Jorge Icaza Coronel: biografia, estilo e obras - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Primeiros anos
- Juventude
- Começos literários
- Literatura
- Raça
- Últimos anos
- Morte
- Estilo
- Tocam
- Romance
- Contos
- Teatro
- Referências
Jorge Icaza Coronel (1906 - 1978) foi um escritor equatoriano do século XX. Ele era natural da cidade de Quito e era universalmente conhecido por seu romance intitulado Huasipungo, que evidenciou os maus-tratos que os brancos infligem aos indígenas do Equador.
Começou a carreira escrevendo roteiros, tendo pertencido a um grupo de artes cênicas. Algumas de suas primeiras obras foram nomeadas O intruso, do velho Y Sem sentido.De lá, ele migrou para histórias e romances. O estilo de Icaza Coronel se destacou por ter um marcado recorte indígena em sua temática.
Pelas obras que escreveu Icaza Coronel, ele foi considerado um autor de protesto. Além disso, Quito foi associado à literatura de esquerda, enquadrada no romance proletário, que no Equador teve os indígenas como protagonistas.
Suas contribuições à cultura e literatura equatorianas não foram em vão, já que Jorge Icaza Coronel serviu ao governo como embaixador do Equador em Moscou, na Rússia. Também atuou como adido cultural da República na cidade de Buenos Aires, Argentina.
Entre suas obras literárias mais conhecidas estão, além de Huasipungo, títulos como: Cholos, publicado em 1938; Half Life Dazzled, a partir de 1942; Seis histórias, que começou a ser vendido em 1952, El Chulla Romero e Flores, de 1958, e Apanhados, uma de suas obras mais maduras publicada em 1973.
Biografia
Primeiros anos
Jorge Icaza Coronel nasceu em 10 de julho de 1906 em Quito, Equador. Ele era filho de José Antonio Icaza Manzo, um liberal que fugiu da cidade após a queda do general Eloy Alfaro em 1910, e que logo deixou seu filho órfão devido a uma úlcera.
Junto com sua mãe, Amelia Coronel Pareja, Jorge Icaza mudou-se para o Chimborazo. Lá sua família possuía uma fazenda homônima. Foi nessas terras que o menino teve contato com os indígenas da região, sua língua e costumes.
Amelia Coronel casou-se novamente em 1911 com um comerciante chamado José Alejandro Peñaherrera Oña. Depois, a criança foi deixada aos cuidados do casal Salazar Gómez em Quito.
Mais tarde, ele voltou para o lado da mãe, pois os conflitos de adaptação que surgiram com seu padrasto foram resolvidos e um lindo relacionamento nasceu entre eles.
Ao retornar para sua mãe, Icaza Coronel iniciou sua educação freqüentando a escola das Señoritas de Toledo e posteriormente na escola San Luis Gonzaga. A partir de 1917 freqüentou a escola San Gabriel e dois anos depois ingressou no Instituto Nacional Mejía, onde se graduou em 1924.
Juventude
Jorge Icaza Coronel sentiu-se atraído pela medicina e no mesmo ano da sua formatura do ensino secundário entrou na Faculdade para se formar em medicina.
No entanto, seu padrasto morreu em 1925 e sua mãe no ano seguinte. Então, Icaza Coronel ficou sem apoio e sem vínculos no mundo.
Quando jovem, Icaza Coronel era um menino extrovertido e bonito. Decidiu entrar no mundo das artes dramáticas e foi então que ingressou no Conservatório Nacional como estudante de teatro.
Estreou-se no conceituado Teatro Sucre, onde actuou na peça Agarre um cabelo e sua participação causou fervor nas críticas. Dessa apresentação juntou-se à Companhia Dramática Nacional, que exibiu em Quito a mais recente das mesas do mundo.
Nesses anos, Jorge Icaza Coronel despertou sua verdadeira vocação, ou seja, a escrita. Ele se dedicou a essa tarefa, primeiro organizando textos e, em seguida, criando seus próprios roteiros para peças como O intruso, uma comédia em três atos em que também foi um dos atores em 1928.
Em 1929 apresentou duas outras obras chamadas A comédia sem nome Y Pelo velho. Além disso, Icaza Coronel escreveu para uma revista intitulada Clareza.
Começos literários
Jorge Icaza Coronel continuou no teatro por mais algum tempo. Além da carreira de ator e dramaturgo, teve outros empregos, entre eles o de Funcionário Sênior do Tesouro do Tesouro.
Ele montou sua própria empresa, que deu o nome da atriz Marina Moncayo, que fazia parte daquele grupo. Com ela ele estreou Qual?, uma obra escrita pelo mesmo Icaza Coronel. Posteriormente, continuou a se aperfeiçoar na dramaturgia, na qual demonstrou cada vez mais domínio.
Seus primeiros passos fora do palco foram dados em 1933 com a obra Serra lama, uma série de contos que cativou a crítica. No ano seguinte nasce Fenia Cristina Icaza Moncayo, filha que teve com Marina Moncayo, que foi sua esposa desde 1936, além de colega de trabalho.
Literatura
A verdadeira explosão de fama de Jorge Icaza Coronel veio em 1934 com a publicação de sua obra Huasipungo, pelas Oficinas Gráficas Nacionais. Este se tornou o romance mais famoso do autor.
