Etnometodologia: Garfrinkel, teoria, correntes, representantes - Ciência - 2023


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o etnometodologia Consiste em uma proposta de sociologia cujo objeto de estudo é analisar a ordem natural dos contextos. Para fazer isso, ele se concentra na coordenação e nos comportamentos que as pessoas exibem em suas vidas diárias.

Portanto, a etnometodologia leva em consideração o espaço onde os homens interagem, expressam seus critérios e trocam inúmeras opiniões por meio de palavras e gestos. É aí que reside o sentido científico e imparcial da pesquisa social, segundo os representantes desta disciplina.

Dessa forma, a função do etnomotodologista é compreender como os indivíduos percebem e estruturam suas atividades cotidianas por meio de atos práticos, que modificam o ambiente e os parâmetros que regem a realidade.

De acordo com a abordagem desta questão de investigação, o fundamento empírico com o qual as obras devem ser preparadas encontra-se nos habitantes. Ou seja, a população é o método de estudo, pois, por meio de suas ações habituais, revela o raciocínio experimental.


O interesse da etnometodologia é pragmático, visto que se centra na área da linguística e da intersubjetividade. Por isso, conta com fontes orais e perceptivas, como gravações, entrevistas e registros sensoriais.

Apesar de essa teoria não ter sido plenamente aceita no campo da ciência, vários ramos de reflexão e comparação - como a etnografia, a psicologia e a disciplina cognitiva - deram continuidade às suas técnicas de pesquisa.

História

Em 1950, a sociologia foi estabelecida nos Estados Unidos como uma cadeira altamente relevante e progressista; mas alguns anos depois, houve uma crise ideológica dentro do corpo docente. O horizonte funcionalista, representado por Talcott Parsons (1902-1979), foi questionado.

As teses elaboradas por este sociólogo receberam diversas críticas. As obras foram problematizadas por possuírem um estilo estático e foi expresso que o autor era muito conservador, pois fazia seus estudos de forma artificial e se baseava em uma única área da sociedade.


Por esse motivo, essa instituição foi categorizada como prejudicial, uma vez que as investigações não abrangeram todos os componentes do meio ambiente. A perspectiva de análise foi restrita e a metodologia utilizada foi qualitativa, por isso enfatizaram as características normativas do ambiente.

Devido a essas desvantagens, outra ferramenta de investigação surgiu na década de 1960, que foi chamada de etnometodologia. Esse método surgiu para examinar as características inadvertidas que constituíam o comportamento das pessoas.

Ou seja, essa disciplina quantitativa nasceu para verificar como as relações interpessoais alteram o contexto e o ritmo de vida.

Origem do nome

O termo etnometodologia foi criado em 1950, sendo utilizado pelo professor norte-americano Harold Garfinkel (1917-2011) para nomear seus trabalhos sobre a delimitação de leis, linguagem e realidade coletiva.

No entanto, a palavra contém uma conotação particular, visto que essa teoria é considerada de forma pejorativa. Portanto, a possibilidade de que o prefixo etno tem sido utilizado com o objetivo de minimizar a disciplina e seu trabalho no campo científico.


Mesmo assim, é difícil considerar que etnometodologistas usem a expressão com uma noção banal. A locução etnometodologia É composto por duas palavras: etno Y metodologia. O prefixo etno deriva do grego etnos y significa grupo ou cidade.

Em vez disso, por metodologia Entende-se a aplicação de técnicas que configuram o arcabouço conceitual na elaboração de um tratado científico. Seguindo esses aspectos, é justo pensar que esse sujeito empírico estuda as atitudes frequentes de diferentes grupos sociais.

O objetivo é dar aos eventos usuais a mesma importância que aos eventos singulares.

Etnometodologia de Garfinkel

Desde estudante, Harold Garfinkel focou sua pesquisa em processos de raciocínio. Seu projeto começou quando ele examinou as deliberações dos membros do júri, chamando os veredictos e as reflexões que tanto os juízes quanto o público proclamaram como métodos.

Desse modo, observa-se que os métodos desenhados por este sociólogo não se referem a conhecimentos especializados ou lógicos, mas ao senso comum: as expressões e práticas espontâneas dos indivíduos.

A proposta de Garfinkel consiste em investigar como a experiência dos sujeitos transforma os espaços. As estruturas sociais e a ordem da população são forjadas por meio de eventos populares, por isso as características temporais do ambiente devem ser conhecidas.

O programa de etnometodologia afirma que os elementos objetivos que determinam o trabalho científico surgem do estudo de eventos triviais.

