sócrates nasceu em Atenas em 470 AC. C. e é considerado um dos filósofos mais importantes da história.

Curiosamente, não chegou a escrever nenhum livro e sua obra é conhecida pelos comentários de Platão, seu discípulo mais conhecido, que deu continuidade ao pensamento de seu professor adaptando-o à política.


Paradoxalmente, para um homem que afirmava que só quem não sabe o que é mau fazer, foi condenado à morte por suas opiniões religiosas e políticas, contrárias às leis da cidade e, supostamente, contrárias à democracia.

História e desenvolvimento

Dualismo antropológico

Para elaborar seu pensamento sobre a moral e o intelectualismo a ela vinculado, Sócrates encontra a base fornecida pelo chamado dualismo antropológico.

Isso afirma que o ser humano tem duas partes distintas: a física - o corpo - e a imaterial, que se identifica com a alma (sim, naquela teoria a alma não tem nenhum componente religioso).

De acordo com esse dualismo, a parte imaterial é a mais importante da pessoa. É por isso que os valores internos são considerados mais importantes, tanto que a saúde do homem está nessa alma.

Ao falar sobre saúde, afirmam que ela só pode ser usufruída pela virtude, que se consegue por meio do conhecimento. Quando falam de conhecimento, não se referem ao que uma pessoa sábia pode ter, mas à verdade.


Como chegar à virtude

Convencido disso e como um cidadão preocupado com seus compatriotas, Sócrates começa a desenvolver essa questão no que pode ser considerado um dos primeiros trabalhos sobre moral e ética.

É preciso ter em mente que, para o filósofo, conhecer a virtude era a única maneira de os homens serem bons.

Somente por meio desse conhecimento, por saber o que é a virtude, o ser humano pode se aproximar do bem e da excelência.

Características do intelectualismo moral

Deve-se considerar que Sócrates não deixou nenhum de seus pensamentos por escrito, e que estes transcenderam por meio dos de seus discípulos, especialmente o pensamento de Platão.

Isso é importante porque, segundo alguns autores, certas implicações da teoria do intelectualismo moral no campo da política obedecem mais às crenças do aluno do que às do professor.

Explicação da teoria

Como mencionado antes, Sócrates pensava que a virtude era a única maneira de alcançar a bondade e que o conhecimento era essencial para alcançar essa virtude. Esse pensamento leva ao chamado intelectualismo moral ou socrático, que é simplesmente uma continuação do anterior.


Assim, para o filósofo ateniense, o autognóstico, definido como saber o que é justo, é uma condição essencial e ao mesmo tempo suficiente para o homem agir corretamente.

Dessa forma, explica que assim que souber o que é bom, o ser humano agirá de acordo com esse conhecimento, de forma determinística.

Da mesma forma, isso implica que o inverso também é verdadeiro. Se um indivíduo não sabe o que é moralmente certo, ele agirá errado e até mesmo mal.

Não seria realmente sua culpa, mas o fato de que você falhou em chegar a esse conhecimento. Um homem que possui esta sabedoria não pode agir mal e se o faz é porque não a possui.

Para Sócrates, não havia possibilidade de que alguém, por sua simples vontade, pudesse agir de forma perversa, por isso seus críticos o culpam de ingenuidade e até de ter eliminado o livre arbítrio humano da equação.

Deve-se explicar que quando Sócrates fala em conhecimento, ele não se refere ao que, por exemplo, se aprende na escola, mas a saber o que é conveniente, bom e apropriado em cada circunstância e momento.

Intelectualismo na política e Platão

A teoria socrática leva a idéias muito antidemocráticas sobre política. No entanto, alguns especialistas culpam Platão, que certamente aceitou o intelectualismo moral de seu professor e o misturou com a política.

Segundo o que transcendeu o pensamento socrático, após explicar a teoria da moralidade e sua união com o conhecimento, Sócrates chega à seguinte conclusão:

Se o perito for chamado - por exemplo, um médico se houver um doente ou um exército se a cidade tiver que ser defendida - e ninguém achar que o tratamento médico ou os planos de batalha serão decididos em votação, por que é levantado em quanto à prefeitura?

Depois desses pensamentos, já na obra de Platão, vê-se onde termina essa lógica do pensamento. O discípulo de Sócrates era firmemente a favor de um governo dos melhores.

Para ele, o governo e todo o Estado deveriam ser intelectualistas também. Em sua proposta, ele defendia que o governante fosse o mais sábio entre os habitantes, uma espécie de rei-filósofo.

Sendo sábio e, portanto, bom e justo, ele deveria alcançar o bem-estar e a felicidade de cada cidadão.

Críticas ao intelectualismo moral

Em sua época, a primeira coisa que os críticos censuraram a Sócrates sobre essa teoria é uma certa indefinição sobre o que ele considerava conhecimento.

Sabe-se que ele não quis dizer saber mais dados ou ser um grande matemático, mas nunca esclareceu bem qual era sua natureza.

Por outro lado, embora seu pensamento - continuado por Platão - fosse amplamente aceito em sua época, a chegada de Aristóteles o fez estacionar.

Diante da opinião dos socráticos, Aristóteles colocou a ênfase na vontade de fazer o bem, considerando que o simples conhecimento não era suficiente para garantir que o homem se comportasse moralmente.

Referências

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  7. Thomas C. Brickhouse, Nicholas D. Smith. Psicologia Moral Socrática. Recuperado de books.google.es
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