Condicionamento encoberto: o que é, quais são suas fases e técnicas - Psicologia - 2023


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Condicionamento encoberto: o que é, quais são suas fases e técnicas - Psicologia
Condicionamento encoberto: o que é, quais são suas fases e técnicas - Psicologia

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Behaviorismo é um dos paradigmas mais conhecidos da psicologia Ao longo da história, seu foco praticamente exclusivo no comportamento humano é característico dos princípios do aprendizado por meio da associação entre estímulos. Nascido como oponente da psicanálise, propôs a necessidade de enfocar apenas os aspectos observáveis, e sem considerar a participação da mente como algo cientificamente estudável.

Não seria até a chegada do cognitivismo que cognição e outras capacidades mentais apareceriam nos modelos científicos e empíricos de nossa mente e comportamento, embora antes de seu surgimento já houvesse uma abertura por parte da corrente behaviorista para exploração e incorporação menos aspectos diretamente observáveis.


Assim, ambos os paradigmas estão intimamente relacionados, existindo até alguns modelos teóricos e modalidades terapêuticas que funcionam a partir de um ponto intermediário entre os dois paradigmas. Um exemplo claro disso é o chamado condicionamento encoberto.

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Condicionamento oculto

Entendemos por condicionamento encoberto um dos modelos psicológicos mais conhecidos, baseado no condicionamento de comportamentos. Como o resto do condicionamento, o modelo considera que nossos comportamentos podem ser compreendidos com base na associação feita entre estímulos, respostas e consequências deste último (mais estímulos), gerando novas associações por meio da coordenação de seu aparecimento, e que é possível alterar a frequência de uma determinada resposta a partir de suas consequências. Aplicado na terapia, isso nos permitiria modificar uma resposta disfuncional ou aprender um comportamento específico.


Porém, ao contrário dos modelos não ocultos, os elementos que seriam usados ​​para modificar o comportamento seriam cognitivos e não físicos. Na verdade, a existência de fatores não diretamente observáveis ​​ou ocultos (como o pensamento) que são a base da modificação de comportamento e isso serve como base para o condicionamento encoberto. Especificamente, um dos fatores mais relevantes é o uso da imaginação como variável fundamental.

É considerado que o principal pai e promotor do condicionamento encoberto foi Joseph Cautela, que passaria a aplicar os princípios fundamentais do condicionamento a elementos cognitivos como simbolização, linguagem e imaginação. No entanto, também vale destacar o importante papel de outros autores como Wolpe e Homme, que serviriam de precursores ao criar a primeira dessensibilização sistemática (da qual parte considerável das técnicas encobertas) e a segunda ao demonstrar que elementos como a linguagem poderiam ser controlados no nível experimental.


A teoria dele

Este modelo não começa do zero, mas é baseado em diferentes suposições ou princípios básicos.

Em primeiro lugar É baseado no princípio da homogeneidade entre comportamentos abertos e encobertosEm outras palavras, presume-se que as conclusões tiradas dos fenômenos manifestos também podem ser aplicadas aos ocultos.

O segundo dos princípios é interação entre ambos: os processos manifestos e encobertos interagem (por exemplo, para relaxar fisicamente pensamos em situações específicas). O terceiro e último propõe que tanto o que é observável e manifesto quanto o que é oculto seguem as mesmas leis de aprendizagem.

A pesquisa realizada parece refletir esses pressupostos, podendo utilizar as mesmas técnicas na imaginação e na vida e ver que existe um efeito palpável da interação entre elementos ocultos e manifestos.

Procedimento básico: fases

O condicionamento encoberto pode ser aplicado por meio de diferentes técnicas, que veremos mais tarde. No entanto, independentemente da técnica usada normalmente um processo específico dividido em diferentes fases é usado.

1. Fase educacional

Num primeiro momento, o profissional explica ao paciente o modelo e a técnica a ser utilizada, tirando as dúvidas disso e justificando o motivo do uso desta técnica.

2. Avaliação da imaginação e fase de treinamento

O uso de técnicas baseadas no condicionamento encoberto requer uma certa capacidade de imaginação e visualização, sendo esses aspectos algo em que diferentes pacientes podem diferir muito. Assim, será necessário avaliar a capacidade do paciente de formar imagens mentais e se colocar em diferentes situações por meio da imaginação, e nos casos em que seja necessário treiná-lo.

3. Fase de aplicação do condicionamento oculto na consulta

Ao longo desta fase, o condicionamento encoberto será aplicado em uma situação controlada. Inicialmente, será gerado um condicionamento associando imagens mentais de comportamentos e consequências, realizando um grande número de partidas. Cerca de vinte testes são recomendados. Aos poucos, o paciente vai diminuindo o nível de ajuda que recebe do profissional conforme você domina a técnica.

