Octavio Paz: biografia, estilo, obras e frases - Ciência - 2023


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Octavio Paz (1914-1998) foi um escritor, poeta e diplomata mexicano. Tem sido considerado um dos escritores mais importantes e influentes do século 20, entre outros motivos, por renovar e inovar a poesia pela expressividade e beleza de suas letras. Seu nome completo era Octavio Irineo Paz Lozano.

A obra de Paz se caracterizou por não ter sido submetida a nenhum movimento literário. Pelo contrário, foi um autor que se dedicou a criar a partir do pessoal, o que conferiu aos seus textos um carácter único, expressivo e profundo. O poeta, com inteligência, aproveitou o melhor de cada corrente que foi apresentada.

O escritor produziu abundante obra, que abrangeu diversos gêneros, entre os quais se destacaram a poesia e o ensaio. Entre as obras de paz mais conhecidas estão: O Labirinto da Solidão Y Liberdade condicional. Em todos os seus escritos você pode ver a genialidade do autor.


Biografia

Nascimento e família

Octavio nasceu na Cidade do México em 31 de março de 1914. Ele veio de uma família culta. Seus pais eram Octavio Paz Solórzano, jornalista e advogado, e Josefina Lozano. A vida do escritor foi influenciada por seu avô paterno, Ireneo Paz, que foi um destacado escritor, advogado, jornalista e historiador.

Infância e educação

Os primeiros anos da infância de Octavio Paz foram sob a tutela da mãe, do avô e da tia paterna. O trabalho do pai do poeta, como advogado e secretário do líder militar Emiliano Zapata, o afastou por muito tempo.

A ausência paterna por motivos de trabalho significou um vazio emocional de que o avô de Octavio aproveitou, preenchendo-o com o ensino de literatura. Isso marcou para sempre a vida do poeta. As cartas serviram de ponte entre o autor e seu eu interior, refletindo com maestria em suas inúmeras obras.


As mesmas tarefas que tiraram de casa o pai do poeta, fizeram com que Octavio tivesse que se mudar para os Estados Unidos, e foi lá que fez os primeiros anos de estudos. Ele então retornou ao México, onde continuou sua preparação. Ainda adolescente, aos quinze anos integrou o Sindicato dos Estudantes Pró-Trabalhadores e Camponeses.

Formação universitária e primeiros passos literários

Paz completou seus estudos secundários na Escola Preparatória Nacional San Ildefonso no início dos anos 1930. Então ele começou a estudar direito, filosofia e letras na Universidade Nacional Autônoma do México. Ele teve uma carreira acadêmica brilhante, sendo um aluno diligente.

Nessa época já teve contato com grandes clássicos da literatura, entre eles T.S. Eliot. Inspirado pela tradução de A terra do desperdício, do escritor britânico, escreveu aos dezessete anos um texto intitulado Ética do artista, relacionado com a poesia e seus laços com a moralidade. Seu amor pelos grandes escritores influenciou muito seu trabalho.


Corrimão Y Lua selvagem

O gosto e a paixão de Octavio Paz pela literatura e letras levaram o poeta, ainda estudante, a integrar a direção da revista. Corrimão em 1931, junto com outros jovens. Além disso, publicou algumas matérias com certa frequência na edição dominical do jornal Universal.

Dois anos depois, em 1933, o poeta iniciante lançou seu livro de poemas Lua selvagem. Foi uma coleção de poemas carregados de sensibilidade e sentimentos, onde suas palavras foram carregadas de paixão. No ano seguinte, ele o mostrou ao poeta espanhol Rafael Alberti, após uma visita ao México.

A crítica de Alberti à poesia de Paz

A visita de Rafael Alberti ao México em 1934 foi importante para os poetas locais que estavam iniciando sua carreira literária. A essa altura o poeta espanhol simpatizava com o comunismo, o que o levou por um tempo a produzir poesia social e com características políticas. Sabendo disso, Octavio Paz queria mostrar seu trabalho a Alberti para que ele apreciasse.

Quando Alberti leu a obra de Octavio Paz, fez-lhe saber que a sua poesia era mais romântica e pessoal do que social, portanto, afirmou: “não é poesia revolucionária no sentido político”. No entanto, Alberti reconheceu as mudanças em sua linguagem e formas de expressão únicas, por isso já sabia que estava diante de um homem que havia encontrado seu caminho.

Confrontado consigo mesmo

Em meados dos anos 30, Octavio Paz confrontou-se consigo mesmo, com sua posição política e com o conteúdo de sua poesia. Com a leitura de San Juan de la Cruz, o poeta soube caminhar para a beleza da poesia e sua conexão com a vida. Esse encontro com seu "eu" levou o escritor a fortalecer ainda mais seu estilo único e a se desvencilhar de qualquer fórmula.

