Totoaba: características, habitat, reprodução, comportamento - Ciência - 2023


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Totoaba: características, habitat, reprodução, comportamento - Ciência
Totoaba: características, habitat, reprodução, comportamento - Ciência

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o totoaba (Totoaba macdonaldi) É um peixe marinho que faz parte da família Sciaenidae. É endêmico do Golfo da Califórnia, no México, onde, anos atrás, suas populações eram abundantes. Atualmente, com a sobrepesca e a destruição de seu habitat, esta espécie corre o risco de extinção.

Seu corpo é alongado e comprimido, podendo medir quase dois metros. Em termos de peso, geralmente é cerca de 100 kg. Quanto à coloração, é dourada, mas algumas espécies podem apresentar um tom azul acinzentado escuro.

Este peixe, em seu estado adulto, é bentônico, vivendo próximo ao fundo do mar do Golfo da Califórnia. Em contraste, os juvenis vivem no delta do rio Colorado, em águas rasas.

Por outro lado, o Totoaba macdonaldi é um animal carnívoro. Sua dieta é baseada em camarão, caranguejo, lula, caranguejo e peixes pequenos, como anchovas e anchovas.


Caracteristicas

Tamanho

Quando a totoaba tem um ano, mede cerca de 7,5 centímetros e aos quatro anos chega a 91,5 centímetros. Aos oito anos, quando está pronto para se reproduzir, tem 183 centímetros de comprimento. Em relação aos tamanhos máximos, os especialistas relataram espécies de 193 a 198 centímetros.

Em relação ao peso, pode chegar a 100 quilos. Essas dimensões tornam o Totoaba macdonaldi em uma das maiores espécies da família Sciaenidae, junto com a bahaba chinesa (Bahaba taipingensis).

Corpo

O corpo é recoberto por escamas ctenóides, caracterizadas por apresentar cristas, projeções e entalhes. Além disso, têm a particularidade de crescer à medida que o peixe se desenvolve. Dessa forma, faixas irregulares e sazonais são adicionadas gradativamente, chamadas de anéis, que podem ser utilizadas para calcular a idade do animal.


o Totoaba macdonaldi Possui forma comprimida, alongada e elipsóide. Ambas as extremidades, a cauda e a cabeça, são mais estreitas do que o centro do corpo. A bexiga natatória deste peixe tem, em particular, dois apêndices laterais muito longos, que se estendem para trás.

A coloração da espécie é dourada, embora ocasionalmente a área dorsal possa ser ligeiramente azulada ou cinza profundo. As barbatanas têm uma tonalidade muito mais escura do que o resto do corpo. Com relação aos juvenis, eles diferem dos adultos por apresentarem várias manchas escuras na região dorso-lateral.

Brânquias

Entre 9 e 10 rakers branquiais estão localizados no ramo inferior do primeiro arco branquial. Além disso, o pré-óculo é liso. Esta estrutura é um osso laminar localizado na barbatana. Sua principal função é cobrir e proteger as guelras (opérculo).

Barbatanas

A barbatana dorsal é caracterizada por ter uma fenda pronunciada, mas não a divide em duas partes. Essa estrutura tem 24 a 25 raios. Em relação ao anal, tem base curta e é formado por 7 ou 8 raios lisos. Esta barbatana tem dois espinhos, sendo o segundo grande, robusto e altamente visível.


Ambas as barbatanas não têm escamas no topo, no entanto, têm uma bainha fina e escamosa na base.

Já a cauda, ​​nos adultos, é duplamente truncada e apresenta raios médios ligeiramente protuberantes. Em contraste, nos jovens, tem uma forma pontiaguda e os raios médios são muito alongados.

Cabeça

A cabeça deste peixe é pontiaguda. Seus olhos são de tamanho moderado e a boca é grande, inserida obliquamente. Já o maxilar inferior é ligeiramente proeminente. Na base dessa estrutura existem três pares de poros.

Em relação aos dentes, a totoaba carece de caninos. As peças bucais localizadas na fileira externa da mandíbula superior são estreitas e aumentadas. No final desta mandíbula existem alguns dentes pontiagudos.

Já no maxilar inferior, os dentes internos são ligeiramente maiores que os da fileira externa.

Neste vídeo você pode ver a morfologia da totoaba:

Migrações

Mudanças na distribuição desta espécie estão associadas a dois importantes fatores ecológicos: salinidade e temperatura da água. Esses movimentos dos peixes dão origem a migrações anuais.

