Conferência de Estocolmo: Antecedentes, Países, Pontos - Ciência - 2023


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Conferência de Estocolmo: Antecedentes, Países, Pontos - Ciência
Conferência de Estocolmo: Antecedentes, Países, Pontos - Ciência

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o Conferência de Estocolmo (1972), Oficialmente chamada de Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, foi o primeiro grande congresso internacional convocado para tratar do meio ambiente. Esta conferência foi realizada na capital sueca que lhe dá o nome, em junho de 1972.

A preocupação com o meio ambiente e sua relação com o ser humano cresceu após o fim da Segunda Guerra Mundial. Primeiro, pelos resíduos que a energia nuclear poderia gerar, depois pelas consequências do uso crescente de agrotóxicos e, finalmente, pela perda de biodiversidade que estava ocorrendo.

Essa consciência da importância de cuidar do planeta levou a Assembleia Geral da ONU, a pedido da Suécia, a decidir pela convocação da conferência. Estiveram presentes representantes de 113 países, além de centenas de organizações intergovernamentais.


Após 11 dias de sessões, a Conferência aprovou um documento composto por 26 princípios, além de uma série de recomendações que formaram um plano internacional de ação de combate à degradação ambiental.

fundo

O fim da Segunda Guerra Mundial foi marcado pelo lançamento de bombas atômicas americanas no Japão. Logo, as grandes potências iniciaram uma corrida pela primazia no uso da energia nuclear e, aliada a isso, cresceu o medo da poluição a ela associada.

Por outro lado, a partir da década de 1960, diversas organizações ambientais foram ganhando força. Além dos resíduos nucleares, outras questões como o uso de pesticidas sintéticos ou a perda de biodiversidade também causaram preocupação.

Quase pela primeira vez, as vozes que exigiam cuidar do ecossistema começaram a ser ouvidas em todo o planeta. Tratava-se, segundo seus postulados, de respeitar o meio ambiente, tanto pelos efeitos que sua deterioração poderia ter na qualidade de vida dos seres humanos, quanto para a sobrevivência do próprio planeta.


Clube de roma

Quatro anos antes da Conferência de Estocolmo, o gerente da empresa FIAT, Aurelio Peccei, e o cientista escocês Alexander King fundaram o Clube de Roma com o objetivo de estudar e encontrar soluções para os problemas ambientais.

O primeiro relatório desta organização viu a luz em 1972. Seu autor foi Donella Meadows e foi intitulado Os limites do crescimento. Embora certos aspectos deste trabalho tenham recebido críticas consideráveis, sua publicação foi um grande impulso para os líderes mundiais levarem o assunto mais a sério.

Iniciativa Sueca

Foi neste contexto que as Nações Unidas decidiram convocar a Conferência sobre o Meio Ambiente Humano.

A iniciativa partiu da Suécia, país que se caracterizou por suas políticas públicas de combate à poluição. Estas foram as razões pelas quais o local escolhido para a realização da reunião foi a sua capital, Estocolmo.


Maurice Strong, um magnata do petróleo que, no entanto, havia se tornado uma figura proeminente entre os defensores do meio ambiente, foi nomeado Secretário-Geral da Conferência.

Países participantes

A conferência foi inaugurada pelo secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim, e pelo presidente sueco, Olof Palme.

Estocolmo acolheu, durante os 11 dias que duraram as sessões, representantes de 113 países. Além disso, mais de 400 organizações, intergovernamentais e não governamentais, participaram das discussões.

Países ausentes

A ausência mais notável foi a da União Soviética. Da mesma forma, a grande maioria das nações do bloco comunista também não compareceu.

Pontos e objetivos acordados

O resultado final da Conferência de Estocolmo foi uma declaração composta por 26 princípios e 109 recomendações para começar a atuar em defesa do meio ambiente.