4. Fase de consolidação e generalização

Esta última fase visa garantir que o paciente consiga fazer o condicionamento por si mesmo e torná-lo cada vez mais autônomo, programando também tarefas para casa.

Técnicas baseadas neste modelo

Anteriormente, refletimos as fases básicas das técnicas baseadas no condicionamento encoberto. Porém, existe um grande número de técnicas que podem ser utilizadas no tratamento dos problemas que o paciente apresenta. Alguns dos mais relevantes são os seguintes.

1. Encobrir reforço positivo / reforço negativo

O reforço encoberto, seja positivo ou negativo, é baseado no fato de gerar algum tipo de estimulação ou consequência que causa um aumento na probabilidade de repetição do comportamento a ser gerado ou aumentado, mas na imaginação.

Busca aproximar o paciente de realizar o comportamento, muitas vezes sendo utilizado em conjunto com a dessensibilização sistemática para reduzir reações como a ansiedade. No caso de reforço positivo usaríamos algum tipo de estimulação apetitiva para o sujeito, enquanto no reforço negativo usaríamos a retirada de um estímulo aversivo. É usado em situações como exposição a fobias, comportamentos inibidos ou evitados em outras doenças ou para aprender habilidades.

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2. Conscientização oculta

A sensibilização encoberta se baseia na redução da probabilidade de emissão de um comportamento por meio da apresentação de um estímulo aversivo contingente a esse comportamento. Busca inibir ou reduzir a resposta, gerando respostas negativas, como ansiedade ao aparecimento do comportamento. É usado em vícios e parafilias, por exemplo.

Seria equivalente a uma punição positiva, na qual um comportamento (punição) é reduzido pela adição (positiva) de um estímulo indesejável e irritante. Estando encoberto, o que se faria é imaginar o comportamento problema a ser reduzido ou eliminado associado a situações aversivas.

Existe uma modalidade, a cobertura assistida, na qual na realidade sim estimulação real é aplicada mesmo que a aversividade seja imaginária. Nos casos em que há muita ansiedade ou dificuldade em se imaginar, isso pode ser feito de forma indireta: imaginando outra pessoa fazendo o comportamento e sofrendo as consequências negativas.

3. Custo de resposta oculto

Equivalente à punição negativa ou custo de resposta, é baseado em a diminuição da probabilidade de realizar um comportamento por meio da retirada de um estímulo apetitivo. O sujeito é feito para associar o desempenho do comportamento com a retirada de algum reforçador. É usado, por exemplo, em parafilias ou em outros tipos de respostas mal-adaptativas.

4. Modelagem secreta

Modelagem é uma técnica em que se busca a observação e posterior repetição de um comportamento por meio da visualização de um modelo que o realiza. No caso de modelagem encoberta, o modelo em questão não existiria fisicamente, mas o sujeito teria que imaginar um sujeito diferente dele realizando a atividade a ser treinada. Aos poucos e através das repetições o modelo imaginado vai se tornando cada vez mais parecido com o sujeito.

Recomenda-se primeiro que o modelo seja hesitante e que apresente alguma outra dificuldade, para depois realizar a ação com grande maestria. Por fim, pede-se ao paciente que se imagine realizando a ação sem dificuldades e dominando a situação. O objetivo principal é aprender novos comportamentos, semelhantes ao reforço positivo.

5. Asserção encoberta

Com base no autocontrole, esta técnica é baseada na redução emoções negativas e cognições em relação a si mesmo que tornam difícil alcançar o sucesso no cumprimento dos objetivos ou no enfrentamento ou superação de uma situação por meio do uso de verbalizações positivas. Assim, procuraria reduzir a autocrítica por meio da geração de afirmações positivas que geram bem-estar.

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6. Tríade de autocontrole

Técnica desenhada pelo próprio Cautela que inclui elementos como parar o pensamento (o que em si é outra técnica de condicionamento encoberto) ou comportamento no sujeito é subvocamente ordenado a cessação do comportamento ou pensamento para reduzir, para posteriormente realizar exercícios de relaxamento como a respiração e posteriormente a visualização de cenas positivas.

Referências bibliográficas

  • Dahab, J.; Rivadeneira, C. e Minici, A. (2005). As técnicas de condicionamento encoberto. Journal of Cognitive Behavioral Therapy, 9. CETECIC.
  • Almendro, M.T.; Díaz, M. e Jiménez, G. (2012). Psicoterapias. Manual de Preparação do CEDE PIR, 06. CEDE: Madrid.