Litologia: história, o que estuda, tipos de rochas - Ciência - 2023
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Contente
- História da litologia
- Na antiguidade
- Consolidação
- O que a litologia estuda?
- Litologia e Petrologia
- Objeto de estudo
- Tipos de rocha
- Rochas ígneas
- Ácidos e básicos
- Rochas sedimentares
- Rochas metamórficas
- Referências
o litologia É o ramo da geologia que estuda as rochas, incluindo sua origem, idade, composição, estrutura e distribuição na Terra. Em geral, os termos litologia e petrologia são considerados sinônimos, embora alguns autores estabeleçam algumas diferenças.
Tanto a litologia quanto a petrologia têm suas origens na Antiguidade, com contribuições de gregos, chineses e árabes, entre outras civilizações. No mundo ocidental, destacam-se as contribuições de Aristóteles e principalmente de seu discípulo Teofrasto com sua obra. Nas pedras.
Este trabalho é reconhecido como o ponto de partida da mineralogia e litologia no Ocidente. A litologia acabou se consolidando com o trabalho de diversos pesquisadores no século XIX.
Esta disciplina classifica as rochas a partir do estudo de suas propriedades físicas e químicas, bem como dos processos que as originam. Assim, estabelece três tipos principais de rochas, que são ígneas, sedimentares e metamórficas.
História da litologia
Na antiguidade
A história da litologia como disciplina científica está intimamente ligada à geologia e à geografia. Os antigos gregos não separavam o estudo da composição rochosa e da estrutura das camadas terrestres (geologia), do estudo da paisagem e do relevo (geografia). As contribuições mais relevantes na Antiguidade são as de Aristóteles com suas descrições de minerais e rochas.
No entanto, era Teofrasto (372-287 aC), um discípulo de Aristóteles, com sua obra Peri liton (Nas pedras), que lançou as bases da litologia. Nele descreve os tipos de mármores e calcários, sendo a obra de referência no mundo ocidental há 2.000 anos.
Ao mesmo tempo, houve contribuições em outras culturas, como os estudos de Shen Kuo (1031-1095) na China imperial. Enquanto no mundo árabe, estudiosos como Avicena (981-1037) aprofundaram as contribuições dos gregos.
Consolidação
No século XVIII, a geologia consolidou-se como ciência e com ela o ramo que estuda rochas ou pedras, litologia ou petrologia. No entanto, a litologia já apareceu como disciplina definida no século XVII com a polêmica entre plutonistas e netunistas.
Nesse debate, os pesquisadores argumentaram que todas as rochas foram formadas a partir de sedimentos em um antigo oceano universal. Eles foram chamados de Netunistas em alusão a Netuno, deus dos oceanos, e seu maior expoente foi Abraham Werner.
Enquanto outros apontaram que as rochas se originaram de vulcões, por isso foram chamadas de plutonistas, em homenagem ao deus do fogo Plutão. Destes, seu maior expoente foi James Hutton (1795), que estabeleceu a origem das rochas ígneas do magma.
Hutton é reconhecido como o pai da geologia moderna como resultado de seu trabalho Teoria da Terra). Mais tarde, no século 19, seguiram-se os estudos de pesquisadores como Hall (1805 e 1826) e Levy (1894).
O primeiro estabeleceu litologia experimental ou petrologia e o segundo estudou o granito em detalhes. Outro avanço foi o uso do microscópio de luz polarizada para o estudo de rochas por Sorby (1858) e Zickel (1870).
Também dignos de nota são os estudos de química do magma realizados por Bunsen (1851), que estabeleceu dois tipos de rochas ígneas, ácidas e básicas. E assim por diante até a litologia contemporânea com o uso de microscópios poderosos e várias técnicas para o estudo estrutural, químico e mineralógico das rochas.
O que a litologia estuda?
Litologia e Petrologia
Embora os termos litologia e petrologia sejam geralmente considerados sinônimos, existem aqueles que fazem diferenças sutis. Nesse caso, o termo litologia se refere ao estudo da composição rochosa de uma área definida, ou seja, os tipos de rochas presentes. Já a petrologia se restringe ao estudo de cada tipo de rocha em particular.
Para quem os considera termos separados, estudar a sequência de rochas que aparecem em uma determinada área seria litologia. Já estudar a composição mineral de uma rocha específica seria petrologia. Para quem os considera sinônimos, a litologia ou a petrologia abordariam todos esses aspectos.
Objeto de estudo
A litologia ou petrologia é responsável pelo estudo das propriedades físicas e químicas das rochas (agregados minerais), incluindo sua composição química e mineralogia. Da mesma forma, sua estrutura ou como seus diferentes componentes estão dispostos entre si.
Da mesma forma, aborda aspectos cronológicos (origem e idade das rochas), incluindo os processos que dão origem às rochas, bem como sua classificação em diferentes tipos de acordo com vários critérios.
Tipos de rocha
As rochas encontradas na crosta terrestre são classificadas de acordo com os processos que as originaram. Isso forma três classes principais de rochas possíveis, ígneas, sedimentares e metamórficas.
