Idade Média: origem, características, etapas, feudalismo, fim - Ciência - 2023


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Idade Média: origem, características, etapas, feudalismo, fim - Ciência
Idade Média: origem, características, etapas, feudalismo, fim - Ciência

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o Idade Média foi o período da história da humanidade que vai do século V ao século XV. Embora as datas sejam indicativas e haja várias opiniões entre os historiadores, a queda do Império Romano Ocidental tem sido tradicionalmente indicada como seu início e a queda de Constantinopla como seu fim.

O termo Idade Média foi criado entre os séculos XIV e XV, quando a Europa estava evoluindo para o Humanismo e o Renascimento. Para os intelectuais da época, aquele período intermediário entre a antiguidade clássica e os novos tempos teve um caráter sombrio e decadente, muito marcado pela influência absoluta da Igreja.

Por outro lado, a Idade Média é um conceito eminentemente europeu. Em outras partes do mundo, como Ásia ou América, as características desse período cronológico foram muito diferentes. Apesar disso, no final da Idade Média, os contatos com civilizações não europeias estavam se expandindo, muitas vezes na forma de guerra.


Esse período se divide em três etapas, embora muitos historiadores considerem a primeira delas, a Idade Média Inferior, como um período de transição. Os outros dois foram a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média. Entre suas características mais importantes estão o mencionado poder da Igreja e o estabelecimento do sistema feudal.

Origem

A Idade Média abrangeu dez séculos de história humana, do século V ao século XV. Para limitá-lo, os historiadores têm tradicionalmente usado dois eventos de grande importância: a queda do Império Romano Ocidental, em 476 DC. C. e a conquista de Constantinopla, em 1453 d. Outros preferem marcar seu fim com a descoberta da América, em 1492.

A invenção da imprensa ou o fim da Guerra dos Cem Anos também têm sido usados ​​como datas indicativas do fim desse período.


Essas datas, porém, não são referências fixas, pois a história é um processo contínuo, sem interrupções bruscas.

Início da Idade Média

Como observado, muitos historiadores apontam que a Idade Média começou em 476 DC. C., com o fim do Império Romano Ocidental. No entanto, é apenas uma data aproximada, uma vez que o processo que conduziu à passagem da Antiguidade clássica para este novo período foi progressivo e longo.

Alguns autores apontam que esse processo de transição durou cinco séculos e teve início com a crise do século III que colocou em apuros o modelo escravista de produção econômica.

Da mesma forma, fatores climáticos, safras ruins e epidemias também desempenharam um papel. A isso devem ser adicionadas as primeiras invasões germânicas e algumas revoltas lideradas pelos camponeses. O Império Romano entrou em crise e foi adquirindo uma forma cada vez mais medieval, especialmente após as reformas de Diocleciano.


Essas reformas tornaram a sociedade mais rural e aumentaram a importância da aristocracia, dois elementos-chave no feudalismo.

Outro fator importante foi a declaração do cristianismo como religião oficial, bem como a divisão do Império quando o Império Romano do Oriente foi criado.

Características gerais da Idade Média

Os humanistas da Renascença criaram o termo Idade Média com um propósito depreciativo. Para eles, aquele palco tinha sido um período sombrio entre dois momentos de grande esplendor.

No entanto, essa consideração de uma idade atrasada não é totalmente verdadeira. Em alguns campos, como arte, esta etapa mostrou exemplos de grande interesse.

Religião como base fundamental da sociedade

A religião católica se tornou o eixo de toda a sociedade. A Igreja e as demais instituições religiosas adquiriram grande poder, muitas vezes maior do que o dos próprios reis e nobres. O controle das crenças religiosas foi utilizado como forma de impedir a rebelião da população.

Os eclesiásticos eram uma das poucas classes sociais com acesso à educação e se encarregavam de transmiti-la a poucos selecionados.

A Europa nessa época era teocêntrica e tudo era explicado por conceitos religiosos. A realidade era considerada um produto da vontade divina.

Medo e obediência a dogmas

Em relação ao ponto anterior, a Igreja e os restantes poderes favorecem a existência de um elevado nível de medo entre a população. Esses eram, em sua grande maioria, analfabetos e só recebiam informações sobre fenômenos naturais do ponto de vista religioso. Isso foi a extremos que provocaram atitudes de fanatismo e perseguição.

