Pintura gótica: origem, características, pinturas famosas, autores - Ciência - 2023
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Contente
- Origem da pintura gótica
- Origem do termo gótico
- Características da pintura gótica
- A avaliação do detalhe
- Pintura gótica espanhola
- Pintura gótica flamenga
- Pinturas góticas famosas e seus autores
- Referências:
o pintura gótica Foi uma das expressões artísticas da arte gótica, que se desenvolveu na Europa Ocidental entre os séculos XII e XV. Caracterizou-se pelo predomínio de temas religiosos, pela valorização dos detalhes, por um estilo mais realista e expressivo, bem como pelo forte contraste entre escuridão e luz.
Nesse período as técnicas mais utilizadas eram a têmpera (têmpera) e o óleo, além do uso da madeira como suporte. Por outro lado, a pintura gótica também se destacou pela mudança no espaço onde as obras foram realizadas, já que a redução progressiva dos murais fez com que ela se desenvolvesse nos vitrais e nas miniaturas dos livros manuscritos, conhecidos como códices.
Sua evolução foi dividida em três etapas: gótico linear, gótico italiano e gótico internacional. O primeiro foi o linear ou gótico francês (século XIII), que se caracterizou pelo destaque especial nas linhas que definiam os contornos.
A segunda ficou conhecida como gótica italiana (século XIV) e teve duas grandes escolas: Florença e Siena. Esta fase destacou-se pela profundidade dos trabalhos, pelo uso da coloração objetiva, e pela maior precisão e exatidão nas figuras e representações.
Por fim, a terceira etapa foi o gótico internacional (século XV), que se destacou pelo realismo e pelo surgimento de influências flamengas que se misturaram com a italiana e a francesa.
Origem da pintura gótica
A pintura gótica sucedeu ao estilo românico, que prevaleceu durante os séculos 11 e 12 na Europa Ocidental.
Essa foi a primeira arte claramente cristã e se destacou por colocar ênfase mais na narrativa do que na ilustrativa, deixando os detalhes da obra em segundo plano e focalizando o seu significado.
O gótico, por sua vez, continuou com a temática cristã, mas acrescentou mais complexidade às obras, realçando o decorativo sobre o simbólico. Por isso, suas figuras costumam ser mais expressivas e realistas, e possuem feições mais humanizadas.
A arte românica é o reflexo de uma época em que a vida rural ainda predominava e as sociedades eram compostas por guerreiros e camponeses. Isso deu um caráter mais simplista e idealizado.
Por outro lado, o estilo gótico coincidiu com o surgimento das grandes cidades, o desenvolvimento da burguesia e a fundação das primeiras universidades.
Foi uma época marcada por conflitos, revoltas populares, guerras e mudanças econômicas, religiosas e culturais, que influenciaram a arte e a tornaram mais complexa.
A pintura gótica surgiu no norte da França e de lá se espalhou por toda a Europa. Posteriormente, foi substituído pelo período do Renascimento, o que significou um retorno aos valores da cultura greco-romana, com maior humanização e livre contemplação da natureza.
Origem do termo gótico
A palavra "gótico" vem da palavra latina "gothicus", que significa "relativo aos godos", um antigo povo germânico que invadiu a Espanha e a Itália após a queda do Império Romano. Eles foram chamados de "bárbaros" pelas populações atacadas.
O uso do termo "gótico" associado à arte tem um significado depreciativo e pejorativo. Recebeu esse nome durante a Renascença e aludia aos desenhos lógicos desordenados e muitas vezes inexistentes das construções arquitetônicas feitas durante este período da Idade Média.
Em contraste com a perfeição e a racionalidade do estilo clássico, o Renascimento considerou esta fase rude, rude e "bárbara". Desta forma, pela associação desta palavra com o povo gótico, eles a definiram com aquele nome.
Com o tempo, o termo gótico tornou-se associado ao escuro e ao emocional.
Características da pintura gótica
A pintura gótica caracterizou-se pela predominância de temas religiosos, inspirados principalmente na vida de Jesus e da Virgem Maria e, em menor medida, na de anjos, santos e apóstolos.
No entanto, esses personagens foram retratados de um ponto de vista mais humano do que divino, mostrando sentimentos e emoções, em oposição à rigidez do estilo românico.
Por outro lado, seus trabalhos são mais realistas, expressivos e descritivos do que os do período anterior, e se destacam pela importância no uso de cores claras e brilhantes.
Além disso, a redução progressiva das paredes fez com que se desenvolvesse em grandes janelas, nas miniaturas dos códices e nas mesas de madeira.
Quanto à técnica, no início a mais utilizada era a têmpera ou tinta de têmpera, em que o pigmento é dissolvido em água e engrossado com ovo, gordura animal, caseína, borracha ou uma solução de glicerina.