Um deles é feito para fugir das águas quentes, típicas da costa norte do Golfo durante os meses de verão. Isso faz com que este peixe se refugie em águas frias e profundas.

Nesse sentido, na região de San Felipe, na Baja California (México), esta espécie não está presente nos meses de julho, agosto e setembro. Isso se deve às altas temperaturas da água. Assim, o animal vai para áreas frias, retiradas do litoral. Especialistas estimam que a volta às águas rasas ocorra em outubro.

A outra migração é influenciada pela salinidade. Elemento muito importante no desenvolvimento de ovos e larvas, já que a fêmea vai até a foz do rio Colorado para acasalar.

Conseqüentemente, variações nas propriedades da água fazem com que a fêmea precise ir a outro habitat para colocar seus ovos.

Habitat e distribuição

o Totoaba macdonaldi é endêmica do Pacífico oriental, encontrada exclusivamente no norte e no centro do Golfo da Califórnia, no México. Assim, na costa oriental, sua distribuição varia desde a foz do rio Colorado até o rio Fuerte.

Em relação à costa oeste, o peixe vive do Rio Colorado até a Baía Coyote. A maior densidade populacional ocorre na parte norte do Golfo da Califórnia, nas áreas próximas a Puerto Peñasco, Santa Clara e San Felipe.

Nesta espécie existe uma distribuição diferencial, levando em consideração o estado de desenvolvimento do animal. Assim, as fêmeas dirigem-se ao Rio Colorado para a desova. Portanto, neste corpo d'água abundam os ovos e as larvas. Quanto aos jovens, eles permanecem nas áreas próximas ao delta do rio.

Por outro lado, os adultos estão espalhados pelo habitat. Assim, durante os meses de janeiro a março, apresentam maior abundância na região norte. No entanto, de junho a outubro, a densidade populacional diminui, principalmente no oeste do Golfo.

Taxonomia

-Reino animal.

-Subreino: Bilateria

-Filum: Cordado.

-Subfilo: Vertebrado.

-Infrafilum: Gnathostomata.

-Superclasse: Actinopterygii.

-Classe: Teleostei.

-Superorden: Acanthopterygii.

-Ordem: Perciformes.

-Suborder: Percoidei.

-Família: Sciaenidae.

-Gênero: Totoaba.

-Espécies: Totoaba macdonaldi.

 Estado de conservação

As populações de Totoaba estão diminuindo notavelmente. Portanto, a IUCN incluiu essa espécie no grupo de animais vulneráveis ​​à extinção.

- Ameaças

Caça furtiva

Por décadas, o Totoaba macdonaldi foi sujeito a sobrepesca, especificamente para sua carne e bexiga natatória. Ambos são considerados uma iguaria da culinária chinesa.

Além disso, a bexiga natatória é eventualmente usada em tratamentos não verificáveis ​​para fertilidade, algumas doenças de pele e problemas circulatórios.

Desta forma, durante anos, esta espécie foi a base da indústria da pesca comercial e da pesca esportiva que acontecia no Golfo da Califórnia. A sobrepesca de adultos fez com que, no período de 1942 a 2007, o declínio desse peixe fosse superior a 95%.

Atualmente, a pressão da pesca sobre os jovens ainda continua. Isso se deve à pesca com arrasto de camarão no alto Golfo da Califórnia.

Destruição de habitat

Estudos realizados por diversas instituições ambientais indicam que o desvio do rio Colorado criou um sério problema ambiental na área. Nesse sentido, os ecossistemas de água salobra, localizados no extremo norte do Golfo da Califórnia, foram convertidos em um ambiente hipersalino.

Desse modo, ocorre a perda de fluxo de água doce para o delta, o que altera drasticamente a área de nidificação do Totoaba macdonaldi.

- Ações de conservação

Em 1975, o governo mexicano declarou a proibição da pesca de totoaba. Além disso, esta espécie faz parte da Lista de espécies ameaçadas de extinção no México (PROY-NOM-059-SEMARNAT-2000). Da mesma forma, desde 1976 o Totoaba macdonaldi foi incluído no Apêndice I da CITES.

Por outro lado, o Serviço Nacional de Pesca Marinha dos Estados Unidos o adicionou ao grupo de animais em perigo de extinção, sob o registro federal 44 (99): 29478-29480.

No entanto, apesar dos controles, a pesca ilegal desta espécie continuou por vários anos. Em 1990, os esforços foram retomados, decretando a área de desova como reserva nacional. No entanto, não existem dados que delineiem a recuperação dos peixes.

