Fase REM do sono: o que é e por que é fascinante? - Psicologia - 2023


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Hoje, a grande maioria da população conhece ou ouviu falar sobre o conceito de Fase REM ou sono REM. Sabemos que faz parte do nosso sono e que, pelo menos, apresenta algumas diferenças com relação ao resto do sono, não REM.

Muitas pessoas não sabem o que torna este sonho um elemento tão necessário para nós. É por isso que neste artigo faremos um breve comentário sobre o que é o sono REM e suas peculiaridades.

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As fases do sono

O sono é uma necessidade essencial para o ser humano e para a maioria das coisas vivas. Nosso corpo é uma estrutura que consome energia continuamente, exigindo que os elementos de nossa "maquinaria" de repouso funcionem adequadamente.


Dormir é essencial. Porém, o sonho não é algo uniforme que surge repentinamente. Na verdade, durante o sono existem vários ciclos compostos por diferentes fases, em que diferentes funções são alteradas e nos quais nosso cérebro reduz ou aumenta certos tipos de atividade bioelétrica. Especificamente, geralmente temos entre 4 e 9 desses ciclos, cada um dividido em cinco fases. Essas fases geralmente seguem uma determinada ordem.

Em primeiro lugar, na fase 1, nos encontramos em uma fase de dormência, em que nossa consciência é gradualmente reduzida, apesar do fato de que com o mínimo de estimulação podemos nos limpar. Nosso cérebro registra principalmente ondas alfa, que são as usuais para estados de relaxamento, mesmo quando estamos acordados.

Mais tarde e se nada o interromper, entramos em uma segunda fase, na qual os movimentos dos olhos são totalmente reduzidos e há uma diminuição acentuada do tônus ​​muscular. Estamos cada vez mais relaxados e desconectados do meio ambiente. Se observarmos com um eletroencefalograma o funcionamento do cérebro em nível de onda, observamos como as ondas teta prevalecem, com a peculiaridade de que oscilações aparecem na atividade cerebral. na forma de complexos K e fusos de sono.


Após essas fases, ambas do sono leve, entraríamos nas fases 3 e 4 do sono, conhecidas como sono profundo. Essas são as fases em que ocorre um verdadeiro descanso do organismo. A atividade física é praticamente inexistente para a maioria das pessoas, embora há um aumento no tônus ​​muscular. Terrores noturnos e outras parassonias, como sonambulismo, ocorrem durante essas fases do sono. O registro das ondas cerebrais mostraria uma prevalência geral das ondas delta.

Essas fases correspondem inteiramente ao sono não REM. Mas por trás deles, ainda podemos encontrar mais uma fase, a fase REM ou MOR.

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A fase REM ou MOR

A fase REM (REM sendo a sigla para Rapid Eye Movement) ou MOR (Rapid Eye Movements), é uma das fases mais importantes do sono. É caracterizada pela presença de alta atividade cerebral, que pode ser visível durante a execução movimentos oculares rápidos e constantes.


É considerado suspensão fora de sincronia. A atividade cerebral é semelhante ao que teríamos acordado ou nas fases de sonolência, há abundantes ondas teta com dentes de serra (esta última especialmente característica das áreas parietais do cérebro) e beta.O corpo permanece totalmente imóvel e paralisado, com desaparecimento completo do tônus ​​muscular, exceto nos olhos e no diafragma.

É na fase REM do sono que surgem os sonhos e pesadelos, bem como a capacidade de lembrá-los. Há também um aumento da ativação fisiológica (apesar da atonia muscular), aumentando a pressão arterial, os batimentos cardíacos e respiratórios e o aparecimento de ereções é comum. À medida que os ciclos passam, a quantidade de sono REM aumenta.

Função principal desta fase do sono

As funções desse tipo de sonho não estão claramente definidas. No entanto, considera-se que durante o sono REM reorganizamos nossos conteúdos mentais, consertando as novas memórias e integrando-as na memória ao mesmo tempo que descartamos aquelas informações ou memórias consideradas irrelevantes. Assim, esse tipo de sonho transforma a experiência em uma memória armazenada na memória de longo prazo.

Da mesma forma, é nessas fases que ocorre o maior nível de desenvolvimento do cérebro, sendo essencial para sua maturação, principalmente durante a fase de crescimento. É considerado suspensão fora de sincronia.

Esta não é apenas cognitivamente importante, mas também no que diz respeito ao processamento sensorial, como estudos como os de Marcos Frank, do National Institute of Health, dos Estados Unidos, parecem indicar, permitindo, por exemplo, que a proteína ERK (proteína que só é ativada nesta fase do sono) acabam consertando as mudanças no córtex visual e ajustando as conexões que permitem o desenvolvimento da percepção visual. O mesmo vale para outras habilidades.

Evolução ao longo do ciclo de vida

Ao longo da vida, nossos biorritmos e nossos ciclos de sono variam muito. Durante o primeiro ano de vida, não dormimos da mesma forma que aos trinta, e ainda menos do que aos oitenta.

Os recém-nascidos, por exemplo, passam grande parte do dia dormindo, sendo cerca de 50% desse tempo em fase REM. A partir do quarto mês, esse percentual cai para 40% e passa a ser precedido pelo sono não REM. Conforme a criança cresce, o tempo gasto acordado aumenta e a quantidade de sono diminui. Com a idade aproximada de seis anos, os padrões e ciclos do sono se estabilizam, lembrando o sono de um adulto.

Durante a idade adulta, a proporção aproximada de sono REM é de 20%, sendo o restante sono não REM. Com a idade, o tempo total de sono é reduzido e fragmentado, principalmente quando atingimos a terceira idade, com muitos despertares noturnos. A quantidade de sono é drasticamente reduzida, incluindo o sono REM. Apesar disso, uma latência de sono REM menor é observada (leva menos tempo para aparecer).