Helia Bravo Hollis: biografia, contribuições, descobertas - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Remédio
- Trabalho de pesquisa e ensino
- Vida pessoal
- Aposentadoria e morte
- Contribuições e descobertas
- Cactaceae e suculentas
- Fundação do Jardim Botânico
- Reconhecimentos
- Referências
Helia Bravo Hollis Ela foi uma das cientistas mais importantes do México e até da América Latina. Suas contribuições permanecem atuais graças à sua contribuição para a biologia e botânica. Conhecida como "Maestra Bravo", dedica-se ao estudo dos cactos.
Neste contexto, ele deu uma palestra sobre a variedade de flores relacionadas aos cactos, com a qual conseguiu identificar e classificar cerca de 700 espécies endêmicas de cactos da República Mexicana.
Durante sua prolífica carreira, ele produziu mais de 170 artigos e dois livros, bem como descreveu 60 classificações científicas e revisou 59 nomenclaturas. Graças a esta e outras contribuições, Bravo Hollis desenvolveu um trabalho muito produtivo para a biologia.
Esta cientista é considerada a primeira bióloga do México, o que a tornou uma pioneira nesta ciência. Isso foi evidenciado ao longo de sua trajetória com diversos trabalhos, como a fundação do Jardim Botânico da Universidade Nacional Autônoma do México.
Biografia
Desde muito jovem, Helia Bravo Hollis demonstrou o seu interesse pelas plantas e pela natureza, que despertou graças aos passeios dominicais que fazia com os pais, Carlota Hollis e Manuel Bravo, pelos carvalhos da sua cidade. Naquela época, as pessoas podiam tomar banhos tranquilos no rio Mixcoac e curtir a paisagem acidentada.
Helia nasceu em 1901, especificamente em 30 de setembro, na Villa de Mixcoac. Sua vida começou na mesma época do século, durante o governo de Porfirio Díaz, antes da Revolução Mexicana.
Perdeu o pai pouco antes de completar 12 anos, quando foi baleado por simpatizar com o presidente Francisco I. Madero, assassinado um ano antes, em 1913.
Este acontecimento, enquadrado no que é conhecido como a “década trágica”, complicou a vida de Hélia, que já se destacava no ensino básico.
Seu excelente desempenho escolar rendeu-lhe muitos elogios em uma idade precoce; até o próprio Porfirio Díaz enviou-lhe um agradecimento.
Apesar do conflito mexicano, a jovem Bravo Hollis conseguiu cursar o ensino médio em 1919. Na Escola Preparatória Nacional foi discípula de Isaac Ochoterena (entre outros grandes professores), que a apaixonou pela biologia.
Remédio
Ao terminar o ensino médio, teve que iniciar os estudos em Medicina para poder canalizar seu interesse, já que a carreira de Biologia ainda não estava aberta na universidade. Apenas um ano depois, em 1925, conseguiu mudar de carreira e treinar no que realmente despertou sua vocação.
Embora não estivesse estudando biologia formalmente, em 1921 seu primeiro artigo científico foi publicado na Revista Mexicana de Biología, com o título Hydatia assenta monografia.
Em 1931 recebeu o título de Mestre em Ciências Biológicas. Na época realizou o trabalho de pesquisa "Contribuição ao conhecimento das Cactáceas de Tehuacán", que seria sua tese de graduação.
Desta forma, foi a primeira mulher a obter um diploma universitário em bióloga, marcando um marco na história da participação feminina no México.
Trabalho de pesquisa e ensino
Recém-formada, recebeu a honra de ser convidada a trabalhar como bióloga no Instituto de Biologia que começava a praticar seu trabalho. Apenas um ano depois, ela se tornou chefe da seção de botânica e era responsável pelo herbário.
Durante a sua carreira profissional, inteiramente dedicada ao estudo dos cactos -uma espécie nativa do continente americano-, trabalhou como professora em várias instituições, nas quais era conhecida como “Professora Bravo”, apelido carinhoso que a enchia de orgulho.
Bravo Hollis lecionou na Escola Nacional de Ciências Biológicas do Instituto Politécnico Nacional de Tacuba; Lá ele deu a cadeira de Botânica. Ela foi uma das principais pesquisadoras do centro de biologia da UNAM.
Além da influência indelével de seu jovem professor, Isaac Ochoterena, trabalhou ao lado de grandes naturalistas, como Faustino Miranda, Maximino Martínez e Eizi Matuda, botânico de origem japonesa.
Também passaram por suas salas de aula grandes mulheres que, seguindo seu exemplo, dedicaram suas vidas à ciência. Entre eles estão sua irmã Margarita, destacada professora e pesquisadora voltada para a pesquisa com minhocas; Leonilda Vázquez, entomologista; e Agustina Batalla, dedicada à botânica.
Vida pessoal
Helia Bravo Hollis casou-se com um de seus colegas da faculdade de medicina, José Clemente Robles, que anos depois se tornou um dos primeiros neurocirurgiões do México.
Porém, após mais de uma década de vida de casados, eles se divorciaram sem deixar filhos.
Toda a sua vida foi dedicada à ciência. Seu amor pelos cactos, pela pesquisa e pelo ensino fizeram dela uma mulher de admirável serenidade, exemplar pragmatismo e contagiante paixão, porque se dedicou com verdadeiro amor ao estudo dessas espécies particulares.