Este vídeo fala sobre como as redes causam a morte dos totoabas e sobre sua relação com a extinção do boto vaquita:

Alimentando

- Regime nutricional

o Totoaba macdonaldi É um animal carnívoro que se alimenta de caranguejos, caranguejos e camarões do gênero Penaeus. Além disso, inclui em sua dieta peixes pequenos, pertencentes à família Gobiidae. Algumas de suas presas favoritas são os Gillichthys mirabilis e ele Gobionellus sagittula.

Além disso, coma anchovas (Cetengraulis mysticetus) e anchovas, com certa preferência por anchovas oliva (Anchova mundeoloides) No entanto, especialistas apontam que 63% das presas são crustáceos e 20% são larvas e pequenos peixes jovens.

Por outro lado, os juvenis tendem a se alimentar de uma grande variedade de invertebrados, como camarões, anfípodes e caranguejos. Já os adultos alimentam-se principalmente de caranguejos grandes, lulas pequenas e sardinhas.

- Sistema digestivo

Cavidade oral

Esta primeira parte do sistema digestivo está associada à captura da presa. No caso da totoaba, os dentes são projetados para agarrar e segurar o animal que será ingerido, não realizando qualquer ação de esmagamento sobre ele. Esta espécie não possui glândulas salivares, caso contrário, possui glândulas mucosas.

Faringe e esôfago

A faringe atua de forma semelhante a um filtro, impedindo que partículas de água passem para os filamentos das guelras.

Já o esôfago é um tubo largo e curto. Suas paredes são grossas, o que permite sua expansão, permitindo assim a passagem dos alimentos. Além disso, esse órgão é constituído por células mucosas, responsáveis ​​por lubrificar a superfície interna, facilitando a movimentação dos alimentos por ela.

Estômago

O estômago é grande e suas paredes podem se distender. Desta forma, possibilita a entrada de grandes barragens.

Essa estrutura é formada por uma região glandular, por onde são secretados sucos gástricos, como o ácido clorídrico, que contribui para a digestão. O resto do órgão é aglandular. A saída do estômago para o intestino é limitada pelo piloro.

Intestino

Este órgão tem forma tubular, cujo comprimento pode ser igual ao comprimento total do corpo do peixe. Sua função é completar o processo digestivo, que foi iniciado no estômago. Além disso, no intestino, os nutrientes e a água são absorvidos.

Entre a área pilórica do estômago e o intestino anterior proximal estão os apêndices tubulares chamados ceco pilórico. Estes cumprem a função de aumentar a superfície de absorção dos compostos orgânicos processados.

Ano

O ânus está localizado na extremidade terminal do intestino e constitui o orifício de saída para o exterior dos resíduos orgânicos que não foram processados ​​durante a digestão.

Reprodução

O macho da Totoaba macdonaldi Amadurece sexualmente aos 6 anos de idade, enquanto a fêmea amadurece aos 7 ou 8 anos. Na aparência, não há traços que permitam diferenças entre os sexos. No entanto, na estação reprodutiva, a fêmea exibe uma barriga protuberante.

A fase de acasalamento começa no final de fevereiro ou nas primeiras semanas de março, podendo durar até junho. Especialistas destacam que o pico máximo de desova ocorre no mês de maio.

Na hora que a fêmea tem que desovar, ela vai para a região que margeia a foz do rio Colorado. Estudos indicam que põe ovos apenas uma vez por ano.

Em relação à quantidade de ovos depositados, ela pode estar associada às características físicas da fêmea.

Assim, uma fêmea de 20 quilos e 1,18 m de altura pode botar 15.395 ovos, enquanto outra com massa corporal de 70 quilos e 1,8 m de comprimento põe aproximadamente 46.192 ovos.

Comportamento

Os adultos desta espécie se agrupam formando cardumes. Eles fazem isso durante o período pré-reprodutivo, começando em fevereiro, e no meio da fase de acasalamento.

Por outro lado, o Totoaba macdonaldi é capaz de emitir um som semelhante ao de um tambor. Isso é produzido pela vibração da bexiga natatória. Esse órgão interno está repleto de gases, o que o faz funcionar como uma câmara de ressonância.

Isso, junto com o grupo de músculos especializados associado à bexiga, produz um som semelhante ao coaxar de um sapo. O peixe o emite para se comunicar com seus co-específicos.

Referências 

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