Depois de confirmar esse tipo de "comunhão", o autor passou a escrever uma espécie de diário ou confissões. Então, em 1936, começou o processo de desenvolvimento da coleção de poemas Raiz do homem. No ano seguinte, ele se formou na Universidade Nacional Autônoma do México, obtendo notas consideravelmente boas.

Missão em Yucatán e primeiro casamento

Em 1937, Octavio Paz fez uma viagem a Yucatán com a missão de criar uma instituição educacional para os filhos dos trabalhadores, sob as ordens do então presidente do México Lázaro Cárdenas. Os quatro meses que passou naquela cidade, levaram-no a escrever o poema Entre a pedra e a flor.

Em meados desse mesmo ano, o poeta casou-se com Elena Garro, que também trabalhava como escritora. O casal concebeu uma filha. Em julho, o casal viajou para a Espanha, atendendo a um convite que Paz recebeu para participar do II Congresso Internacional de Escritores em Defesa da Cultura.

A favor da república espanhola

A visita de Octavio Paz à Espanha em plena Guerra Civil o colocou ao lado do lado republicano. Por isso, quando voltou ao México, não hesitou em ajudar os espanhóis que estavam em situação de refugiado. Ele também participou da criação de Oficina, publicação de natureza literária.

Durante esse tempo, ele se dedicou a escrever, enquanto trabalhava em um banco. Alguns de seus escritos de conteúdo político foram publicados no jornal O popular; Além disso, por volta de 1942, ele fundou duas revistas literárias, que foram chamadas O filho prodigio Y Terra nova.

Tempo fora do México

A partir de 1943 e por cerca de dez anos, o escritor residiu fora do México. Inicialmente foi para os Estados Unidos após ter ganho a Bolsa Guggenheim, para estudar na Universidade da Califórnia. Em 1945 iniciou sua carreira diplomática como representante de seu país na França.

Viveu na França de 1945 a 1951. Também nessa época publicou o ensaio O Labirinto da Solidão. Além disso, ele se separou do marxismo e abordou o socialismo e o movimento surrealista. A partir daí, seus escritos se aproximaram do misterioso e irreal.

Octavio voltou para seu país

Antes de retornar ao México em 1953, Paz fez trabalhos diplomáticos na Índia e no Japão. Depois de se instalar em seu país, trabalhou como diretor de seção de organismos internacionais. Também foi incorporado na criação do Revista Mexicana de Literatura.

Após quatro anos em solo asteca, ele foi morar em Paris. Em 1959 ele se separou de Elena. Em 1962, Octavio Paz voltou à Índia como diplomata. No amor, conheceu Marie José Tramini, francesa com quem se casou em 1964, e ela se tornou sua companheira vitalícia.

Renuncie como embaixador

Octavio Paz sempre se mostrou um homem justo, apegado às regras, além de defensor e amante de seu país. Por isso, quando o assassinato de civis e estudantes ocorreu em 1968, conhecido como massacre de Tlatelolco, ele não hesitou em renunciar ao cargo de embaixador na Índia.

A partir desse momento, atuou como professor universitário nas principais casas de estudos dos Estados Unidos, como Harvard, Pensilvânia, Texas e Pittsburgh. Em 1971 ele fundou Plural, no México, uma revista que combinava temas políticos com literários.

Últimos anos e morte

Os últimos anos da vida de Octavio Paz foram de constante atividade. Ele trabalhou como professor, deu palestras, escreveu e fundou várias revistas. No entanto, ele começou a sofrer de câncer e morreu em 19 de abril de 1998 na Cidade do México, aos oitenta e quatro anos.

Prêmios e reconhecimentos Octavio Paz

A obra literária de Octavio Paz foi reconhecida e aclamada por meio de inúmeros prêmios e distinções. Alguns deles estão listados abaixo:

- Prêmio Xavier Villaurrutia em 1957 por seu ensaio O arco e a lira.

- Prêmio Internacional de Poesia na Bélgica, em 1963.

- Membro do Colégio Nacional do México desde 1967.

- Prêmio do Festival de Poesia de Flandres em 1972.

- Doutor Honoris Causa em 1973 pela Universidade de Boston.

- Prêmio Nacional de Ciências e Artes em 1977.

- O Prêmio Jerusalém em 1977.

- Prêmio da Crítica Espanhola em 1977.

- Doutor Honoris Causa em 1978 pela Universidade Nacional Autônoma do México.

- Prêmio Grande Águia de Ouro em 1979. Realizado em Nice, durante o Festival Internacional do Livro.

- Prêmio Ollin Yoliztli em 1980.

- Doutor Honoris Causa em 1980 pela Universidade de Harvard.

- Prêmio Miguel de Cervantes em 1981.

- Prêmio Internacional Neustadt de Literatura em 1982.

- Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão em 1984.

- Doutor Honoris Causa em 1985 pela University of New York.

- Prêmio Internacional Alfonso Reyes em 1985.

- Prêmio de Poesia de Oslo em 1985.

