Literatura pré-colombiana: as 8 características principais - Ciência - 2023


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Literatura pré-colombiana: as 8 características principais - Ciência
Literatura pré-colombiana: as 8 características principais - Ciência

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As características da literatura pré-colombiana são todos aqueles elementos que personificaram a arte das letras na América antes da chegada dos espanhóis.

A literatura pré-colombiana ou mesoamericana remonta às formas mais antigas de escrita na região mesoamericana, datando de meados do primeiro milênio aC.

Muitas das culturas pré-colombianas da Mesoamérica são conhecidas por terem sido sociedades letradas, produzindo vários sistemas de escrita de vários graus de complexidade e integridade. Os sistemas de escrita mesoamericanos surgiram independentemente de outros sistemas de escrita no mundo.

Literatura e textos criados por indígenas mesoamericanos são os primeiros conhecidos nas Américas por dois motivos.


Primeiro, o fato de que as populações nativas da Mesoamérica foram as primeiras a entrar em contato intenso com os europeus, garantindo que muitas amostras da literatura mesoamericana fossem documentadas.

Em segundo lugar, a longa tradição da escrita pré-colombiana que, sem dúvida, contribuiu para a fácil aceitação do alfabeto latino do espanhol pelos nativos da Mesoamérica e criou muitas obras literárias escritas durante os primeiros séculos após a conquista espanhola do México.

Três temas principais da literatura pré-colombiana podem ser identificados:

  • Religião, tempo e astronomia: as civilizações mesoamericanas compartilhavam o interesse em rastrear o tempo observando corpos celestes e realizando rituais religiosos. Em particular, a verdadeira literatura pré-colombiana, como os códices maias e astecas, trata de informações calendáricas e astronômicas, bem como de rituais relacionados com a passagem do tempo.
  • História, poder e legado: outra grande parte da literatura pré-colombiana é esculpida em estruturas monumentais, como estelas, altares e templos. Este tipo de literatura geralmente documenta poder e herança, lembrando vitórias, ascensão ao governo, dedicatórias de monumentos ou casamentos entre linhagens reais.
  • Gêneros míticos e ficcionais: Principalmente presentes em versões pós-conquista, mas muitas vezes baseados em tradições orais ou pictóricas, a literatura mítica e narrativa da Mesoamérica é muito rica.

Embora o conceito de literatura venha das potências colonizadoras do continente americano, atualmente existem obras que podem ser entendidas como parte de um conjunto que seria literatura pré-colombiana.


Muitos consideram a classificação de literatura pré-colombiana como generalista, já que muitas das culturas indígenas eram manuscritas, enquanto outras mantinham um sistema de escrita por meio de logogramas.

De maneira mais geral, as culturas indígenas são muito diferentes umas das outras e, embora compartilhem características comuns, as divergências podem separá-las e fazer com que entrem em conflito irreconciliável.

Outros, entretanto, entendem como uma necessidade histórica agrupar as culturas pré-colombianas e suas criações artísticas em uma definição, dentro da qual está a literatura.

Características para entender a literatura pré-colombiana

1- Concepção da escrita

Hoje, a maioria das línguas (incluindo línguas indígenas) é escrita usando um alfabeto, atribuindo sons a cada uma das letras.

A atribuição de um alfabeto às línguas indígenas é recente. Porém, em tempos pré-colombianos, civilizações como a maia possuíam um amplo sistema de escrita, formado por logogramas por meio de um silabário que refletiam nas paredes.


Os Incas, por sua vez, não possuíam sistema semelhante. Embora não haja consenso, os pesquisadores consideram que a forma como gravaram foi pelos quipus, que eram uma série de pequenas cordas com as quais puderam ser obtidas mais de oito milhões de combinações.

2- Registro subsequente

Os registros que conhecemos hoje e que são estudados como obras da literatura pré-colombiana foram obtidos graças a registros posteriores feitos principalmente por padres e membros da Igreja Católica.

A maioria desses clérigos trabalhava com índios nativos que atuavam como tradutores. Por exemplo, no caso de Popol Vuh, foi transcrito por Fray Francisco Jiménez no século XVII.

No entanto, os códices maias são originalmente escritos por eles, uma vez que já haviam descoberto o papel.

O trabalho dos pesquisadores, neste caso, foi determinar o significado de seu conteúdo.

3- Influência da religião

Grande parte dos textos transcritos que hoje se destacam como os mais famosos da literatura pré-colombiana contam histórias religiosas, com ênfase em divindades indígenas e lendas da criação do mundo e dos homens.

O mágico e o espiritual têm uma grande influência nesta literatura.

4- Papel da guerra

A força física foi outra das características que mediaram a vida das culturas pré-colombianas.

Os homens dessas civilizações costumavam se engajar na guerra, que era frequente devido a problemas que surgiam entre vários grupos ou mesmo internos.

Algumas das obras literárias pré-colombianas mostram histórias de guerreiros, conquistas e vitórias militares, para exaltar o trabalho realizado pelas tropas.

5- Registro de resultados astronômicos e astrológicos

As civilizações pré-colombianas possuíam vasto conhecimento sobre as estrelas e sua influência na Terra, especialmente em relação à agricultura e ao mar.

Desta forma, eles desenvolveram calendários lunares e solares e criaram relógios e diferentes mecanismos para medir o tempo.

Conclusões desse tipo também foram registradas em obras posteriormente escritas pelos indígenas ou posteriormente transcritas pelos colonizadores.

6- Escassez de obras conhecidas

No primeiro caso, vários grupos indígenas resolveram esconder suas obras dos colonizadores espanhóis, perdendo assim grande parte do patrimônio cultural registrado na época.

No entanto, os clérigos assumiram a tarefa de investigar plenamente os nativos, de modo que as crenças e experiências dos nativos rapidamente começaram a se estabelecer, sem que isso implicasse precisamente a criação de uma obra literária.

O problema surgiu quando se impôs a evangelização e a catequização dos indígenas. A imposição do cristianismo aos aborígines impediu que as crenças fossem mantidas.

Consequentemente, à medida que as gerações morriam, todo o conteúdo literário potencial foi reduzido a alguns exemplares que costumam identificar as culturas a que pertencem e que hoje são preservados com suspeita.

7- Presença de poesia

Na literatura pré-colombiana, a poesia eclodiu com grande força. Os registros são muito escassos por se tratarem de informações transmitidas pela tradição oral, mas com o tempo puderam ser compilados.

Uma das civilizações com mais longa tradição poética foi a Inca. A poesia pré-colombiana exaltava os diferentes pilares que sustentavam as diferentes civilizações indígenas.

Muitos poemas foram dedicados aos guerreiros, aos deuses, às estações do ano, entre muitos outros motivos. Eles podem ser agrupados na forma de canções para serem cantadas às divindades.

Em menor grau, houve reflexões pessoais e análises do ser interior. A poesia se manifestava em público, seja na forma de uma canção ou de uma declamação em diferentes atos em que vivia a sociedade indígena.

8- Uso de mnemônicos

Quando há grupos sociais humanos que não desenvolveram a habilidade de traduzir suas idéias em algo imperecível que não requeira lembrança constante, os mnemônicos são freqüentemente usados ​​como uma forma de fazê-los durar ao longo do tempo.

Mnemônicos são técnicas de memorização baseadas na associação de diferentes idéias mentais.

No caso dos povos indígenas, especialmente os pertencentes a povos não gráficos, o uso dessas técnicas foi institucionalizado, por isso se confeccionavam estruturas que rimavam ou eram fáceis de lembrar. Ele teve uma grande influência na durabilidade da poesia.

Referências

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