Blastômeros: formação, desenvolvimento do embrião - Ciência - 2023


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Blastômeros: formação, desenvolvimento do embrião - Ciência
Blastômeros: formação, desenvolvimento do embrião - Ciência

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o blastômeros São as células resultantes das primeiras divisões mitóticas do zigoto, produto da fertilização ou fusão das células gaméticas (o óvulo e o esperma nos animais e nas plantas) de dois indivíduos da mesma espécie.

Gâmetas são células especializadas usadas por muitos organismos vivos durante a reprodução sexual, em que dois indivíduos diferentes (ou o mesmo indivíduo) "misturam" metade do material genético um do outro para formar uma nova célula: o zigoto.

Essas células sexuais são produzidas por meio de um tipo especial de divisão celular conhecido como meiose, caracterizada em termos genéticos por ser um processo redutor, no qual a carga cromossômica de cada indivíduo diminui pela metade (no primeiro caso elas se separam em células diferentes cromossomos homólogos e depois cromátides irmãs).


Alguns autores consideram o zigoto (óvulo fecundado) uma célula totipotente, pois tem a capacidade de dar origem a todos os tipos de células que caracterizam o ser vivo que se formará no futuro.

Os blastômeros, células que resultam da divisão desse zigoto totipotente, se formam aproximadamente 30 horas após a fertilização, embora esses tempos possam variar ligeiramente entre as espécies.

Formação de blastômero

O processo pelo qual essas células se originam é conhecido como "clivagem", "clivagem" ou "fragmentação". É um período de intensa replicação do DNA e divisão celular em que as células-filhas não aumentam de tamanho, mas diminuem a cada divisão, já que o embrião multicelular resultante permanece do mesmo tamanho.

Quando o zigoto passa por esses eventos mitóticos, a primeira coisa que acontece é a multiplicação dos núcleos dentro do citosol. A divisão citosólica ocorre posteriormente, resultando na formação de novas células idênticas (os blastômeros) que são parcialmente independentes.


Nos mamíferos, as divisões do zigoto que dão origem aos blastômeros (clivagem) começam quando ele passa pelas trompas de falópio em direção ao útero e quando é coberto pela “zona pelúcida”.

A primeira divisão do zigoto dá origem a duas células que, por sua vez, se dividem, formando um embrião tetracelular. O número de blastômeros aumenta a cada divisão mitótica e quando 32 células são atingidas, o que os embriologistas chamam de "mórula" é formado.

Os blastômeros da mórula continuam a se dividir, formando assim a "blástula", de 64 para mais de 100 blastômeros. A blástula é uma esfera oca, dentro da qual existe um líquido conhecido como blastocele, que marca o fim do processo de "clivagem".

As divisões do zigoto

É importante mencionar que as diferentes divisões do zigoto ocorrem em sentidos ou direções específicas dependendo do tipo de organismo considerado, uma vez que esses padrões irão determinar posteriormente, por exemplo, as posições da boca e do ânus nos animais.


Além disso, a clivagem é um processo cuidadosamente regulado, não apenas pelas características "físicas" dos zigotos iniciais, mas também pelos determinantes do desenvolvimento que exercem ações diretas sobre as divisões.

Aparecimento de blastômeros durante as divisões do zigoto

No início das divisões celulares, os blastômeros formados têm a aparência de uma "massa de bolhas de sabão" e essas células iniciais só sofrem alterações em número, não em tamanho.

Quando o número de células está em torno de 8 ou 9, os blastômeros mudam de forma e se alinham para formar a mórula, que se parece com uma "bola" compacta de células arredondadas.

Esse processo é conhecido como compactação e acredita-se que seja facilitado pela presença de glicoproteínas de adesão na superfície de cada blastômero. A morulação ocorre quando o zigoto em divisão atinge o útero, aproximadamente 3 dias após a fertilização.

Dado curioso

Para muitas espécies animais, o tamanho e a forma dos blastômeros são uniformes durante o processo de clivagem, mas sua morfologia pode ser comprometida por estressores químicos ou físicos.

Isso tem sido explorado do ponto de vista da aquicultura, já que a morfologia "anormal" dos blastômeros tem sido associada à inviabilidade dos ovos de muitas espécies de peixes comercialmente importantes.

Diferentes estudos determinaram que a presença de poluentes, por exemplo, pode levar à produção de ovos com blastômeros morfologicamente aberrantes, e que isso pode significar a incapacidade dos zigotos de completar o processo embriogênico.

As "aberrações" morfológicas dos blastômeros nas espécies de peixes estudadas são frequentemente relacionadas a assimetrias ou interações espaciais irregulares, tamanhos de células desiguais, margens celulares incompletas e assim por diante.

Desenvolvimento do embrião

Como já mencionado, a divisão consecutiva do zigoto leva à produção de inúmeras células conhecidas como blastômeros que, eventualmente, começam a se organizar para formar diferentes estruturas transitórias.

A primeira estrutura, mencionada anteriormente, é a mórula, que é composta de 12 a 32 blastômeros estreitamente dispostos e começa a se formar assim que o zigoto em divisão atinge a cavidade uterina (em mamíferos).

Pouco depois, uma cavidade cheia de líquido, a cavidade blastocística, começa a se formar dentro da mórula, que adquire líquido do útero através da zona pelúcida que cobre o zigoto.

Esse processo marca uma divisão entre os blastômeros, formando uma fina camada externa: o trofoblasto (responsável pela nutrição e que dá origem à placenta embrionária); e uma camada ou grupo de blastômeros internos, o embrioblasto, que mais tarde representará o embrião per se.

Neste ponto, a estrutura resultante é conhecida como blástula ou blastocisto, que se junta ao epitélio endometrial para atingir a proliferação da camada trofoblástica, que é dividida em duas camadas adicionais: uma interna chamada citotrofoblasto e outra externa conhecida como sincitiotrofoblasto.

O blastocisto é implantado na cavidade endometrial através do sincitiotrofoblasto e continua seu desenvolvimento até a formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e da vesícula umbilical.

A gastrulação, evento que se segue à blastulação, ocorre quando três camadas conhecidas como ectoderme, mesoderme e endoderme se formam no embrião primário, a partir do qual serão formadas as principais estruturas do feto em desenvolvimento.

Referências

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