- Prêmio Mazatlán de Literatura em 1985 por seu ensaio Homens em seu século.

- Prêmio Internacional Menéndez Pelayo em 1987.

- Medalha Picasso em 1987.

- Prêmio Britannia em 1988.

- Prêmio Alexis de Tocqueville em 1989. Doutor Honoris Causa em 1989 pela Universidade de Murcia.

- Prêmio Nobel de Literatura em 1990.

- Grande Oficial da Ordem do Mérito da República Italiana em 1991.

- Doutor Honoris Causa em 1992 pela Universidade do Texas.

- Grã-Cruz do Mérito, Berlim em 1993.

- Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades em 1993 pelo trabalho desenvolvido na sua revista Retorna.

- Grã-Cruz da Legião de Honra da França em 1994.

- Medalha Gabriela Mistral, Chile 1994.

- Prêmio Mariano de Cavia de Jornalismo em 1995.

- Prêmio Blanquerna em 1996.

- Doutor Honoris Causa em 1997 pela Universidade de Roma.

- Membro honorário da Academia Mexicana de Línguas desde 1997.

- Prêmio Nacional de Jornalismo do México em 1998 por sua carreira literária.

Póstumo

- Medalha do Mérito Cidadão pela Assembleia Legislativa do Distrito Federal em 1998.

- Grã-cruz de Isabel La Católica em 1998.

- Prêmio Honorário “We” Golden Eagle, Los Angeles em 1998.

- Prêmio do Instituto Cultural Mexicano, Washington em 1999.

Estilo

O estilo literário de Octavio Paz caracterizou-se por ser único, expressivo, profundo e intenso. Separou-se de qualquer movimento ou corrente literária, ou seja: sua obra não seguia diretrizes ou formas estabelecidas, mas se encarregava de dar autenticidade e personalidade às suas palavras.

O fato de em sua obra haver traços de surrealismo, neo-modernismo ou existencialismo, não significava que o poeta ali permanecesse. Ao contrário, ele experimentou e buscou novas formas de inovação dentro da literatura; sua língua era culta, apaixonada e bela.

Poesia

Octavio Paz desenvolveu um trabalho poético repleto de beleza, erotismo e romance. Ao mesmo tempo, ele a direcionou para o futuro do homem como ser individual, bem como sua relação com o tempo e a solidão. Em seus versos havia inteligência, reflexão e amplo uso de imagens visuais.

O poeta desenvolveu suas letras em três ciclos. O primeiro estava relacionado com sua tentativa de ir além do visível e do tangível. Em seguida, ele a orientou sobre os elementos surrealistas que conheceu na França, e foi ao oriental depois de sua estada na Índia. Finalmente, ele se voltou para o amoroso e intelectual.

Teste

O trabalho de ensaio de Paz caracterizou-se por ser curioso, completo e analítico. Questões sociais, culturais, artísticas, políticas e literárias eram do interesse do escritor. A intensidade e ao mesmo tempo o discernimento de sua linguagem foram fundamentais para o desenvolvimento deste gênero literário.

Tocam

ensaios

- O Labirinto da Solidão (1950). Mais tarde, em 1959, uma edição corrigida e ampliada foi publicada.

- O arco e a lira (1956). Em 1967, uma edição ampliada foi feita.

- peras de olmo (1957).

- Quadrivium (1965).

- Sinais giratórios (1965).

- Portões para o campo (1966). Corrente alternada (1967).

- Claude Levi-Strauss ou Nova festa de Esopo (1967).

- Marcel Duchamp ou O castelo da pureza (1968). Em 1973 foi relançado com o título Aparência nua.

- Conjunções e disjunções (1969).

- PostScript (1970). Com este título o escritor deu continuidade a O Labirinto da Solidão.

- O sinal e o doodle (1973).

- Os filhos do lodo. Do romantismo à vanguarda (1974).

- A busca pelo começo. Escritos sobre surrealismo (1974).

- Xavier Villaurrutia em pessoa e trabalho (1978).

- O Ogro Filantrópico (1979).

- In / Mediações (1979).

- Sor Juana Ines De La Cruz ou As armadilhas da fé (1982).

- Tempo nublado (1983).

- Sombras de obras (1983).

- Homens em seu século e outros ensaios (1984).

- Primeiras cartas (1931-1943) (1988).

- Pequena crônica de grandes dias (1990).

- A outra voz. Poesia e final de século (1990).

- Convergências (1991).

- Ao passo (1992).

- A chama dupla (1993).

- Itinerário (1993).

- Uma vida erótica após a morte: Sade (1994).

- Vislumbres da Índia (1995).

Breve descrição dos ensaios mais significativos

O Labirinto da Solidão (1950)

No final de 1945, o poeta mexicano foi a Paris para fazer parte do serviço diplomático mexicano, cargo que ocuparia durante 23 anos de sua vida. A capital francesa não foi apenas uma oportunidade para o escritor entrar em contato com o surrealismo de André Bretón, mas também uma mudança cultural influenciada em todos os níveis.

