Ornitofobia (fobia de pássaros): sintomas, causas, tratamentos - Ciência - 2023
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Contente
- Características da fobia de pássaros
- Medo de pássaros
- 1- Medo excessivo
- 2- irracional
- 3- Incontrolável
- 4- O medo leva à evitação
- 5- Medo persistente
- 6- o medo não depende da idade
- Sintomas
- 1- Sintomas físicos
- 2- Sintomas cognitivos
- 3- Sintomas comportamentais
- Diagnóstico
- Causas
- Tratamento
- Referências
o ornitofobia É um tipo de fobia específica que consiste em sentir medo excessivo, anormal e irracional de pássaros. Consiste em um transtorno de ansiedade em que os elementos temidos são todos os tipos de pássaros.
Pessoas com ornitofobia têm medo excessivo de pássaros, fato que lhes causa reações de ansiedade muito altas sempre que são expostos a eles.
Da mesma forma, pelo medo que ela produz, a pessoa com ornitofobia evitará o contato com esse tipo de animal sempre que possível. Este fator é um elemento muito importante do transtorno e modifica o comportamento normal do indivíduo.
O medo dos pássaros é um fenômeno relativamente comum na sociedade. No entanto, nem todo medo desses animais deve ser incluído no transtorno da ornitofobia, cuja prevalência é muito menor.
Este artigo apresenta as principais características da ornitofobia. Seus sintomas, seu diagnóstico e suas causas são revistos, e os tratamentos a serem realizados para superar a fobia de pássaros são explicados.
Características da fobia de pássaros
Ornitofobia é um transtorno de ansiedade atualmente bem estudado e corretamente definido. Consiste em um tipo particular de fobia específica em que o elemento temido são os pássaros.
Dessa forma, as pessoas com ornitofobia temem de forma totalmente desproporcional, excessiva e irracional esse tipo de animal, fato que tem consequências negativas para o seu bem-estar.
O medo dos pássaros é tão forte que gera a principal manifestação dessa psicopatologia: vivenciar altas sensações de ansiedade sempre que se está em contato com um pássaro.
Além disso, o medo típico da ornitofobia é caracterizado por alterar e afetar negativamente o padrão de comportamento do indivíduo. O medo dos pássaros é tão intenso que leva a pessoa a evitar o contato com eles em todos os momentos.
Dependendo do contexto, pode ser difícil evitar permanentemente o contato com pássaros. Em ambientes rurais e urbanos, os pássaros são animais que podem ser pareados regularmente.
Nesse sentido, a evitação de pássaros costuma motivar o desenvolvimento de mudanças perceptíveis no comportamento normal da pessoa. O indivíduo com ornitofobia fará o que for preciso em todos os momentos para evitar o contato com os pássaros.
Medo de pássaros
O medo dos pássaros é um fenômeno não incomum entre os seres humanos. Isso decorre da imagem ameaçadora de algumas aves de rapina, o que pode gerar sentimentos de medo ou suspeita em relação a esses animais.
No entanto, o fato de temer algum tipo de ave ou suspeitar de aves de forma generalizada, não precisa implicar na presença de transtorno de ornitofobia.
Para falar de ornitofobia, é necessário que o medo experimentado pelos pássaros se caracterize por ser fóbico. Da mesma forma, em geral, os indivíduos com esse tipo de fobia experimentam sentimentos de medo de qualquer tipo de ave.
Obviamente, aves de rapina como abutres, corujas ou corujas são freqüentemente interpretadas como mais ameaçadoras e geram maiores sentimentos de medo do que outros animais, como periquitos ou pássaros menores.
No entanto, o medo da ornitofobia não é governado por processos de pensamento racionais, portanto, qualquer tipo de pássaro pode ser temido. Para definir o medo fóbico que é experimentado na ornitofobia, as seguintes características devem ser atendidas:
1- Medo excessivo
Os pássaros são animais que podem ser mais ou menos ameaçadores, dependendo do animal e do contexto. Obviamente, encontrar uma águia ou um urubu no meio da floresta pode gerar um medo mais do que justificado pela ameaça real que sua presença pode representar.
Porém, para se falar em ornitofobia, o medo dos pássaros deve ser sempre excessivo. Isso significa que o medo vivenciado não tem relação com as ameaças reais da situação a que o sujeito está exposto.
Pessoas com ornitofobia experimentam sentimentos intensificados de medo em situações aparentemente inofensivas, onde não há perigo real.
2- irracional
O medo excessivo de pássaros é explicado pelos mecanismos cognitivos pelos quais o medo da ornitofobia é governado.
O medo fóbico de pássaros é caracterizado por ser irracional. Isso significa que os sentimentos de medo não aparecem por meio de pensamentos congruentes ou coerentes.
Esse fator pode ser observado e avaliado tanto por terceiros quanto pelo indivíduo portador de ornitofobia.
