Proeritroblasto: características, morfologia, regulação, coloração - Ciência - 2023
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Contente
- Caracteristicas
- Morfologia
- Regulação da proliferação de pró-eritroblastos
- Coloração
- Patologias
- - Aplasia série vermelha pura
- Idiopática ou primária
- Colegial
- Afiado
- Crônica
- - Anemias diseritropoiéticas congênitas
- Referências
o proeritroblasto é o primeiro estágio imaturo da série eritrocitária identificável ao nível da medula óssea. Portanto, faz parte do processo denominado eritropoiese. O pró-eritroblasto origina-se de uma célula unipotente chamada unidade formadora de colônias da linha eritróide (CFU-E).
O pró-eritroblasto é uma grande célula; seu tamanho é 10 vezes maior que o do eritrócito maduro. Esta célula é caracterizada por apresentar um núcleo redondo, sendo que em algumas ocasiões é possível observar 2 ou mais nucléolos bem definidos. O citoplasma tem grande afinidade com os corantes básicos e é intensamente manchado por eles.
Com a coloração por hematoxilina-eosina, o citoplasma é azul profundo. O pró-eritroblasto retém a capacidade de se dividir por mitose que seu antecessor possui e a mantém até o estágio de normoblasto basofílico.
Cada pró-eritroblasto durante o processo de maturação é capaz de produzir um total de 16 a 32 reticulócitos. O processo de maturação dos pró-eritroblastos dura aproximadamente 5 dias.
Durante este período, a célula amadurece seu citoplasma e seu tamanho diminui consideravelmente. Durante esse processo, a célula passa por diferentes estágios que são: eritroblasto ou normoblasto basofílico, normoblasto policromatofílico e normoblasto ortocromático. Posteriormente, expulsa o núcleo formando o reticulócito. O processo de maturação termina quando o reticulócito se transforma em eritrócito.
Todo o processo ocorre dentro da medula óssea vermelha.
Caracteristicas
O pró-eritroblasto também é conhecido pelo nome de rubriblasto ou pronormoblasto. Essa célula é um precursor essencial no processo de eritropoiese, conhecido como processo de formação e diferenciação de hemácias ou eritrócitos.
A eritropoiese começa com a diferenciação da célula comprometida para a formação de células da linhagem eritróide denominada BUF-E. Esta célula se diferencia na unidade formadora de colônias da linha eritróide (CUF-E) e esta, por sua vez, se diferencia em pró-eritroblastos.
O pró-eritroblasto é a penúltima célula desta série com a capacidade de se dividir. É por isso que essa célula é um precursor muito importante no processo de formação e diferenciação de eritrócitos ou glóbulos vermelhos.
Um total de 16 a 32 eritrócitos maduros podem se originar de cada pró-eritroblasto. Durante o processo de diferenciação, o pró-eritroblasto se divide e começa a fase de maturação celular. Isso consiste em vários estágios reconhecíveis: eritroblasto ou normoblasto basofílico, normoblasto policromatofílico, normoblasto ortocromático, reticulócitos e eritrócitos maduros.
Até o estágio de normoblasto ortocromático, a célula é nucleada, mas quando o normoblasto ortocromático amadurece, expele o núcleo da célula permanentemente e se torna uma célula enucleada chamada reticulócito, posteriormente eritrócito maduro.
Morfologia
O pró-eritroblasto é uma célula grande, seu tamanho é 10 vezes maior que o do eritrócito maduro. Esta célula é caracterizada por ter um núcleo redondo e às vezes é possível observar 2 ou mais nucléolos bem definidos. O citoplasma tem grande afinidade com os corantes básicos e é intensamente manchado por eles.
Esta célula é freqüentemente confundida com o resto dos blastos presentes na medula óssea, ou seja, linfoblastos, monoblastos, mieloblastos, megacarioblasto.
Regulação da proliferação de pró-eritroblastos
Para que o processo de diferenciação e maturação das hemácias ocorra normalmente, é necessária a presença de vitamina B12 e vitamina B9. Ambos são especificamente essenciais para a divisão celular e síntese de DNA.
Nesse sentido, as citadas vitaminas atuam diretamente nos precursores da linha eritróide com capacidade divisória: ou seja, no BUF-E, no CUF-E, no pró-eritroblasto e no normoblasto basofílico.
Por outro lado, o pró-eritroblasto possui receptores para eritropoietina em sua membrana, embora em menor quantidade que seu antecessor. Portanto, a eritropoietina exerce uma ação reguladora sobre a eritropoiese por meio dessas células.
