Fernando Altamirano: biografia, contribuições, prêmios - Ciência - 2023


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Fernando Altamirano: biografia, contribuições, prêmios - Ciência
Fernando Altamirano: biografia, contribuições, prêmios - Ciência

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Imagem de Fernando Altamirano placeholder (1848-1908) foi um médico e botânico mexicano que desenvolveu importantes pesquisas no campo farmacológico e dedicou sua vida a encontrar os benefícios medicinais das plantas de seu país de origem.

Ele também fez contribuições relevantes no campo da zoologia, por exemplo, quando descobriu uma nova espécie de anfíbio, cuja classificação científica leva seu nome:Ambystoma Altamirani.

Desenvolveu um notável trabalho como professor, doutor e autor de artigos científicos, nos quais expôs a evolução das suas pesquisas realizadas individualmente ou em colaboração com outros cientistas.

Biografia

Fernando Guilebaldo Isabel Juan José María de Jesús Altamirano y Carvajal, nasceu em 7 de julho de 1848 em Aculco, México. Seus pais eram Micaela Carbajal Castello e Manuel Altamirano y Téllez.


Fernando pertencia a uma numerosa família de três irmãos e sete meios-irmãos, fruto do casamento anterior do pai; e de outro casamento ocorrido após a morte de sua mãe Micaela.

Educação

Altamirano não ficou muito tempo em Aculco, pois aos dois anos sua família se mudou para San Juan del Río, no estado de Querétaro, onde frequentou o Colégio San Francisco de Javier.

Após a morte do pai em 1861, o jovem Fernando encontrou no avô Manuel Altamirano uma figura paterna a imitar. Ele tinha apenas 13 anos quando ficou órfão e sua relação com o patriarca de Altamirano, que era médico botânico, teve grande influência em sua vida.

Com seu avô, ele coletou amostras de plantas e aprendeu sobre botânica muito antes de decidir estudá-la formalmente.

Em 1868 mudou-se para a Cidade do México para treinar na Escola Preparatória Nacional e no ano seguinte ingressou na Escola Nacional de Medicina, onde teve seu primeiro trabalho como assistente nas disciplinas: Farmácia, História das Drogas e Farmacologia.


Ele se formou em 1873 e imediatamente se matriculou na Academia de Medicina, atualmente conhecida como Academia Nacional de Medicina do México. Também naquele ano ele se tornou membro da Sociedade Mexicana de História Natural, da qual foi presidente anos depois.

Ensino

Em 1878 obteve o grau de professor da Escola Nacional de Medicina, após a apresentação de sua tese. Contribuição ao Estudo da Farmacologia Nacional: Leguminosas Indígenas Medicinais. Com ilustrações do proeminente pintor de paisagens, José María Velasco Gómez

Foi uma época de muitas ocupações para Altamirano, que passou a lecionar como professor de Farmacologia e Fisiologia, continuando em paralelo com o seu trabalho como preparador de farmácia e como professor interino das disciplinas: Terapêutica, Anatomia, Topografia e Ginecologia.

Todas as responsabilidades que tinha até então fizeram do mexicano um médico de sucesso, que atendia seus pacientes no emblemático Hospital de San Andrés da Cidade do México ou por meio de consultas privadas.


Exposições internacionais

Como membro da Sociedade Mexicana de História Natural, foi responsável pela produção do catálogo da coleção de produtos naturais indígenas enviados à Exposição Universal da Filadélfia em 1876.

Participou também da Exposição Universal de Paris em 1889, especificamente na categoria “produtos químicos e farmacêuticos, matérias-primas para farmácia, medicamentos simples e compostos”.

Representando o México, também participou da Exposição Universal de Chicago em 1892, em Nova Orleans em 1895 e em San Luis em 1904, todas realizadas nos Estados Unidos.

Esteve presente também no IX Congresso Internacional de Higiene e Demografia realizado em Madrid em 1898, onde estreitou relações com organizações científicas da Europa, Estados Unidos e América Latina.

Instituto Médico Nacional

Os preparativos para a participação do México na mencionada Exposição Universal de Paris geraram o cenário para a criação do Instituto Médico Nacional, que abriu suas portas em 1888 com Fernando Altamirano como primeiro diretor.

O instituto foi um órgão pioneiro no estudo da farmacologia da flora medicinal, onde inclusive foi instalado o primeiro laboratório de fisiologia do México.

Altamirano manteve as rédeas deste centro de pesquisas farmacológicas até sua morte.

Contribuições

O cientista realizou numerosas investigações por meio de excursões botânicas médicas realizadas em várias áreas do México, nas quais foi ocasionalmente acompanhado por renomados botânicos locais e internacionais. Resultados impressionantes emergiram desse trabalho de campo.