Segundo os dogmas da época, as doenças ou outros aspectos negativos eram causados ​​por bruxaria ou intervenção do demônio. As epidemias foram consideradas castigos divinos e o medo da chegada do fim do mundo produziu fenômenos como o milenarismo do ano 1000 DC. C.

Entre os conceitos que a Igreja tentou promover entre a população estavam a culpa, o pecado e a obrigação de manter a virtude.

Divisão Católica

O poder acumulado pela Igreja Católica foi diminuído por uma grande crise interna que culminou com sua divisão temporal em 1378. Naquele ano, após a morte de Gregório XI, os cardeais romanos elegeram Urbano VI como novo pontífice. No entanto, um grupo de cardeais dissidentes proclamou Clemente VII como papa, com base em Avignon, França.

Organização política

O sistema de governo durante a Idade Média era a monarquia, embora esta instituição tenha perdido parte de seu poder com a introdução do feudalismo.

No início deste período, os monarcas gozavam de quase todos os poderes e alguns estendiam seus territórios para formar grandes impérios.

Porém, a partir do século XI, a situação mudou com a chegada do sistema feudal. Embora o rei mantivesse sua posição, o poder era distribuído com os senhores feudais. Eram nobres que governavam suas terras de forma independente e prestavam vassalagem ao monarca.

A defesa dos territórios estava nas mãos desses nobres, de forma que as casas reais tinham uma posição fraca diante deles.

Os castelos eram um dos símbolos deste tipo de organização. Em cinco séculos, entre os anos 1000 e 1500, foi construído um grande número deste tipo de estruturas, destinadas a servir de residência aos senhores feudais e de defesa contra possíveis ataques.

Grandes diferenças sociais

A sociedade medieval foi totalmente dividida em classes sociais hierárquicas: a nobreza, incluindo o rei, o clero e os camponeses. Entre eles, havia grandes diferenças de direitos e obrigações.

A classe mais baixa e maior, o campesinato, quase não tinha direitos. Seu papel era trabalhar nas terras de seus senhores para fornecer comida para todos. Muitas vezes, esses trabalhadores agrícolas eram abusados ​​pelos mais privilegiados, além de terem que pagar tributos e dízimos.

A nobreza constituía a classe social mais alta e era favorecida com direitos especiais. A grande maioria não trabalhava além de administrar seus negócios e suas terras. Apesar de terem acesso à educação, muitos deles não usufruíram dela.

Entre as ocupações mais frequentes desses nobres estava a vida militar, como alto comando do exército. Da mesma forma, eles eram os proprietários das terras trabalhadas pelos camponeses. Com o sistema feudal, seu poder aumentou a ponto de se tornarem superiores ao do próprio monarca, que era considerado o "primeiro entre iguais".

O clero, por sua vez, também fazia parte das classes privilegiadas. Eles estavam isentos de impostos e podiam acessar posições de grande poder. Além disso, era o grupo com maior nível de escolaridade na época.

Toda essa estrutura social começou a mudar na última parte da Idade Média, quando uma nova classe surgiu: a burguesia.

Posição de nascimento

O pertencimento a uma das classes sociais mencionadas, com exceção do clero, era determinado pelo nascimento. Se você nascesse em uma família nobre, seus descendentes também nasceriam, enquanto os filhos dos camponeses estavam destinados a ser eles também.

Somente no caso dos membros da Igreja foi possível mudar de classe social. Entre os menos favorecidos, foi uma das poucas maneiras de melhorar sua posição, embora só pudessem acessar posições menores. Por sua vez, era comum que os filhos de nobres que não iam herdar optassem pela carreira eclesiástica.

Economia

As principais atividades econômicas durante a Idade Média foram a agricultura e a pecuária. Eles eram a principal fonte de riqueza e a base da economia.

O sistema feudal foi organizado de forma que os aldeões trabalhassem nas terras de seus senhores em troca de um tributo, econômico ou em espécie. A posse dessas terras era a principal diferenciação econômica entre ricos e pobres.

