Você consegue identificar um mentiroso? Os 8 tipos de mentiras - Psicologia - 2023


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Todos nós conhecemos o famoso personagem da Disney chamado Pinóquio, cujo nariz crescia cada vez que ele mentia. Pois bem, mais de um teria que esticar esse órgão do sistema respiratório, porque mentimos mais do que pensamos.

Isso parece indicar um estudo publicado no livro "Liespotting: técnicas comprovadas para detectar enganos" pela autora Pamela Meyer. Como este texto explica, as pessoas geralmente mentem entre 10 e 200 vezes por dia, já que costumamos contar partes da verdade. Em outras palavras, dizemos apenas aquelas frases que as pessoas querem ouvir, aquelas que são consideradas socialmente aceitáveis.

Além disso, mentir é mais comum quando acabamos de conhecer alguém novo. Em outro livro chamado "O mentiroso da sua vida", Professor de Psicologia da Universidade de Massachusetts, Robert Feldman, explica que: "Mentimos entre duas a três vezes nos primeiros 10 minutos da primeira conversa com alguém que acabamos de conhecer." Como isso é explicado? De acordo com Feldman, mentir é um mecanismo automático de proteção da autoestima que é ativado quando encontramos alguém pela primeira vez.


O "efeito Pinóquio" para detectar mentiras

Mas a relação entre a mentira e o nariz, que caracteriza o famoso personagem da Disney, não é apenas ficção científica. Uma investigação do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Granada descobriu que a temperatura do rosto aumenta quando nos deitamos, especialmente na região do nariz. É o que se conhece como "Efeito Pinóquio". Para realizar o estudo, eles usaram a termografia: uma técnica que detecta a temperatura corporal.

A verdade é que os seres humanos são péssimos detectores de mentiras. Isso é confirmado por um estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, que conclui que, quando temos uma pessoa na nossa frente, só percebemos que a outra está nos enganando entre 54% e 56% das vezes. E se é difícil pegar um mentiroso pessoalmente, é mais difícil pegá-lo quando falamos no WhatsApp.


  • Se você quiser saber alguns truques para interpretar mensagens do WhatsApp, pode ler nosso artigo: "Como posso saber se estou sendo enganado pelo WhatsApp?"

Os 8 tipos de mentiras

Como podemos ver, todos nós mentimos às vezes. Mas todas as mentiras são iguais? Certamente não. Existem mentiras que se usam para não magoar alguém, mentiras que se usam para conseguir algo e mentiras que resultam de um exagero.

A seguir nós apresentamos a você os diferentes tipos de mentiras, em um guia prático que pode ser útil para estar preparado para seus compromissos e no seu dia a dia.

1. mentiras brancas

Poderíamos dizer que mentiras brancas são mentiras que são justificadas e, para muitos, são perdoáveis. Isso ocorre porque as mentiras inocentes têm uma intenção benevolente. Por exemplo, se alguém nos dá algo que pode ser especial para ele, mas que você não gosta e, além disso, você sabe que não vai usar na sua vida. Certamente você mentirá para ele e dirá que amou seu presente. Basicamente, neste exemplo, a mentira é usada para não ferir os sentimentos de outra pessoa.


2. Promessas quebradas

As promessas quebradas eles são uma falha em manter um compromisso previamente discutido, e são caracterizados por haver uma espécie de contrato implícito. Promessas quebradas podem ser especialmente prejudiciais quando a pessoa que fez a promessa não tinha a intenção de cumprir sua palavra desde o início, porque criam esperança na outra pessoa.

Às vezes, pode acontecer que uma mentira inocente também seja uma promessa quebrada. Por exemplo, se uma garota que você pediu para sair para beber, aceite seu convite para ter uma boa aparência. Mas depois, quando chega a hora, ele levanta você porque em nenhum momento ele pretendeu sair com você. Ou seja, ele só fez isso para que você não se sentisse mal naquele momento e pudesse sair daquela situação comprometida.

3. Mentiras intencionais ou instrumentais

Mentiras intencionais ou instrumentais Eles não são benevolentes, mas muito pelo contrário: eles buscam o interesse próprio. Esses tipos de mentiras têm a característica de serem usados ​​para conseguir algo, por exemplo, um emprego.

