Alunos Superdotados: Crianças com Inteligência Extraordinária - Psicologia - 2023


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Alunos talentosos: diferenças individuais entre crianças com inteligência extraordinária - Psicologia
Alunos talentosos: diferenças individuais entre crianças com inteligência extraordinária - Psicologia

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Que características definem a menina ou menino talentoso?

Podemos dizer, de maneira geral, que seu desenvolvimento intelectual está sempre à frente do que se espera para sua época. Por exemplo, se a maioria das crianças consegue dizer algumas palavras dentro de um ano e meio após o nascimento, uma criança superdotada tem um repertório de palavras duas ou três vezes maior para aquela faixa etária.

Alunos superdotados: que fatores fazem uma criança ter altas habilidades?

Quando a criança talentosa entra na escola, basicamente o que se percebe é: raciocínio rápido, facilidade de criar respostas muito mais elaboradas e um uso muito bom da informação. Essas crianças podem necessitar de estratégias educacionais adaptadas, já que pode ser que escondam seus talentos em uma aula normativa, fique entediado ou abandone as aulas. Para esta e muitas outras perguntas, poderíamos nos perguntar o seguinte: O que garante fazer parte do alunos talentosos? Uma criança talentosa é um adulto de sucesso?


Não necessariamente.

Variáveis ​​contextuais

Devemos levar em consideração certas variáveis ​​do contexto que cada criança pode ter. Por um lado o apoio (ou a falta dela) pelos pais, tutores legais ou pessoas próximas. Há casos em que a família não os sustenta, desvalorizando o fato de estudar e investir tempo nos estudos e enfatizando a necessidade de trazer um salário para casa no final do mês. Isso pode fazer com que a criança coloque de lado seus talentos e se concentre em cumprir o que os pais pedem dela. A escola pode ignorar o talento, fazendo com que a criança não receba uma educação adaptada e a criança acabe ficando entediada e abandone as aulas. Ou, o ambiente de amigos pode levar a criança a esconder suas habilidades por meio provocando, o que pode até desencadear uma dinâmica de bullying.

Circunstâncias econômicas em que a pessoa é familiar também desempenham um papel importante. Há famílias que não podem custear os estudos dos filhos, já que a sua situação económica não o permite, por mais que ambos os pais trabalhem e haja certos apoios ou bolsas. Consequentemente, a criança terá que se adaptar à situação e seus talentos não serão capazes de se desenvolver como esperado.


Por fim, há outras variáveis ​​a destacar, como as oportunidades que a vida oferece a cada um, ou a própria saúde.

Analisando casos reais

Tudo isso se reflete em um estudo conduzido por Melita Oden junto com Terman, em 1968, onde os 100 homens mais bem-sucedidos e os 100 homens menos bem-sucedidos de um grupo foram comparados; definindo sucesso como celebrando os empregos que exigiam seus dons intelectuais. Os bem-sucedidos incluíram professores, cientistas, médicos e advogados. Entre os malsucedidos estavam eletrônicos, técnicos, policiais, carpinteiros e limpadores de piscinas, além de advogados, médicos e acadêmicos fracassados. O estudo concluiu que o bem-sucedido e o malsucedido dificilmente diferiam no QI médio. Em qualquer caso, as diferenças entre eles acabaram por estar na confiança, persistência e incentivo precoce dos pais.

Crianças inteligentes e pais

Quando falamos de crianças inteligentes, o principal critério foca no QI e nos ambientes acadêmicos, mas também no fatores socioemocional. No estudo realizado por Terman e Melita, podemos observar um claro viés na amostra por se tratar de uma população apenas universitária. Terman acabou se tornando um geneticista convicto, mas não levou em consideração as variáveis ​​históricas do momento, como guerra, etc. Muitos sujeitos morreram lá, outros de alcoolismo, suicídio ... fatores que têm a ver com características socioemocionais.


Alencar e Fleith (2001) notaram uma menor ênfase no desenvolvimento emocional devido ao hegemonia dos planos educacionais pouco voltado para o fortalecimento de um autoconceito positivo e para a promoção de seu desenvolvimento social. Eles também observaram que a grande maioria dos trabalhos apresentados até então sobre o assunto não estava relacionada ao desenvolvimento socioemocional. Terman reconheceu, no entanto, que crianças que possuíam QI acima de 170, apresentavam dificuldades de ajustamento social, sendo consideradas por seus professores como isolamento (Burks, Jensen e Terman, (1930), Gross (2002)).

A vulnerabilidade emocional também foi encontrada, referindo-se à capacidade desses alunos de compreender e se envolver com questões éticas e filosóficas, antes que a maturidade emocional se desenvolvesse para lidar com tais questões (Hollingworth, 1942).

Alunos superdotados e expectativas da escola

Como agentes externos, podemos observar como os alunos com maiores capacidades intelectuais estão sujeitos a sofrer o que Terrassier chamou de “Efeito Pigmalião negativo”. Isso ocorre quando, uma vez que existem alunos superdotados com maior potencial do que os professores, estes tendem a esperar um desempenho na faixa média desses jovens, e então passam a encorajar alguns alunos a ter um desempenho bem abaixo de suas capacidades reais (Terrassier, 1981).

Como último ponto, vale mencionar um estudo realizado sobre o detecção de alunos superdotados, em que foram analisadas as estruturas das teorias implícitas da inteligência dos educadores e a relação entre elas e o crenças sobre como identificar alunos superdotados. Educadores que avaliaram a criatividade como um atributo importante da inteligência tendem a favorecer vários métodos para identificar alunos superdotados.

Em contraste, os educadores que apoiaram o uso do QI como base primária para a identificação de talentos geralmente concordaram que o capacidade de análise fazia parte da estrutura de inteligência (García-Cepero, et al, 2009).