Espargos: características, propriedades, contra-indicações, cultivo - Ciência - 2023
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Contente
- Características gerais
- Aparência
- Haste
- Folhas
- flores
- Fruta
- Composição química
- Valor nutricional por 100 g
- Habitat e distribuição
- Taxonomia
- Etimologia
- Sinonímia
- Propriedades de saúde
- Contra-indicações de consumo
- Cultura
- Requisitos
- Pragas e doenças
- Pragas
- Doenças
- Referências
o espargos (Aspargo acutifolius) é uma planta perene pertencente à família Liliaceae. Esta espécie de aspargo selvagem, conhecida como espargos selvagens, espinhosos ou picantes, é nativa da bacia do Mediterrâneo.
É uma planta arbustiva de tamanho médio e crescimento trepadeira que se distingue pelo grande número de cladódios verde-escuros na sua folhagem. Os rebentos ou espargos jovens são mais finos do que os espargos normais e têm um sabor muito mais intenso.
Este gênero de plantas carece de folhas verdadeiras e sua estrutura é composta por caules modificados chamados cladódios, que têm função clorofila. Com efeito, essas estruturas curtas, lineares e espinhosas são agrupadas em cachos e se assemelham a folhas verdadeiras.
O conhecido "aspargo selvagem" é colhido desta espécie, considerada mais firme e de melhor sabor do que os espargos cultivados em Asparagus officinalis. Os rebentos tenros são muito saborosos na gastronomia, podendo ser consumidos assados, fritos ou salteados com ovos.
Na medicina tradicional, os aspargos secos são usados para fins diuréticos, retenção de líquidos, problemas urinários ou insuficiência hepática e renal. No entanto, seu consumo é contra-indicado em pessoas com doenças biliares ou renais e pacientes com doenças nervosas.
Características gerais
Aparência
As espécies Aspargo acutifolius é um arbusto ou subarbusto perene, de caráter ginóide, medindo 150 a 300 cm de altura. É caracterizada por um rizoma muito pequeno, espesso e carnudo, a partir do qual se desenvolvem vários caules plurianuais, que constituem a parte utilizável da planta.
Ele difere dos demais espargos pelo porte de planta trepadeira e pela presença de um grande número de cladódios ao redor da planta. Caules delgados cobertos por folhas escamosas e dispostas em espiral emergem do rizoma na primavera: os conhecidos espargos selvagens.
Haste
Os caules semi-lenhosos, cilíndricos, rígidos e ligeiramente pubescentes são de forma arqueada descendente com nervuras mais ou menos evidentes. Numerosos ramos brotam dos caules cobertos por cladódios verdes, às vezes glaucosos e acinzentados quando maduros.
Folhas
As folhas com 5-10 mm de comprimento são escamosas e de forma triangular, com uma faixa acastanhada e margens hialinas. Eles geralmente se agrupam na base de um esporão rígido de 3-5 mm ao longo dos ramos principais.
Os cladódios são folhas modificadas semicirculares ou elípticas de 2 a 8 mm de diâmetro, dispostas na posição axilar. Cada cladódio possui vários nervos proeminentes, de cor verde e textura papilosa, às vezes glauco, ligeiramente rígido e persistente.
flores
As flores hermafroditas ou unissexuadas, solitárias ou aos pares, estão dispostas nas axilas dos cladódios por meio de um pedicelo curto articulado. As tépalas verde-amareladas são fasciculadas na extremidade e soldadas na base e protegidas por brácteas que cobrem completamente a base do pedúnculo.
Fruta
O fruto é uma baga globular com 5-8 mm de diâmetro, verde quando tenra e azul-enegrecida quando madura. No interior, 1-3 sementes são formadas em uma forma hemisférica. A polinização é geralmente entomófaga e a floração ocorre de maio a setembro.
Composição química
Durante a primavera, caules longos, finos e verdes comestíveis crescem na base da planta. Esses caules, chamados de “brotos” ou aspargos, são muito valorizados a nível culinário ou medicinal devido ao seu alto conteúdo nutricional.
