Teorema de Moivre: provas e exercícios resolvidos - Ciência - 2023
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Contente
- Qual é o teorema de Moivre?
- Demonstração
- Base indutiva
- Hipótese indutiva
- Verificação
- Inteiro negativo
- Exercícios resolvidos
- Cálculo de potências positivas
- Exercício 1
- Solução
- Exercício 2
- Solução
- Cálculo de potências negativas
- Exercício 3
- Solução
- Referências
o Teorema de Moivre aplica processos fundamentais de álgebra, como poderes e a extração de raízes em números complexos. O teorema foi afirmado pelo renomado matemático francês Abraham de Moivre (1730), que associou os números complexos à trigonometria.
Abraham Moivre fez essa associação por meio das expressões do seno e cosseno. Esse matemático gerou uma espécie de fórmula por meio da qual é possível elevar um número complexo z à potência n, que é um número inteiro positivo maior ou igual a 1.
Qual é o teorema de Moivre?
O teorema de Moivre afirma o seguinte:
Se tivermos um número complexo na forma polar z = rƟ, onde r é o módulo do número complexo z, e o ângulo Ɵ é chamado de amplitude ou argumento de qualquer número complexo com 0 ≤ Ɵ ≤ 2π, para calcular sua n-ésima potência não será necessário multiplicá-lo por ele mesmo n vezes; ou seja, não é necessário fazer o seguinte produto:
Zn = z * z * z*. . .* z = rƟ * rƟ * rƟ *. . .* rƟ n vezes.
Pelo contrário, o teorema diz que, ao escrever z em sua forma trigonométrica, para calcular a enésima potência procedemos da seguinte forma:
Se z = r (cos Ɵ + i * sin Ɵ) então zn = rn (cos n * Ɵ + i * sen n * Ɵ).
Por exemplo, se n = 2, então z2 = r2[cos 2 (Ɵ) + i sen 2 (Ɵ)]. Se n = 3, então z3 = z2 * z. Mais longe:
z3 = r2[cos 2 (Ɵ) + i sen 2 (Ɵ)] * r [cos 2 (Ɵ) + i sen 2 (Ɵ)] = r3[cos 3 (Ɵ) + i sen 3 (Ɵ)].
Desta forma, as razões trigonométricas do seno e cosseno podem ser obtidas para múltiplos de um ângulo, desde que as razões trigonométricas do ângulo sejam conhecidas.
Da mesma forma, pode ser usado para encontrar expressões mais precisas e menos confusas para a enésima raiz de um número complexo z, de modo que zn = 1.
Para provar o teorema de Moivre, o princípio da indução matemática é usado: se um inteiro “a” tem uma propriedade “P”, e se para qualquer inteiro “n” maior que “a” que tem a propriedade “P”, Conclui-se que n + 1 também possui a propriedade "P", então todos os inteiros maiores ou iguais a "a" possuem a propriedade "P".
Demonstração
Assim, a prova do teorema é feita com as seguintes etapas:
Base indutiva
É primeiro verificado se há n = 1.
Como z1 = (r (cos Ɵ + i * sen Ɵ))1 = r1 (cos Ɵ + i * sen Ɵ)1 = r1 [cos (1* Ɵ) + i * sen (1* Ɵ)], segue-se que para n = 1 o teorema é cumprido.
Hipótese indutiva
A fórmula é considerada verdadeira para algum número inteiro positivo, ou seja, n = k.
zk = (r (cos Ɵ + i * sen Ɵ))k = rk (cos k Ɵ + i * sin k Ɵ).
Verificação
Está provado que é verdade para n = k + 1.
Como zk + 1= zk * z, então zk + 1 = (r (cos Ɵ + i * sen Ɵ))k + 1 = rk (cos kƟ + i * sen kƟ) * r (cos Ɵ + i* senƟ).
Em seguida, as expressões são multiplicadas:
zk + 1 = rk + 1((cos kƟ)*(cosƟ) + (cos kƟ)*(Eu*senƟ) + (i * sen kƟ)*(cosƟ) + (i * sen kƟ)*(Eu* senƟ)).
Por um momento, o fator r é ignoradok + 1, e o fator comum i é considerado:
(cos kƟ)*(cosƟ) + i (cos kƟ)*(sinƟ) + i (sin kƟ)*(cosƟ) + i2(sen kƟ)*(senƟ).
