Filosofia de Sócrates na Ética, Educação e Amor - Ciência - 2023


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Filosofia de Sócrates na Ética, Educação e Amor - Ciência
Filosofia de Sócrates na Ética, Educação e Amor - Ciência

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o Filosofia de Sócrates (469-399 aC) foi tão importante na história da filosofia que os pensadores gregos antes dele são conhecidos como pré-socráticos e, mais tarde, os socráticos maiores (Platão e Aristóteles) e os socráticos menores.

De pai pedreiro (ele entalhava pedras para construções e esculturas) e mãe parteira, Sócrates foi escultor, soldado (ele se destacou em três batalhas durante a Guerra do Peloponeso) e cidadão que participou da vida pública, embora não diretamente na política.

Ele viveu um momento estelar da cultura grega e especialmente da cultura ateniense.Inicialmente ele foi discípulo de Anaxágoras, e se tornou adulto em uma época em que os sofistas (filósofos que ensinavam em troca a argumentar) dominavam, mas ele acabou procurando o seu próprio caminho.


Ao contrário dos sofistas, com quem era comparado, não pedia dinheiro em troca de seus ensinamentos e preferia o diálogo em pequenos grupos a discursos ou conferências para grandes públicos. Ele se vestia com modéstia, comia e bebia sobriamente.

Aos 70 anos, foi acusado pelas autoridades atenienses de ignorar os deuses e corromper os jovens, e foi condenado ao suicídio ao tomar veneno. Foi uma acusação injusta, e sua coragem e honestidade foram justificadas após sua morte.

Além de ser o pai da ética, é considerado um apóstolo da liberdade moral. Não tendo deixado nenhum testemunho escrito, seu pensamento às vezes pode ser confundido com o de seu discípulo principal, Platão (427-347 aC).

O problema socrático

Estudiosos e filósofos concordam que a figura de Sócrates e, conseqüentemente, todo o seu pensamento pode não ter sido inteiramente seu. Sócrates nunca colocou sua filosofia em texto e a única coisa que está escrita sobre ele é produto de seus seguidores, como Platão e Xenofonte.


Muitos pensadores ousam dizer que Platão até colocou seus próprios pensamentos na boca de Sócrates, especialmente nos últimos livros que escreveu. Por causa disso, é muito difícil discernir entre o que seus discípulos pensavam e o que Sócrates realmente defendia e acreditava.

No entanto, é tudo o que se tem de sua filosofia. Por isso, não resta outra opção senão tomá-lo como verdadeiro, lembrando sempre que, se surgir alguma contradição, é provável que tenha vindo de quem escreveu a respeito e não do próprio Sócrates.

Ética socrática

Com Sócrates, a filosofia deixa de se questionar sobre a natureza e se concentra pela primeira vez no ser humano. Ele é o primeiro a abordar a questão da ética, sabendo o que é justo, verdadeiro e bom. Ele é considerado um dos pais da ética como um ramo da filosofia, junto com Aristóteles.


Ética como objetivo

Sócrates afirmou que a finalidade do ser humano é a busca do bem. Ele considerava a alma como a realidade essencial com a qual devemos nos preocupar, e não tanto com as necessidades do corpo.

Estabelece a crença na alma e em uma divindade universal

Ele concordou com o sofista Protágoras que "o homem é a medida de todas as coisas"; Ele também afirmou a existência de uma alma universal, uma divindade suprema que teria organizado o universo a serviço dos seres humanos.

Ética na política

Ele também concordou com os sofistas em seu interesse pela vida pública e pela política. Ele acreditava que o governo deveria ser liderado por homens sábios, especialistas no bem, na justiça e no exercício da virtude. Essa postura o confrontou criticamente com a democracia ateniense.

Educação socrática

"Eu só sei que não sei nada"

Uma das frases mais citadas e famosas de Sócrates é "Só sei que nada sei"; Com isso ele quis dizer que nossa ignorância sobre o mundo e sobre nós mesmos é maior do que conhecemos, e que é importante reconhecer nossa ignorância para começar a aprender.