Os espargos coletados da espécie Aspargo acutifolius são ricos em fibras, vitaminas (A, C, E) e ácido fólico (vitamina B9) Além disso, vários elementos minerais entre os quais se destaca o cromo, que está envolvido no transporte da glicose pela corrente sanguínea.
Um dos principais princípios ativos presentes nesta espécie é a glutationa, útil para purificar e eliminar elementos nocivos ou tóxicos do organismo. Na verdade, sua capacidade de eliminar vários radicais evita a formação de vários tipos de câncer, especialmente câncer de cólon, osso, laringe, mama e pulmão.
O espargo silvestre possui alto teor de antioxidantes, sendo útil na prevenção de alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento. Estudos clínicos confirmaram seu benefício na redução ou desaceleração do processo de degeneração biológica devido à idade.
Além disso, possui alto teor do aminoácido asparagina, que possui ação diurética. Desta forma, favorece a eliminação do excesso de sódio do organismo. É rico em potássio, elemento essencial para regular a pressão arterial e o bom funcionamento dos músculos, especialmente do coração.
A presença do polissacarídeo inulina é altamente benéfica para o trato digestivo, pois constitui uma fonte nutricional para a flora bacteriana intestinal. Ao mesmo tempo, proporciona um efeito antiinflamatório eficaz para todo o corpo.
Valor nutricional por 100 g
- Energia: 40-45 kcal
- Água: 94 g
- Gorduras: 0,15-0,25 g
- Açúcares: 0,37 g
- Fibra: 1-3 g
- Vitamina A: 948 UI
- Vitamina B1: 0,120 mg
- Vit. B2: 0,130 mg
- Vit. B3: 1.202 mg
- Vitamina B5: 0,184 mg
- Vitamina C: 31,8 mg
- Ácido fólico (vitamina B9): 191 mg
- Cálcio: 20-25 mg
- Fósforo: 60-65 mg
- Ferro: 0,75-1,00 mg
- Magnésio: 14 mg
- Manganês: 0,203 mg
- Potássio: 253 mg
- Zinco: 0,59 mg
Habitat e distribuição
As espécies Aspargo acutifolius É nativa da região do Mediterrâneo, mas localizada na zona costeira onde a oliveira é cultivada (Olea europaea) O seu habitat está situado em solos argilosos e húmidos, preferencialmente solos arenosos de origem calcária, bem drenados e com elevado teor de matéria orgânica.
Está localizada em terrenos íngremes ou colinas baixas, associada a florestas caducifólias ou em solos secos e ensolarados em ambientes xerófilos. Uma limitação de sua adaptabilidade a vários ecossistemas é a amplitude altitudinal, sendo sua preferência de desenvolvimento abaixo de 600 metros acima do nível do mar.
Distribui-se geograficamente por toda a bacia do Mediterrâneo, localizando-se em toda a Península Ibérica, exceto na costa atlântica e nas Ilhas Baleares. Também pode ser encontrado no centro-sul da Itália, Grécia e sul da França. Foi recentemente introduzido na Costa Rica.
Taxonomia
- Reino: Plantae
- Divisão: Magnoliophyta
- Classe: Liliopsida
- Pedido: Asparagales
- Família: Liliaceae
- Subfamília: Asparagoideae
- Gênero: Espargos
- Espécies: Aspargo acutifolius EU.
Etimologia
– Espargos: o nome do gênero vem do termo latino "sparagus", que por sua vez deriva do grego "aspharagos" ou "asparagos" que precede o persa "asparag". Todos esses termos significam "broto" em referência ao tipo de propagação da planta.
– acutifólio: o adjetivo específico deriva do latim "acutifolius, -a, -um", em alusão à forma pontiaguda ou espinhosa de suas folhas.
Sinonímia
– Aspargo aetnensis Tornab.
– Aspargo ambiguus De Not.
