Arborização: características, tipos, exemplos - Ciência - 2023
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Contente
- Características da arborização
- Objetivo da arborização
- Fatores a considerar
- Técnicas de florestamento
- Regeneração natural e sucessão de plantas
- Tipos de florestamento
- Plantação florestal comercial
- Sistemas agroflorestais e agrossilvopastoris
- Floresta artificial para fins ambientais e recreativos
- Reabilitação florestal
- Restauração florestal
- Atividade florestal no México
- Atividade florestal na Colômbia
- Atividade florestal na Argentina
- Referências
o arborização é o processo de plantar árvores para estabelecer uma plantação comercial ou mitigar danos ecológicos em uma floresta natural. Este último devido a um processo de reabilitação ou restauro de uma área natural.
Por outro lado, a arborização implica a ação de plantar árvores em uma área que originalmente não as faltava ou que foi desmatada. Neste último caso, a atividade de florestamento é especificamente chamada de reflorestamento, ou seja, substituição da floresta perdida ou floresta.
O reflorestamento é uma atividade de grande escala que requer conhecimento das condições climáticas e edafológicas da área a ser arborizada. Da mesma forma, é fundamental conhecer as necessidades biológicas das espécies que serão utilizadas na arborização.
Dentre os tipos de florestamento está o plantio comercial, cujo objetivo principal é o econômico, depois há a reabilitação e restauração florestal. Na reabilitação, o objetivo principal é misto (produtivo e ecológico) e na restauração é puramente ecológico.
Características da arborização
A palavra florestamento significa a ação de criar uma foresta (uma floresta). Em qualquer caso, reduzido à sua forma mais simples, é o ato de criar ou substituir uma floresta em uma determinada área.
Pode ser uma área que praticamente nunca teve uma floresta ou uma área onde havia floresta até recentemente.
Objetivo da arborização
Um primeiro elemento a ter em conta é o objetivo principal da arborização, que pode ser comercial, mista ou ecológica. Já que em cada caso as técnicas de florestamento e o manejo subsequente da área florestal variam.
O caso mais simples é o estabelecimento de uma plantação florestal comercial, uma vez que inclui um pequeno número de espécies. Ao restaurar as condições de uma floresta natural merece o manejo de um maior número de espécies e variáveis.
Nas plantações comerciais, o objetivo principal é produzir madeira e derivados, enquanto a restauração busca restaurar as características ecológicas e os serviços ecossistêmicos. Portanto, quanto mais complexa a floresta original, mais complexa é a restauração.
Fatores a considerar
Em qualquer caso, a arborização de uma área começa considerando o clima da área, as condições do solo e a disponibilidade de água. Esses fatores devem estar relacionados aos requisitos biológicos das espécies a serem incluídas na arborização.
Por outro lado, deve-se levar em conta que podem ser exigidos subsídios do ser humano. Isso inclui a substituição de fatores como água, melhorias na estrutura do solo por meio de preparo do solo, fertilizantes e controle de pragas.
Além disso, dependendo do tipo de arborização, certas tarefas de manutenção e gestão geral da plantação. Por outro lado, fatores adicionais como transporte, acessibilidade e outros serviços devem ser considerados, principalmente se a área a ser arborizada terá funções produtivas.
Técnicas de florestamento
As técnicas de arborização são diversas, variando de acordo com o tipo particular de arborização, bem como de acordo com as necessidades das espécies a serem plantadas.
No entanto, em termos gerais, é necessário um estudo das condições climáticas, edáficas e hidrológicas da área. Em seguida, a seleção das espécies a serem utilizadas na arborização.
Posteriormente, é estabelecido um viveiro onde as espécies selecionadas serão reproduzidas. Cada espécie pode exigir condições ambientais e técnicas específicas para atingir a germinação e estabelecimento no viveiro.
O viveiro deve garantir o número de indivíduos necessários por unidade de área de plantio. Ou seja, o número de indivíduos de cada espécie para a densidade de plantio definida.
Essa densidade (árvores por metro quadrado) depende das características das espécies e dos objetivos da arborização. Por exemplo, em uma restauração ecológica, é importante que as árvores se desenvolvam naturalmente de acordo com seu potencial.
Enquanto em uma certa plantação comercial, um crescimento maior em comprimento e um diâmetro de tronco menor podem ser interessantes. Nesse caso, as árvores serão plantadas mais próximas umas das outras.
Regeneração natural e sucessão de plantas
Nos casos em que o objetivo é restaurar a floresta original (restauração ecológica), técnicas de manejo de sucessão são consideradas. Busca imitar o processo natural de recuperação da floresta em sua sucessão vegetal.
De forma que as espécies pioneiras que suportam maior radiação solar se instalem primeiro e preparem o terreno para outras espécies mais exigentes. Em seguida, as seguintes espécies da sucessão natural são estabelecidas e assim por diante, até que o equilíbrio original seja alcançado.
Tipos de florestamento
Os tipos de arborização são realmente muito diversos, pois cada espécie ou combinação de espécies tem seus próprios requisitos. No entanto, em termos gerais, 5 grandes tipos podem ser considerados.
Plantação florestal comercial
É a clássica plantação florestal para a produção de madeira e derivados, a partir de uma ou poucas espécies. Portanto, mesmo que a plantação inclua mais de uma espécie, cada área de floresta ou tecido é monoespecífico (com apenas uma espécie de árvore).
