Pterigóide externo: características, origem, função, patologias - Ciência - 2023
science
Contente
- Caracteristicas
- Rosto superior
- Face anterolateral
- Rosto póstero-interno
- Origem
- Inserção
- Irrigação
- Inervação
- Função
- Patologias associadas
- Tensão do músculo pterigóide
- Disfunção temporomandibular
- Referências
o pterigóide externo ou o pterigóide lateral é um importante músculo da mastigação. O termo vem do latim Pterygoideus lateralis ou externus.É composto por dois fascículos ou feixes musculares, um superior e outro inferior. Cada feixe muscular cumpre uma função específica contrária à do outro, mas atuam de forma coordenada.
O fascículo inferior é responsável, junto com outros músculos, por abrir a boca e fazer movimentos da mandíbula para frente e para os lados. Enquanto o fascículo superior faz o contrário, ele atua fechando a boca e devolvendo a mandíbula ao seu local original ou de repouso.
Este músculo começa a se formar em humanos por volta da 10ª semana de desenvolvimento embrionário e culmina sua formação por volta da 20ª semana de gestação.
O pterigóide externo pode sofrer espasmos de tensão de várias causas e causar dor. Acredita-se também que o espasmo desse músculo seja a causa de outras patologias como a síndrome da dor e disfunção da articulação temporomandibular.
Caracteristicas
É um pequeno músculo, de formato triangular, cuja inserção anterior está localizada sob o crânio e sua inserção posterior está posicionada na articulação temporomandibular. O músculo se estende até o teto da fossa pterigomaxilar.
É um músculo pareado, pois existe um em cada lado da face de forma simétrica. O músculo pterigóide lateral é coberto por uma aponeurose fina chamada interpterigóide (Fasciae inter pterygoideus) e pela aponeurose pterigóide.
O músculo pterigóideo externo possui três faces: uma face superior, uma ântero-externa e uma póstero-interna.
Rosto superior
Delimita com a asa maior do esfenóide (abóbada da fossa zigomática). Deve-se notar que, entre o músculo e a estrutura citada, existem vários nervos, incluindo o nervo masseter, o nervo temporal profundo medial, o nervo bucal e ramos da mandíbula.
Face anterolateral
Delimita com o músculo masseter (incisura sigmóide), com o processo coronóide, o tendão temporal e com as bolsas de Bichat.
Rosto póstero-interno
Neste lado delimita com o músculo pterigóideo interno, o nervo lingual, o nervo dentário inferior e o nervo auriculotemporal.
Origem
Este músculo possui dois fascículos, denominados de feixe esfenoidal ou superior e de pterigóide ou feixe inferior. Entretanto, há autores que descrevem uma terceira parte localizada na parte inferior do feixe pterigóide. Cada um se origina de um site diferente.
O esfenóide ou feixe superior (fascículo menor) origina-se da asa maior do osso esfenoidal através de sua porção infralateral horizontal e medial à crista esfenoidal ou esfenoidal temporal. Suas fibras são dispostas para fora e para trás horizontalmente até atingirem o local de inserção.
Por outro lado, o pterigóide ou feixe inferior (fascículo maior) origina-se no processo pterigóide (asa e face externa), no osso palatino (parte externa do processo piramidal) e na tuberosidade do osso maxilar.
Uma parte de suas fibras (as inferiores) são dispostas para fora, para cima e para trás e a outra parte de suas fibras (as superiores) são direcionadas para fora e para cima até atingirem o local de inserção.
Inserção
Ambos os fascículos são direcionados para a articulação temporomandibular (ATM) ou complexo da articulação craniomandibular. O fascículo inferior se fixa na parte interna do côndilo da mandíbula, especificamente na fossa pterigóide.
Já o fascículo superior se insere no disco interarticular da ATM e para isso penetra na cápsula articular. Também uma parte é inserida nas fibras profundas do pterigóide ou feixe inferior.
Irrigação
O músculo pterigóideo externo ou lateral é irrigado pela artéria maxilar interna ou também conhecido como artéria mandibular interna, esta emitirá ramos ascendentes e descendentes.
Alguns autores mencionam outra artéria denominada artéria interpterigóide, que pode provir do mesmo ramo superior interno ou meníngeo médio.