Muitas pessoas mentiram em seu currículo para conseguir um emprego. Como você pode ver, essas mentiras não precisam ter uma intenção maliciosa. Embora, em alguns casos, as pessoas possam usá-los para prejudicar outra pessoa.

4. Mentiras para si mesmo (autoengano)

Esses tipos de mentiras são inconscientes e têm a ver com nossas crenças, porque é difícil para nós questioná-las. Além disso, às vezes, é difícil para nós aceitar a realidade e é mais fácil mentir para nós mesmos para evitar o medo da incerteza, porque assim não temos que sair da zona de conforto.

Dissonância cognitiva é uma das causas mais frequentes de autoengano. Um exemplo clássico desse fenômeno é o dos fumantes. Eles sabem que fumar pode causar câncer, problemas respiratórios, fadiga crônica e até a morte. Mesmo assim, a grande maioria continua fumando porque se engana com frases como: "de que adianta viver muito se não dá para aproveitar a vida".

5. Os rumores

Rumores têm a ver, mais do que com intenção, com o efeito que uma mentira produz. Uma de suas características é que várias pessoas participam dos boatos. Um boato é informações cuja veracidade é duvidosa ou não pode ser corroborada, pois não se sabe com certeza se é verdadeira. Alguém pode espalhar um boato intencionalmente, embora não seja necessário haver uma intenção subjacente.

Por exemplo, um homem chamado Antonio viu uma colega de trabalho sair do escritório de seu chefe com uma atitude muito amigável e eles se abraçaram. Surpreso, e como seu chefe não é exatamente a pessoa mais gentil do mundo, ele corre para contar a outro colega (Juan). Juan, que não viu o acontecimento, mas que, pela reação de Antonio, pensa que há algo sério entre o patrão e o empregado, na manhã seguinte outro colega de escritório lhe conta a respeito. Este último conta para outro colega, que faz o mesmo até que todo o escritório saiba. A última pessoa que o conta recebeu a informação distorcida, e os detalhes do ocorrido foram exagerados de tal forma que realmente parece haver uma relação amorosa entre os dois atores.

Boatos podem causar muitos danos e, de fato, foi uma das estratégias utilizadas pelos nazistas para que a população alemã rejeitasse os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

6. O exagero

Certamente você já encontrou alguém que tende a exagerar em tudo o que diz. Por exemplo, que flertou com muitas garotas, quando na verdade só teve sucesso com uma. Bem, o exagero é apenas isso. Geralmente são histórias que têm alguma verdade, mas costumam ser exageradas para impressionar os outros.

Além das histórias em que se agregam mentiras, há também mentiras por omissão, caracterizadas por a pessoa não inventar a história, mas omitir dados relevantes.

7. Plágio

Plágio refere-se não apenas a mentiras, mas também a roubo. Consiste em copiar o trabalho de outro. O plágio é um ato sério e pode ter consequências jurídicas. Alguns alunos foram reprovados em aulas para isso, e alguns escritores profissionais foram relatados por terem copiado as obras de outros indivíduos. Além disso, há voluntariedade no plágio, é um ato de má-fé. Por isso é uma das mentiras mais condenáveis, pois combina tanto a apropriação de uma obra que não é sua como a do fraude.

8. Mentiras compulsivas

Mentiras compulsivas São as mentiras que mentirosos compulsivos inventam repetidamente. Geralmente, são causados ​​por um problema sério (por exemplo, baixa autoestima), portanto, essas pessoas geralmente requerem atenção. Na verdade, um mentiroso compulsivo pode ter dificuldade em parar sua vontade de mentir, e muitas vezes eles mentem, mesmo quando é mais fácil dizer a verdade.

  • Conheça o caso real do mentiroso compulsivo em nosso artigo: "Mentiroso compulsivo psicanalisado: um caso real"

Referências bibliográficas:

  • Adler, J.E. Mentir, enganar ou implicar falsamente. Journal of Philosophy.
  • Carson, Thomas L. (2006). A definição de mentira. Nous.
  • Fallis, Don. (2009). O que é mentir? Journal of Philosophy.
  • Sorensen, Roy. (2007). Bald-Faced Lies! Mentir sem a intenção de enganar. Pacific Philosophical Quarterly.