Nas linhas de Huasipungo capturou o sofrimento dos indígenas equatorianos causado pelos senhores brancos, que davam aos indígenas tratamentos cruéis e sádicos.
Dois anos após sua primeira edição, o romance de estreia de Icaza percorreu o mundo pelas mãos da Editorial Sol, que o tornou o romance do ano. Alguns consideram que esta obra ofuscou o resto da obra do autor com a qual também abordou a vida dos mestiços equatorianos.
Em 1935, Icaza Coronel publicou Nas ruas, que ganhou o Primeiro Prêmio do Concurso Nacional Grupo América de Quito. Em sua trama mesclou o agrário com o urbano, unindo assim dois mundos que tanto na vida quanto na literatura se distanciaram no Equador.
Não se afastou totalmente do teatro, onde deu os primeiros passos, pois continuou escrevendo peças como Flagelo, que publicou em 1940.
Raça
Em 1937 fundou a livraria Agencia General de Publicaciones, junto com Pedro Jorge Vera e Genaro Carnero Checa. Nesse estabelecimento, a intelectualidade de Guayaquil se reuniu, mas não produziu grandes lucros. No ano seguinte, passou a dirigir a revista do Sindicato de Escritores e Artistas.
Em 1940, Icaza Coronel participou do I Congresso Indígena no México e atuou como palestrante na Costa Rica. Graças a Huasipungo a fama do equatoriano espalhou-se rapidamente pelo continente.
Sempre se preocupou com o reconhecimento e o trabalho dos artistas de seu país. Com o nascimento da Casa da Cultura Equatoriana em 1944, Jorge Icaza Coronel estava envolvido, já que foi um dos fundadores desta entidade.
Ele manteve laços com a esquerda política. O trabalho de Icaza Coronel sempre foi carregado de conteúdo social. Ele participou da posse do presidente venezuelano Rómulo Gallegos, que como Icaza era um escritor.
Em 1949 serviu ao governo de Galo Plaza como Adido Cultural em Buenos Aires, Argentina. Dez anos depois, ele ocupava o cargo de Diretor da Biblioteca Nacional. Naquela época, Icaza Coronel fez uma turnê internacional que o levou à União Soviética Chinesa e a vários países europeus.
Últimos anos
A partir da década de 1970, Jorge Icaza Coronel começou a afirmar que sentia que sua saúde estava piorando. Apesar disso, resistiu com força quase uma década a mais de vida em que chegou a publicar alguns trabalhos.
Em 1973 esteve nos Estados Unidos da América como conferencista e depois passou a servir como Embaixador da República do Equador junto à União Soviética, Polônia e Alemanha Ocidental.
Morte
Jorge Icaza Coronel morreu em 26 de maio de 1978 em Quito, Equador, aos 71 anos. O escritor foi vítima de câncer no estômago.
Estilo
Jorge Icaza Coronel demonstrou grande interesse pela vida dos indígenas e mestiços equatorianos em seus textos. Por isso foi considerado um escritor indígena, apesar de em sua obra os elementos das tradições se fundirem com a crítica social.
Sua obra também possui fortes traços que a integram ao realismo social latino-americano, que no século 20 serviu de espelho para as histórias do proletariado europeu.
Tocam
Romance
– Huasipungo. Quito, Editora Nacional, 1934.
– Nas ruas. Quito, Imprensa Nacional, 1935.
– Cholos, 1938. Quito, Editorial Sindicato de Escritores y Artistas.
– Meia-vida deslumbrada, 1942. Quito, Editorial Quito.
– Huairapamushcas, 1948. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
– El Chulla Romero e Flores, 1958. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
– Na casa de chola, 1959. Quito, Annals of the Central University.
Contos
– Barro de la Sierra. Quito, Editorial Labor.
– Seis histórias, 1952. Quito, Casa da Cultura Equatoriana.
– Histórias, 1969. Buenos Aires, Editorial Universitaria.
– Apanhados Y O juramento, 1972. Buenos Aires, Losada.
– Barranca Grande Y Mama Pacha, 1981.
Teatro
- O intruso, 1928.
- A Comédia Sem Nome, 1929.
- Pelo velho, 1929.
- O que é isso? 1931.
– Como eles querem, 1931.
– Sem sentido, 1932. Quito, Editorial Labor.
– Flagelo, 1936. Quito, National Printing Office.
Referências
- En.wikipedia.org. (2018).Jorge Icaza Coronel. [online] Disponível em: en.wikipedia.org [Acessado em 20 de dezembro de 2018].
- Pérez Pimentel, R. (2018).JORGE ICAZA CORONEL. [online] Dicionário Biográfico do Equador. Disponível em: biograficoecuador.com [Acesso em 20 dez. 2018].
- Avilés Pino, E. (2018).Icaza Coronel Jorge - Figuras Históricas | Enciclopédia do Equador. [online] Enciclopédia do Equador. Disponível em: encyclopediadelecuador.com [Acesso em 20 dez. 2018].
- Herbst, M. (2018).Jorge Icaza. [online] Ensayistas.org. Disponível em: essayists.org [Acesso em 20 dez. 2018].
- Castellano, P. e Orero Sáez de Tejada, C. (2000).Enciclopédia Espasa. Madrid: Espasa, vol 10, pp. 6123.