Além de seu forte caráter poético, Octavio Paz é reconhecido pelos inúmeros ensaios que escreveu comoO Labirinto da Solidão, editado pela influente revistaNotebooks americanos em 1950.

O Labirinto da Solidão É um livro de cabeceira da historiografia do México, pois nele Octavio Paz se concentra em realizar uma introspecção psicológica do sujeito mexicano, buscando sua identidade ao longo da evolução histórica.

O livro foi relançado no final dos anos 60, justamente quando começou a ser reconhecido por seus leitores. Seu sucesso posterior foi tal que hoje faz parte do imaginário coletivo mexicano, sendo uma obra essencial nos programas educacionais das faculdades e centros pré-universitários do país.

O arco e a lira (1956)

Como poeta, Octavio Paz medita neste ensaio de 1956 sobre a poesia e os elementos que a compõem para que adquira sentido como ritmo, linguagem ou imagem. Por sua vez, o escritor faz uma menção especial ao tratamento dado à poesia e à prosa e ao poder revelador que a inspiração tem no caminho criativo.

Aproximadamente, O arco e a lira é composta como um ensaio maduro, onde o escritor pode responder a uma questão que o incomodava desde a adolescência: o fenômeno poético. E a que se referirá pela primeira vez em texto publicado, a título de prelúdio, no número cinco da revista. O filho prodigio com o títuloPoesia em solidão e poesia de comunhão.

Aproximadamente,O arco e a lira Faz parte de uma obra fundamental da carreira de ensaio do autor e que nos permitiria adivinhar qual seria o pensamento estético do futuro Prêmio Nobel. Graças a esta obra, o escritor ganhou o prêmio Xavier Villaurrutia do México, o maior reconhecimento que o país dá a um livro específico.

Peras de olmo (1957)

Depois de escrever O arco e a lira, Octavio Paz publica este livro em 1957 em estilo de ensaio. Neste caso, o autor olha em sua primeira parte para seu México natal, realizando um estudo sobre a poesia mexicana pelos olhos da escritora Sor Juana Inés de la Cruz e dos poetas Juan José Tablada e José Gorostiza.

Na segunda parte, talvez mais multifacetada, o autor faz uma incursão pela literatura e arte e poesia japonesas que tanto o fascinaram. Por sua vez, ousa criticar o cinema, mostrando interesse pela exibição surrealista de Luis Buñuel no grande ecrã. O livro também inclui incursões do escritor no jornalismo literário.

Quadrivium (1965)

Como o próprio nome sugere, este ensaio de 1965 apresenta uma divisão em quatro partes de acordo com os poetas a que se refere: Rubén Darío, Ramón López, Fernando Pessoa e Luis Cernuda, que realizaram, segundo o escritor mexicano , quebra no que diz respeito à poesia de sua época.

Quadrivium é uma aposta interessante para o colapso da poesia moderna. Questão que tenta ser explorada por Octavio Paz em suas imersões ao surrealismo artístico e literário do momento.

Como autor revolucionário, não só politicamente, mas também poeticamente, Octavio Paz se sente parte da tradição de ruptura a que pertencem esses autores. Na verdade, o poeta enfatiza no prólogo de Quadrivium a seguinte ideia: “É a tradição da nossa poesia moderna. […] Um movimento iniciado no final do século passado pelos primeiros modernistas latino-americanos e que ainda não terminou ”.

Claude-Lévi-Strauss ou a nova festa de Esopo (1967)

As teorias do antropólogo desencadearam algumas das obras mais importantes de Octavio Paz, como Labirinto de solidão onde o poeta procurou, entre outras questões, desvendar alguns dos mitos do país mexicano.

O contexto deste livro situa-se na Paris do final dos anos 60, onde tudo começou a girar em torno da ideia de um código de signos que devia ser decifrado; Estruturalismo.

Em homenagem ao pai desta teoria, o poeta escreve o ensaioClaude-Lévi-Strauss ou a nova festa de Esopo em 1969 para homenagear as descobertas do etnólogo francês que foi um visionário de Octavio Paz. O livro é um diálogo aberto entre o poeta mexicano e as teorias antropológicas de seu contemporâneo.

Nessa linha, Octavio Paz escreve obras como Sinais de rotação (1965), Conjunções e disjunções (1969), O sinal e o doodle (1973) e O macaco da gramática (1974).


Aparência nua: obra de Marcel Duchamp (1973)

Entre outras figuras por quem Octavio Paz mostrou admiração estava o pintor surrealista Marcel Duchamp. Seu interesse é tanto que em 1973 o poeta mexicano publicou o ensaio Aparência nua: obra de Marchel Duchamp para aplaudir a atitude irônica do artista e reconhecer em suas peças mais importantes, pronto-a-vestir, as principais obras do século XX.

