Estética (filosofia): história, objeto de estudo, problemas - Ciência - 2023


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Estética (filosofia): história, objeto de estudo, problemas - Ciência
Estética (filosofia): história, objeto de estudo, problemas - Ciência

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Quando falamos de estética, falamos de um conceito ou disciplina que é 2.000 anos anterior à palavra que a define ou até mais. O termo foi introduzido pela primeira vez pelo pensador alemão Alexander Gottlieb Baumgarten em 1735, em seu livro Reflexões filosóficas sobre poesia.

o estético Tornaria-se o ramo da filosofia que estuda objetos artísticos e as formas como percebemos o mundo. É um conceito que variou ao longo da história, cuja origem remonta à Grécia clássica.

O fim aisthetikê vem do grego aistese, "Feeling", com o sufixo I Ca, "Relativo a", referindo-se ao estudo da natureza da beleza, ou beleza em geral.

Baumgarten afirmará em um trabalho posterior, justamente intitulado Estética (1750-1758), que “o fim da estética é o aperfeiçoamento do conhecimento sensível enquanto tal, e isso é beleza”, mas o conceito vem se expandindo.


História da estética

A história da estética, como a da filosofia, é em grande parte a história de autores e pensadores que refletiram sobre a sensibilidade e a obra de arte. No entanto, para alguns, é possível falar de estética de épocas mais antigas, e voltar às manifestações artísticas da pré-história.

Não há consenso sobre o assunto, pois alguns autores acreditam que o que hoje consideramos manifestações artísticas, como pinturas rupestres e outras expressões culturais do Paleolítico, cumpriam outras funções além da arte.

Grécia antiga

Em geral, a Grécia dos séculos V e IV aC, com Platão (c. 427-347 aC), que abordou a questão da beleza em diálogos como o início da reflexão sobre o belo, é tida como Hípias Major, Fedro e ele Banquete.

Platão remonta ao mito de Apolo como deus da arte, a figuras como as musas, e mergulha, pelo método socrático, em torno do belo e da busca do belo.


Outros autores gregos, como Tales de Mileto, Pitágoras, Protágoras, Górgias e Sócrates, refletiram sobre a natureza da arte e da beleza, mas Platão é o primeiro a abordar o assunto de forma sistemática.

Outro grego a tratar do assunto depois de Platão será Aristóteles (384-322 aC), que em uma de suas obras, o PoéticoPor meio da análise da tragédia, ele definiu a arte como mimese ou imitação da natureza e da vida.

Roma e autores cristãos medievais

A reflexão sobre a estética continuará no mundo helenístico e na cultura romana (com autores como Cícero, Vitruvius ou Galeno, entre outros), e continuará com autores cristãos da antiguidade e da Alta Idade Média, como Santo Agostinho, João Casiano, Juan Escoto Erigena e outros teólogos.

A reflexão sobre arte e beleza continuará durante o período medieval, com representantes como Boecio, Tomás de Aquino e Dante Alighieri, autor do Divina Comédia e que, a partir das idéias de Tomás de Aquino, associava o amor à beleza.


Renascimento

No Renascimento, destacam-se vários autores que teorizaram em torno da arte, principalmente em torno da pintura e da escultura: Leon Battista Alberti, Lorenzo Ghiberti, Luca Pacioli (que falou do número de ouro em Da proporção divina), e Leonardo Da Vinci, cujo Tratado de pintura (1651) ainda está sendo consultado.

Outro autor que merece destaque seria Giorgio Vasari, considerado o primeiro historiador da arte moderna por sua obra. Vida dos mais renomados arquitetos, pintores e escultores italianos de Cimabue aos nossos tempos (1542-1550).

Séculos 17 e 18

A reflexão sobre a natureza da beleza e das artes continuará nas obras de autores como Francis Bacon, Giovanni Pietro Bellori, Charles Perrault, e filósofos como Blaise Pascal, Baruch Spinoza e, já no século 18, Gottfried Wilhelm Leibniz, Principal influência de Baumgarten, criadora do termo “estética”.

A partir do século XVIII, a estética passou a ser um dos ramos da filosofia, diferenciando-se da história da arte e confundindo em alguns autores com a ética e outros aspectos da filosofia.

Entre os autores que tratarão do tema da estética devemos citar o conde de Shaftesbury, Edmund Burke, Denis Diderot e Jean-Jacques Rousseau.

Século XIX

Entre o final do século 18 e o século 19, a estética será objeto de estudo de pensadores alemães como Johann Joachim Winckelmann, Gotthold Ephraim Lessing, Immanuel Kant, Friedrich Schelling e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, entre outros.

Outros filósofos, e um grande músico, que abordará diversos aspectos da estética durante o século XIX e que não podemos deixar de mencionar são Soren Kierkegaard, Arthur Schopenhauer, o compositor Richard Wagner e Friedrich Nietzsche.

Durante o século XIX, surgiu uma tendência estética cujo autor mais representativo é Oscar Wilde; este aspecto será confrontado por uma estética de cunho social ligada a pensadores socialistas como Henri de Saint-Simon, Charles Fourier e Pierre Joseph Proudhon.

Século 20 e presente

No século XX, a estética será objeto de reflexão de todas as correntes filosóficas e políticas que tentarão interpretar, desafiar e até transformar o ser humano: existencialismo, marxismo, neokantismo, pragmatismo, etc.

Figuras da psicologia contemporânea, como Freud e Jung, se aventurarão nas teorias estéticas, e a estética como um ramo da filosofia se tornará tão complexa quanto a ética, a epistemologia ou a filosofia da ciência.

Objeto de estudo da estética

Desde o seu surgimento como conceito, e mesmo antes, a estética teve um duplo objeto de estudo.

Sobre experiências estéticas

Por um lado, a estética estudaria as várias experiências humanas em torno do real, o que chamamos de experiências estéticas e os julgamentos que se seguem, por exemplo, sobre o belo ou o feio, o elevado ou o baixo.

Sobre a percepção artística da obra de arte

Por outro lado, o principal objeto da estética ao longo da história tem sido a apreciação e percepção da obra artística em suas diferentes formas, que hoje é estudada por meio da filosofia e da historiografia da arte.

Problemas abordados pela estética

Subjetividade da percepção estética

Desde Platão, os problemas que a estética tem abordado estão diretamente ligados à percepção do mundo sensível, na questão da subjetividade ao avaliar a obra de arte, a relação entre o conhecimento objetivo e a imaginação e a relação entre o belo e o bom, ou seja, entre a estética e a ética.

Relação da arte com outras disciplinas

A estética, como ramo da filosofia e a partir do século XX, tem explorado a relação da arte com a psicologia, os fenômenos sociais e o desenvolvimento da ciência e das novas tecnologias, que estão mudando rapidamente nossa percepção da realidade.

Referências

  1. Saito, Y. (2007). Estética do dia a dia. Retirado de cofc.edu.
  2. Holguín Tovar, P. J. (2008). Métodos de análise estética. Retirado de saccom.org.ar.
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  5. Estética (2020). Retirado de es.wikipedia.org.
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  7. História da estética (2020). Retirado de es.wikipedia.org.