Como surge o medo da solidão e o que fazer - Psicologia - 2023
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Contente
- Como aparece o medo da solidão?
- 1. Ansiedade
- 2. Isolamento ou hábitos anti-sociais
- 3. Predisposições biológicas
- Distinguir o medo da solidão de fobias
- O que fazer?
- 1. Não se concentre nas pessoas, mas nos contextos
- 2. Considere o equilíbrio entre o controlável e o incontrolável
- 3. Continue
- 4. Olhe mais longe
- 5. Ajude os outros
- 6. Tome cuidado
- 7. Se precisar, vá para a psicoterapia
O medo da solidão é um tipo de desconforto relativamente frequente entre as pessoas que vão à psicoterapia, bem como entre muitas outras que não consideram que este problema possa ser tratado com ajuda profissional.
É um fenômeno no qual emoções e ideias sobre o que pode acontecer no futuro se combinam para formar um círculo vicioso de medos e sentimentos de impotência.
Neste artigo veremos um resumo sobre como surge o medo da solidão e o que podemos fazer para superá-lo.
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Como aparece o medo da solidão?
A primeira coisa a esclarecer é que, sempre que na psicologia falamos das causas de um determinado problema emocional ou comportamental, estamos necessariamente simplificando uma realidade muito complexa.
É claro que simplificar, em um sentido abstrato, nem sempre é ruim; afinal, praticamente todos os ramos da ciência devem simplificar o que estudam, por exemplo, decompondo em variáveis. O fundamental é saber detectar os aspectos mais relevantes que nos permitem explicar muito do que procuramos compreender.
Quais são os elementos mais relevantes quando se trata de entender como surge o medo da solidão? Vamos ver.
1. Ansiedade
Em primeiro lugar, deve-se notar a importância da ansiedade como fenômeno envolvido no medo de ficar sozinho. A ansiedade é um estado psicológico e ao mesmo tempo fisiológico que nos leva a nos colocarmos em "modo de alarme", isto é, a reagir rapidamente a qualquer sinal de perigo ou risco de perder algo.
Ao contrário do simples medo, na ansiedade nossa mente trabalha ativamente, levando-nos a imaginar coisas ruins que podem acontecer. Quer dizer: quem está ansioso, tem sua atenção voltada para o futuro, de um viés pessimista, para tentar reagir o mais rápido possível ao primeiro sinal de que um desses problemas comece a aparecer.
Assim, perante o medo da solidão, a ansiedade leva-nos a antever todo o tipo de cenários desastrosos para o nosso futuro: total falta de amigos, ausência de quem nos pudesse proteger, etc.
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2. Isolamento ou hábitos anti-sociais
Ao mesmo tempo em que sentimos aquele medo de ficarmos sozinhos, com o passar do tempo também vemos que esse estado de ansiedade não serve para resolver o problema. Por isso, diante do medo da solidão, embora pareça paradoxal, muitas pessoas adotam hábitos que geram um efeito de “profecia autorrealizável”: a expectativa de que algo está acontecendo torna mais provável que aconteça.
Isso pode acontecer de várias maneiras diferentes. Por outro lado, algumas pessoas acreditam que estão predestinadas a não ter relacionamentos afetivos ou afetivos relevantes, e que o sentimento de impotência os leva a adotar um estilo de vida muito solitário, no qual procuram encontrar formas de gratificação em uma vida caracterizada pelo isolamento Social .
Por outro lado, algumas pessoas adotam uma mentalidade em que outras se tornam instrumentos para um propósito: não ficar sozinho. No longo prazo, se o suporte terapêutico não estiver disponível, isso geralmente cria problemas, então as relações que eles podem estabelecer geralmente não são saudáveis ou estáveis.
3. Predisposições biológicas
Em praticamente qualquer fenômeno psicológico, existem influências da biologia. No entanto, estes não determinam nada, mas sim interagem com elementos psicológicos e contextuais. Por exemplo, pessoas cujos genes as predispõem a sofrer mais ansiedade têm maior probabilidade de temer a solidão, mas isso não significa que estejam condenadas a sofrer com isso o tempo todo.
Distinguir o medo da solidão de fobias
Na maioria dos casos, o medo da solidão não constitui um transtorno mental que possa ser considerado um transtorno. Porém, é importante diferenciar entre dois fenômenos que se enquadram no termo “medo da solidão”, e que apesar disso são muito diferentes. Por um lado, existe o medo de ficar sozinho, que é difuso por natureza e se manifesta de formas muito diferentes até na mesma pessoa, e, por outro, a fobia da solidão, que é uma espécie de transtorno de ansiedade.
A fobia da solidão, ou eremofobia, faz com que quem a desenvolve sofra crises em que o nível de ansiedade aumenta rapidamente, a ponto de ter dificuldade de controlar as próprias ações. Seus sintomas são os da maioria dos tipos de fobias: tremores, sudorese, tontura ou mesmo náusea, etc. Ou seja, ele se expressa especialmente em situações específicas por vários minutos de cada vez.
Em contraste, o medo difuso e não fóbico da solidão não tem esse componente de elevação repentina da ansiedade a um ponto muito extremo. Claro, há algo que ambos os tipos de problemas psicológicos compartilham: pensamentos catastróficos sobre o que acontecerá no futuro por causa daquela solidão que é temida.
O que fazer?
Aqui estão algumas dicas para lidar com o medo da solidão que não é fóbico.
1. Não se concentre nas pessoas, mas nos contextos
Seria um erro estabelecer como meta fazer amizades com pessoas específicas para evitar o medo da solidão; isso só levaria àquela mentalidade instrumentalista que causa problemas. É muito mais aconselhável definir como objetivos o fato de nos expormos a contextos nos quais sejamos capazes de desenvolver uma vida social rica, em que seja mais fácil conseguir nos conectar com os outros.
2. Considere o equilíbrio entre o controlável e o incontrolável
Por definição, não podemos controlar totalmente o que acontece em nossa vida social, uma vez que muitas pessoas participam dela. Porém, em todos os casos, temos uma certa margem de decisão. Lembre-se sempre de que, mesmo nas circunstâncias mais adversas, podemos fazer coisas para melhorar nossa qualidade de vida.
3. Continue
Não ceda ao desamparo incapacitante; estabelecer uma rotina de vida social. Você não precisa se considerar uma pessoa muito carismática ou que sempre sabe o que dizer e o que fazer na frente dos outros, ter bons amigos e relacionamentos sociais saudáveis não significa ter que fazer tudo isso.
4. Olhe mais longe
Não é essencial se sentir compreendido e amado por aqueles que geralmente estão em nosso meio social. Você pode procurar mais: por exemplo, em grupos de pessoas com interesses semelhantes aos seus.
5. Ajude os outros
Ajudar os outros é especialmente benéfico nos casos de medo da solidão, pois é uma das formas de socialização mais importantes que existem e ajudam a fortalecer os laços.
6. Tome cuidado
Não se feche: lembre-se de que sua relação com seu próprio corpo é tão ou mais importante que a interação com os outros. Se você não cuidar de si mesmo, não terá energia nem energia para se socializar.
7. Se precisar, vá para a psicoterapia
Os psicólogos são treinados para oferecer suporte a formas de desconforto, como o medo da solidão. Se você acha que precisa, conte conosco.