Inervação
O músculo pterigóideo externo recebe inervação de um ramo externo pertencente ao nervo mandibular, denominado nervo temporobucal.
Função
É um músculo que atua no processo de mastigação. As porções inferior e superior funcionam separadamente mas coordenadas, de forma que cada uma tem uma função e quando uma está ativa a outra fica inativa e vice-versa.
O fascículo inferior se contrai junto com outros músculos quando abrimos a boca e também quando movemos a mandíbula lateralmente (movimentos mandibulares ipsilaterais) ou para frente (movimento de protrusão), fora de seus limites normais voluntariamente. Durante esses movimentos, a parte superior fica inativa.
O fascículo superior é ativado quando fechamos a boca e retornamos a mandíbula à posição original, ou seja, durante o movimento de retrusão (para trás) e na estabilização da articulação da ATM para a posição medial. Nesse caso, o fascículo inferior fica inativo.
Por isso, afirma-se que esse músculo desempenha uma função estabilizadora da articulação temporomandibular, especificamente da cabeça e do disco condilar.
Patologias associadas
Tensão do músculo pterigóide
As causas que podem fazer com que esse músculo fique tenso são oclusão anormal, estresse, ataques de ansiedade ou raiva e trauma.
Quando há dor na região da mandíbula, é difícil determinar qual músculo foi afetado. Uma forma de descobrir é pedir ao paciente que tente cerrar os dentes, se isso causa aumento da dor, significa que o músculo envolvido é o pterigóideo superior.
Porém, a dor intracapsular causa o mesmo desconforto ao realizar este exercício, portanto, para diferenciar as duas dores, o paciente agora é solicitado a cerrar os dentes, mas colocando um espaçador entre eles, se a dor persistir é do músculo, mas se a dor diminuir, é uma dor intracapsular.
Por outro lado, se pedimos ao paciente que abra a boca o máximo possível e isso não cause desconforto, significa que o fascículo inferior não é afetado, mas se dói, está comprometido.
Disfunção temporomandibular
Esta condição também é chamada de síndrome da disfunção e dor da articulação temporomandibular (TMDJS). Quando houver problemas com a articulação temporomandibular, considere verificar o músculo pterigóideo externo.
O deslocamento anterodiscal da articulação pode estar associado a um espasmo desse músculo.
A dor miofascial que ocorre neste músculo geralmente se irradia para a mandíbula e ouvido.
Este músculo é muito difícil de palpar e ainda mais se o paciente sentir dor. Um tratamento possível é o agulhamento seco do pterigóide externo. Também existem exercícios que ajudam a estabilizar a mandíbula, mas devem ser orientados por especialistas.
Se houver luxação anterior do disco com redução, podem ser realizadas terapias para recuperar a posição do disco, mas isso só é possível após ter trabalhado com exercícios de alongamento do músculo pterigóideo externo.
Referências
- "Músculo pterigóideo externo". Enciclopédia,Da Free Universal Encyclopedia in Spanish. 21 de fevereiro 2009, 22:42 UTC. 20 de dezembro 2019, 11:14 encyclopedia.us.
- Quirós JG, Pérez LJ, Calderón JC. Influência do músculo pterigóideo lateral no crescimento da cartilagem condilar mandibular. Rev Cienc Health 2013; 11 (1): 105-119. Disponível em: scielo.org.co/
- Altruda L, Alves N. Inserção da Cabeça Superior do Músculo Pterigóide Lateral nos Fetos Humanos. Int. J. Morphol. 2006; 24 (4): 643-649. Disponível em: scielo. bandconcit
- Tapia J, Cantín M, Zavando D, Suazo I. Porcentagem de músculo pterigóideo lateral inserido no disco temporomandibular humano Joint. Int. J. Morphol. 2011; 29 (3): 965-970. Disponível em: scielo.conicyt.
- Cabrera Y, Álvarez M, Gómez M, Malcom M. Oclusão e estresse na síndrome da disfunção temporomandibular: apresentação de um paciente. AMC. 2009; 13 (3). Disponível em: scielo
- Jeffrey O. (2013). Tratamento da oclusão e condições temporomandibulares. 8ª edição, Elsevier. Espanha. Disponível em. books.google