– A. brevifolius Tornab.
– A. commutatus Ter.
- Espargos corrudav Scop.
– Espargos inarimensis Tornab.
Propriedades de saúde
O aspargo selvagem é uma planta rica em vitaminas, sais minerais, fibras, carboidratos e metabólitos secundários que proporcionam diversos benefícios à saúde. Devido ao seu efeito diurético, é um desintoxicante corporal eficaz, ajuda a prevenir a diabetes tipo II e é um anti-inflamatório natural.
Seu consumo regular melhora as funções intestinais e contribui para uma boa digestão. Da mesma forma, sua função antioxidante é valiosa para a prevenção de alguns tipos de câncer. Também promove o melhor funcionamento do sistema nervoso, a regeneração cognitiva do cérebro e previne certas doenças cardiovasculares.
Fornece uma boa dose de vitaminas e minerais, regula o teor de açúcar no sangue e é um diurético eficaz para desintoxicar o corpo. Nesse sentido, é um suplemento alimentar recomendado para pacientes com hipertensão, edema ou retenção de líquidos.
Da mesma forma, é um vegetal que melhora a digestão e regula a função intestinal, sendo eficaz para pacientes que sofrem de constipação. Por outro lado, o alto teor de ácido fólico em combinação com vitamina B12 prevenir a incidência de distúrbios cognitivos relacionados à idade.
É indicado como alimento que auxilia na prevenção de certas doenças cardiovasculares, além de melhorar o bom funcionamento do sistema nervoso. Em resumo, o consumo de aspargos silvestres é recomendado nos casos de:
- Açúcar no sangue.
- Edema ou retenção de líquidos.
- Constipação.
- Hipertensão.
- Problemas de digestão.
- Desintoxicação.
- Doenças cardiovasculares.
- Comprometimento cognitivo.
- Distúrbios do sistema nervoso.
Contra-indicações de consumo
O aspargo selvagem é uma espécie selvagem colhida diretamente do campo e às vezes confundida com plantas tóxicas com efeitos adversos à saúde. Além disso, cresce em sítios urbanizados ou intervencionados, sendo suscetível à contaminação por agrotóxicos em pomares e jardins, por isso sua coleta deve ser fiscalizada.
Os efeitos adversos de sua ingestão são leves e tendem a desaparecer após um curto período de tempo. Devido ao seu alto teor de potássio, tem efeito diurético e, em geral, as pessoas tendem a ter um aumento da diurese.
Por outro lado, o alto teor de carotenóides causa uma descoloração da pele conhecida como hipercarotinemia. No entanto, esse efeito é geralmente inofensivo e tende a desaparecer quando seu consumo é restrito. Em certas pessoas, seu contato direto com a pele causa dermatites.
Em suma, seu consumo é restrito em pacientes com doenças do aparelho urinário, seja por ação dos rins ou da bexiga. Além disso, em pessoas com distúrbios nervosos ou que freqüentemente sofrem de insônia.
Cultura
O aspargo selvagem é colhido diretamente no campo, pois é uma planta selvagem comum na região do Mediterrâneo. Os rebentos ou aspargos são mais finos, duros e mais consistentes que os espargos comuns, pelo que são consumidos em tortilhas ou grelhados.
A sua multiplicação comercial permitiu constatar que esta espécie selvagem oferece a possibilidade de obter até duas colheitas por ano em menos espaço e tempo. Apesar de seu desempenho não ser comparável ao do espargo comum, suas características organolépticas são apreciáveis tanto na gastronomia quanto na medicina tradicional.
Para o estabelecimento desta espécie, um solo fértil e argiloso, com alto teor de areia, é recomendado para facilitar a drenagem. Em geral, solos úmidos tendem a favorecer a presença de patógenos de solo que afetam a qualidade dos aspargos.
As sementes para o plantio da safra são colhidas de frutos maduros no final do outono, separadas e secas à sombra. A semeadura é feita em casa de vegetação com condições controladas no início da primavera em um substrato fértil.