Antes da introdução desse sistema, havia um grupo de camponeses chamados livres. Com o tempo, passaram a depender cada vez mais dos senhores feudais, com os quais apareceu a figura do servo. Estes, como já foi referido, eram obrigados a pagar uma renda para poderem trabalhar a terra.

Durante o Império Romano, o comércio tornou-se muito importante. No entanto, as invasões dos povos germânicos e o surgimento do Império Muçulmano fizeram com que essa atividade diminuísse.

Com o tempo, o comércio recuperou parte de sua importância. Com a produção de excedentes, os mercados foram se expandindo. Os camponeses puderam começar a trocar e vender seus produtos.

Além disso, o comércio de longa distância começou a crescer, com foco em produtos considerados de luxo.

O aparecimento de mercadores foi um dos fatores que fez com que o feudalismo se enfraquecesse e a economia evoluísse para um sistema capitalista.

Início da burguesia

Essa atitude mercantil também foi acompanhada pelo surgimento de diferentes ofícios e profissões, cujos trabalhadores começaram a se organizar em sindicatos. Essa circunstância era especialmente notável nas cidades, onde proliferavam artesãos, mercadores e ourives.

Todas essas uniões dariam origem ao surgimento da burguesia. Essa classe social era composta por indivíduos pertencentes à classe desfavorecida, mas seu crescente poder econômico fez com que fossem fundamentais na próxima etapa histórica.

As Cruzadas

Entre os acontecimentos que mais marcaram o período medieval estão as cruzadas. Tratou-se de um conjunto de guerras religiosas, até nove no total, nas quais soldados cristãos apoiados pelo papado tentaram conquistar as terras sagradas do Oriente Médio.

As cruzadas eram geralmente religiosas em sua concepção, mas outros fatores importantes também existiam. Por um lado, a Igreja os utilizava para consolidar seu poder e, por outro, os interesses comerciais das cidades-estados italianas procuravam aproveitá-los para abrir novos caminhos na área.

Embora as primeiras cruzadas tenham tido sucesso na retomada de Jerusalém e em outros lugares, o resultado final foi o fracasso. Os reinos cristãos estabelecidos no Oriente foram reconquistados pelos muçulmanos e, além disso, o Império Bizantino foi dividido pela ação dos próprios cruzados. Seu enfraquecimento abriu as portas para a conquista de Constantinopla.

Educação

A educação na Idade Média era reservada apenas às classes privilegiadas: a nobreza e principalmente o clero. Este último não só tinha o direito de recebê-lo, mas também se encarregava de transmiti-lo.

As disciplinas presentes na educação eram poucas: línguas, direito, medicina e teologia. Além disso, os religiosos controlavam que o estudo dos clássicos não abarcasse aspectos que pudessem ser contrários aos dogmas da Igreja. O método de estudo era eminentemente mecânico.

Do lado positivo, as primeiras universidades surgiram neste período. Estes, embora reservados aos mais privilegiados, acabariam por se tornar centros de novas invenções e ideias.

Cultura e arte

Um dos aspectos que quebra a crença tradicional de que a Idade Média foi um período decadente é o da cultura. Embora o controle religioso fosse quase absoluto na arte e na literatura, a Idade Média deixou criações importantes.

Entre os escritos que sobreviveram ao trabalho vigilante dos religiosos estão os relatos místicos e aqueles que tratavam da própria tradição judaico-cristã. Outro tema que alcançou grande popularidade foi o do amor cortês, especialmente na língua românica.

Os grandes poemas épicos eram típicos da literatura germânica, com obras como Beowulf ou o Canção do Mio Cid.

Outros campos das artes, como pintura, escultura ou arquitetura, também deixaram grandes obras, entre as quais as grandes catedrais se destacam de forma notável. Durante a Idade Média, o estilo evoluiu, embora se destacassem o românico e o gótico.

Avanços técnicos e científicos

Embora o peso da religião na Idade Média tenha limitado bastante a pesquisa científica, elas ocorreram e permitiram alguns avanços técnicos. Em muitas ocasiões, os pesquisadores tiveram que confrontar a Igreja, que estava focada em confirmar a validade dos dogmas e se recusou a atualizar.

