Doutrinas totalitárias: ideologia e características - Ciência - 2023


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Doutrinas totalitárias: ideologia e características - Ciência
Doutrinas totalitárias: ideologia e características - Ciência

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As doutrinas totalitárias São o conjunto de ideias e princípios básicos sobre os quais se constitui uma forma de organização política, em que o poder está centrado em sua integridade dentro de uma única figura, que exerce o controle repressivo da sociedade livre.

Este modelo difere da ditadura e da autocracia porque não usa a violência em primeira instância para chegar ao poder, mas funciona de acordo com uma ideologia com a qual consegue o apoio das massas.

O surgimento desse fenômeno político e social surgiu desde o início do século XX no continente europeu, após a Primeira Guerra Mundial, espalhando-se rapidamente por todo o continente, estabelecendo-se como um modelo viável no contexto político internacional.

Atualmente, este tipo de doutrinas totalitárias tem permitido o desenvolvimento de governos populistas em toda a América Latina; afetando diretamente as relações internacionais em oposição ao processo de globalização.


O estudo dos regimes totalitários é de extrema importância em sociologia, ciência política, filosofia e direito público, para compreender os fatores sociais e políticos que os originam no modelo democrático, sua duração no tempo e suas consequências no campo. internacional.

O que é um estado totalitário?

Um estado totalitário é considerado as formas políticas de governo em que todos os poderes e instituições públicas se fundiram sob a tutela de uma única pessoa ou partido, que regula com autoridade as leis, as instituições públicas e o setor privado.

Essa coalizão de todos os poderes se faz de forma intransigente, atingindo altos níveis de centralização e autarquia, (o Estado se abastece com recursos próprios, evitando ao máximo as importações).

No modelo totalitário, procura-se relegar toda a autonomia de todas as instituições e empresas que não sejam controladas pelo Estado, concedendo a este o domínio total das organizações civis e religiosas.


Difere da ditadura pelo mecanismo pelo qual obtém o poder: não busca subjugar as massas, mas sim fazer com que apoiem o regime, criando em seus estágios iniciais uma empatia pela doutrina totalitária antes que ela absorva a capacidade. resistência de pessoas que não concordam com ela.

No entanto, devido às suas semelhanças na prática, muitos governos totalitários conduzem a ditaduras, onde o líder inicialmente obtém o poder com o apoio popular, mas depois o mantém por meio do uso da violência.

Ideologia de doutrinas totalitárias

A espinha dorsal das doutrinas totalitárias é que possuem uma ideologia que destaca a ascensão de seu líder como o recurso pelo qual será alcançada a solução dos problemas econômicos e sociais que um Estado atravessa, nasce como uma crítica ao modo atual. do governo.

Essa ideologia não precisa estar alinhada com posições de esquerda ou direita, mas deve ser fascista e carregada de ultranacionalismo, onde o Estado é o fim que engloba todo o processo.


Normalmente a ideologia cria a figura do anticidadão: é uma porcentagem essencialmente minoritária da população, que é responsável pelos problemas econômicos e sociais (para a Alemanha nazista, os judeus, no chavismo venezuelano, os ricos).

No discurso político do líder, inclui-se uma linguagem de ódio a este autoproclamado inimigo interno e especificam-se formas de eliminar o anticidadão para obter apoio popular, desta forma a ideologia se instala na população em geral.

Características das doutrinas totalitárias

Dentre as diversas formas de jugo político na contemporaneidade, os regimes totalitários apresentam, segundo cientistas políticos e especialistas no assunto, as seguintes características:

- As ações se baseiam em uma ideologia ou doutrina oficial que abrange todos os aspectos da existência humana, de modo que qualquer membro da sociedade deve segui-la por sua própria convicção e não por outros meios.

- O poder reside em um único grupo, geralmente liderado por um líder carismático, que age de forma ditatorial, sem se proclamar como tal abertamente.

- O líder desta doutrina usa um discurso de intolerância para com assuntos ou atividades que não perseguem os objetivos da ideologia.

- Existe um sistema de vigilância terrorista que usa todo o poder da ciência e da psicologia modernas como ferramenta para criar terror.

- O Estado tem total controle da mídia, a propaganda aparece como uma ferramenta de doutrinação.

- As principais fontes de emprego, alimentação e demais motores do sistema econômico são dirigidas ou controladas pelo Estado.

- O controle absoluto é estabelecido sobre as instituições públicas e o setor privado nas esferas política, social e cultural.

- O discurso do líder tem uma mensagem aparentemente ultranacionalista, elevando o conceito de “soberania, nação, país, Estado” acima dos sujeitos.

- Todos os aspectos da vida diária dos cidadãos são politizados.

- A doutrinação política é apresentada como parte do sistema educacional.

Principais doutrinas totalitárias da história

Desde o final da Primeira Guerra Mundial, grandes mudanças sócio-políticas ocorreram na Europa, entre as quais nasceram as doutrinas totalitárias, as mais relevantes desde o século 20 seriam:

Fascismo (Itália)

O regime de Benito Mussolini foi o primeiro caso contemporâneo de doutrina totalitária, governou a Itália de 1922 a 1943, sendo o primeiro a usar o termo "Totalitarismo" que resumiu na frase "Tudo no estado, tudo pelo Estado, nada fora do Estado e nada contra o Estado ”.

Estalinismo (União Soviética)

Refere-se ao governo de Joseph Stalin de 1928 a 1953. É usado como referência por outros modelos totalitários posteriores, era baseado em uma economia centralizada, com um único partido político com um importante culto à sua figura.

Nazismo (Alemanha)

É um dos casos mais reconhecidos de totalitarismo da história mundial contemporânea, abrange o período de 1933 a 1945 sob a administração de Adolf Hitler, que eliminou toda oposição política e usou o racismo e o anti-semitismo como premissas de sua ideologia.

Além disso, os casos de

  • Francisco Franco (Espanha): de 1936 a 1975
  • Zedong Mao (China): de 1949 até sua morte em 1976
  • Hugo Chávez (Venezuela): de 1999 até sua morte em 2013, porém o regime continua no poder até hoje.

Referências

  1. Maier, H. Totalitarismo e Religiões Políticas, Volume 1: Conceitos para a Comparação das Ditaduras. 2004. Londres e Nova York. Publicação de Routledge: Disponível em: books.google.com
  2. Linz, J. Regimes totalitários e autoritários. Londres. 2000 Lyenne Rienner Publishers: Disponível em: books.google.com
  3. Thomas, L. Encyclopedia of the Develop World. 2013. Londres e Nova York. Publicação de Routledge: Disponível em: books.google.com
  4. Brzezinki, Z. Totalitarismo e Racionalidade. Cambridge University Press, 1956, set 50 (4): pp 751-763.
  5. Bernholz, P. A Constituição do Totalitarismo. Journal of Institutes and Theretical Economics 1991. 147: pp 425-440.