Sócrates também acreditava que o conhecimento, o amor ao conhecimento, leva a uma vida justa e boa, enquanto a ignorância favorece o vício e o mau comportamento. O vício seria consequência da ignorância.

Maiêutica

O filósofo endossa uma frase que foi encontrada fora do Templo de Apolo em Delfos: "Conheça a si mesmo." Para ele, o primeiro passo na direção da sabedoria foi por meio do conhecimento interior e do autocontrole.

Para descobrir o quanto sabemos e o quanto ignoramos, Sócrates desenvolveu um método baseado no diálogo, investigando cada pessoa até que surjam ideias e pensamentos e, assim, sabendo se eram verdadeiros ou falsos. Sócrates chamou esse método de "maiêutica".

A mãe de Sócrates era parteira (mayeuta, em grego), e se via como parteira, ajudando seu interlocutor a fazer nascer a ideia ou verdade que tinha dentro de si.

Esse método também trouxe à luz falsos conhecimentos, que por meio da chamada “ironia socrática”, expunham argumentos extravagantes ou errados.

A Mayeutics consiste em conduzir o interlocutor por meio de uma série de perguntas e respostas bem direcionadas para aprofundar um tema (amor, beleza, justiça, etc.), até chegar à verdade.

Ele considerou que a sabedoria não consiste em acumular conhecimento, mas em saber quando algo é verdadeiro ou falso e na capacidade de cada um usar o conhecimento junto com o autocontrole para exercer o bem e ser um cidadão virtuoso.

Sócrates e amor

A origem do amor

Os diálogos de Platão que coletam as idéias de Sócrates sobre o amor são O banquete Y Phaedo. Na primeira, Sócrates se reencontra com um grupo de amigos e ali é contado o famoso mito da origem do amor.

Antigamente, cada pessoa era um ser com dois corpos unidos pelo umbigo. Esses seres, com quatro braços e quatro pernas, tornaram-se muito poderosos e orgulhosos, então Zeus decidiu dividi-los, como punição.

Desde então, as almas destes seres divididos se procuram e o amor, quando verdadeiro, é o sinal de um reencontro.

Amor como espírito

Sócrates considera que o amor não é uma divindade (por exemplo, ele não acreditava no deus do amor, Eros), mas algo intermediário entre os mortais e os deuses, um "daimon", demônio ou espírito, e é também o desejo de posse do bem e de reproduzir o belo física e espiritualmente.

Sócrates não via o amor como um fim em si mesmo, mas como um meio para uma vida justa e sábia. Entenda que primeiro sentimos amor pela beleza física ou terrena, até entendermos que a beleza está no espírito.

Por outro lado, o amor pela beleza ou pelo belo, e pela alma individual, é um passo em direção ao amor do espírito supremo, a alma de todas as coisas. Desse modo, o amor nos leva a querer ser melhores, a querer levar uma vida virtuosa. O amor, como Sócrates o vê, nos leva a buscar a divindade.

Outras crenças filosóficas de Sócrates

Moralidade e virtude

Para Sócrates, a moralidade é a base da vida do homem. Se o homem sabe o que é bom, belo e justo, agirá assim e não com comportamentos indesejáveis.

Sócrates defende a ideia de que existe uma natureza humana universal, com valores igualmente universais, que todo homem pode usar como guia para agir moralmente no dia a dia.

Política

Para Sócrates, as ideias e as verdadeiras essências das coisas pertencem a um mundo que só o sábio pode alcançar, razão pela qual ele afirma que o filósofo é o único homem apto a governar.

Referências

  1. Platão (1871). Trabalhos completos. Retirado de philos.org.
  2. Ismael, J.C. (2004). Sócrates é a arte do berçário. Retirado de book.google.com.ar.
  3. Osborne, R., Edney, R. (2005). Sócrates para iniciantes. Retirado de classesdferrari.wordpress.com.
  4. Solana Dueso, J. (2018). Sócrates, o professor da Grécia. Retirado de historia.nationalgeographic.com.es.
  5. Sócrates (2020). Retirado de es.wikipedia.org.