O que é um ato falhado? (Lapsus) Tipos e significado - Ciência - 2023
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Contente
- Origem do termo
- Qual é a origem dos atos falhados?
- Desejos do inconsciente
- Tipos de atos falhados
- Manifestações verbais
- Manifestações na leitura e escrita
- Manifestações em ouvir
- Manifestações na memória, esquecimento
- Manifestações nos atos
- Qual é o significado de atos falhados?
- O que dizem os atos falhados?
- Referências
o ato falhado ou lapsus é considerado pela psicanálise como uma produção do inconsciente, um meio, um canal ou meio pelo qual ele pode se expressar. É o meio pelo qual o inconsciente consegue revelar os desejos que nele se depositam.
Atos falhos também são conhecidos como lapsos, operações falhadas, escorregões na fala e / ou na memória; Erros que não podem ser explicados por quem os cometeu, pois muitas vezes a pessoa não sabe o que aconteceu.
Aqueles que o percebem podem se perguntar sobre isso, mas não encontram uma razão lógica para explicá-lo. Isso porque a origem dos atos falhados vem do inconsciente e, todo o conteúdo aí alojado, opera como algo inexplicável e contraditório para a consciência.
É através da psicanálise e de sua técnica de associação livre, regra fundamental desta disciplina, pela qual o sujeito é convidado a dizer tudo o que passa por sua mente à medida que se manifesta, que se pode lançar luz sobre o que que a verdade inconsciente, manifestada no ato falhado, pode ganhar significado real para a consciência.
Origem do termo
O termo ato falhado foi introduzido por Sigmund Freud (1856-1939), médico austríaco, considerado por seu conhecimento e pelas obras que escreveu ao longo de sua vida como o pai da psicanálise.
Freud conceituou o ato falhado como uma manifestação, um dizer do inconsciente que entra em conflito com a intenção consciente do sujeito, gerando assim o sintoma. É por meio desse ato fracassado que um desejo inconsciente emerge na consciência.
Freud considera que os atos falhados são atos psíquicos, portadores de significado e intimamente ligados a duas intenções opostas, a consciente e a inconsciente.
Qual é a origem dos atos falhados?
Desejo ou intenção do inconsciente que encontrou, por meio do ato falhado, uma forma de se comunicar. Desta forma, traindo a consciência que, na sua presença, fica confusa ou desconcertada.
É então que o sujeito pode encontrar seu próprio desejo inconsciente por meio de um ato falhado. Sem saber nada sobre isso, já que sua intenção consciente nada tinha a ver com o que aconteceu.
O que acontece é que, na realidade, essa intenção é própria do sujeito, mas eles aparecem em princípio como ocultos dele. É assim que os atos falhados se manifestam como resultado de uma ação intencional do inconsciente, apresentando-se espontaneamente e sem serem controlados por sua própria vontade.
É por isso que os lapsos também são chamados de atos involuntários. Pois não é uma vontade da consciência que atua no momento de seu aparecimento, mas uma intenção inconsciente.
Este, que aparece como uma contradição ou conflito entre a vontade dessas duas instâncias psíquicas, como a consciência e o inconsciente, também apresenta uma dicotomia em sua definição, uma vez que o ato falhado é na verdade uma conquista.
Desejos do inconsciente
Isso pode ser entendido como a manifestação de um desejo alojado no inconsciente, que superou as barreiras da consciência, nele emergindo. Ou seja, por meio do ato falhado, um desejo próprio, de natureza inconsciente, está se manifestando.
Esses desejos estão alojados no inconsciente, pois foram reprimidos porque sua natureza rompe com a moral do sujeito. Estar intimamente ligado a sentimentos ou desejos sexuais. O conteúdo desse desejo é rejeitado pela consciência e, portanto, alojado no inconsciente.
Por meio da repressão, entendida como mecanismo de defesa psíquica, que atua no nível do inconsciente e tem como objetivo último rejeitar algo da consciência, o sujeito consegue evitar reviver ou relembrar situações desagradáveis ou traumáticas geradoras de desprazer. O ato falhado seria então o retorno daquele reprimido que irrompe na consciência.
Os motivos pelos quais o mecanismo de repressão é acionado são diversos, mas seu objetivo é sempre o mesmo, de evitar o surgimento de sentimentos como angústia, medo, culpa ou vergonha entre outros, na consciência do assunto para evitar descontentamento.
Esse mecanismo psíquico não é perfeito e, portanto, pode falhar em seu funcionamento. O resultado disso é a gênese de um ato falhado.
Tipos de atos falhados
Existem muitas e diversas maneiras pelas quais as pessoas podem cometer um ato falhado. Estão presentes no dia a dia de todas as pessoas e existem tantas maneiras de se revelar quanto existem diferentes personalidades, modos de falar, agir e ser.
Esta classificação refere-se às diferentes formas como esses atos podem ser apresentados:
Manifestações verbais
Referem-se a expressões produzidas na fala, das quais o sujeito pode ou não tomar conhecimento no momento em que são colocadas em jogo.
• Diga o contrário do que se pretendeu, representado pela expressão contrária à intenção do sujeito.
• Erros de pronúncia, podendo até dizer uma palavra inexistente criando um neologismo.
• Substituição de palavras, quando uma determinada palavra se refere e é substituída por outra.
• Diga o que não foi feito conscientemente.
Manifestações na leitura e escrita
Representado por erros de leitura e / ou escrita. Esses erros podem ser revelados em conjunto com as manifestações verbais.
