Retículo endoplasmático liso: definição, características e funções - Psicologia - 2023
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Contente
- O que é o retículo endoplasmático liso?
- Características
- 1. Síntese de lipídios
- 2. Desintoxicação
- 3. Desfosforilação de glicose-6-fosfato
- 4. Reserva de cálcio intracelular
O retículo endoplasmático é um órgão da célula formado por membranas conectadas umas às outras. Essas membranas são contínuas com as do centro da célula, o núcleo da célula.
Existem dois tipos de retículo endoplasmático: um, denominado áspero, cujas membranas formam cisternas achatadas e com estruturas esféricas denominadas ribossomos, e outro denominado liso, que se organiza por membranas formando túbulos sem esses ribossomos.
Neste artigo vamos falar sobre o retículo endoplasmático liso, e quais são suas partes e funções.
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O que é o retículo endoplasmático liso?
Essa organela celular consiste em um conjunto de estruturas tubulares e membranosas interconectadas, que continuam nas cisternas de sua contraparte, o retículo endoplasmático rugoso.
O retículo endoplasmático liso difere de sua contraparte áspera por não ter ribossomos ligados às suas membranas. É por esse motivo que recebe o nome de liso. Devido à falta de ribossomos, as proteínas presentes nesta organela têm sua origem no retículo endoplasmático rugoso.
Esta organela desempenha funções muito necessárias para a sobrevivência da célula e do organismo em que se encontra, participando da síntese de lipídios, desintoxicação de álcool e outras substâncias nocivas, regula os níveis de carboidratos no sangue e também serve como reserva de minerais essenciais, como o cálcio.
Características
Esta organela desempenha algumas funções importantes para a célula e para a manutenção adequada do corpo.
1. Síntese de lipídios
No retículo endoplasmático liso a maioria das gorduras que compõem as membranas celulares são sintetizadas, como colesterol e glicerofosfolipídios.
Ressalte-se que mais do que síntese, o que se faz nessa organela é a montagem de lipídios, cuja matéria-prima vem de outras organelas. Por exemplo, para produzir glicerofosfolipídios, o retículo endoplasmático liso necessita de ácidos graxos, que vêm do citosol, ou seja, do ambiente interno da célula.
O transporte desses lipídios para as membranas que irão constituir pode ser feito por vesículas ou com proteínas transportadoras.
Uma das substâncias que são sintetizadas no retículo endoplasmático liso é o colesterol.. Essa substância adquire grande importância por ser o componente da dupla camada lipídica da célula. Esta substância é transportada desta organela para a parede plasmática por transportadores de proteínas solúveis.
No retículo endoplasmático liso, além do colesterol para formar as membranas celulares, formam-se os triacilgliceróis, lipídios altamente presentes nas células adiposas, que armazenam gordura para isolamento térmico e reserva alimentar.
Também está envolvido na síntese de alguns hormônios, como hormônios esteróides, ácidos biliares e a parte lipídica das lipoproteínas.
2. Desintoxicação
A desintoxicação é entendida como o processo pelo qual substâncias, como drogas e metabólitos produzidos nas reações que ocorrem dentro do corpo, são transformados em compostos solúveis em água, ou seja, que podem se dissolver na água e ser excretados pela urina.
Este processo é possível graças à presença de enzimas oxigenases, que se localizam nas membranas dessa organela, como a família de proteínas do citocromo P450. Essa família de enzimas adquire grande importância no metabolismo de drogas.
A desintoxicação ocorre principalmente nas células do fígado, que são chamadas de hepatócitos. Essas células são caracterizadas por um retículo endoplasmático liso altamente desenvolvido.
Cabe ressaltar que a ausência de ribossomos neste tipo de retículo permite uma maior superfície de ação enzimática em proporção ao tamanho do retículo.
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3. Desfosforilação de glicose-6-fosfato
A glicose é um açúcar armazenado na forma de glicogênio, principalmente no fígado. Por isso, esse órgão é responsável pela introdução do açúcar na corrente sanguínea, por meio de dois hormônios responsáveis por regular esse processo: glucagon e insulina.
O glicogênio, quando quebrado, forma glicose-6-fosfato. Esta substância não consegue sair da célula porque não consegue atravessar as membranas.
Pela ação da glicose-6-fosfatase, uma enzima, a glicose-6-fosfato, é degradada, formando glicose que pode ser transportada para o sangue.
4. Reserva de cálcio intracelular
O retículo endoplasmático liso é responsável por coletar e armazenar o cálcio que está flutuando no citosol. Essa coleta desse elemento é realizada pela ação das bombas de cálcio encontradas na membrana do retículo.
O cálcio que está dentro desta organela pode ser expelido para fora de forma massiva se o sinal necessário for dado, seja de dentro ou de fora da célula.
Esse processo ocorre principalmente nas células musculares., onde o retículo endoplasmático liso é denominado retículo sarcoplasmático.
Se um neurônio motor, isto é, um neurônio envolvido no movimento muscular, recebe um impulso nervoso, o retículo faz com que a acetilcolina seja liberada na placa neuromuscular. Essa acetilcolina se liga aos receptores das células musculares, fazendo com que a membrana se deporalize.
Na despolarização, os íons de cálcio que estavam armazenados no retículo sarcoplasmático são liberados e acabam no citosol. Assim, por meio desse processo, ocorre a contração muscular ordenada pelo sistema nervoso.
Quando o impulso nervoso não é mais enviado, os íons de cálcio não são mais liberados no citosol e o cálcio previamente liberado é coletado ativamente no retículo sarcoplasmático.