O segundo dos princípios é um bom resumo dos objetivos da Conferência:

“A proteção e melhoria do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico de todo o mundo, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos”

Nesse documento final apareceu uma série de objetivos que deveriam ser alcançados nos anos seguintes. Isso variou desde a declaração de uma moratória de uma década sobre a caça às baleias até a necessidade de estudar como a energia nuclear estava sendo usada.

Embora, na prática, não passem de recomendações, muitos especialistas consideram esta afirmação como a primeira tentativa de criar uma legislação ambiental internacional.

Principais tópicos discutidos

Os participantes da conferência foram divididos em três comitês diferentes, cada um dedicado a estudar um assunto específico.

O primeiro desses comitês deve se encarregar de deliberar sobre a proteção do meio ambiente do ponto de vista de cada sociedade e cultura.

Por outro lado, o segundo comitê focou seu trabalho nos recursos naturais. Finalmente, a terceira parte debateu quais meios deveriam ser usados ​​internacionalmente para alcançar uma melhoria na proteção ambiental.

Um dos aspectos que mais chamou a atenção foi o estado dos mares e oceanos. A poluição das águas do mundo já era preocupante na época, afetando populações inteiras.

Maior conquista

Para a maioria dos analistas, além dos resultados reais da Conferência, sua principal conquista foi a conscientização sobre a importância da ecologia. Um dos princípios do documento assim o coletou:

“Chegamos a um momento da história em que devemos nortear nossas ações pelo mundo, prestando mais atenção às consequências que podem ter para o meio ambiente. Por ignorância ou indiferença, podemos causar danos imensos e irreparáveis ​​ao ambiente terrestre do qual nossas vidas e bem-estar dependem. "

Além disso, estabeleceu como objetivo fundamental garantir o futuro do planeta que “os recursos naturais da terra, incluindo ar, água, solo, flora e fauna e, principalmente, amostras representativas de ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício de gerações presentes e futuras por meio de planejamento ou gestão cuidadosa, conforme apropriado

recomendações

A Declaração da Conferência de Estocolmo continha as seguintes recomendações aos governos do planeta:

- Estabelecer bancos de genes que permitam a preservação da biodiversidade.

- Tomar medidas para proteger as espécies animais e vegetais que correm o risco de desaparecer.

- Planejar de forma sustentável todas as obras realizadas em vilas e cidades.

- Planejar medidas para reduzir a poluição.

- Formação de um novo órgão patrocinado pela ONU para ajudar a proteger o meio ambiente.

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

O último ponto mencionado acima tornou-se realidade no final de 1972. Em dezembro daquele ano, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O objetivo desse órgão era coordenar os trabalhos desenvolvidos na ONU relacionados à proteção do meio ambiente.

Banco mundial

Não apenas as Nações Unidas passaram a incorporar as recomendações da Conferência de Estocolmo. Outras organizações também tomaram medidas de defesa ambiental. O Banco Mundial, por exemplo, começou a levar em consideração o impacto sobre a natureza de seus programas de financiamento do desenvolvimento.

Comunidade Europeia

A então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia, foi criada em 1973 a. Diretiva sobre a proteção do meio ambiente e dos consumidores, bem como o Programa de Ação Ambiental.

Referências

  1. Vertua, Nestor Raul. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano - Estocolmo, 5 a 16 de junho de 1972. Obtido em dipublico.org
  2. Ecology Today. Conferência de Estocolmo. Obtido em ecologiahoy.com
  3. Escuelapedia. Conferência de Estocolmo. Obtido em schoolpedia.com
  4. Handl, Günther. Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Obtido em legal.un.org
  5. Boudes, Philippe. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Obtido em britannica.com
  6. Preto, Richard. Estocolmo: Nascimento da geração verde. Obtido em bbc.com
  7. Ciência Ambiental: Em Contexto. Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente humano (1972). Obtido em encyclopedia.com
  8. Grieger, Andreas. Apenas Uma Terra: Estocolmo e o Início da Diplomacia Ambiental Moderna. Obtido em environmentandsociety.org