No entanto, é importante saber que embora o poeta mantivesse relações estreitas com os maiores expoentes do surrealismo incipiente, seu estilo literário não se enquadrava nos parâmetros desse movimento crescente.

A contribuição de Octavio Paz para o surrealismo foi tangencial e intelectual, lendo em profundidade as obras de seus principais autores e reconhecendo o movimento como poucos autores universais até então.

Sor Juana Inés de la Cruz ou as armadilhas da fé(1982)

Este ensaio é uma análise da vida da poetisa espanhola Sor Juana Inés de la Cruz apresentada na Universidade Autônoma de Madrid em 1982. Consiste em três partes, que procuram fazer, em segundo plano, um retrato historiográfico das colônias espanholas durante o tribunal do vice-reinado.


Octavio Paz escreveu este livro fascinado pela personalidade desta freira intelectual que desejava dedicar-se à vida eclesiástica para ter acesso ao conhecimento, então reservado ao poder masculino e que ela tinha que enfrentar.

Para o poeta, Sor Juana é o último poeta barroco espanhol, sendo um visionário da poesia moderna, ideia com a qual o escritor fecha a última parte de seu livro.

A chama dupla (1993)

Este trabalho foi uma investigação e análise aprofundada do escritor sobre amor, sexualidade e erotismo, parte de seus temas preferidos. Octavio investigou a origem desse triângulo de sentimentos e como eles servem de inspiração para a poesia. Para cumprir sua missão, Paz fez uma viagem literária, investigando as diferentes religiões, mitos, culturas e lendas.

Este ensaio mostra uma sabedoria e um uso da linguagem dignos de um estudioso e, por sua vez, permite um vislumbre do humano Octavio. Paz, em cada época que cobre, junto com os diferentes autores que expõe, indica as etapas do que ele entende por amor, e como este se transforma de acordo com o momento da vida até transcender.


Poesia

- Lua Selvagem (1933).

- Não passaram! (1936).

- Raiz do homem (1937).

- Sob sua sombra clara e outros poemas sobre a Espanha (1937).

- Entre a pedra e a flor (1941).

- No limite do mundo Y Primeiro dia (1942).

- Liberdade condicional (1949).

- Águia ou sol? (1951).

- Sementes para um hino (1954).

- filha de Rappaccini (1956).

- Pedra do Sol (1957).

- A temporada violenta (1958).

- Liberdade condicional. Trabalho poético 1935-1957 (1960).

- Salamandra, 1958-1961 (1962).

- Vento inteiro (1965).

- branco (1967).

- Discos visuais (1968).

- Encosta leste, 1962-1968 (1969).

- Topoems (1971).

- Renga (1972).

- O macaco da gramática (1974).

- Passado em claro (1975).

- Retorna (1976).

- Air Born. Crianças do ar (1979).

- Poemas, 1935-1975 (1979).

- Árvore dentro (1987).

- Obra poética, 1935-1988 (1990).

- Figuras e figurações (1990).

Breve descrição das coleções de poemas mais representativas

Lua selvagem (1933)

Com o selo da Editora Fábula, Octavio Paz publicou sua primeira coletânea de poemas em 1933, com apenas 18 anos, ano em que fundou a revista. Cadernos do Vale do México.

Nestes primeiros versos juvenis do autor já se adivinha sua faceta de escritor romântico. Como curiosidade Lua selvagem Consiste apenas em sete poemas divididos em apenas quarenta páginas que tratam do amor, da poesia e das mulheres.

Curiosamente, a coleção de poemas era pouco conhecida na época devido à baixa circulação de cópias e à falta de divulgação na imprensa.

Não passaram! (1936)

Este livro foi uma resposta solidária do autor às forças republicanas espanholas em guerra. Em 1936, a editora mexicana Sinbad publicou um único poema em forma de livreto intitulado: Não passaram!, que fez lembrar o grito de guerra dos adeptos do lado democrático em defesa de Madrid contra o exército do futuro ditador Francisco Franco.

Após o sucesso deste livro, Octavio Paz foi convidado pelas forças republicanas para o Segundo Congresso Internacional de Intelectuais Antifascistas da Espanha. Com essa coleção de poemas, o poeta não só foi reconhecido, nos dois lados do lago, por autores como Rafael Alberti, Vicente Huidobro ou Antonio Machado, mas também começou a se firmar como o grande poeta universal das letras mexicanas do século XX.

Sob sua sombra clara e outros poemas sobre a Espanha (1937)

Um ano depois, e nesta estreita relação política entre o escritor e a metrópole, seu poema Não passaram! foi relançado pelo escritor Manuel Altolaguirre em 1937 sob uma antologia poética chamada Sob sua sombra clara e outros poemas sobre a Espanha.

