México contemporâneo: história, cultura, personagens - Ciência - 2023
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Contente
- História
- Governo de Álvaro Obregón
- Elías Calles e os Maximato
- Consolidação do México Contemporâneo
- Nacionalização do Petróleo
- Manuel Avila Camacho
- Promoção da industrialização
- México em 1968
- O desgaste do PRI
- Século XXI
- Cultura
- 30's
- 40 e 50
- Anos 60 e 70
- Cultura de fim de século
- Figuras proeminentes
- Plutarco Elías Calles
- Lazaro Cardenas del Rio
- Carlos Salinas de Gortari
- Vicente Fox
- Referências
o México contemporâneo É o período da história do país norte-americano que vai desde o final da Revolução até os dias atuais. O ponto de partida geralmente é colocado na promulgação da Constituição de 1917, elaborada pelos revolucionários que lutaram contra os governos de Porfirio Díaz e Victoriano Huerta.
O primeiro presidente mexicano após o triunfo da Revolução foi Venustiano Carranza, que foi sucedido por Álvaro Obregón, tendo Adolfo de la Huerta como presidente interino entre os dois. Estes primeiros anos foram de reconstrução do país, embora a pacificação total ainda demorasse em vir.
Plutarco Elías Calles e o chamado Maximato foi outro período importante durante as primeiras décadas do México contemporâneo. As revoltas e os eventos violentos continuaram a ser muito comuns na política mexicana e os sucessivos governos não conseguiram acabar com eles.
Foi durante a presidência de Lázaro Cárdenas que, segundo historiadores, o México conseguiu se estabilizar. Durante sua presidência, a produção de petróleo foi desapropriada, tornando-se a principal fonte econômica do país.
As mudanças na sociedade, economia e cultura durante o período contemporâneo foram muitas. Do lado positivo está a industrialização e a tentativa de redução das desigualdades, principalmente com uma política agrária fortemente influenciada pelas ideias de Emiliano Zapata. Do lado negativo, corrupção política e altas taxas de pobreza.
História
Entre 1917 e 1920, o México viveu um período turbulento, com os vencedores da Revolução lutando entre si. Emiliano Zapata e Francisco Villa, cada um em seu território, tentaram acabar com o governo Carranza. Enquanto isso, a economia do país sofreu as consequências dos anos de guerra.
Finalmente, as tropas de Villa e Zapata foram derrotadas e, este último, assassinado em 1919. No ano seguinte, Villa assinou uma paz final com Carranza. Parecia que o México caminhava para uma maior estabilidade, mas a sucessão presidencial não seria pacífica.
A legislatura terminou em 1920 e Carranza propôs um candidato para substituí-lo. No entanto, os líderes revolucionários não aceitaram sua proposta e os generais Álvaro Obregón e Plutarco Elías Calles se levantaram na Rebelião Água Prieta.
A revolta foi um sucesso e, após um breve mandato da presidência de Adolfo de la Huerta, foram realizadas eleições. Álvaro Obregón foi o vencedor, iniciando seu mandato presidencial no mesmo ano.
Governo de Álvaro Obregón
A prioridade que Obregón estabeleceu para seu governo foi estabilizar o país. Ele iniciou políticas para reconstruí-lo e melhorar a economia em dificuldades. Para isso, aliou-se aos ex-partidários de Zapata e conquistou o apoio dos camponeses com várias leis a seu favor.
A título de exemplo, os latifúndios começaram a ser desapropriados e as terras foram distribuídas entre os trabalhadores do campo. Da mesma forma, estabeleceu um salário mínimo e promulgou legislação para acabar com a exploração do trabalho.
Por outro lado, destacou o florescimento cultural vivido nesse período. Tanto na educação quanto nas artes, o progresso foi muito importante. Na verdade, essa etapa ficou conhecida como Revolução Cultural.
No entanto, Obregón também não teve uma sucessão tranquila. Em 1923, Adolfo de la Huerta liderou um levante armado. A tentativa foi derrotada e o candidato proposto por Obregón, Plutarco Elías Calles, tornou-se presidente.