Rochas ígneas
As rochas ígneas são formadas quando o magma (material derretido que constitui o manto terrestre) esfria, uma mistura de rocha derretida com gases e líquidos.Este magma é encontrado em grandes profundidades e sobe à superfície por meio de erupções vulcânicas.
Lá ele perde gases formando lava e quando esfria forma rochas. Essas rochas que são formadas a partir do resfriamento externo de magma (lava) são chamadas de rochas vulcânicas, efusivas ou extrusivas.
Além disso, o magma pode se solidificar lentamente no meio do caminho através de rachaduras profundas, formando rochas ígneas chamadas intrusivas ou plutônicas. Todas essas rochas são chamadas de ígneas e são consideradas de origem endógena, pois são formadas por magma que vem de grandes profundidades.
Ácidos e básicos
Por sua vez, existem dois tipos gerais de rochas ígneas com base em sua composição, ácida e básica.
As rochas ígneas ácidas são constituídas por uma alta proporção de sílica (52 a 80%), possuem quartzo livre e pouco ferro e magnésio. Enquanto os básicos incluem uma proporção menor de sílica (40 a 52%), eles não possuem quartzo e possuem ferro e magnésio em abundância.
Em seguida, eles também são classificados de acordo com sua estrutura em granular, pórfiro e vítreo. Os grânulos são compostos por cristais do mesmo tamanho, todos agregados.
Já os porfiríticos apresentam cristais evidentes, mas separados uns dos outros por uma massa uniforme de cristais microscópicos. Enquanto o vítreo apresenta uma massa amorfa de cristais visíveis apenas ao microscópio.
Exemplos de rochas ígneas são granito, glabro, diorito (rochas plutônicas), basalto, andesito, riolito e dacito (rochas vulcânicas).
Rochas sedimentares
Rochas sedimentares são formadas a partir de sedimentos que são depositados na superfície da Terra pela erosão de rochas pré-existentes. Por esse motivo também são chamadas de rochas de origem exógena, por serem formadas a partir de materiais da superfície da crosta.
Na formação de muitas dessas rochas participam minerais de origem orgânica, como o cálcio de conchas marinhas ou lacustres (rochas calcárias). Os sedimentos são as partículas minerais que são produzidas no processo de erosão das rochas existentes.
São partículas destacadas das rochas pela combinação de água, temperatura e vento, arrastadas e depositadas em determinado local. Os depósitos de sedimentos formam camadas sobre camadas (por exemplo, no fundo de lagos) e as camadas superiores comprimem as camadas inferiores.
Após milhões de anos, o lago terá obstruído e secado, formando camadas de sedimentos com quilômetros de profundidade. Aqui a pressão atua devido ao peso das camadas superiores, à alta temperatura gerada e à agregação de substâncias cimentícias.
Tudo isso consolida a formação de rochas chamadas rochas sedimentares, que são trazidas à superfície por movimentos tectônicos. Por outro lado, restos de seres vivos, como conchas ou carbono orgânico, também fazem parte dos sedimentos que constituem essas rochas. Assim, as rochas sedimentares caracterizam-se por serem estratificadas, ou seja, apresentarem camadas ou estratos.
Exemplos de rochas sedimentares são calcário com restos de conchas, arenitos e folhelhos. Além disso, o carvão mineral é uma rocha sedimentar na qual se acumula uma grande quantidade de carbono orgânico.
Rochas metamórficas
Este tipo de rocha é formado a partir dos dois tipos anteriores, ocorrendo no fundo da crosta terrestre ou mais superficialmente. Trata-se de rochas formadas na base de formações sedimentares, submetidas a grandes pressões e altas temperaturas.
Além disso, há também a ação de gases magmáticos, principalmente o vapor d'água. Esta é a chamada metamorfose profunda ou abissal, mas também pode ocorrer em profundidades mais rasas e até quase superficialmente.
Por exemplo, metamorfismo de contato, quando o magma e as rochas vulcânicas atuam sobre as rochas sedimentares, transferindo calor e gases. Bem como o metamorfismo por deslocamento, quando o movimento das placas tectônicas pressiona as rochas sedimentares ou ígneas.
Daí seu nome, já que metamorfose significa transformação, ou seja, uma rocha existente que se transforma em outra. Neste caso, produto da ação de agentes transformadores denominados pressão, temperatura e gases.
Dá origem a rochas com características combinadas de rochas sedimentares e ígneas, por apresentarem aspecto estratificado e também cristalizado. Portanto, eles são formados por cristais como ígneos, mas dispostos em camadas como as sedimentares.
Por isso também são chamadas de esquistosas, ardósias, cristalofílicas ou estratocristalinas. Exemplos de rochas metamórficas são mármore originado de calcário, quartzitos formados de arenitos e folhelhos formados de folhelhos.
Por outro lado, o gnaisse é uma rocha metamórfica formada pela pressão de placas tectônicas em colisão (convergentes), pressionando camadas de arenito e folhelho. No entanto, alguns gnais são formados por rochas ígneas, como o granito.
Referências
- Cepeda, D. (1986). Notes on Igneous Petrology. UNAM, México.
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