Como prevenir o cyberbullying: 7 dicas eficazes - Ciência - 2023


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Previna o cyberbullying em crianças e adolescentes é uma das ações mais importantes que podem ser tomadas para evitar as consequências negativas que pode produzir na saúde mental de crianças e adolescentes.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) passaram por grande avanço nas últimas décadas e, como consequência, a sociedade em que vivemos também se modificou.

As TICs trouxeram muitos benefícios para o conhecimento humano e para a disseminação de informações. No entanto, não podemos negar que a Internet está isenta de danos, entre os quais podemos encontrar o bullying através da rede.

O que é cyberbullying?

Desde que Olweus começou a estudar a violência entre iguais - mais conhecida como bullying - em 1970, a sensibilidade dos pais e educadores para a violência que ocorre entre menores começou a despertar.


O conceito de bulding –ou maus-tratos entre escolares– engloba não só a violência física, mas também a violência psicológica, que ocorre por meio de insultos, ameaças, gritos, etc.

Por outro lado, é entendido por “cyberbullying " um tipo específico de assédio, que ocorre entre menores no mundo das tecnologias interativas, cujas ações podem ser definidas como “comportamentos de chantagem, humilhação ou insultos de algumas crianças a outras”.

Embora o bullying e o cyberbullying possam ser considerados manifestações do mesmo tipo de violência, existem características que tornam o cyberbullying um tipo de assédio particularmente perigoso.

As características que o tornam um fenômeno particular são:

  • Falta de contato face a face.
  • Manter mensagens ou ações agressivas por mais tempo.
  • Existência de um público maior - e mais difícil de controlar.

Trata-se, portanto, de um tipo de bullying cujos efeitos ocorrem em diferentes contextos –incluindo o nível pessoal, interpessoal, intragrupo e contextual- e que gera dúvidas quanto à sua abordagem e tratamento, devido ao desconhecimento por parte de professores, familiares e alunos.


Além disso, há alguns anos, antes do surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, quando uma criança era vítima de bullying, ela podia voltar para casa e se sentir “segura”, já que seus agressores não podiam invadir aquele espaço.

No entanto, como esses comportamentos de bullying entre crianças em idade escolar também se manifestam por meio da internet, as vítimas se sentem desprotegidas mesmo em sua própria casa.

7 estratégias para prevenir o cyberbullying

Para enfrentar adequadamente esse problema e prevenir o cyberbullying, é necessária uma intervenção multidisciplinar, em que o trabalho seja feito desde a escola - com agressores, vítimas e espectadores passivos - e da própria família.

Além desse trabalho dos profissionais, existem algumas orientações específicas para a prevenção do cyberbullying, como as seguintes:

Educar meninos e meninas em hábitos de autoproteção

Muitos adolescentes confiam dados pessoais, fotos íntimas ou outras informações a pessoas que podem usá-las contra eles.


Por esse motivo, é importante que as crianças comecem a diferenciar entre as informações que devem e não devem fornecer, que mantenham sua privacidade protegida e não mantenham um relacionamento online com pessoas que não conhecem pessoalmente.

Você tem que fazer com que eles vejam que quanto mais informações pessoais fornecem a outras pessoas, mais vulneráveis ​​eles ficam. Outro aspecto a levar em consideração é fazer com que vejam a importância de atuar nas redes sociais como o fariam na realidade.

Dessa forma, poderão compreender que, assim como não devem falar com um estranho na rua, também não o devem fazer na internet.

Acabar com o assédio nas redes antes das primeiras manifestações

A continuação do cyberbullying pode ser explicada pela atitude passiva que a vítima costuma apresentar, uma vez que não agem para evitá-lo ou não procuram as pessoas certas.

Dessa forma, os agressores passam a perceber que ninguém vai impedir suas manifestações de violência, por isso experimentam uma sensação de controle sobre a situação.

Recomenda-se, nestes casos, que a vítima guarde as provas necessárias - fotos, comentários, mensagens privadas - e dirija-se a professores ou outras autoridades para intervir no assunto.

