Oleandro: características, habitat, cultivo, usos - Ciência - 2023
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Contente
- Características gerais
- Morfologia
- Taxonomia
- Etimologia
- Fotoquímica
- Habitat e distribuição
- Cultivo e cuidado
- Cultura infantil
- Manuseio e cuidado
- Andares
- Iluminação e temperatura
- Irrigação
- Fertilização
- Poda
- Pragas e doenças
- Usos médicos
- Toxicidade
- Referências
o oleandroNerium oleander) é uma espécie arbustiva perene altamente tóxica pertencente à família Apocynaceae da ordem Gentianales. Conhecida como baladre, flor de louro, louro romano, louro rosa ou trinitaria, é uma espécie nativa da bacia do Mediterrâneo.
É uma planta ornamental muito utilizada devido às suas flores vistosas e de cores vivas que crescem terminalmente nos seus ramos. Como cultura comercial, várias variedades de cores diferentes foram desenvolvidas, o que as torna muito populares em ambientes quentes e temperados.
A planta é um arbusto perene de 3 a 6 m de altura, com caules verdes e flácidos, ramificando-se a partir da base. As folhas lanceoladas, alongadas, inteiras e verde-acinzentadas coriáceas estão agrupadas em espirais de três folhas.
A floração de verão ocorre abundantemente durante a primavera e o verão, com flores de várias cores, principalmente rosa e branco. O fruto é feito de folículos longos e finos que se abrem para liberar numerosas sementes peludas.
Nerium oleander É uma planta extremamente tóxica, utilizada na medicina tradicional para promover o aborto. Também é usado no tratamento de doenças venéreas, malária e hidropisia, e como gesso para aliviar a micose e a sarna.
As intoxicações são frequentes, tanto em humanos quanto em animais, devido ao consumo de infusões ou mastigação de folhas. Na verdade, as intoxicações acidentais ou medicamentosas não são fatais devido ao seu efeito emético.
Características gerais
Morfologia
Oleandro é um arbusto perene de crescimento rápido, pouco ramificado, que atinge 6 m de altura, com casca lisa e acinzentada. Folhas lanceoladas de margem direita, agrupadas em verticilos de três unidades, com 6-12 cm de comprimento, pecioladas, glabras, coriáceas e de cor verde acinzentada.
As inflorescências são agrupadas em cimas terminais corimbiformes, com numerosas flores perfumadas de 3-5 cm de diâmetro com tons rosa, branco ou amarelado. As flores hermafroditas possuem cálice globular profundamente dividido em três sépalas triangulares ou ovarianas, com pétalas assimétricas, simples ou duplas. Floresce freqüentemente durante a primavera.
O fruto é uma leguminosa ereta, fusiforme, com dois folículos, pubescente, de 8 a 15 cm de comprimento, de cor marrom-avermelhada. Este fruto é deiscente ao secar, ao abrir liberta numerosas sementes peludas de cor castanha e com 4-7 mm de comprimento.
Taxonomia
- Reino: Plantae
- Sub-reino: Tracheobionta
- Divisão: Magnoliophyta
- Classe: Magnoliopsida
- Subclasse: Asteridae
- Ordem: Gentianales
- Família: Apocynaceae
- Subfamília: Apocynoideae
- Tribo: Wrightieae
- Gênero: Nerium
- Espécies: Nerium oleander EU.
Etimologia
– Nerium vem da palavra grega "Nerion" que derivou do latim Nerium, referindo-se a «Nereo» o Deus do mar e pai das Nereidas.
– oleandro é um adjetivo derivado do latim «Olea», Por causa da semelhança de suas folhas com a oliveira, e "Dendron" da árvore.
- O nome comum Oleandro vem do grego "Daphne" devido à sua semelhança com o louro, derivado, por sua vez, do árabe "Difla".
Fotoquímica
As folhas do oleandro contêm esteróides cardíacos ou cardenólidos, como desacetiloleandrina, oleandrina ou oleandrigenina, cujas geninas são gitoxigenina e digitoxigenina. Bem como pregnanos ou esteróides de 21 carbonos e glucanos pregnano, como 12β-hidroxi-16α-metfioxy-pregna-4,6 dieno-3,20-diona.
As flores são a principal fonte de fotoquímicos, como flavonóides e compostos fenólicos, oleandrina, ácido oleanólico e β-sitosterol. Compostos de alto valor farmacológico amplamente utilizados no tratamento de insuficiência cardíaca e contra vários tipos de câncer.
Habitat e distribuição
Nerium oleander É uma espécie nativa da bacia do Mediterrâneo até a região sudeste da China, na fronteira com o Vietnã. Atualmente tem sido amplamente introduzido em regiões de clima temperado, sendo frequentemente utilizado em parques, jardins, como sebes, canteiros de flores ou separadores.
Oleandro é uma planta que se adapta a condições de clima seco que tolera baixas temperaturas, mas apenas geadas ocasionais. É um arbusto resistente a ventos fortes, altas temperaturas, secas sazonais e tolera solos ligeiramente áridos.
Esta espécie está distribuída na América, desde os Estados Unidos, onde é considerada invasora em alguns ambientes urbanos, ao Panamá, Venezuela, Colômbia, Uruguai e Argentina. Da mesma forma, ele se adaptou às condições temperadas áridas e secas nos países do sul da Europa, Ásia e Austrália.
Cultivo e cuidado
Cultura infantil
A propagação natural da espirradeira é feita por meio de sementes, mas comercialmente a propagação é feita por meio de estacas. As estacas são selecionadas de plantas-mãe saudáveis e vigorosas, cultivadas na natureza ou em casa de vegetação.