Pode acontecer que, ao ler em voz alta, o sujeito troque uma palavra por outra, pronuncie incorretamente uma palavra ou crie um neologismo produto da intenção de ler a palavra correta em combinação com uma palavra associada a um pensamento.
Ou, no momento da escrita, um pensamento irrompe na consciência e o sujeito escreve uma palavra relacionada a ele ao invés do que ele queria e / ou deveria escrever.
Manifestações em ouvir
Referem ouvir algo diferente do que foi dito, não tendo a ver com audição ou problemas de audição, mas sim tendo acreditado ouvir algo diferente do que a outra pessoa disse.
Geralmente acontece que a pessoa está convencida de que ouviu algo que nada tem a ver com o que o outro disse. Ou, se você tentar associar conscientemente o que o que ouviu terá a ver com o que a outra pessoa disse, desista da tentativa.
Manifestações na memória, esquecimento
Esses tipos de manifestações estão relacionados a apagões, não a lembrança. Levando em conta que o que se esquece é o que está alojado no inconsciente, mas que já esteve consciente em um momento anterior.
Eles podem esquecer nomes próprios, datas, eventos, palavras, eventos ou citações, fatos ou situações. Esse tipo de esquecimento tem caráter momentâneo e transitório, não sendo permanente.
Manifestações nos atos
Intimamente ligado à perda de objetos. Esse tipo de expressão falhada também se combina com as manifestações anteriores, pois uma ação é consequência de pelo menos um pensamento.
E é nelas onde o conflito se apresenta em primeiro lugar, manifestado ou posto em evidência por meio da ação ou do ato falhado.
Desse modo, é como o inconsciente passa a dizer algo, por meio de suas próprias produções, revelando a existência de um pensamento oculto, inteligível a olho nu pelo sujeito, mas pleno de sentido.
Qual é o significado de atos falhados?
O ato falhado tem um significado particular. Tem um propósito ou sentido próprio. Um objetivo específico, uma intenção específica e um significado singular. Como tal, persegue o seu próprio objetivo, externalizando conteúdos, que aparecem sem poder ser decifrados pelo sujeito falante.
Quem se viu diante da realização de uma ação, em princípio, sem sentido para ele. Sendo esta ação que irrompe em sua consciência, a substituição da ação esperada ou tentada por esse sujeito.
Existem várias maneiras de responder à pergunta sobre o significado do ato falhado envolvido. Algumas pessoas associam isso imediatamente a alguns pensamentos que tiveram anteriormente, tentando assim dar sentido ao ato falhado. Outros tentam estabelecer hipóteses sobre o porquê, inferindo associações entre as circunstâncias e os pensamentos desenvolvidos.
Alguns, simplesmente, não são anóticos do que aconteceu e, conseqüentemente, não se perguntam sobre isso. Mas também há quem negue o que aconteceu. Eles até parecem ficar com raiva disso, tendo um forte interesse pessoal em tornar o ato fracassado sem sentido.
É neles que opera a negação, também entendida como mecanismo de defesa inconsciente, para se defender de qualquer possível associação com aquela memória, pensamento ou acontecimento desagradável para o sujeito, que inconscientemente parece começar a lançar luz sobre essa possível ligação.
Agora, o ato falhado não é resultado do acaso, mas tem um significado inequívoco. Independentemente do meio ou forma de manifestação, seu propósito é único e verdadeiro.
Irrompendo na consciência com uma verdade sobre a qual o sujeito nada deseja saber. Pois é o resultado de uma manifestação inconsciente que penetra na consciência, criando um conflito entre as duas instâncias psíquicas devido ao confronto de dois propósitos distintos, dando origem a um novo significado.
É então que atos falhados, como formações do inconsciente, vêm a revelar sua própria verdade. É o próprio inconsciente que toma a palavra e abre caminho a dizer, encontrando no ato falhado uma forma, uma forma, um canal de se manifestar para se comunicar.
O que dizem os atos falhados?
Os atos falhados são um dizer do inconsciente que vem revelar um saber e uma verdade que são ignorados pelo sujeito. Uma vez que esta verdade foi reprimida, é através do ato falhado como meio de expressão que ela confronta a consciência e confronta o sujeito com um conhecimento que ele não deseja saber.
Tornando-se assim o equivalente a um sintoma pela formação de um compromisso entre a intenção consciente do sujeito e seu desejo inconsciente, que foi reprimido e aparece transformado em consciência pela presença do ato falhado. Isso é então entendido como um sintoma e, como tal, uma realização disfarçada de desejos inconscientes.
Agora, é necessária a presença do analista, que a partir de sua prática, por meio da análise, poderá ajudar o sujeito a tornar compreensível tudo o que até então por ele ignorado.
É por meio da díade paciente-analista que o conflito entre a consciência e o reprimido no inconsciente pode ser resolvido, podendo responder ao que o ato falhado veio dizer.
A única maneira possível de conhecer nossos desejos inconscientes é a psicanálise. Que, por meio da análise e interpretação das palavras presentes na fala do sujeito, consegue resolver os mistérios psíquicos ocultos por trás dos sintomas físicos.
Trabalhar com o sentido dos processos inconscientes que estão por trás deles e conseguir estabelecer sua relação com a vida do sujeito em questão.
Aqui está a importância de ouvir o ato falhado, pois eles têm algo a dizer. Eles vêm para fornecer informações sobre nossos desejos inconscientes.
Referências
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