O ensaísta espanhol Juan Gil-Albert aplaudiu a iniciativa de Octavio Paz ao escrever como os versos do autor mexicano não manifestavam de forma alguma uma falsa preocupação ou abandono pela situação crítica das tropas republicanas.

Entre a pedra e a flor (1941)

Desta vez, em vez de olhar além de suas fronteiras, Octavio Paz redirecionou o olhar para o horizonte da mais antiga Mesoamérica. Desta forma, publique Entre a pedra e a flor, no exercício de análise e reflexão sobre a evolução dos descendentes do povo asteca.

Atualmente, o livro é considerado uma de suas primeiras longas coleções de poemas, pois consiste em quatro partes claramente delimitadas a partir dos quatro principais elementos naturais: pedra, terra, água e luz.

Os dois primeiros referem-se ao referencial social e econômico da civilização mesoamericana, o terceiro centra-se na figura do camponês e o quarto nas consequências da imposição cultural que o sistema capitalista teve sobre este povo.

O livro é influenciado pela viagem que Octavio Paz faria novamente aos Estados Unidos em 1943 graças à concessão da bolsa da Fundação Guggenheim com a qual pôde entrar em contato com a poesia inglesa e norte-americana.

Nesse sentido, o contato com poetas como Walt Whitman, Ezra Pound, Wallace Stevens ou T.S. Elliot marcaria um antes e um depois em seu estilo. A poesia do escritor se libertaria dos velhos laços da poesia mexicana para introduzir novos elementos da estética lírica pós-moderna, como o uso de versos livres, detalhes históricos do cotidiano ou a conjunção de diálogos coloquiais com fortes imagens tradicionais.

Liberdade condicional (1949)

O título desta obra remete a uma concepção paradoxal de liberdade, que deve ser limitada por algo, da mesma forma que a poesia é condicionada pela linguagem.

Esta antologia poética republicada em 1960 inclui o poema mencionadoPedra do sol e os poemas de Octavio Paz escritos entre 1935 e 1957. É uma das primeiras grandes antologias do escritor e é considerada uma das mais importantes obras líricas em espanhol do século XX devido ao seu caráter inovador. A primeira versão do livro foi escrita como prova sob o nome de Ainda em 1942 para ser publicado finalmente em 1949.

Nesta linha, a coleção de poemasLiberdade condicional é um testemunho aberto de seu tempo, pois nele se detectam traços de correntes artísticas e literárias e de movimentos como o surrealismo. Como destaque, o livro se destaca como uma publicação de vanguarda em plena atividade.

Nele se encontram os novos parâmetros da poesia hispano-americana contemporânea. Na verdade, em um dos poemas que inclui, Hino entre ruínas, Surge o Simultaneismo, nova forma artística idealizada pelo escritor.

Para escritores mexicanos e estudiosos da estatura de Alberto Ruy Sánchez, esta obra é uma formulação madura de Octavio Paz juntamente com O Labirinto da Solidão Y Águia ou sol? em seu tempo como escritor no final dos anos 1940.

¿Águia ou sol? (1951)

Publicado em 1951, Águia ou sol? É um caminho de conhecimento místico que leva o escritor a encontrar-se através das três partes que compõem o livro escrito em prosa e poesia. Com ele confirma-se a sua genialidade de poeta e a influência que tem no seu estilo de Rafael Alberti ou Jorge Guillén.

A primeira parte, intitulada Trabalho forçado, é marcado por seu caráter de aprendizagem. Nele, ele tenta encontrar o papel das palavras e purgar todos os males e vícios para alcançar a pureza poética.

Em seguida, o autor apresentaareias movediças, feito com a ajuda de uma série de contos em prosa para sair deles e assim atingir a luminosidade que leva à sua terceira e última parte intitulada como o nome do livro, ou seja, Águia ou sol?

Pedra do sol (1957)

Prova dessa exatidão e cuidado poético do escritor é Pedra do sol, um poema de 1957 composto por 584 hendecasílabos (versos de 11 sílabas) publicado na coleção Tezontle do Fundo de Cultura Econômica.

No poema, o eu poético faz uma viagem, em 584 versos, por outro corpo amado, da mesma forma que Vênus inicia sua caminhada em direção ao sol em 484 dias. A conjunção entre poesia e fragilidade humana realiza-se através do grande número de imagens que aludem à natureza e à passagem tempestuosa do tempo.

A título de curiosidade, o poema termina como começa, lembrando sempre os ciclos da vida que incluem um início e um fim: "[...] um passeio de rio que curva, avança, recua, faz um desvio e sempre chega".

A temporada violenta (1958)

Ao regressar ao México do estrangeiro, Octavio Paz viu publicado em 1958, The Violent Station, livro catalogado como uma das mais influentes colecções de poemas do poeta da época devido à sua riqueza criativa e à desconexão que sentia com os poetas mexicanos que ainda apostavam. Pelas velhas maneiras

Após o retorno à sua terra natal, o escritor tornou-se um dos maiores expoentes da mudança cultural, encontrando em um grupo de jovens escritores, entre os quais Carlos Fuentes, uma força combativa para renovar a vida artística e literária no México.