Em nenhum caso você responde a insultos ou atos provocativos, pois isso acarreta um agravamento do problema - o agressor ficará satisfeito por tê-lo provocado e não receberá nenhuma punição.

A partir de casa, é importante mostrar uma atitude aberta e compreensiva, o que facilita a comunicação entre os diferentes membros da família.

Não permita que o assédio ocorra em nenhuma de suas manifestações

É necessário ativar nos indivíduos a disposição de agir de acordo com conteúdos éticos, de acordo com os valores mínimos universais e contra o assédio e a violência em qualquer de suas manifestações.

Portanto, deve-se trabalhar para que os menores não se tornem espectadores passivos, sejam eles testemunhas da violência real ou através das redes, pois os agressores perceberão que ninguém pode detê-los.

Se conhece alguém que se encontra nesta situação, tome medidas a respeito e informe a autoridade competente - professores, familiares, etc. - para que ajam da melhor forma.

Dessa forma, a vítima receberá mais atenção das pessoas ao seu redor, nos casos em que tem medo de contar sua situação.

É importante que este problema comece a ser concebido como uma questão que envolve todos nós, quer sejamos vítimas, amigos ou familiares de vítimas ou transeuntes.

Ensine menores a usar senhas e códigos de acesso seguros

Como vimos anteriormente, uma forma de cyberbullying ocorre quando os agressores usurpam os perfis de mídia social de suas vítimas.

Portanto, é necessário que os menores entendam a importância de serem cuidadosos com suas senhas.

Algumas dicas que devem ser dadas são as seguintes:

  • Não escolha senhas intuitivas, como aniversário, nome e sobrenome, etc. É aconselhável usar letras e números que não tenham um significado especial - ou que tenham significado apenas para o próprio usuário.
  • Não revele senhas a ninguém.Recomenda-se que ninguém tenha acesso às chaves e senhas, mesmo que sejam amigos próximos ou pessoas de confiança.
  • Tenha cuidado ao fazer login em um site público.Ao usar computadores aos quais outras pessoas tenham acesso, tenha cuidado especial para que a senha não seja salva automaticamente no computador, bem como certifique-se de que você efetuou o logout corretamente.

Caso contrário, se essas medidas de segurança não forem tomadas, o menor fica exposto a outras pessoas que podem acessar informações privadas, publicar em seu nome, etc.

Aprenda a agir se um menor disser que é vítima de cyberbullying

A primeira coisa que você deve fazer, quando estiver ciente dessa situação, é confortar o menor e mostrar seu apoio e compreensão. Tendo se sentido desprotegida por um certo tempo, a criança necessitará de apoio emocional e de um sentimento de segurança.

Em seguida, tente extrair mais informações sobre o caso específico - duração, frequência, tipo de assédio nas redes - para avaliar sua gravidade.

No caso de assédio prolongado, com ameaças constantes de rapazes que detêm os dados pessoais da vítima - como endereço pessoal, escola onde frequenta, vídeos ou fotos comprometidos - o mais adequado é informar a polícia para que ela ofereça proteção e informação.

Lembre-se que, em todos os momentos, você deve estar atento para que a vítima do cyberbullying se sinta protegida - e esteja realmente protegida.

Faça a vítima parar de frequentar as páginas em que é assediada

Para evitar que o assédio persista, às vezes é aconselhável que o menor pare de visitar as páginas ou redes sociais em que é vítima de cyberbullying.

No caso das redes sociais, a vítima pode optar por criar outro perfil - com um nome mais difícil de localizar - e eliminar o anterior, com o objetivo de agregar apenas as pessoas que realmente conhece e com quem pretende manter o Contato.

No que diz respeito aos dispositivos móveis, por vezes é necessário alterar o número, especialmente se os insultos, ameaças e outras manifestações de assédio forem efectuadas através de chamadas ou mensagens.

Desta forma, ao restringir o acesso dos agressores - especialmente se forem anônimos - à vítima, o cyberbullying é impedido de persistir.

Ensine a valorizar o lado positivo de usar a internet

Apesar dos perigos que o uso da Internet acarreta, não podemos esquecer suas vantagens e utilidades - aquisição de novos conhecimentos, possibilidade de compartilhar hobbies, entre outros.