Como eu2 = -1, nós o substituímos na expressão e obtemos:
(cos kƟ)*(cosƟ) + i (cos kƟ)*(sinƟ) + i (sin kƟ)*(cosƟ) - (sin kƟ)*(senƟ).
Agora a parte real e a parte imaginária estão ordenadas:
(cos kƟ)*(cosƟ) - (sin kƟ)*(sinƟ) + i [(sin kƟ)*(cosƟ) + (cos kƟ)*(senƟ)].
Para simplificar a expressão, as identidades trigonométricas da soma dos ângulos são aplicadas para o cosseno e o seno, que são:
cos (A + B) = cos A * cos B - sen A * sen B.
sin (A + B) = sin A * cos B - cos A * cos B.
Nesse caso, as variáveis são os ângulos Ɵ e kƟ. Aplicando as identidades trigonométricas, temos:
cos kƟ * cosƟ - sen kƟ * sinƟ = cos (kƟ + Ɵ)
sen kƟ * cosƟ + cos kƟ * sinƟ = sin (kƟ + Ɵ)
Desta forma, a expressão é:
zk + 1 = rk + 1 (cos (kƟ + Ɵ) + i * sin (kƟ + Ɵ))
zk + 1 = rk + 1(cos [(k +1) Ɵ] + i * sin [(k +1) Ɵ]).
Assim, pode-se mostrar que o resultado é verdadeiro para n = k + 1. Pelo princípio da indução matemática, conclui-se que o resultado é verdadeiro para todos os inteiros positivos; ou seja, n ≥ 1.
Inteiro negativo
O teorema de Moivre também é aplicado quando n ≤ 0. Consideremos um inteiro negativo “n”; então "n" pode ser escrito como "-m", ou seja, n = -m, onde "m" é um número inteiro positivo. Portanto:
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = (cos Ɵ + i * sen Ɵ) -m
Para obter o expoente "m" de forma positiva, a expressão é escrita inversamente:
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = 1 ÷ (cos Ɵ + i * sen Ɵ) m
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = 1 ÷ (cos mƟ + i * sen mƟ)
Agora, é usado que se z = a + b * i é um número complexo, então 1 ÷ z = a-b * i. Portanto:
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = cos (mƟ) - i * sen (mƟ).
Usando que cos (x) = cos (-x) e que -sen (x) = sin (-x), temos:
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = [cos (mƟ) - i * sen (mƟ)]
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = cos (- mƟ) + i * sen (-mƟ)
(cos Ɵ + i * sen Ɵ)n = cos (nƟ) - i * sen (nƟ).
Assim, pode-se dizer que o teorema se aplica a todos os valores inteiros de "n".
Exercícios resolvidos
Cálculo de potências positivas
Uma das operações com números complexos em sua forma polar é a multiplicação por dois deles; nesse caso, os módulos são multiplicados e os argumentos são adicionados.
Se tivermos dois números complexos z1 e Z2 e você deseja calcular (z1 * z2)2e proceda da seguinte forma:
z1z2 = [r1 (cos Ɵ1 + i * sen Ɵ1)] * [r2 (cos Ɵ2 + i * sen Ɵ2)]
A propriedade distributiva se aplica:
z1z2 = r1 r2 (cos Ɵ1* cos Ɵ2 + i * cos Ɵ1* Eu * sen Ɵ2 + i * sen Ɵ1* cos Ɵ2 + i2* sen Ɵ1* sen Ɵ2).
Eles são agrupados, tomando o termo "i" como um fator comum das expressões:
z1z2 = r1 r2 [cos Ɵ1* cos Ɵ2 + i (cos Ɵ1* sen Ɵ2 + sen Ɵ1* cos Ɵ2) + i2* sen Ɵ1* sen Ɵ2]
Como eu2 = -1, é substituído na expressão:
z1z2 = r1 r2 [cos Ɵ1* cos Ɵ2 + i (cos Ɵ1* sen Ɵ2 + sen Ɵ1* cos Ɵ2) - pecado Ɵ1* sen Ɵ2]
Os termos reais são reagrupados com o real e o imaginário com o imaginário:
z1z2 = r1 r2 [(cos Ɵ1* cos Ɵ2 - sen Ɵ1* sen Ɵ2) + i (cos Ɵ1* sen Ɵ2 + sen Ɵ1* cos Ɵ2)]
Finalmente, as propriedades trigonométricas se aplicam:
z1z2 = r1 r2 [cos (Ɵ1 + Ɵ2) + i sin (Ɵ1 + Ɵ2)].