Um exemplo típico desse tipo de florestamento é a floresta de Uverito na Mesa de Guanipa, no leste da Venezuela. Originalmente, era o maior tecido de floresta artificial do mundo, cobrindo 600.000 hectares plantados com pinho do Caribe (Pinus caribaea).
As terras onde foi estabelecido eram savanas pobres, onde não havia floresta anterior. Por outro lado, a espécie utilizada é introduzida (não é típica daquela região) por isso é uma plantação artificial.
Sistemas agroflorestais e agrossilvopastoris
Outro tipo de florestamento também para fins econômicos primários é a agrossilvicultura ou sistemas agrossilvipastoris. No primeiro caso, a arborização de uma área, onde antes havia floresta ou não, é combinada com safras de grãos de leguminosas ou milho.
Já na agro-silvicultura complementa-se o plantio de árvores, com lavouras anuais ou pastagens e a criação de gado.
Floresta artificial para fins ambientais e recreativos
Em alguns casos, trata-se de estabelecer uma floresta artificial não para fins de produção florestal, mas para o meio ambiente. Um exemplo de fins recreativos é o Central Park em Nova York, que parece uma floresta natural em algumas áreas, mas é intencional.
Outro exemplo, neste caso para fins de proteção ambiental, é a Grande Muralha Verde da China. Este é o maior projeto de reflorestamento do mundo, aspirando atingir cerca de 2.250 km2.
Neste caso, é uma gigantesca barreira de retenção de areia do deserto de Gobi em seu avanço em direção ao interior da China. Uma das espécies utilizadas é o huanacaxtle ou carocaro (Enterolobium cyclocarpum), uma leguminosa dos trópicos americanos.
Reabilitação florestal
Aqui, o reflorestamento visa restaurar as condições de uma floresta pré-existente. Nesse caso, é denominado reflorestamento stricto sensu quando uma floresta anterior existiu em um período histórico de não mais do que algumas décadas.
No caso de a floresta ter desaparecido há muito mais tempo, falamos de arborização, pois a reabilitação implica a utilização de algumas das espécies típicas da floresta original, mas também podem ser utilizadas espécies introduzidas.
Além disso, o objetivo é recuperar algumas das características da floresta original, mas não todas. Isso se explica porque a reabilitação geralmente busca combinar fins produtivos com fins ecológicos.
Restauração florestal
A restauração, ao contrário dos tipos anteriores, tem como objetivo principal a ecologia da área. O objetivo é restabelecer as condições mais semelhantes possíveis à situação original da floresta.
No caso de florestas ou selvas que são muito complexas em estrutura e biodiversidade é altamente exigente. Sendo necessário considerar um grande número de espécies arbóreas exclusivamente nativas e exigências ambientais.
Atividade florestal no México
O México tem cerca de 138 milhões de hectares de área florestal, dos quais selvas e florestas cobrem 47%. De toda essa área florestal, apenas 7 milhões de hectares estão sob alguma forma de manejo florestal.
Por outro lado, este país entre 2005 e 2010 sofreu uma taxa de desmatamento de 155.000 hectares por ano. Além disso, existem pelo menos 15 projetos de plantações florestais comerciais cobrindo uma área aproximada de 1.000.000 de hectares.
Estes são distribuídos principalmente nos estados de Chihuahua, Jalisco, México, Campeche, Chiapas, Puebla, Quintana Roo, Tabasco e Veracruz.
Atividade florestal na Colômbia
Este país possui cerca de 69 milhões de hectares de florestas naturais e cerca de 568.769 hectares de produção florestal. No entanto, o desmatamento é um problema grave, apenas em 2019 na região amazônica foram desmatados 28 mil hectares e nos primeiros meses de 2020 mais 76,2 mil hectares.
Isso levou pelo menos três entidades a desenvolver projetos de florestamento neste país, além do governo nacional. Por outro lado, a Universidade Nacional da Colômbia realiza estudos com o plantio de 15 espécies de árvores nativas.
Em um teste piloto, eles estabeleceram uma plantação de 11 hectares com resultados muito bons. Em uma escala maior, a empresa Celsia do Grupo Argos, junto com a Corporação Regional Autônoma do Vale do Cauca, plantou 562.000 árvores.
Foram 780 hectares, com a meta de chegar a 10.000.000 de árvores plantadas em 10 anos. Outro projeto é o da fundação Red de Arboles, que plantou mais de 30.000 árvores em torno de Bogotá e 5.000 árvores em 5 outras cidades.
No âmbito nacional, o governo colombiano tem como meta plantar 180 milhões de árvores até 2022, das quais já possui 34 milhões.
Atividade florestal na Argentina
De acordo com o Inventário Nacional de Plantações Florestais de 2015 na Argentina, cerca de 1.300.000 hectares foram arborizados. Principalmente nas províncias de Corrientes, Entre Ríos e Misiones.
Também, embora em menor grau, em Mendoza e Buenos Aires e na região andino-patagônica. Da mesma forma, pequenos projetos de reflorestamento foram executados em Santa Fé, Córdoba e outras áreas do país.
Porém, só em 2017, foram perdidos 172.639 hectares de matas nativas, por isso foi desenvolvido o programa denominado Forestar 2030, que busca reflorestar matas nativas, com meta de florestamento de 20 mil hectares por ano.
Atualmente, são 36.468 hectares em processo de restauração e a meta é aumentar a área florestal para 2.000.000 hectares até 2030.
Referências
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