Ciência Contemporânea: Origem, Características e Filosofia - Ciência - 2023


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Ciência Contemporânea: Origem, Características e Filosofia - Ciência
Ciência Contemporânea: Origem, Características e Filosofia - Ciência

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o cciência contemporânea como conceito, pode referir-se a dois aspectos diferentes, mas intimamente relacionados. Por um lado, indica o período de tempo em que foram realizadas as diferentes investigações científicas. Nesse caso, é a ciência desenvolvida nas últimas décadas, na qual houve um grande avanço em todas as disciplinas.

A outra dimensão que este conceito cobre é aquela referente à filosofia que move a própria ciência. A partir do início do século 20, o paradigma científico mudou, assim como o método. Por exemplo, quando Heisenberg descobre o princípio da indeterminação, ele primeiro propõe ver que a natureza pode ser descontínua e não fixa.

A origem dessa nova forma de ver a ciência está ligada ao surgimento de pesquisadores como Albert Einstein ou Karl Popper. Eles mudaram a velha concepção da ciência como algo mecanicista e propuseram uma nova na qual a espontaneidade e a incerteza se encaixavam.


Origem

Uma vez que o próprio termo "ciência contemporânea" pode ser abordado de dois pontos de vista diferentes - o temporal e o filosófico - suas origens também podem ser tratadas da mesma maneira. Ambos estão intimamente relacionados, então dificilmente poderiam ter aparecido independentemente.

Origem temporal

Diante do empirismo que reinou até então, no primeiro terço do século XX (fortalecimento na segunda metade do século) surgiram novas disciplinas científicas que não podem ser trabalhadas como as antigas.

Paradoxalmente, as melhorias técnicas traziam mais incertezas do que certezas. Embora tenham expandido enormemente os fenômenos que poderiam ser investigados, também acabaram levantando mais perguntas do que respostas.

Entre os autores mais proeminentes dessa origem estão Edwin Hubble ou Albert Einstein. O primeiro é o autor da Teoria do Big Bang que, por suas próprias características, não permitia uma confirmação mecanicista e empírica.


Quanto a Einstein, sua Teoria da Relatividade já indica essa mudança de paradigma apenas pelo nome.

Em suma, é uma desmistificação do método científico tradicional, substituindo-o por uma atitude mais crítica. Não era mais possível limitar tudo a experimentos controlados, mas eles tiveram que aceitar que havia tantos métodos quanto problemas analisados.

A partir desse momento, a ciência deixou de ser vista como uma disciplina determinística e passou a ser probabilística. Como alguns autores apontam, pela primeira vez a ciência se dá conta de seus próprios limites.

Origem filosófica

O grande salto da filosofia da ciência ocorreu em meados do século XX. Foi então que três filósofos diferentes tornaram públicas suas teorias sobre o conhecimento científico e a forma como ele é adquirido.

O primeiro deles, Karl Popper, afirmou que todo conhecimento científico se acumula e é progressivo, mas também pode ser falsificado. O segundo foi Thomas Kuhn, que nega esse caráter progressista e apela às necessidades sociais como motor de descobertas.


Finalmente, Paul Feyerabend vê o conhecimento científico como anárquico e inconsistente.

Caracteristicas

Indeterminismo

Foi Heisenberg quem primeiro falou sobre o princípio da indeterminação. Pela primeira vez, a ciência argumenta que a natureza pode ser descontínua e não algo fixo que seja fácil de estudar.

Isso se opunha ao determinismo científico, que pensava que todas as especificidades de qualquer fenômeno poderiam ser descritas.

O acaso é uma parte fundamental

A ciência contemporânea acaba reconhecendo que não existem regras para fazer uma descoberta. Desta forma, é quase assimilado às artes, nas quais diferentes caminhos podem ser percorridos para atingir o objetivo.

É relativo

Com o surgimento da ciência contemporânea, paramos de falar em termos absolutos. Por um lado, a ênfase é colocada em como o fator humano afeta ao conduzir experimentos. Por outro lado, a subjetividade começa a ganhar importância na análise dos resultados.

Emergência da ética

No século XX, surgiram várias disciplinas científicas que fizeram a comunidade de pesquisa considerar as consequências éticas de suas descobertas.

Assuntos como genética, biologia e outros freqüentemente levam a um conflito ético e filosófico na concepção da ciência e seu uso.

Desse modo, a ideia de ciência contemporânea seria entendida como uma referência a "como" e não a "o quê". Não se trata tanto de descobertas e objetos de estudo, mas dos novos paradigmas e formas de compreensão da ciência que levam a eles.

Filosofia

Ao mesmo tempo em que o método científico estava mudando na pesquisa prática, surgiram vários filósofos que contribuíram com seu pensamento para a ciência contemporânea.

Essas novas teorias giraram em vários pontos, mas o principal deles é o conceito de "verdade" e como chegar lá.

Karl Popper

Um dos grandes autores da filosofia científica é Karl Popper. Sua tese central é o refutacionismo, segundo o qual apenas as afirmações que podem ser refutadas são científicas.

Também destaca o conceito de falseabilidade, que enfrentou o positivismo lógico. Para Popper, quando uma afirmação observável é mostrada como falsa, pode-se deduzir que a proposição universal também é falsa.

O autor também se opôs ao raciocínio indutivo, pois pode levar a conclusões erradas. Por exemplo, se virmos um pato branco, podemos deduzir que são todos dessa cor. A questão é que, mesmo que fossem 100 da mesma cor, essa conclusão também não seria adequada.

Para Popper, esse método só chega a conclusões prováveis, não certas. Isso leva a muitas teorias prováveis ​​diferentes, mas não acrescenta nada ao conhecimento científico.

Para que o conhecimento se consolide, é necessário descartar teorias por meio do raciocínio dedutivo, não indutivo.

Thomas Kuhn

Thomas Kuhn também desempenhou um grande papel na filosofia da ciência contemporânea. Em seu trabalho procurou responder a questões relacionadas a essa disciplina e suas conclusões tiveram grande influência nas últimas décadas.

Para este autor, a ciência não é apenas um contraste neutro entre realidade e teorias. Nisso há debate, tensões e diálogo entre os partidários das diferentes hipóteses. Na verdade, muitos continuarão a defender sua posição mesmo depois de ela ser refutada, em maior medida quando houver interesses de algum tipo.

Por outro lado, Kuhn afirmou que só há progresso nas fases da ciência normal. O filósofo refuta aqueles que pensam que há um progresso contínuo ao longo de toda a história. Segundo ele, são as revoluções científicas que favorecem o progresso, marcando novos começos.

Alguns filósofos posteriores adotaram esses pensamentos e os radicalizaram, dando origem ao relativismo radical. Essa corrente estabelece que é impossível saber qual teoria é verdadeira, pois tudo depende do ponto de vista.

Fisicalismo

O fisicalismo é outra das correntes filosóficas da ciência. Para seus apoiadores, a realidade só pode ser explicada por estudos físicos. Tudo o que não pode ser fisicamente apreendido não existiria.

Referências

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    o "desprendimento" contemporâneo do conceito de verdade. Recuperado de node50.org
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  6. Marcel, A. J., & Bisiach, E. Consciousness in Contemporary Science. Obtido em psycnet.apa.org