Aposentadoria e morte
Aos 90 anos e com todas as faculdades mentais, teve que passar pela decepção de se aposentar por causa de uma artrite que lhe causava muitas dores e o impedia de se mover facilmente.
Para sua obra, Bravo Hollis percorreu paisagens diversas, com condições climáticas extremas, repletas de solidão e inóspitas. Talvez essas condições forjaram seu caráter e sua lucidez, que sempre a acompanhou até sua morte em 26 de setembro de 2001 na Cidade do México, apenas 4 dias antes de seu 100º aniversário.
Contribuições e descobertas
Sua dedicação ao estudo, análise e descoberta das espécies de cactos mexicanos a levaram a viajar centenas de quilômetros, tirar muitas fotos para poder registrá-las e classificá-las e centenas de horas de dedicação para sistematizar suas descobertas.
Em sete décadas dedicadas à ciência, ele produziu uma prolífica produção de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, conferências, palestras em congressos e horários de aula.
Cactaceae e suculentas
Uma de suas principais contribuições é que ele conseguiu organizar e sistematizar uma coleção viva de cactos e plantas suculentas com o objetivo de poder registrar qualquer tipo de modificação nas plantas e também estudar suas características.
Assim, conseguiu classificar cerca de 700 espécies endêmicas do México, cujo estudo serviu de base para a publicação de seu primeiro livro: Os cactos do México. PPublicado em 1937, foi o texto que permitiu que a botânica se colocasse na vanguarda.
A segunda edição de Os cactos do México é uma coleção de três volumes que ele fez junto com um de seus discípulos mais importantes, Hernando Sánchez-Mejorada.
Também publicado Chaves para a identificação dos cactos do México,O interessante mundo dos cactos Y Memórias de uma vida e uma profissão. Além disso, produziu mais de 170 artigos.
Ele propôs cerca de 60 classificações científicas; em outras palavras, descobriu alguns novos táxons indicando gêneros, espécies e variedades. Da mesma forma, revisou 59 nomenclaturas.
Fundação do Jardim Botânico
Outra de suas contribuições importantes foi a formação da Sociedad Mexicana de Cactología, fundada em 1951, da qual foi presidente. Este grupo publicou a revista Cactaceae e suculentas mexicanas, cuja edição esteve a cargo do conhecido médico Jorge Meyrán, seguindo a inspiração de Ochoterena.
Graças ao trabalho incansável realizado pelos membros desta sociedade, diretamente nas áreas a serem investigadas, eles conseguiram coletar material importante com o qual puderam lançar as bases para a fundação do Jardim Botânico da UNAM, que foi dirigido com excelência e liderança por Bravo Hollis nos anos 60.
Durante a sua gestão de jardins, dedicou-se a promover colecções de plantas para promover o seu estudo e conservação.
Embora tenha se destacado em botânica, particularmente em seu estudo dedicado dos cactos, ele também fez contribuições para a biologia em geral, especialmente com a análise da flora aquática mexicana, a flora das zonas tropicais e áridas e a protozoologia.
Reconhecimentos
Graças à sua dedicação, paixão e às muitas contribuições que fez à ciência mundial, Helia Bravo Hollis recebeu muitos prêmios. Entre estes, destaca-se o "Cacto de Ouro" que lhe foi entregue pela Organização Internacional de Suculentas, no Principado do Mónaco, em 1980.
Ela também foi reconhecida com um Prêmio de Pesquisador Emérito da UNAM e um doutorado honorário.
Seu nome descreve a seção conhecida como Jardim do Deserto dentro do Jardim Botânico da UNAM. O mesmo ocorre com uma coleção de cactos em Puebla, no México, em uma área que é uma floresta única de cactos que foi amplamente explorada e estudada pelo "professor Bravo".
Seis espécies de cactos e uma subespécie receberam o nome dele, como Heliabravoa ou Polaskia, que é uma espécie de cacto cujos exemplares são quase árvores, pois atingem cerca de 4 ou 5 metros de altura. É uma espécie endêmica de Puebla e Oaxaca.
Em 1999 recebeu a última medalha em vida, quando o presidente Ernesto Zedillo decretou o Canyon Metztitlan (localizado no estado de Hidalgo) como Reserva da Biosfera. Esta área foi uma daquelas pelas quais Bravo Hollis sentiu uma predileção especial durante a juventude, investindo nela muito estudo e tempo de pesquisa.
Referências
- "Bravo Hollis, Helia (1901-2001)" em JSTOR Global Plants. Recuperado em 20 de maio de 2019 em JSTOR: plants.jstor.org
- "Google homenageia a cientista e botânica mexicana Helia Bravo Hollis" (30 de setembro de 2018) no La Razón. Recuperado em 20 de maio de 2019 em La Razón: razon.com.mx
- "Helia Bravo Hollis, excepcional pioneira da Botânica no México" no Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Instituto Mexicano do Petróleo (SNTIMP). Recuperado em 20 de maio de 2019 em SNTIMP: sntimp.net
- Herrera, A. (1 de outubro de 2018) "Helia Bravo Hollis, a bióloga e pioneira no estudo dos cactos" na Cultura Colectiva. Recuperado em 20 de maio de 2019 em Cultura Coletiva: culturacolectiva.com
- López, A. (30 de setembro de 2018) “Helia Bravo Hollis, a rainha dos cactos” no El País. Recuperado em 20 de maio de 2019 no El País: elpais.com