Qual é a origem da psicologia? - Ciência - 2023
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o origem da psicologia remonta a Confúcio, Hipócrates, Kant e Descartes, embora a figura mais representativa que deu o maior impulso à sua criação como ciência tenha sido Whilhem Wundt, considerado o pai da psicologia experimental.
Palavra psicologia vem dos termos gregos "alma" - psique - e "estudo" --logia - e significa literalmente "estudo da alma". É baseado na análise do comportamento e pensamentos humanos, e é tanto uma disciplina acadêmica quanto uma ciência aplicada.
Esta especialidade passou por diferentes fases ao longo da história, originando inúmeras interpretações. Alguns o colocam nas origens da civilização, enquanto outros o colocam na era moderna.
fundo
Grandes civilizações como a egípcia, a chinesa, a indiana, a persa ou a grega já começaram a dar os primeiros passos para estudar o comportamento humano. Hipócrates é considerado o primeiro a abordar o estudo dos transtornos mentais no século IV aC.
Da mesma forma, Confúcio falaria em suas obras filosóficas sobre a introspecção e a observação da pessoa. Em seus escritos, ele relacionaria essa área ao vínculo que os seres humanos têm com o mundo.
Até aquele momento, a psicologia estava unida a uma filosofia baseada na observação e no raciocínio lógico. Vários autores contemporâneos, como Immanuel Kant ou René Descartes, já haviam proclamado teorias que mesclavam os dois campos, mas com novidades importantes.
Kant cunhou a ideia da antropologia sem chegar muito perto do que seria a psicologia experimental.
Descartes introduziu no século XVII a dualidade entre corpo e mente separados pela própria experiência humana. Este foi um verdadeiro avanço para a humanidade, pois a convivência entre a ciência e a Igreja começou a surgir de forma civilizada.
Sua teoria explicava que o cérebro era uma grande fonte de idéias e pensamentos, com base no inato - conhecimento inato no nascimento - e empirismo - conhecimento por meio da experiência -.
Curiosamente, dessa teoria nasceria a famosa frase “Cognito, ergo sum”: “Penso, logo existo”, que daria lugar à próxima etapa da psicologia, já conhecida como psicologia moderna.
Whilhem Wundt: o pai da psicologia
Não seria possível falar do nascimento da psicologia atual e experimental sem citar Whilhem Wundt, mais conhecido como “o pai da psicologia”. Em 1874 ele publicaria seu livro Princípios de Piscologia Fisiológica, onde ele falaria sobre as conexões entre a fisiologia e o estudo do pensamento e comportamento humano.
Wundt fundou em 1879 o primeiro laboratório de psicologia conhecido do mundo na cidade alemã de Liepzig.
Liepzig, o começo de tudo
Sob o nome de Instituto de Psicologia Experimental da Universidade de Leipzig, Wundt deu início ao que até então era conhecido como psicologia moderna. Seu principal objetivo era analisar pensamentos e sensações de forma científica, principalmente a partir do trabalho com as formas de organização e estruturação da mente.
A psicologia finalmente sofreu a separação e a especialização da filosofia de que tanto precisava. Para o próprio Wundt, esse assunto deveria estar situado em um ponto intermediário entre as ciências naturais e as ciências sociais.
Um total de 116 alunos de pós-graduação em psicologia emergiram daquele famoso laboratório, sob os ensinamentos do próprio Wundt, prontos para pregar seus ensinamentos e visão.
Por outro lado, é importante destacar que a psiquiatria surgiu graças à iniciativa de Paul Flechsig e Emil Kraepelin. Esses dois alemães criaram o primeiro centro experimental baseado nos princípios da psiquiatria em Liepzig.
Expansão e consolidação
Como resultado desse momento, a psicologia nasceu como uma disciplina acadêmica. A década de 1880 marcaria um antes e um depois neste campo. Os dois primeiros títulos de ensino acadêmico de "professor de psicologia" - concedido a James McKeen - e "doutorado em psicologia" - concedido a Joseph Jastrow - seriam concedidos.
Esses anos serviriam para aumentar sua expansão em todo o mundo. Apenas quatro anos depois, G. Stanley Hall, pupilo de Wundt, abriria outro laboratório nos Estados Unidos, o primeiro no novo continente.
Apesar disso, haveria outro "pai da psicologia", desta vez o americano. Seu nome era William James. Um de seus livros - sob o nome de Princípios de psicologia - Serviria para lançar as bases da escola funcionalista.
A American Psychological Association (APA) seria criada em conjunto com duas das mais prestigiadas revistas científicas conhecidas até hoje: American Journal of Psychology Y Journal of Applied Psychology.
A primeira clínica psicológica do mundo seria fundada por Lightner Witmer. Esta foi a introdução de outro avanço no mundo da psicologia. O que esta clínica contribuiu foi uma mudança do estudo experimental para a aplicação prática em pessoas.
Esses marcos seriam seguidos pelo nascimento de muitas outras correntes - psicanálise, estruturalismo, behaviorismo -, juntamente com o surgimento de testes de inteligência - desenvolvidos por Alfred Biner e Theodore Simon -, psicofarmacologia e outros avanços na tecnologia e na pesquisa.
A título de anedota, o filósofo e psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus afirmou que “a psicologia tem um passado longo, mas uma história curta”, referindo-se à transição da psicologia convencional para a experimental, também conhecida como moderna.
Assim, a psicologia chega hoje como plataforma de lançamento em termos de avanços e descobertas. O que Whilhem Wundt começou um dia continua em sua trajetória firme, que ainda tem um longo caminho a percorrer.