No campo da ciência, houve avanços no conhecimento astronômico, mecânico ou epistemológico. Conforme observado, alguns deles não eram diretos e científicos como Copérnico sofreu perseguição pelos tribunais eclesiásticos por disseminar dados que contradiziam a Bíblia.

O avanço científico intensificou-se no final deste período. Foi então que surgiram novos movimentos ideológicos que foram fundamentais para o advento do Renascimento. Além disso, alguns pesquisadores coletaram contribuições de outros povos, como os árabes ou os chineses.

Os avanços técnicos, voltados para o prático, sofreram menos problemas com a Igreja. Entre os mais importantes estão os vidros, bússolas, arados de metal, as primeiras armas de fogo ou os primeiros relógios.

Um dos eventos que, para muitos historiadores, marcou o fim da Idade Média foi, justamente, uma invenção: a imprensa. Graças a ela, os escritos conseguiram chegar a mais pessoas e deixaram de ser um bem exclusivo apenas para o clero.

Estágios da Idade Média

A Idade Média, que se estende por dez séculos, é uma das etapas mais longas de toda a história. Embora tradicionalmente se divida entre a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, nos últimos anos foi acrescentada uma terceira fase em seu início e que serve de transição ao período anterior: a Alta Idade Média.

Idade Média

Os historiadores afirmam que a transição entre a Antiguidade clássica e a Idade Média foi se desenvolvendo por um longo período de tempo. Assim, a chamada Antiguidade Tardia e a Alta Idade Média teriam sido as etapas que ocorreram durante essa evolução histórica.

Esta primeira parte da Idade Média começou no final do século V e durou até o século VII. Foi neste período que as culturas germânicas chegaram à Europa e o herdeiro latino do Império Romano começou a se misturar.

O Império Romano ocidental se desintegrou e seu lugar foi ocupado pelos Reinos Romano-Germânicos. Em algumas áreas da Europa surgiram reinos mais fracos, como os visigodos na Espanha ou os saxões na Inglaterra.

Foi também nesta fase que nasceu a nova grande potência continental: o Império Carolíngio. Seu aparecimento deu-se quando Pepino III controlava com a ajuda do Papa os dois grandes reinos existentes, em mãos dos merovíngios.

Seu herdeiro, Carlos Magno, conseguiu unificar grande parte do continente sob seu reino, tanto política quanto culturalmente.

Por outro lado, neste período ocorreu a grande expansão muçulmana. Os povos árabes conquistaram todo o norte da África, extensas áreas do Mediterrâneo e a maior parte da atual Espanha.

No âmbito cultural, a Alta Idade Média foi o momento em que surgiu a vida monástica e, com ela, a reclusão do conhecimento nos mosteiros. O estilo arquitetônico típico desta etapa era românico.

Por fim, a economia já não se baseava no sistema de produção escravista que era típico da última fase do Império Romano. Em seu lugar, começou a surgir o feudalismo, que marcaria toda a Idade Média econômica e socialmente.

Alta Idade Média

A Alta Idade Média variou do século 9 ao 11. Durante esses séculos, o feudalismo foi completamente implantado na sociedade. Este sistema foi caracterizado pelo trabalho dos servos nas terras dos senhores feudais. Em troca, eles tiveram que pagar uma homenagem.

Do lado político, o poder começou a se descentralizar. Embora os reis mantivessem sua posição, eles tiveram que começar a compartilhar seus poderes com os grandes senhores pertencentes à nobreza.

Com a desintegração do Império Carolíngio, a Europa passou por uma fase de urbanização, além de experimentar um forte aumento do efetivo militar.

Por outro lado, este período medieval foi marcado por um grande aumento da população. A nova organização política e social e o melhoramento das safras permitiram que a demografia aumentasse.

Meia idade

O final da Idade Média começou no início do século XII e durou até meados do século XV, segundo aqueles que colocam seu fim na queda de Constantinopla, ou em 1492, segundo aqueles que apontam a descoberta da América como o fato que causou a mudança de época.

No início, foi um período de abertura em que as cidades ganharam importância em relação ao mundo rural. Grande parte dessa mudança deveu-se às atividades sindicais e sindicais, que acabaram provocando o surgimento de uma nova classe social: a burguesia. O resultado foi o lento declínio do feudalismo em favor do capitalismo.