Esse hormônio estimula a proliferação e a diferenciação dos precursores eritróides (CFU-E e o pró-eritroblasto) na medula óssea, aumenta a produção de hemoglobina e estimula a liberação de reticulócitos.
No caso específico da célula pró-eritroblástica, a eritropoietina estimula a divisão mitótica e a transformação em normoblasto basofílico. Também induz o acúmulo de ferro no citoplasma, que servirá para a futura síntese de hemoglobina nas fases posteriores.
Da mesma forma, a eritropoietina também participa da regulação de certos genes nessas células. Esse hormônio aumenta quando há diminuição do oxigênio nos tecidos.
Coloração
Esfregaços de medula óssea e sangue periférico são comumente corados com manchas de Wright, Giemsa ou hematoxilina-eosina.
O citoplasma dos proeritroblastos é caracteristicamente basofílico. Portanto, com qualquer uma dessas manchas a cor que assumirá será um azul púrpura intenso. Enquanto o núcleo é colorido de roxo.
A intensa basofilia ajuda a diferenciá-lo do resto das explosões.
Patologias
- Aplasia série vermelha pura
Na aplasia pura da série vermelha, observa-se uma diminuição seletiva da série eritróide, com leucócitos e plaquetas normais.
Essa doença pode se apresentar de forma aguda ou crônica e a causa pode ser primária ou secundária; primária quando nasce e secundária quando é originada em consequência de outra patologia ou fator externo.
Idiopática ou primária
No caso de doença primária, é chamada de anemia ou síndrome de Blackfan-Diamond.
Nestes pacientes, uma anemia macrocítica hiporregenerativa é evidenciada no sangue periférico. Enquanto na medula óssea, a ausência de precursores eritróides é observada.
Colegial
Afiado
A aplasia pura da série vermelha aguda secundária pode ser desencadeada por infecções virais. Isso só é possível em pacientes com anemia hemolítica crônica como doença de base.
Entre as infecções virais que podem desencadear essa doença nos pacientes citados estão: Parvovírus B19, vírus da hepatite C (HCV), citomegalovírus, vírus de Epstein-Barr, vírus da caxumba, vírus do sarampo e vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Na medula óssea desses pacientes, será observada a presença típica de proeritroblastos gigantes.
Outra causa secundária pode ser a exposição a toxinas ambientais ou o consumo de certos medicamentos, como azatioprina, anticorpos anti-eritropoietina, sulfonamidas, cotrimoxazol, interferon, entre outros.
Crônica
A aplasia pura da série vermelha crônica deve-se principalmente à presença de timomas, doenças autoimunes ou síndromes linfoproliferativas, entre outras causas de origem neoplásica.
Também pode ser causado por incompatibilidades do sistema ABO em transplantes de medula óssea alogênicos.
- Anemias diseritropoiéticas congênitas
É uma doença rara.
Pacientes com essa doença apresentam medula óssea com acentuada hiperplasia na série eritróide, com assincronia no processo de maturação núcleo-citoplasma, núcleos em forma de folha de trevo, presença de pró-eritroblastos binucleares, inclusões intracitoplasmáticas e células com pontes internucleares.
Enquanto no sangue periférico, é caracterizada pela presença de anisocitose (especialmente macrocitose), poiquilocitose (principalmente esferócitos) e hipocromia.
Também são observados eritroblastos a 1% e outras anormalidades da série eritróide, como: Anel de Cabot e pontilhado basofílico.
Referências
- Naranjo C. Atlas of Hematology Blood cells. 2ª edição. 2008. Universidade Católica de Manizales, México. Disponível em: Usuários / Equipe / Downloads / Atlas%.
- "Proeritroblasto." Wikipédia, a enciclopédia livre. 21 de dezembro de 2017, 18:10 UTC. 7 de julho de 2019, 23:04 Disponível em: es.wikipedia.org
- "Eritropoiese." Wikipédia, a enciclopédia livre. 29 de maio de 2019, 15:28 UTC. 7 de julho de 2019, 23:06 Disponível em: wikipedia.org/
- Sánchez P, Sánchez A, Moraleda J. (2017). Graduando em Hematologia. 4ª Edição. Hospital das Clínicas Universitárias Virgen de la Arrixaca. Murcia. Professor de Medicina. Universidade de Murcia.
- Gutiérrez A, Ramón L, Breña D, Jaime J, Serrano J, Arencibia A, et al. Anemia diseritropoiética congênita tipo 1. Apresentação de um caso. Rev Cubana Hematol Immunol Hemoter 2010; 26 (2): 62-70. Disponível em: scielo.