Se você quer que seus filhos ou alunos se beneficiem da parte positiva, ensine-os a usá-lo com responsabilidade, visitando páginas de seu interesse e estabelecendo horários razoáveis ​​- evitando seu uso à noite ou por longos períodos.

Também é importante que você controle as páginas que eles frequentam e a atividade que realizam - para detectar se seu filho está sendo vítima ou agressor de cyberbullying.

A que se deve o cyberbullying?

Dentre as causas que explicam o surgimento desse novo tipo de assédio, podemos encontrar as seguintes:

Desenvolvimento e domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

Como já comentamos anteriormente, um dos aspectos negativos das TICs é que algumas pessoas as abusam, usando-as com o objetivo de prejudicar outras pessoas.

Assédio camuflado

Outro fator que explica este tipo de abuso é que os agressores mantêm o anonimato, se escondem atrás da tela do computador e desumanizam a vítima (consideram a agressão uma piada, pois não veem a reação que provoca no outro) .

Impotência da vítima

Quando o agressor não mostra sua verdadeira identidade, cria-se na vítima um sentimento de impotência e frustração, que muitas vezes não consegue se defender ou encontrar os agressores.

Falta de conhecimento sobre o método de ação no cyberbullying

Muitos profissionais de ensino e familiares de vítimas desse tipo de bullying não sabem como agir para prevenir ou interromper o cyberbullying.

Defesa legal de assédio na rede

Embora seja verdade que determinados conteúdos que aparecem na internet possam ser eliminados, esse procedimento ocorre, às vezes, tarde demais.

Além disso, a remoção de determinado conteúdo ofensivo não garante que ele não seja produzido novamente (ou pode haver pessoas que salvaram essas informações ou fotos depreciativas em seus dispositivos móveis).

Como isso se manifesta?

Existem diferentes maneiras de os agressores praticarem o cyberbullying, como as listadas abaixo:

  • O agressor pode criar um perfil falso para ganhar a confiança da vítima - ou para manter seu anonimato -, a partir do qual podem começar os insultos, ameaças, etc.
  • Por meio de mensagens privadas, eles ameaçam ou insultam a vítima. Por exemplo, mensagens em que a vítima é forçada a fazer algo contra sua vontade sob a ameaça de publicar fotos comprometidas ou de causar danos físicos.
  • Eles também podem publicar informações acessíveis a todos os contatos da vítima e do agressor (por exemplo, escrever insultos em sua parede ou compartilhar fotos ou vídeos mostrando como bateram na vítima).
  • Outra forma de violência ocorre quando a vítima é registrada - com foto incluída - em páginas da web onde é votada a pessoa mais feia, mais gorda, etc.
  • Invada as páginas que a vítima frequenta e assedie-a repetidamente, para que a pessoa que sofre o assédio tenha a sensação de total opressão.
  • Enviar ou espalhar rumores cruéis sobre alguém que prejudica sua reputação ou para seus amigos.
  • Manipule materiais digitais: fotos, conversas gravadas, e-mails, troque, engane e modifique para ridicularizar e prejudicar as pessoas.
  • Roubar senhas para falsificar sua identidade.

E você, que outras dicas acrescentaria para prevenir o cyberbullying?

Referências

  1. González, E. M. (2011). Pais que não educam e educadores que não são pais. Responsabilidade de pais e educadores frente a comportamentos de "cyberbullying". Revista da Associação Espanhola de Advogados Especializados em Responsabilidade Civil e Seguros, (38), 9-20.
  2. Martínez, J. M. A. (2010). Sucesso escolar e cyberbullying. Boletim de Psicologia, (98), 73-85.
  3. Martinez, J. M. A. (2009). Cyberbullying: Diferenças entre alunos do ensino médio. Boletim de Psicologia, (96), 79-96.
  4. Prados, M. Á. H., & Fernández, I. M. S. (2007). Cyberbullying, um problema de bullying / (Cyberbullying, um problema de bullying). Revista Iberoamericana de Educação a Distância, 10(1), 17.