Outro dos acontecimentos que marcaram este período foi a epidemia da Peste Negra. Segundo especialistas, a doença causou a morte de 25 a 50 milhões de pessoas na Europa. O desastre humano foi impressionante: o continente passou de 80 milhões de habitantes para apenas 30 milhões em 1353.

Essa epidemia, somada às mudanças climáticas que ocasionaram más safras, provocaram a grande crise que eclodiu no século XIV. No início do século XV, com a crise ainda presente, estourou a Guerra dos Cem Anos, que colocou a França e a Inglaterra uma contra a outra. A vitória dos franceses foi fundamental para fortalecer o país.

A Igreja também passou por sua própria crise nesta fase. A corrupção que se desenvolveu dentro dele, a venda de indulgências e outros fatores causaram o surgimento do protestantismo e a perda de influência de Roma em grande parte do continente.

Sistema feudal

Uma das características que distinguem a Idade Média de outras épocas da história é o seu sistema feudal de produção. Isso, que também afetou o modo de organização política e social, substituiu o modelo escravista anterior.

Feudalismo

Em suma, o feudalismo poderia ser definido como o sistema em que um homem livre, chamado de vassalo, adquire a obrigação de obedecer e servir a outro homem livre mais poderoso.

Os vassalos deviam participar nas questões militares de defesa do feudo, além de cumprir as ordens do senhor. Em troca, ele tinha que proteger o vassalo e fornecer-lhe terras para seu sustento. Essas terras eram chamadas de feudos.

No início, o sistema feudal era voltado para o aspecto militar, mas evoluiu para conceder aos senhores a capacidade de administrar a justiça, a liderança militar e administrativa de seu feudo e de coletar tributos dos vassalos.

A palavra feudalismo vem do termo feudo, que designava o território que os reis medievais davam aos nobres em troca de certos serviços.

O sistema feudal começou a enfraquecer a partir do século XV. Começou então um período de transição em que algumas características desse sistema foram mantidas enquanto outras pertencentes ao modelo capitalista começaram a aparecer.

Sistema vassalo e feudo

Como observado, o sistema feudal era baseado em vassalagem e rixa. O primeiro conceito aludia a uma relação política e jurídica, enquanto o segundo a uma relação econômica e social.

Neste sistema, os reis deram feudos aos seus vassalos, neste caso pertencentes à nobreza. Esses nobres, por outro lado, concederam seus próprios feudos a outros vassalos, com os quais se tornaram senhores.

Na maioria das ocasiões, o monarca concedeu esses feudos ou territórios aos nobres que se destacaram por seus serviços ou em alguma guerra. Com esta entrega, o rei pretendia não só recompensar o mais valioso dos seus vassalos, mas também garantir a defesa e união do seu reino.

A entrega foi realizada por meio de ato percorrido com grande solenidade e que constou de três fases: homenagem, juramento de fidelidade e investidura.

Vassalos

O senhor feudal prometeu fornecer os meios para o vassalo se sustentar e oferecer proteção. Em troca, o vassalo tinha que ajudar seu senhor se surgisse algum tipo de ameaça, quase sempre militar. Com o tempo, os grandes senhores criaram exércitos poderosos com seus vassalos.

Além disso, se algum senhor fosse capturado por seus inimigos, seus vassalos eram obrigados a pagar o resgate pela sua libertação. Da mesma forma, eles tiveram que contribuir com dinheiro para a armadura que o primogênito do senhor usou quando foi nomeado cavaleiro. As cruzadas também foram apoiadas em parte com as contribuições desses vassalos.

Essa vassalagem era, finalmente, uma relação entre dois homens livres, embora de uma categoria diferente. O mais poderoso tornou-se senhor do outro, que se tornou seu vassalo.

Plebeus

A terceira classe dentro da sociedade feudal era composta pelos plebeus, as classes mais baixas. Essa classe, a mais numerosa, incluía desde os servos, homens livres mas sem direitos políticos, até os escravos. Além disso, havia também outros homens livres que gozavam de direitos políticos limitados e possuíam pequenas extensões de terra.