Elías Calles e os Maximato
Os anos seguintes na história do México foram marcados pela presidência de Plutarco Elías Calles. Embora tenha deixado o cargo em 1928, ele continuou a ser a figura central no governo das sombras até 1934. É o período denominado Maximato, com Elías Calles sendo o Chefe Máximo da nação.
Quanto ao trabalho político, Calles seguiu o mesmo caminho de seu antecessor. Para tanto, contou com as organizações sindicais, legislar é a seu favor.
Como pontos importantes, destacam-se a criação do Banco Nacional do México e o grande intervencionismo estatal na economia. Os historiadores destacam que, sob seu mandato, foram lançadas as bases para o desenvolvimento econômico do país.
Por outro lado, ele sofreu oposição da Igreja por causa de suas leis contra os privilégios eclesiais. Isso o fez enfrentar a chamada rebelião Cristero, que acabou com a vida de Álvaro Obregón em 1928, quando ele concorreu para suceder Calles.
Calles promoveu Portes Gil para substituí-lo. Além disso, ele fundou o Partido Nacional Revolucionário em 1929, o primeiro antecedente do PRI, que governou o México por sete décadas.
Tanto Portes quanto os dois presidentes seguintes mantiveram a linha que Elías Calles os impôs em seus governos.
Consolidação do México Contemporâneo
A chegada de Lázaro Cárdenas ao poder marcou uma virada no país. Muitos especialistas consideram que é aí que se consolida o estado moderno.
A primeira coisa que fez foi livrar-se da figura de Elías Calles e mudar o nome do partido, fundando o Partido da Revolução Mexicana.
Sua presidência começou em 1º de dezembro de 1934, com uma programação claramente social. Como seus predecessores, deu atenção especial aos camponeses, expropriando grandes propriedades e dividindo a terra entre elas. Além disso, ele ordenou a construção de moradias sociais, deu direitos aos povos indígenas e aumentou a igualdade entre homens e mulheres.
Cárdenas também é reconhecido pelo grande impulso que deu à educação. Assim foi o promotor da extensão das escolas públicas em toda a zona rural e fundou o Instituto Politécnico Nacional para melhorar o ensino técnico.
Por outro lado, preocupou-se também com a melhoria da infraestrutura de transporte. Entre outras medidas, ele nacionalizou a ferrovia e ampliou a malha rodoviária.
Um acontecimento importante na história política do México foi a fundação, em 1939, do Partido da Ação Nacional, algo inédito em um país acostumado a partidos únicos.
Nacionalização do Petróleo
Outra ação do governo Cárdenas foi a nacionalização da extração de petróleo. Na época, estava nas mãos de empresas estrangeiras, que evitavam o pagamento de impostos e criavam más condições de trabalho para os trabalhadores mexicanos.
Isso causou greves no setor. As reivindicações foram apoiadas pelo Tribunal de Justiça, mas as petrolíferas ignoraram a decisão. Diante disso, Cárdenas decidiu desapropriá-los e nacionalizar a produção.
Para isso criou a Pemex, empresa estatal que se encarregava de tudo relacionado ao petróleo. Embora a decisão tenha provocado um boicote por vários países, a Pemex acabou se tornando a maior fonte de receita do México e assim permaneceu por décadas.
Manuel Avila Camacho
O sucessor de Cárdenas foi Manuel Ávila Camacho, o primeiro presidente a se separar dos ideais defendidos pelos revolucionários. Assim, parou a política de reforma agrária e favoreceu a nascente burguesia industrial.
Por outro lado, ele foi o criador da Previdência Social mexicana, algo que as organizações patronais não gostaram.
A Segunda Guerra Mundial afetou os mexicanos, assim como o resto do mundo. A economia sofreu e sofreu alguns ataques do exército nazista. Em 1942, o México entrou na guerra ao lado dos Aliados.
Na esfera política, destacaram a promulgação de uma Lei Eleitoral que regulamentou os partidos políticos e a mudança do nome do partido no poder. As eleições de 1946 marcaram o início da era do Partido Revolucionário Institucional.
Promoção da industrialização
O primeiro candidato do PRI foi Miguel Alemán, o primeiro presidente civil desde a Revolução. Depois dele vieram os governos de Ruiz Cortines e Adolfo López Mateos.