Posteriormente, foi utilizada tinta a óleo, que mistura os pigmentos com um ligante à base de óleos de origem vegetal.
A avaliação do detalhe
Outra das características marcantes da pintura gótica é a sua complexidade e o cuidado com os acabamentos. As figuras são mais humanizadas e apresentam formas estilizadas e suaves, o que lhes confere um aspecto mais natural.
Por outro lado, as obras destacam-se pela profundidade e pela busca de uma aproximação com a realidade. Também pelo uso de cores vivas, que causam forte contraste entre claro e escuro, e pelo uso de fundos dourados.
Por sua vez, em algumas pinturas góticas são percebidos avanços no uso da perspectiva.
Pintura gótica espanhola
Na Espanha, a pintura gótica também abandonou os murais para se desenvolver principalmente nos retábulos, estruturas que ficam atrás dos altares das igrejas católicas.
Como em outras partes da Europa, sua evolução ocorreu em quatro etapas, de acordo com a influência recebida. A fase linear ou francesa pode ser vista, por exemplo, em A frente da Avià, um altar que existia na Igreja de Santa María de Aviá, em Barcelona, e que atualmente pode ser visitado no Museu Nacional de Arte da Catalunha.
O período gótico italiano, por seu lado, está presente em obras como os retábulos do Convento de Santa Clara, em Palma de Maiorca; de Don Juan Manuel, na catedral de Murcia, de Bernabé de Modena; e do Espírito Santo, na Catedral de Manresa, Catalunha.
Enquanto isso, o palco internacional aparece nos retábulos de San Pedro de Tarrasa, de Luis Borrasá, e da Virgem do Museu do Prado, de Nicolás Francés. Também na pintura a têmpera São Jorge matando o dragãode Bernardo Martorell.
Finalmente, a fase hispano-flamenga pode ser vista em A virgem dos conselheiros, de Luis Dalmau, e nos retábulos dos santos Abdon e Senén e do condestável Pedro de Portugal, de Jaime Huget. Também em A piedade, de Fernando Gallego e no Retrato de Santo Domingos de Silospor Bartolomé Bermejo.
Pintura gótica flamenga
O estilo gótico flamengo surgiu na Flandres no início do século XV, de onde se espalhou por toda a Europa. Sua principal inovação foi o uso da pintura a óleo, o que lhe permitiu dar um maior grau de detalhe e realismo às obras.
Entre suas principais características estavam o uso da perspectiva, o tratamento especial da cor e da luz e a fidelidade nos rostos humanos, o que mostra uma aproximação com o estilo renascentista que veio depois.
No entanto, a pintura gótica flamenga manteve o tema religioso, com o detalhe de que em muitas obras o aristocrata que encomendou as obras aparece em cena como outro personagem.
Entre as figuras relevantes deste estilo estavam os irmãos Van Eyck, o mestre de Flémalle, Roger Van Deir Wayden, Dirck Bouts, Hugo Van Deir Goes, Memblin e El Bosco.
Pinturas góticas famosas e seus autores
– Maestà, do pintor italiano Duccio. É uma pintura a têmpera sobre painel feita entre 1308 e 1311. Hoje você pode visitar o Museo dell'Opera Metropolitana del Duomo em Siena, na Itália.
– A Virgem do Chanceler Rolin, do pintor flamengo Jan Van Eyck. É uma pintura a óleo sobre painel feita em 1435. Hoje pode ser visitada no Museu do Louvre em Paris, França.
– Lamentação sobre o Cristo morto, do pintor italiano Giotto. É um afresco realizado entre 1305 e 1306. Pode ser visitado na Capela Scrovegni em Pádua, Itália.
– Adoração dos Reis, do pintor flamengo El Bosco. É uma pintura a óleo sobre painel, realizada em 1499 ou mais tarde. Atualmente pode ser visitado no Museu de Arte da Filadélfia, nos Estados Unidos.
– A descida da cruz, do pintor flamengo Roger Van Deir Weyden. É uma pintura a óleo sobre painel, realizada em 1435 ou posterior. Atualmente pode ser visitado no Museu do Prado em Madrid, na Espanha.
– Maestà di Santa Trinità, do pintor italiano Cimabue. É um retábulo executado em 1290 ou mais tarde. Atualmente pode ser visitado na Galeria Uffizi em Florença, Itália.
Referências:
- Arte gótica, Encyclopaedia Britannica. Disponível em: britannica.com
- Marqués de Lozoya, Luis Felipe (1935). Arte gótica na Espanha. Trabalho Editorial. Espanha.
- Pintura Gótica, História e Arte. Disponível em: historiayarte.net
- Pintura gótica, Museu do Prado. Disponível em: museodelprado.es
- Pintura gótica, Wikipedia. Disponível em: wikipedia.org