Uma vez que os aspargos estejam vigorosos e suficientemente desenvolvidos, eles são transplantados para o solo final. Esta atividade é realizada em meados de junho-julho, procurando manter uma densidade de plantio de 30-35 cm entre plantas e 120-150 cm entre linhas.
Durante o desenvolvimento da plantação é aconselhável aplicar regas moderadas, procurando manter o solo ligeiramente húmido, bem como fertilizar e fazer cobertura morta. No ano seguinte são cortados os primeiros brotos para promover o desenvolvimento da cultura e a colheita comercial começa no segundo ou terceiro ano após o plantio.
Requisitos
Os espargos selvagens não toleram frio severo no inverno ou geadas ocasionais na primavera. Isso ocorre porque é uma planta típica de clima mediterrâneo que requer climas quentes e frios.
Cresce em solos arenosos com alto teor de matéria orgânica e bem drenados, tolera melhor a escassez de água do que o excesso de umidade. Baixas temperaturas tendem a desacelerar seu crescimento e o gelo pode causar sérios danos fisiológicos.
É uma cultura que cresce em plena exposição solar, embora tolere condições de semi-sombra durante as fases iniciais de crescimento. Recomenda-se manter o solo úmido durante o verão e aplicar fertilizantes ou fertilizantes orgânicos durante a primavera e o verão.
Pragas e doenças
Pragas
– Heliothis sp.: Mariposa lepidóptera que devora a parte aérea da planta.
– Myzus sp.: pulgão que danifica os tecidos sensíveis e causa a formação de internódios curtos.
– Ophiomya simplex: o conhecido mineiro de aspargos é um díptero que se alimenta do tecido cortical ou córtex do caule.
– Parahypopta caestrum: as larvas desta mariposa escavam galerias que danificam os rizomas e as raízes.
– Tetranychus urticae: este ácaro deteriora a folhagem da planta causando um pontilhado amarelo que reduz a qualidade comercial da cultura.
- Tripes: insetos Thysanoptera que reduzem a capacidade fotossintética da planta, causando murcha e torção dos ramos.
Doenças
– Botrytis sp.: Fungo fitopatogênico que afeta a base da planta, deteriorando os aspargos.
– Corynebacterium sp.: bacilo gram positivo que causa um tumor bacteriano que afeta a base dos caules.
– Fusarium sp.: fungo filamentoso do solo que danifica as raízes e o sistema vascular.
– Puccinia asparagi: agente causal da ferrugem do aspargo, que afeta os ramos principal e secundário dos espanadores.
– Rhizoctonia violacea: patógeno fúngico que afeta raízes e rizomas.
– Stemphylium vesicarum: fungo fitopatogênico causador da doença conhecida como queima de espargos, com deterioração da parte basal das folhas.
– Xanthomonas campestris: bactéria que causa lesões necróticas nas folhas, brotos e tecidos sensíveis.
Referências
- Asparagus acutifolius. (2019). Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado em: es.wikipedia.org
- Bissanti, G. (2017) Asparagus acutifolius. Um Mondo Ecossustentável. Recuperado em: antropocene.it
- Blasco-Zumeta, J. (2017) Asparagus acutifolius L. Flora de Pina de Ebro e sua região. Família Liliaceae. Recuperado em: blascozumeta.com
- Rodríguez Gonzáles, A. (2015) Esparraguera. Espargos. Asparagus acutifolius. As montanhas naturais. Recuperado em: laserranianatural.com
- Sánchez García, S. (2015) Esparraguera (Asparagus acutifolius L.). ADENE - Associação de Defesa da Natureza - Enguera.
- Vallejo Villalobos, J. R., Peral Pacheco, D. & Carrasco Ramos, M. C. (2009). Notas ao conhecimento etnobotânico e medicinal dos espargos da Extremadura. Naturopathic Medicine, 3 (1), 41-46. ISSN: 1576-3080.