Nesta coleção de poemas de estilo íntimo, é uma canção no final da juventude da escrita. Poemas como Hino entre ruínas, Pedra do solFontes ouMutra, este último escrito durante sua estada na Índia como embaixador. Os versos deste livro estão repletos de encontros espirituais vividos em suas viagens anteriores ao Japão, onde seus laços com o Oriente começaram a crescer.


O contato com formas poéticas típicas do Japão, como o poema haicai, ajudou-o a economizar a linguagem de sua poesia para dizer em poucas palavras uma emoção intensa. Simular ao mesmo tempo com a ideia de versos inacabados, algo totalmente impensável na época para a tradição espanhola.

Salamandra, 1958-1961 (1962)

O escritor apresentou nesta publicação vários poemas que escreveu entre 1958 e 1961. A intenção destes versos era dar uma perspectiva nova e diferente das circunstâncias, pois este Octavio Paz focou-se em incorporar mistério e elementos ilógicos.

Vento inteiro (1965)

É necessário fazer uma pausa nesta lista para fazer uma breve nota para Vento inteiro, um dos poemas mais longos e simbólicos de Octavio Paz, dedicado ao que seria seu grande amor até o dia de sua morte, Marie Jose Tramini.

Conta-se que o escritor mexicano chegou em 1962 em uma recepção diplomática em uma casa em Nova Delhi, onde conheceu Marie Jose Tramini, esposa na época do assessor político da Embaixada da França, junto com um grupo político e seu marido durante uma conversa em o Jardim.


Sua paixão era tanta que em pouco tempo ele escreveria este poema cercado pelo ambiente budista que frequentou como embaixador na Índia, Paquistão e Afeganistão. No poema de nove estrofes, um elemento comum aparece na poética do autor: movimentos cíclicos que se tentam constantemente no verso, encenando diferentes espaços, que parecem ser um, dentro do mesmo tempo.

Branco (1967)

Em 1967, isso afeta Branco a luz de um halo experimental de poesia e criatividade que irradiava do escritor há anos. O poema, impresso em uma edição especial que satisfez a extraordinária qualidade do conteúdo, é um expoente da renovação poética.

Como explica o escritor Alberto Ruy Sánchez, o texto consiste em uma folha que aos poucos “se espalha e se desdobra, de certa forma, produzindo o texto porque o próprio espaço se torna texto. A ideia é que a leitura se transforme em um ritual, uma jornada com possibilidades diferentes [...] ”. Como curiosidade, o poema pode ser lido em até seis combinações de leitura diferentes.


A obra é um exemplo de como, a partir do nada, existem infinitas possibilidades de criação e liberdade. Toda a existência é possível a partir de uma página vazia.

Discos visuais(1968)

A experimentação anterior de Branco Y Topoems atinge seu pico com Discos visuais, publicado em 1969 pelo pintor Vicente Rojo que se encarregou da realização artística da obra.

Nesta peça, Octavio Paz segue apostando nos poemas surrealistas e no caráter concreto da poesia anterior. Topoems Y Branco. A título de curiosidade, a obra é composta por quatro discos que desenhados por Vicente Rojo, e lidos de forma não linear, permitem que sejam rodados conduzindo a novos fragmentos dos poemas.

A edição é uma aposta para imitar o leitor a brincar com a obra e torná-lo consciente de um tipo de estilo poético que Octavio Paz começará a implementar: a poesia em movimento.


Encosta leste(1969)

A experiência das viagens do escritor mexicano pela Índia deixou uma marca profunda em seus versos posteriores no que diz respeito a temas como o amor. Principalmente aquele colhido durante sua segunda estada no país asiático por seis anos.

Nesta linha é publicado Encosta leste em 1969 sob a editora de Joaquín Mortiz, um conjunto de poemas escritos entre 1962 e 1968 e que mostram a grande mudança produzida ao nível da poesia erótica no escritor. Os versos desta coleção de poemas destacam-se pela linguagem simples, pela naturalidade das imagens e pelo exotismo típico do Oriente.

Topoems (1971)

Esse caminho de investigação poética sobre as novas formas segue em linha reta com a edição na Revista de la Universidad de México de seis poemas com o título de Topoems em 1968. Um topoema refere-se aos versos em que o valor das palavras ocupa um valor semântico.


Os seis poemas são dirigidos a diferentes amigos e personalidades do círculo de Octavio Paz e por meio deles o poeta experimenta no estilo dos caligramas de Apollinaire. A leitura é predominantemente visual, baseada nos parâmetros da poesia concreta e ampliando o caráter multifacetado e interpretativo do leitor.