Um novo alcalóide

Em 1877, em trabalho conjunto com o botânico Manuel Domínguez, estudou a composição das sementes da estamenha (Erythrina coralloides) que permitiu descobrir a presença de um alcalóide até então desconhecido, que ele chamou de Erythoidina.

Posteriormente, em 1888, fez uma abordagem individualizada do assunto e só até 1937 o alcalóide pôde ser totalmente isolado, pela mão dos cientistas Karl Folkers e Randolph T. Majors

Nova espécie de anfíbio

Em 1895 ele descobriu um axolotl (anfíbio) na cordilheira Las Cruces, perto da Cidade do México, que acabou por ser membro de uma nova espécie que eles classificaram com o nome Ambystoma Altamirani.

É uma salamandra-toupeira que vive apenas no centro da República Mexicana e atualmente está em perigo de extinção.

Usos comerciais

Em 1905, Altamirano e o botânico americano Nelson Rose catalogaram uma nova espécie da planta euphorbiacea Vara amarela, localizada nos estados de Guanajuato, Querétaro e Michoacán, que eles chamaram Elastic euphorbia.

A planta tinha um valor interessante, pois continha uma resina elástica que poderia ser convertida em borracha comercial. No entanto, isso nunca poderia ser produzido de uma forma economicamente lucrativa.

Publicações

O botânico publicou centenas de artigos no Gazeta Médica do México e em revistas da Sociedade Mexicana de História Natural e do Instituto Médico Nacional.

Algumas dessas investigações são mencionadas abaixo:

-1882. Algumas observações sobre plantas medicinais indígenas, entulho e lentilha.

-1885. Notas para o estudo da cocaína. Publicado em duas parcelas.

-1889. Artigo: Aparelho para preservação e injeção de soro artificial.

-1890. O tlazahuate.

-1890. Ação da morfina em animais de sangue frio.

-1891. Notas para o estudo da ação fisiológica e terapêutica de Lobelia Laxiflora, H.B.K., var. Augustifolia, D.C.

-1898. Estudos sobre os meios de purificação da água potável em Villa de Guadalupe.

-1892. Dados para o estudo da produção de gomas de mascar.

-1894. Dados para a aplicação médica do Indigo.

-1906. Estudos preliminares sobre a ação fisiológica de Stovain.

-1907. Fatos sobre as plantas fibrosas no México.

-1894. Relatório para contribuir com o meio ambiente, intitulado Lista dos nomes botânicos comuns de árvores e arbustos próprios para repovoar as florestas da república, acompanhada da indicação dos climas em que vegetam e como os propagam. Feita em coautoria com o botânico José Ramírez,

-1896. História natural aplicada aos antigos mexicanos

-1904. Materia Medica Mexicana: Um manual de ervas medicinais mexicanas. Escrito sobre a Exposição Universal de San Luis.

Ele também fez a tradução do latim para o espanhol da obra: História das fábricas da Nova Espanha, autoria de Francisco Hernández Toledo.

Reconhecimentos

A obra de Altamirano deixou uma marca importante no mundo da botânica, que lhe reservou a sigla científica. Altam. classificar todos os elementos relacionados às suas pesquisas na área de plantas. A seguir estão as descobertas que seus colegas nomearam em sua homenagem.

Gênero de plantas:

-1903. Altamiranoa.

Espécies:

-1891. Mesoscincus Altamirani

-1895. Ambystoma altamirani

-1905. Eryngium altamiranoi

-1905. Pinus Altamiranoi

-1906. Leucophyllum altamirani

-1907. Ribes Altamirani

-1923. Coryphantha Altamiranoi

-1924. Bumelia altamiranoi

 Vida pessoal e morte

Aos 25 anos, Altamirano casou-se com Luisa González Mancera, com quem teve dez filhos.

Fernando Altamirano faleceu em 7 de outubro de 1908, aos 60 anos, em consequência de hemorragia interna, devido à ruptura de um aneurisma de aorta abdominal.

Referências

  1. Carlos Altamirano Morales. (2015). Dr. Fernando Altamirano. Retirado de dr.fernandoaltamirano.blogspot.com
  2. Gabino Sánchez Rosales, (2012). O Instituto Médico Nacional e os primórdios da pesquisa médico-científica. Retirado de revistaciencia.amc.edu.mx
  3. Aketzalli González. (2017). Rua Fernando Altamirano. Retirado de Cienciamx.com
  4. Fernando Altamirano Carbajal (2018). Retirado de alchetron.com
  5. Fernando Altamirano Carbajal. (2019). Retirado de Biodiversidad.gob.mx
  6. Miguel Salinas Chávez e Graciela Cruz Hernández. (2019). Dr. Fernando Altamirano Carbajal. Retirado de oeinm.org
  7. Emiliano Sánchez Martínez. (2019). Fernando Altamirano Carbajal: Anamnese de nossas marcantes origens. Retirado de culturaqueretaro.gob.mx