Os servos eram obrigados a pagar um tributo ao senhor feudal em troca do direito de trabalhar suas terras para obter alimentos. Isso levou os camponeses a pagar impostos apenas aos seus senhores e não ao Estado central.

Entre os homens livres estavam os artesãos e mercadores. Com o tempo, aqueles que praticavam esses negócios começaram a abrir suas próprias lojas e acumular riquezas. No final da Idade Média, seriam eles que dariam lugar à formação da burguesia.

Fim da Idade Média

Como no início, não há um momento exato em que a Idade Média terminou. Os historiadores costumam olhar para duas datas relevantes: e 1453, com a queda de Constantinopla para os turcos, ou 1492, com a descoberta da América.

Além desses dois eventos, o final da Idade Média foi marcado por outros eventos importantes. Entre eles estão o cisma religioso do Ocidente ou as diferentes ondas de epidemias de peste.

Por outro lado, as más safras causadas pelo clima e pela morte de milhões de camponeses por doenças fizeram com que o sistema feudal entrasse em crise e os preços aumentassem.

A dificuldade de sobreviver causou vários levantes camponeses contra os senhores feudais. Eles estavam perdendo parte de seu poder em favor dos reis.

Muitos camponeses emigraram para as cidades e engrossaram os sindicatos nascentes, a base da burguesia.

Crise do século XIV

Após o período de esplendor econômico e crescimento populacional dos séculos 12 e 13, a Europa desacelerou seu desenvolvimento no século seguinte.

As causas foram as más colheitas provocadas pelo clima, o que fez com que grande parte da população passasse por episódios de fome.

A já citada Peste Negra acelerou o efeito da crise. Estima-se que a epidemia tenha começado na Europa em 1348, transmitida por ratos que chegaram em navios mercantes vindos da Ásia.

No final, o continente foi atacado pelos turcos e mongóis no leste, enquanto a Inglaterra e a França lutaram na longa Guerra dos Cem Anos (1337-1453).

Formação dos grandes estados europeus

Na esfera política, as mudanças também foram consideráveis. Os reis foram reduzindo o poder à nobreza e alguns dos grandes estados europeus foram consolidados.

Os imperadores alemães viram como sua autoridade se limitava ao território alemão, que permaneceu dividido em vários estados. Finalmente, o poder imperial passou para a Casa de Luxemburgo, primeiro e depois para os Habsburgos.

A mencionada Guerra dos Cem Anos começou quando Carlos IV da França morreu sem deixar um herdeiro em 1328. Os nobres franceses decidiram que seu sucessor deveria ser Filipe de Valois, mas Eduardo III da Inglaterra, vassalo do monarca francês nos territórios que tinha na França , não aceitou essa decisão.

O início da guerra foi muito negativo para os franceses, que também sofreram várias rebeliões populares. Foi nesse conflito que a figura de Joana d'Arc emergiu como representante da resistência popular francesa contra os ingleses.

Porém, a França se recuperou durante o reinado de Carlos VII, a partir de 1422. Assim, conseguiram expulsar os ingleses de seus domínios continentais, exceto Calais.

A Inglaterra então sofreu uma guerra civil, a das Duas Rosas, que durou 30 anos (1455-1485). Este conflito colocou a Casa de Lancaster contra a de York. Por fim, o herdeiro de ambas as casas, Henrique VII, subiu ao trono e fundou a dinastia Tudor.

Na outra parte da Europa, o Império Bizantino desapareceu completamente após a conquista de Constantinopla pelos turcos.

Expansão no exterior

A queda de Constantinopla afetou seriamente as rotas comerciais que ligavam a Europa à Ásia. Os comerciantes tiveram que encontrar novas rotas mais seguras.

O país que tomou a iniciativa de abrir novas rotas foi Portugal. Mais tarde, a Espanha juntou-se a esta corrida. Em uma das viagens que tentaram encontrar um caminho mais seguro para chegar à Ásia, Cristóvão Colombo descobriu a América para os europeus.

Assuntos de interesse

Principais acontecimentos da Idade Média.

Filósofos medievais.

Literatura medieval.

Referências

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