Árvore dentro (1987)

Com este trabalho, Paz desvelou um conjunto de poemas que escreveu a partir de 1976. O tema principal desta coleção de poemas esteve relacionado com as questões existenciais, o amor, o ser humano, a comunicação e uma reflexão ampla sobre o fim da vida. tempo de vida.

Teatro

Filha de rapaccini (1956)

Em 1956 ele publicou no Revista de Literatura Mexicana,que será a única peça do poeta com o títuloFilha de Rapaccini. A peça consiste em um único ato e é baseada na história do americano Nathaniel Hawthorne. No mesmo ano foi representada sob a direção de Héctor Mendoza no Teatro del Caballito de México.


A versão de Octavio Paz é um drama readaptado ao palco com o gesto de uma fábula onde cada personagem acaba sendo a alegoria de um sentimento humano. A obra é repleta de nuances surreais que tentam revelar as ligações entre o amor, a vida e a morte.

Entrevistas

- Duas vozes apenas (1973).

- Paixão crítica (1985).

Tradução

- Versões e desvios (1974).

Antologia

Poesia em movimento: México 1915-1966

Publicada em 1966, esta antologia de autores poéticos, embora sem a pretensão de ser, foi reeditada em até 30 vezes. A intenção desta obra era puramente estética, pois incluía jovens autores comprometidos com a poesia de vanguarda, entre os quais estava Octavio Paz.

Segundo os críticos, é um livro que mudou a forma de ler a letra no México. Ele também aborda tópicos que são fundamentais para a compreensão da cultura mexicana que vai de 1965 a 1970.

De outros

- O melhor de Octavio Paz. O fogo de cada dia (1989).

- Eu sonho em liberdade. Escritos políticos (Edição póstuma, 2001).

- Palavras espirais (Edição póstuma, 2014).

Correspondência

- Correspondência Alfonso Reyes e Octavio Paz, 1939-1959 (1998).

- Memórias e palavras: cartas a Pere Gimferrer, 1966-1997 (Edição póstuma, 1999).

- Letras cruzadas. Octavio Paz e Arnaldo Orfila, 1965-1970 (Edição póstuma, 2006).

- Cartas para Tomás Segovia, 1957-1985 (Edição póstuma, 2008).

- Jardins errantes. Cartas para J.C. Lambert 1952-1992 (2008).

- No calor da amizade. Correspondência com José Luís Martínez 1950-1984 (2014).

- A agitação do mundo. Cartas a Jaime García Terrés 1952-1986 (2017).

Edição de suas obras completas

As edições seguintes foram preparadas pelo próprio Octavio Paz. Eles foram publicados na Espanha e no México, a primeira vez em 1999 e a última em 2014.

- A casa da presença. Poesia e história.

- Excursões e invasões. Domínio estrangeiro. Fundação e dissidência. Domínio hispânico.

- Gerações e retratos. Domínio mexicano. Sor Juana Inés de la Cruz ou The Traps of Faith.

- Os privilégios da vista. Arte moderna universal. Arte do México.

- O peregrino em sua terra natal. História e política do México.

- Idéias e costumes. A carta e o cetro. Usos e símbolos.

- Trabalho poético.

- Diversos. Primeiros escritos e entrevistas.      

Frases

- "Um mundo nasce quando dois se beijam."

- “Nas águas geladas do cálculo egoísta, que é a sociedade, por isso o amor e a poesia são marginais”.

- "A luz é como muita sombra: não deixa ver".

- “Em cada encontro erótico há um personagem invisível e sempre ativo: a imaginação”.

- “Nosso culto à morte é o culto à vida, da mesma forma que o amor é fome de vida, é ânsia de morte”.

- “Memória não é o que lembramos, mas o que nos lembra. A memória é um presente que nunca acaba ”.

- “O escritor deve suportar a solidão, sabendo que é um ser marginal. Que nós, escritores, sejamos marginais é mais uma condenação do que uma bênção ”.

- "As massas humanas mais perigosas são aquelas em cujas veias foi injetado o veneno do medo ... do medo da mudança."

- “Cada poema é único. Em cada obra bate, em maior ou menor grau, toda a poesia. Cada leitor procura algo no poema. E não é raro ele encontrá-lo: ele já o tinha dentro ”.

- “O que me parece inaceitável é que um escritor ou um intelectual se submeta a um partido ou a uma igreja”.

 Referências

  1. Tamaro, E. (2004-2019). Octavio Paz. (N / a): Biografias e vidas. Recuperado de: biografiasyvidas.com.
  2. Octavio Paz. (2019). Espanha: Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org.
  3. Octavio Paz. Biografia. (2015). Espanha: Instituto Cervantes. Recuperado de: cervantes.es.
  4. Octavio Paz. (S. f.). México: Fundación Paz. Recuperado de: fundacionpaz.org.mx.
  5. 10 ótimas frases de Octavio Paz. (2018). México: Gatopardo. Recuperado de: gatopardo.com.