Os três mandatos de seis anos caracterizaram-se pelo desenvolvimento econômico, com grande impulso à industrialização. Os preços sofreram aumentos significativos e os gastos sociais do estado caíram. Apesar disso, ainda houve algumas nacionalizações, como a da eletricidade.
Na esfera social, Ruiz Cortines concedeu às mulheres o direito de voto, enquanto os movimentos sindicais assumiram o papel de protesto contra as decisões do governo.
México em 1968
A fase de crescimento econômico terminou com o governo de Gustavo Díaz Ordaz, no final da década de 1960. Além disso, foram crescendo as manifestações sociais e, com elas, as violentas respostas do Estado.
O ponto culminante dessa repressão veio com o Massacre de Tlatelolco, ou das Três Culturas. A mobilização de universitários terminou com disparos indiscriminados das forças de segurança. Oficialmente, entre 200 e 300 mortes foram relatadas, mas outras fontes quase multiplicam esse número por 10.
Para muitos historiadores, a chegada dos anos 70 marcou o início da etapa menos democrática dos governos do PRI. Não só pela repressão, mas pelas inúmeras denúncias de fraudes eleitorais em todo o país.
O desgaste do PRI
Nos anos seguintes, com Luis Echeverría na presidência, o governo tentou voltar às políticas sociais. Ele também se beneficiou do crescimento econômico internacional, mas seu mandato terminou com a primeira desvalorização do peso desde 1954.
O boom do petróleo foi o grande trunfo de seu sucessor, López Portillo. No entanto, a crise econômica de 1981 mudou toda a orientação política do México.
Miguel de la Madrid, Carlos Salinas e Ernesto Zedillo abordaram a economia desde o neoliberalismo. Nos anos seguintes, o México privatizou mais de 750 empresas estatais.
O Tratado de Livre Comércio da América do Norte, assinado em janeiro de 1994, foi um dos passos mais importantes da era neoliberal.
Naquele ano ocorreu também o levante em Chiapas do Exército Zapatista de Libertação Nacional, com forte conteúdo indígena. A situação dos indígenas nunca foi totalmente resolvida e os guerrilheiros pediram reconhecimento e uma melhora em sua situação.
Século XXI
Apesar da certeza de que, anteriormente, o PRI havia conseguido se manter no poder por meio de fraudes, foi somente no ano 2000 que o México experimentou uma alternância política. Nas eleições daquele ano, Vicente Fox, da Alliance for Change, conseguiu chegar ao poder.
Em 2006, o vencedor foi Felipe Calderón, candidato do PAN, embora as manifestações por suspeitas de fraude tenham paralisado a Cidade do México.
O narcotráfico se tornou um problema para o país e Calderón agiu duramente, e sem muito sucesso, para acabar com os cartéis.
Enquanto isso, a economia, com altos e baixos, não havia decolado totalmente e as desigualdades sociais aumentaram notavelmente. Isso levou o PRI, com Peña Nieto, a voltar ao poder em 2012.
Cultura
O primeiro grande salto da cultura mexicana ocorreu durante o governo de Obregón. O secretário da educação, José Vasconcelos, lançou uma ampla campanha intitulada “Alfabeto, pão e sabão”. Seu objetivo era espalhar a escola primária em todo o país.
Organizou missões culturais para percorrer o México, formadas por estudantes e profissionais. Seu trabalho era atuar como professores para alfabetizar a população rural. Da mesma forma, eles deram grande importância à música e às outras artes.
Por outro lado, Vasconcelos deu grande apoio a grandes nomes da cultura mexicana, como Diego Rivera ou Alfaro Siqueiros.
30's
O trabalho educativo continuou durante a presidência de Cárdenas. Inúmeras instituições foram criadas, como o Conselho Nacional de Ensino Superior e Pesquisa Científica ou o Instituto Nacional de Psicopedagogia.
O Castelo de Chapultepec foi transformado em museu e a recepção dos exilados espanhóis republicanos que fugiam da Guerra Civil foi um enriquecimento para a vida cultural mexicana.
40 e 50
Mais uma vez, a educação foi a principal preocupação durante essas décadas. Na década de 1940, foi desenvolvida uma campanha para reduzir o analfabetismo, que afetava metade da população.