Teoria

A teoria etnometodológica desde o início se opôs à hipótese sistemática de funcionalismo de Talcott Parsons. Este autor afirma que a ordem social se constrói por meio do estabelecimento de normas.

Parsons afirmou que os indivíduos eram condicionados pela genética e pela geografia, por isso apresentaram comportamentos semelhantes em épocas diferentes; mas o comportamento repetitivo só foi realizado graças às leis.

Garfinkel e seus seguidores contradizem essa posição. Os etnometodologistas mostraram que os dogmas eram voláteis e que as pessoas eram uma espécie de máquinas de produção e evolução. Por esse motivo, foram inúmeras as ideias e perspectivas sobre o ambiente empírico.

Esta disciplina formulou, influenciada pelos conceitos da fenomenologia de Alfred Schutz (1899-1959), os seguintes princípios:

- A realidade é um processo de criação e se desenvolve por meio dos pensamentos e ações dos indivíduos, embora inconscientemente.

- A humanidade, através da experiência cotidiana, faz com que o mundo seja organizado e coerente.

- O contexto não é um objeto externo, pois sua existência depende da interação entre os habitantes.

Correntes

Um dos fundamentos da disciplina é estudar os acontecimentos que alteram o curso natural da história e descrever por que os sujeitos não têm plena consciência do poder que têm sobre a formação das comunidades.

O modelo etnometodológico surgiu com o propósito de deslocar o método utilizado nos projetos de ciências humanas e diluir a rigidez das obras sociológicas. Para que esses ideais se materializassem, surgiram três correntes de investigação:

Experimentos disruptivos

Ele se concentra em fragmentar a organização social para examinar como a realidade é reconstruída. Esta disciplina caracteriza-se por ser recorrente e demonstrativa, uma vez que os processos sociais estão em constante mudança.

O objetivo dos especialistas é explicar que o meio ambiente está implícito e buscam demonstrar, por meio da análise dos elementos culturais, como os eventos cotidianos representam a essência do mundo. O objetivo é verificar se o contexto pode ser tangível.

Análise de conversação

O interesse desse campo é estudar as propriedades das conversas. Ao investigar a composição e o estilo dos diálogos, os etnometodologistas procuram identificar as estruturas que constituem os traços constitutivos da fala habitual.

A linguagem admite a individualização do contexto, aspecto que os pesquisadores desse ramo social querem destacar. Ao particularizar o ambiente por meio de palavras e gestos, é possível vincular fatos e refletir sobre o mundo como um todo.

Abordagem cognitiva

Essa teoria visa relacionar a sociologia com a psicologia, uma vez que tenta mostrar os procedimentos que os homens utilizam para organizar seus conhecimentos. Ele também analisa as reações verbais e corporais dos indivíduos.

O objetivo é externalizar como as pessoas criam e ordenam o significado social das situações que as cercam.

Representantes

A etnometodologia é um instrumento de investigação, além disso, é uma metodologia que surgiu para fortalecer o trabalho em sociologia. Esta disciplina desenvolveu um quadro conceptual próprio, onde estabelece que a vida é o produto da troca de expressões que se gera entre a população.

Embora Harold Garfinkel seja a figura mais importante nesta área, ele não é o único representante. É importante destacar que este assunto se caracteriza por ter várias orientações de reflexão e dois dos expoentes são:

Harvey Sacks (1935-1975)

Foi um sociólogo reconhecido por suas pesquisas sobre a linguagem, especialmente sobre a importância dos pronomes na vida cotidiana. Arriscou-se no campo etnometodológico sendo influenciado por Garfinkel com quem realizou determinados projetos.

Sacks se destacou por desenhar uma técnica de análise que consistia em fazer hipóteses a partir dos próprios acontecimentos e não do que se escreveu sobre eles. Sua ideia era preservar o conteúdo e o significado concreto dos acontecimentos.

Graças a este autor, difundiu-se o uso de gravações e transcrições como elementos fundamentais em estudos científicos. De alguma forma, contribuiu para o avanço do método usado no trabalho de campo.

Aaron Cicourel (1928)

Ele é um sociolinguista especializado em comunicação sistemática e no estudo de atos práticos infantis. Como pesquisador, questionou as obras de sociólogos tradicionais, que tratavam de fatos universais e não consideravam aspectos microestruturais.

Cicourel afirmou que o processo de evolução é cíclico: o homem legitima a realidade por meio da interpretação. Além disso, explicou que o pensamento é o principal ator da sociedade.

Referências

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