Pessoas curiosas são mais espertas - Psicologia - 2023
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Contente
- A relação entre curiosidade e aprendizagem não é nova
- Nucleus accumbens: motivação, prazer e aprendizagem
- Dados e conclusões do estudo
- resumindo
Um estudo publicado na revista Neurônio, afirma que a curiosidade é benéfica para a aprendizagem. De acordo com esta pesquisa, as pessoas acham mais fácil memorizar e reter informações sobre os tópicos que lhes são curiosos, porque este estado de motivação intrínseca aumenta a atividade do mesencéfalo, do núcleo accumbens e do hipocampo (áreas do cérebro relacionadas ao aprendizado, memória e repetição de comportamentos agradáveis).
Embora muitos de nós já tenham experimentado isso, essas descobertas podem ajudar os cientistas a encontrar novas maneiras de melhorar o aprendizado e a memória, e podem fornecer novas estratégias educacionais para professores.
A relação entre curiosidade e aprendizagem não é nova
Que aprendamos mais rápido sobre os temas que despertam nosso interesse e nossa curiosidade, não é novidade. Certamente, quando uma pessoa diz “que não gosta ou que não tem curiosidade sobre o que estuda”, terá dificuldades para realizar uma boa aprendizagem. Na verdade, aprendemos muito melhor por meio de um aprendizado significativo. Mas esta pesquisa fornece informações sobre como a curiosidade está relacionada à função cerebral e como a motivação intrínseca afeta a aprendizagem.
Matthias Gruber e seus colaboradores conduziram a pesquisa na Universidade da Califórnia e descobriram que quando temos curiosidade sobre algo, nossa mente não apenas absorve o que nos interessa, mas também memorizamos os dados em torno do assunto de nosso interesse, e isso a princípio é estranho ao objeto de curiosidade. Por outro lado, os pesquisadores também concluíram que o hipocampo, que ajuda na formação da memória, torna-se mais ativo quando demonstramos mais interesse.
Nucleus accumbens: motivação, prazer e aprendizagem
Uma área do cérebro envolvida com motivação e repetição de comportamentos prazerosos é o núcleo accumbens (que faz parte do sistema de recompensa). É encontrado em ambos os hemisférios e recebe informações de vários centros cerebrais relacionados com emoções (amígdala e hipotálamo) e memória (emocional, processual e declarativo). Além disso, recebe entradas dopaminérgicas da área tegmental ventral e áreas motoras do córtex. A presença de dopamina no nucleus accumbens facilita a memória e o aprendizado de longo prazo.
Mas o nucleus accumbens também está relacionado à motivação, e a curiosidade desencadeia a ativação do circuito de recompensa (do qual faz parte o nucleus accumbens). Guber afirma: "Mostramos que a motivação intrínseca na verdade recruta as mesmas áreas do cérebro que estão fortemente envolvidas na motivação extrínseca tangível."
Por outro lado, como outras pesquisas já haviam concluído, para ativar o nucleus accumbens é necessário que o evento seja novo e inesperado (que não corresponde às informações que armazenamos na memória). Após essa pesquisa, parece que a curiosidade, que pode ser entendida como a busca de novidades ou o desejo de saber ou descobrir algo, também a aciona.
Dados e conclusões do estudo
Para a realização do estudo, 19 alunos foram recrutados para avaliar mais de 100 perguntas triviais, indicando seu grau de curiosidade (de 0 a 6) e sua percepção de autoconfiança em respondê-las corretamente.
Então os cientistas mediu a atividade cerebral de cada sujeito usando a técnica de imagem chamada ressonância magnética funcional (FMRI). Enquanto isso, em uma tela, cada participante viu as perguntas que classificou como curiosas ou não curiosas, e cada questão demorou 14 segundos para aparecer. Nesse intervalo de tempo, surgiram imagens de rostos com expressões faciais que nada tinham a ver com as perguntas.
Posteriormente, os alunos responderam a essas perguntas e, além disso, receberam um questionário no qual deveriam se lembrar dos rostos. Os resultados indicaram queOs sujeitos lembravam dos rostos em 71% dos casos em que classificaram a questão como curiosa. Em contraste, nas perguntas que foram classificadas como não curiosas, apenas 54% dos rostos foram lembrados. Algo que não surpreendeu ninguém.
Mas o que surpreendeu os pesquisadores é que, ao analisar o teste de reconhecimento facial, quanto mais curiosos os participantes avaliaram uma foto (de 0 a 6), mais cara eles se lembraram. Além disso, embora os rostos não estivessem relacionados com as perguntas, eles as memorizaram 24 horas depois.
resumindo
Em resumo, após o estudo, os pesquisadores afirmaram que:
- O estado de curiosidade ajuda a melhorar o aprendizado, porque memorizamos tópicos que nos interessam mais (mesmo que sejam mais difíceis).
- Quando "o estado de curiosidade" é ativado em nosso cérebro, somos capazes de reter informações, até mesmo material incidental (aquele sobre o qual não estávamos tão curiosos no início).
- O estado de curiosidade ativa o núcleo accumbens e o mesencéfalo em nosso cérebro (áreas envolvidas na aprendizagem, memória, motivação e reforço de comportamentos agradáveis) e o hipocampo.
- O material que aprendemos quando nosso cérebro é ativado desta forma dura muito mais, levando a uma aprendizagem significativa.