Por outro lado, na década de 1950, foi organizado um programa que buscava tornar os indígenas espanhóis. Foi criado o Instituto Nacional de Proteção à Criança, muito voltado para o meio rural.
Universidades e museus foram favorecidos pelas políticas realizadas, criando novas instituições.
Anos 60 e 70
Como aconteceu em grande parte do mundo ocidental, a década de 1960 terminou com uma mudança cultural liderada pelos mais jovens. A chamada geração de 68 foi mais aberta ideologicamente, a ponto de frequentemente desafiar as convenções.
A ruptura com o exposto também se refletiu no campo artístico. Surgiram novas correntes nas quais a criatividade era o mais importante.
Cultura de fim de século
O uso de novos meios de expressão, como o vídeo ou a fotografia, marcou a cultura mexicana nos anos 80. Surgiram muitos showrooms, principalmente na capital, nos quais novos artistas mostravam suas obras feitas com novas linguagens.
Isso não significa que as artes clássicas foram abandonadas. Assim, surgiram vários pintores classificados como pós-modernos. Estes recuperaram elementos populares e nacionalistas, reinterpretando-os em suas pinturas.
Figuras proeminentes
Plutarco Elías Calles
Plutarco Elías Calles nasceu no estado de Sonora em 1877. Depois de participar da Revolução, fez parte do governo de Adolfo de la Huerta, ocupando a pasta da Guerra e Marinha e a de Álvaro Obregón, como Secretário do Interior.
Depois de se tornar presidente, ele teve que enfrentar os problemas que assolavam o país. Ele foi um dos arquitetos mais destacados da estabilização do México.
Recebeu o nome de Chefe Máximo da Revolução, sendo o verdadeiro poder sombra durante as presidências de Emilio Portes Gil, Pascual Ortiz Rubio e Abelardo L. Rodríguez. Nessa época era chamado de Maximato.
Lázaro Cárdenas, que em princípio era seu aliado, não quis continuar sob sua influência e ordenou sua expulsão do país.
Lazaro Cardenas del Rio
Ele é considerado um dos presidentes mais importantes do período pós-revolucionário no México. Ele nasceu em Jiquilpan, Michoacán, em 21 de maio de 1895. Após a Revolução, foi um dos que apoiaram o Plano Água Prieta, que deu início ao levante contra Carranza.
Antes de se lançar na política nacional, foi governador de Michoacán, onde pôde comprovar a eficácia de suas políticas.
Lázaro Cárdenas assumiu a presidência em 1934. Suas medidas tiveram forte componente social e agrário. Seu principal objetivo era implementar as políticas contidas na Constituição de 1917.
Carlos Salinas de Gortari
Sua importância reside em ter sido o responsável pela mudança do paradigma econômico mexicano. Seguindo as políticas traçadas por seu antecessor, Miguel de la Madrid, privatizou um grande número de empresas públicas e instalou o neoliberalismo como sistema econômico.
Para conseguir isso, ele teve que mudar não apenas a economia, mas também grande parte das leis que defendiam a propriedade estatal de muitos meios de produção.
Durante sua gestão, o México assinou o Acordo de Livre Comércio com o Canadá e os Estados Unidos (1994), cujos resultados finais são muito discutidos por especialistas.
Vicente Fox
A figura de Vicente Fox Quesada (Cidade do México, 2 de julho de 1942), além de suas políticas, entrou para a história como o primeiro presidente não-PRI em mais de 70 anos.
Em 1º de dezembro de 2000, rompeu-se a hegemonia que, durante décadas, vinha sendo mantida no país.
Referências
- Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura. Perfil histórico do México (1821-1999). Obtido de oei.es
- Goiva, Adolfo. México contemporâneo: revolução e história. Obtido em nexos.com.mx
- Wikibooks. História do México / México contemporâneo. Obtido em es.wikibooks.org
- Mexperience. Tempos modernos. Obtido em mexperience.com
- Angel Palerm, Henry Bamford Parkes e outros. México. Obtido em britannica.com
- Os editores da Encyclopaedia Britannica. Partido Revolucionário Institucional. Obtido em britannica.com
- Edmonds-Poli, Emily; Shirk, David A. Contemporary Mexican Politics. Recuperado de is.cuni.cz
- Salvucci, Richard. A História Econômica do México. Obtido em eh.net