Assertividade sexual: 3 segredos para uma vida plena como casal - Psicologia - 2023
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Contente
- O que é assertividade sexual?
- 1. Inicie relacionamentos e comunique as necessidades de forma assertiva
- 2. Recuse sexo indesejado
- 3. História sexual e insistência em anticoncepcionais
- Assertividade no casal e papéis de gênero
Uma das habilidades mais importantes para desfrutar de uma vida sexual ideal é a assertividade sexual. Essa capacidade nos permite comunicar claramente ao nosso parceiro sexual o que queremos e o que não queremos quando temos um relacionamento.
Explicamos exatamente em que consiste, quais benefícios para a saúde são obtidos por meio de sua aquisição e de que forma rompe a rigidez dos papéis de gênero, especialmente para as mulheres.
O que é assertividade sexual?
É a habilidade, ou melhor, o conjunto de habilidades que nos permite compartilhar com nosso parceiro quais são os nossos desejos. Não só isso, mas também a capacidade de dizer “não”, de rejeitar atividades que não são do nosso agrado.
Normalmente se diz que a assertividade sexual é composta por cinco habilidades principais: saber como iniciar relações sexuais desejadas, saber rejeitar o sexo indesejado, comunicar o que nos satisfaz sexualmente, compartilhar nossa história sexual e perguntar sobre a de nosso parceiro e insistir em o uso de anticoncepcionais.
1. Inicie relacionamentos e comunique as necessidades de forma assertiva
A assertividade sexual é essencial para a satisfação sexual. Muitas pessoas sentem-se pouco à vontade para dizer ao parceiro o que gostam na cama.. Além do mais, muitas pessoas se sentem desconfortáveis ao falar durante o sexo. Não há crime em dizer à pessoa com quem fazemos sexo qual é a melhor maneira de nos estimularmos, nem há crime em transmitir que queremos ter um relacionamento, sempre sem insistir se não quer.
É natural para a pessoa que tem mais vontade de iniciar a atividade sexual se ela for consensual: é muito frustrante ter muito apetite sexual e esperar impacientemente que o outro comece por vergonha. Por isso será necessário trabalhar a comunicação sexual, normalizar falar sobre sexo fora e dentro da cama, habituando-se a perguntar e responder às necessidades do outro. A verdade é que quase todos os parceiros sexuais respondem positivamente quando você comunica suas preferências.
Ao dominar essa habilidade assertiva, desfrutaremos mais de nossos relacionamentos e atingiremos o orgasmo com mais frequência. É normal encontrar uma taxa mais alta de anorgasmia em mulheres que não comunicam suas necessidades sexuais aos parceiros.
2. Recuse sexo indesejado
Muitas pessoas, seja porque tem um gosto ruim, bem porque não sabem dizer não, acabam fazendo sexo que eles não querem ter. Isso ocorre fora do casal, em situações em que uma das pessoas insiste demais e a outra acaba cedendo, mas também dentro do casal. Especialmente neste contexto, há pessoas que acreditam erroneamente que só porque são um casal, devem estar sempre dispostos a ter um relacionamento.
A verdade é que, como acontece com a comida, nem sempre temos vontade de fazer sexo. Talvez nós apenas queiramos nos divertir com nosso parceiro sem fazer sexo com penetração, ou talvez não estejamos com vontade. É muito importante dizer não à insistência em como fazê-lo de forma séria e respeitosa. Devemos comunicar ao outro que não queremos fazer sexo em um entendimento, mas sem desculpas.
3. História sexual e insistência em anticoncepcionais
A vergonha ou o medo de ofender são obstáculos que impedem muitos casais de comunicarem a história sexual um do outro. Embora seja um pilar fundamental da saúde, pode ser difícil perguntar à outra pessoa se ela teve relações sexuais desprotegidas com outras pessoas ou se tem uma doença sexualmente transmissível. Novamente, é importante comunicarmos nossas dúvidas por meio da diplomacia, lembrando que sempre vale a pena se proteger, mesmo que a outra pessoa se sinta um pouco desconfortável por alguns minutos.
Por falar em proteção, surge uma das questões mais pesquisadas em relação à assertividade sexual: o uso de anticoncepcionais. Adolescentes e adultos jovens são a população com maior probabilidade de praticar sexo desprotegidoPortanto, é fundamental ensinar às futuras gerações como insistir de forma assertiva no uso de anticoncepcionais.
Claro, o ideal é que o próprio homem tome a iniciativa de usar preservativo, mas as meninas devem estar preparadas para a possibilidade de resistência em colocá-lo. Tal como acontece com a rejeição de relacionamentos indesejados, uma recusa clara de ter sexo desprotegido deve ser comunicada sem medo de que o outro possa ser ofendido. Novamente, a saúde é mais importante do que o desconforto da situação.
Assertividade no casal e papéis de gênero
Além dos benefícios obtidos na saúde, a aquisição de habilidades de assertividade sexual rompe com a rigidez dos papéis de gênero, as expectativas que deles surgem e as crenças nocivas que eles geram.
Tradicionalmente, tem sido o homem que buscou relações sexuais, que se envolveu em namoro, que tem o desejo sexual e que, portanto, deve sempre iniciar relações. As mulheres foram relegadas a um papel passivo, como receptoras, incapaz de sentir o mesmo desejo sexual, cujo orgasmo é opcional e que deve esperar pacientemente para ser seduzida e ter relações sexuais.
Para acabar com esse sistema de crenças machistas, é fundamental ensinar às meninas, desde tenra idade, que elas têm a mesma voz que o homem nas relações sexuais. Que devem assumir um papel ativo e se responsabilizar por sua sexualidade e sua satisfação por meio de uma comunicação assertiva em suas relações interpessoais. Que se não quiserem fazer sexo não é sinônimo de frígida ou mesquinha, porque sexo é recíproco e não adianta ter relações se apenas um dos dois quiser.
A assertividade sexual permite que as mulheres recuperem o senso de controle sobre sua própria sexualidade, ponha fim a situações de coerção e pressão sexual, ao mesmo tempo que permite que os homens se livrem do estereótipo masculino de que sempre têm apetite sexual. É perfeitamente normal que os homens não tenham vontade de fazer sexo, não sejam os primeiros a iniciá-lo e até mesmo comuniquem preferências sexuais que podem ser interpretadas como pouco masculinas.
Assim, os benefícios da assertividade sexual não terminam com a melhoria da saúde sexual e psicológica e a prevenção de comportamentos de risco, mas sim com facilitar o progresso social em direção à igualdade de gênero e à ruptura com o heteropatriarcado.