Huipil: origem, descrição e importância - Ciência - 2023
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Huipil É o termo que se utiliza para se referir a uma vestimenta típica do México e de várias áreas da parte central do continente americano. É um traje com decorações variadas e muito diferentes, próprias dos povos indígenas e intimamente associadas à cultura maia.
Normalmente, os desenhos desses vestidos são geralmente feitos com várias cores. No México, o huipil é comum em áreas de Yucatán, Puebla, na região de Huasteca ou Querétaro. Caracteriza-se por ser um conjunto branco repleto de bordados de diferentes motivos.
Palavra Huipil Ele nasceu na língua nahuatl, que é uma língua com pelo menos 15 séculos de idade. O significado fala de um terno com enfeites ou uma espécie de camisa. É uma variação da palavra Huipili. Hipil ou güipil são outros termos que podem ser usados para se referir a esta roupa.
Origem
O período clássico do continente americano é a época em que se acredita que o huipil pode se originar segundo alguns historiadores. É uma fase que vai de 292 a 900 DC. Afirmam que era usado por mulheres de diferentes civilizações da época, como a Teotihuacan ou a asteca, mas entre os povos maias é onde era mais comum.
Durante o século 6, era comum o huipil ser usado por mulheres para cumprir ritos religiosos, mas com o passar do tempo tornou-se um traje adequado para qualquer tipo de reunião ou evento.
A evidência da antiguidade do huipil nessas culturas é sustentada pela presença de vestígios arqueológicos. Foram encontradas várias imagens em cerâmica, muito comuns na cultura maia, onde figuras femininas se vestiam com o huipil.
O vestido típico dessas imagens costumava variar em comprimento, pois podia cobrir os joelhos ou atingir a altura dos tornozelos.
Chegada dos Espanhóis
A conquista dos espanhóis no século 16 trouxe muitas mudanças às culturas indígenas presentes no México e em diferentes áreas da América Central. Os historiadores têm várias versões sobre o papel dos espanhóis no uso do huipil.
Por um lado, acredita-se que os conquistadores forçaram as mulheres das culturas maias a cobrir seus corpos com o huipil. A razão era que era costume entre os grupos indígenas andar de peito nu e para os representantes da igreja isso era imoral.
Outra história fala sobre a importância do espanhol na evolução do huipil. Acredita-se que em meados do século XVI os colonos conseguiram introduzir o uso do tear a pedal nas comunidades locais. Este dispositivo possibilitou o aperfeiçoamento de algumas técnicas de confecção do huipil.
Descrição
Caracteristicas
O huipil é um vestido ou manto que normalmente tem o branco como cor principal. É composto por três peças de tecido de algodão que, juntas, permitem criar uma espécie de saco com orifícios por onde passam os braços e outro para a cabeça.
O comprimento não está definido. Pode atingir a altura dos tornozelos, cobrir os joelhos e hoje em dia você pode ver modelos que são tipo blusa.
São peças artesanais que geralmente levam alguns meses para serem concluídas. Dois tipos diferentes de teares são usados para fazer o huipil: o tear backstrap ou o tear de pedal.
O tear backstrap recebe este nome porque uma extremidade é amarrada à cintura da pessoa que está fazendo o huipil e a outra extremidade do tear é amarrada a uma árvore ou algo rígido. Já o tear de pedal, também conhecido como tear de pé, permitiu fazer tecidos maiores, mais rápidos e com materiais diversos.
Os desenhos, cores e tipos de huipil dependem muito da área onde são feitos e da cultura da comunidade em questão. Entre os desenhos poderá encontrar várias figuras de animais, desde águias, galos ou veados, a figuras geométricas, rosas ou estrelas.
Podem ser divididos em dois tipos: o huipil para o uso diário e o huipil para os momentos importantes. Em algumas culturas, é o traje que se usa no casamento e depois é o mesmo que a mulher usará quando morrer e tiver que ser enterrada.
materiais
Os materiais para fazer o huipil evoluíram com o tempo. No início, era comum o uso do algodão e da fibra que se obtinha com o maguey ou o henequen, que é um tipo de agave.
Posteriormente, desenvolveu-se a fabricação do huipil com tecidos de lã ou seda. Atualmente, o uso de materiais sintéticos é mais comum.
Diferentes métodos também têm sido usados para decorações. No início, muitos deles foram graças a processos naturais. A cor poderia ser alcançada com o uso de insetos como a cochonilha, ou a tinta de animais marinhos, cascas de frutas ou árvores. O café foi usado até para tingir os pedaços de huipil. Este vídeo explica a elaboração:
Cores
O normal é que a base do huipil seja branca, mas o tecido pode ser de outra cor. Além disso, de acordo com as tradições indígenas, cada tom representa algo especial. O branco simboliza esperança ou promessa. É por isso que é uma cor muito utilizada em casamentos, pedidos de casamento ou baptizados.
Importância
O huipil teve grande relevância entre as comunidades indígenas. Por outro lado, nem todas as mulheres usaram esta roupa no passado, mas nem todas aprenderam a arte de fazê-la.
Esse traje possibilitou identificar a comunidade a que pertenciam as mulheres que o usavam, uma vez que os desenhos contavam histórias de suas civilizações. Mais do que um vestido, o huipil é uma forma de fortalecer a cultura das populações indígenas que o usam.
Embora seja mais tradicional no México, o huipil também está presente na Guatemala, Honduras ou Nicarágua onde faz parte das tradições locais. No caso de El Salvador, o huipil se refere apenas a uma saia.
Então, no México eles podem ser diferenciados levando em consideração o local. Em Chiapas os enfeites são feitos com formas florais. Em Nayarit, existe o costume de deixar um desenho inacabado porque isso simboliza uma vida longa. Enquanto em Oaxaca são desenhados pássaros com duas cabeças.
Referências
- Espanha e Nova Espanha. (1991). México: Universidade Ibero-americana.
- Hernández Díaz, J. e Zafra, G. (2005). Artesãos e artesãos. México, D.F.: Plaza y Valdés.
- Klein, K. (1997). O fio contínuo: A conservação das tradições têxteis de Oaxaca. Singapura: Instituto de Conservação Getty.
- Morris, W. e Meza, M. (1987). Simbolismo de um huipil cerimonial da comunidade tzotzil maya das Terras Altas de Magdalenas, Chiapas. Provo, Utah: Fundação Arqueológica do Novo Mundo.
- Stresser-Pean, C. (2012). De roupas e homens. México, D.F.: FCE - Fondo de Cultura Económica.