Em conclusão:
(z1 * z2)2= (r1 r2 [cos (Ɵ1 + Ɵ2) + i sin (Ɵ1 + Ɵ2)])2
= r12r22[cos 2 * (Ɵ1 + Ɵ2) + i sen 2 * (Ɵ1 + Ɵ2)].
Exercício 1
Escreva o número complexo na forma polar se z = - 2 -2i. Então, usando o teorema de Moivre, calcule z4.
Solução
O número complexo z = -2 -2i é expresso na forma retangular z = a + bi, onde:
a = -2.
b = -2.
Sabendo que a forma polar é z = r (cos Ɵ + i * sen Ɵ), precisamos determinar o valor do módulo “r” e o valor do argumento “Ɵ”. Dado que r = √ (a² + b²), os valores dados são substituídos:
r = √ (a² + b²) = √ ((- 2) ² + (- 2) ²)
= √(4+4)
= √(8)
= √(4*2)
= 2√2.
Então, para determinar o valor de “Ɵ”, é aplicada a forma retangular deste, que é dada pela fórmula:
tan Ɵ = b ÷ a
tan Ɵ = (-2) ÷ (-2) = 1.
Como tan (Ɵ) = 1 e temos a <0, então temos:
Ɵ = arctan (1) + Π.
= Π/4 + Π
= 5Π/4.
Como o valor de "r" e "Ɵ" já foi obtido, o número complexo z = -2 -2i pode ser expresso na forma polar, substituindo os valores:
z = 2√2 (cos (5Π / 4) + i * pecado (5Π / 4)).
Agora usamos o teorema de Moivre para calcular z4:
z4= 2√2 (cos (5Π / 4) + i * sen (5Π / 4))4
= 32 (cos (5Π) + i * pecado (5Π)).
Exercício 2
Encontre o produto dos números complexos expressando-o na forma polar:
z1 = 4 (cos 50ou + i* sen 50ou)
z2 = 7 (cos 100ou + i* sen 100ou).
Em seguida, calcule (z1 * z2) ².
Solução
Primeiro, o produto dos números dados é formado:
z1 z2 = [4 (cos 50ou + i* sen 50ou)] * [7 (cos 100ou + i* sen 100ou)]
Em seguida, os módulos são multiplicados juntos e os argumentos são adicionados:
z1 z2 = (4 * 7)* [cos (50ou + 100ou) + i* sen (50ou + 100ou)]
A expressão é simplificada:
z1 z2 = 28 * (cos 150ou + (i* sen 150ou).
Finalmente, o teorema de Moivre se aplica:
(z1 * z2) ² = (28 * (cos 150ou + (i* sen 150ou)) ² = 784 (cos 300ou + (i* sen 300ou)).
Cálculo de potências negativas
Para dividir dois números complexos z1 e Z2 em sua forma polar, o módulo é dividido e os argumentos são subtraídos. Assim, o quociente é z1 ÷ z2 e é expresso da seguinte forma:
z1 ÷ z2 = r1 / r2 ([cos (Ɵ1– Ɵ2) + i sin (Ɵ1 – Ɵ2)]).
Como no caso anterior, se quisermos calcular (z1 ÷ z2) ³, a divisão é realizada primeiro e depois o teorema de Moivre é usado.
Exercício 3
Dados:
z1 = 12 (cos (3π / 4) + i * sin (3π / 4)),
z2 = 4 (cos (π / 4) + i * sin (π / 4)),
calcule (z1 ÷ z2) ³.
Solução
Seguindo as etapas descritas acima, pode-se concluir que:
(z1 ÷ z2) ³ = ((12/4) (cos (3π / 4 - π / 4) + i * sin (3π / 4 - π / 4))) ³
= (3 (cos (π / 2) + i * sin (π / 2))) ³
= 27 (cos (3π / 2) + i * sin (3π / 2)).
Referências
- Arthur Goodman, L. H. (1996). Álgebra e trigonometria com geometria analítica. Pearson Education.
- Croucher, M. (s.f.). Teorema de De Moivre para identidades trigonométricas. Projeto de Demonstrações Wolfram.
- Hazewinkel, M. (2001). Encyclopaedia of Mathematics.
- Max Peters, W. L. (1972). Álgebra e trigonometria.
- Pérez, C. D. (2010). Pearson Education.
- Stanley, G. (s.f.). Álgebra Linear. Graw-Hill.
- , M. (1997). Pré-cálculo. Pearson Education.