O processo de produção em nível de viveiro dura um ano. Com efeito, a seleção das estacas, com 15-20 cm de comprimento e 2-3 nós, é feita no final do inverno.
As estacas são semeadas em tabuleiros de enraizamento sobre substrato de turfa loura e perlite, pH 6,5 e ligeiramente fertilizado. Uma temperatura média de 25-30º C, irrigação contínua por aspersão e polisombra de 65%, permitem atingir o enraizamento aos 30 dias.
O transplante é realizado aos 30-45 anos em potes ou sacos de polietileno com substrato solto e fértil. Recomenda-se semear 2-3 estacas enraizadas por vaso para obter uma planta com folhagem densa.
60 dias após o transplante, é aconselhável fazer poda apical para que a planta forme uma touceira e gere novos caules. Além disso, esta prática permite estimular a brotação de um maior número de botões florais, obtendo assim uma planta mais produtiva ornamentalmente.
O manejo da cultura requer fertirrigação periódica junto com produtos anões que compactam o desenvolvimento da planta. As aplicações são feitas em intervalos semanais, dependendo de cada variedade cultivada.
Durante o inverno começa o repouso vegetativo da planta, estimulando a proliferação dos botões florais. Na verdade, a floração começa no início da primavera, durante os meses de abril a maio do próximo ano. Este é o momento oportuno para iniciar a venda.
Manuseio e cuidado
Oleandros são plantas resistentes a condições adversas que requerem cuidados mínimos para seu desenvolvimento ideal. No entanto, é conveniente fornecer as condições adequadas para que a planta expresse seu potencial máximo durante o processo de floração.
Andares
Como ornamental adapta-se a vários tipos de terrenos, preferindo solos soltos, profundos, férteis e bem drenados. Cultivado em vasos, requer recipientes grandes e fundos com substrato nutritivo para expressar seu maior desenvolvimento produtivo.
Iluminação e temperatura
Oleandro é uma planta que requer uma boa iluminação, recomenda-se a semeadura em espaços abertos, em plena exposição solar. Além disso, adapta-se a uma ampla faixa de temperatura, sendo suscetível a geadas abaixo de 10º C, podendo danificar os botões florais.
Irrigação
É uma planta que requer irrigação moderada, mas constante, para evitar que o solo seque por longos períodos. O principal objetivo da irrigação é facilitar a absorção dos nutrientes aplicados pela fertilização para promover um maior desenvolvimento vegetativo.
Fertilização
É aconselhável aplicar fertilizante orgânico ou fertilização granulada diluída na água de irrigação ou espalhar pela planta. A fertilização frequente com um produto com teor equilibrado de N-P-K e microelementos é adequada para garantir uma floração intensa.
Poda
A poda é realizada no final da floração para estimular a formação de novos brotos e dar vigor à planta. Na verdade, esses brotos durante o inverno terão tempo para criar um maior número de botões de flores.
Pragas e doenças
As principais pragas que causam danos comerciais ao oleandro são os ácaros, cochonilhas e pulgões. Outras pragas de menor incidência e ocasionalmente são caramujos, lesmas e algum tipo de besouro ou lagarta lepidóptero.
Ácaros da aranha vermelhaTetranychus urticae) geralmente estão presentes nas estações secas e quentes, sendo controladas com aplicações específicas de acaricidas. A maior incidência de pulgões (Aphis sp.) é sobre rebentos; são insetos transmissores de vírus, seu controle é feito com inseticidas sistêmicos.
Mealybugs (Planococcus sp., Dactylopius sp.) são insetos muito difíceis de controlar devido à sua casca protetora. Geralmente localizados no caule ou nas nervuras das folhas, seu controle é feito com inseticidas sistêmicos e óleos minerais.
Das doenças, a causada por bactérias Pseudomonas Syringae é comum em plantas selvagens. A transmissão é feita por ferramentas de poda contaminadas, tendo como principais sintomas as galhas e deformações ao nível do caule.
Usos médicos
O oleandro contém vários metabólitos com propriedades medicinais, principalmente relacionadas ao sistema cardiovascular e ao coração. Esses elementos incluem a oleandrina, um glicosídeo cardíaco usado para tratar a insuficiência cardíaca.
No entanto, este elemento é altamente tóxico, portanto seu uso tradicional pode ser prejudicial se consumido sem supervisão médica. Testes laboratoriais preliminares determinaram sua eficácia, mas estudos em pacientes ainda são necessários para comprovar sua eficácia.
Por outro lado, devido à forma como a oleandrina atua no corpo, pode ser usada para combater o câncer. Na verdade, a oleandrina retarda o crescimento celular, sendo útil no tratamento do câncer em seus estágios iniciais.
Toxicidade
O oleandro é uma planta muito tóxica, devido à presença dos glicosídeos cardíacos digitoxigenina, folinerina e oleandrina. Toda a planta contém esses compostos, sendo na raiz e nas sementes onde ocorrem as maiores concentrações.
Por ser uma planta ornamental muito marcante, as pessoas tendem a se embriagar ao mastigar suas folhas ou flores sem perceber o perigo. Os sinais de intoxicação são mal-estar, hipotensão, tontura, confusão, náusea, vômito e irritação gastrointestinal oral com dor abdominal.
Da mesma forma, a combustão da folhagem, caules e ramos do loendro produz gases tóxicos que podem afetar as pessoas. Afeta o sistema digestivo e o coração e, em menor grau, o sistema nervoso e as habilidades motoras.
Referências
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