O indivíduo que sofre desse transtorno sabe que seu medo de pássaros é excessivo e injustificado, porém continua a vivê-lo cada vez que é exposto a um desses animais.
3- Incontrolável
O fato de a irracionalidade do medo não ser um fator suficientemente importante para extinguir o medo dos pássaros está em suas propriedades de aparência.
O medo fóbico da ornitofobia é caracterizado por ser totalmente incontrolável. Ou seja, a pessoa não tem nenhum tipo de controle sobre seus sentimentos de medo e não pode fazer nada para que ele não apareça.
4- O medo leva à evitação
Para relacionar o medo de pássaros com a ornitofobia, é necessário que o medo vivenciado tenha algum impacto direto no indivíduo.
Nesse sentido, evitar todo contato com pássaros é um dos critérios diagnósticos mais confiáveis para o transtorno.
O medo que se experimenta na ornitofobia é tão grande que leva a evitar o contato com esses animais de forma permanente.
5- Medo persistente
Em certas ocasiões, as pessoas podem apresentar respostas de medo ou ansiedade superiores ao normal. Muitos fatores situacionais e ambientais estão envolvidos na determinação dessas respostas.
No entanto, a pessoa com ornitofobia experimenta persistentemente o medo fóbico de pássaros, independentemente da situação ou contexto. Indivíduos com ornitofobia respondem com altas respostas de medo sempre que entram em contato com pássaros.
6- o medo não depende da idade
Animais em geral e pássaros em particular são elementos tipicamente temidos durante a infância. Durante a infância, é comum que o medo desses animais seja maior do que o normal.
No entanto, a ornitofobia é um distúrbio independente da idade. Isso pode aparecer tanto na infância quanto na idade adulta, mas em qualquer caso é caracterizado por ser permanente e persistente.
Uma pessoa com ornitofobia continuará a sentir medo fóbico de pássaros ao longo da vida, a menos que comece os tratamentos necessários.
Sintomas
Ornitofobia é classificada de acordo com manuais de diagnóstico como um transtorno de ansiedade, uma vez que a sintomatologia da psicopatologia é caracterizada por ser principalmente ansiosa.
Os indivíduos com esse transtorno respondem com sentimentos intensificados de ansiedade sempre que são expostos ao seu elemento temido. No entanto, o estado de nervosismo pode desaparecer quando não há pássaros por perto ou quando não há medo de que possa haver.
Dessa forma, o principal fator que gera o aparecimento dos sintomas da ornitofobia é o próprio medo dos pássaros. As manifestações de ansiedade do transtorno são caracterizadas por serem graves, embora raramente atinjam a intensidade de ataques de pânico.
Atualmente, existe um grande consenso em agrupar os sintomas da ornitofobia em três grandes categorias: sintomas físicos, sintomas cognitivos e sintomas comportamentais.
1- Sintomas físicos
A ornitofobia, como ocorre com todos os transtornos de ansiedade, é caracterizada por gerar modificações no funcionamento físico da pessoa.
As manifestações de ansiedade referentes ao organismo podem variar em cada caso. No entanto, esses sintomas sempre respondem a um aumento na atividade do sistema nervoso periférico do cérebro.
Nesse sentido, uma pessoa com ornitofobia pode apresentar alguns dos seguintes sintomas sempre que for exposta a um pássaro:
- Aumento da frequência cardíaca.
- Frequência respiratória aumentada.
- Sensações de asfixia, palpitações ou taquicardia.
- Aumento da tensão muscular.
- Dor de estômago e / ou dor de cabeça.
- Dilatação pupilar.
- Aumento da sudorese corporal.
- Boca seca, tontura, náusea ou vômito.
2- Sintomas cognitivos
O principal elemento da ornitofobia é o medo fóbico de pássaros. Este medo é caracterizado por ser irracional, razão pela qual é modulado por uma série de pensamentos disfuncionais.
Os sintomas cognitivos do transtorno referem-se a todos os pensamentos irracionais que uma pessoa com ornitofobia tem sobre pássaros.
Esses pensamentos podem assumir múltiplas formas e conteúdos, mas sempre se caracterizam por gerar atribuições negativas aos pássaros e capacidades pessoais para lidar com esses animais.
O aparecimento de pensamentos irracionais de ansiedade é retroalimentado com os sintomas físicos e aumenta o estado de nervosismo da pessoa.
3- Sintomas comportamentais
Por fim, a ornitofobia é um distúrbio caracterizado por afetar o comportamento do indivíduo. Nesse sentido, há dois sintomas que podem ser presenciados: evitação e fuga.
Evitar se refere a todos os comportamentos que o indivíduo inicia para evitar o contato com pássaros. Esses comportamentos podem afetar negativamente a vida da pessoa, pois podem forçá-la a modificar seu comportamento habitual.
A fuga, por outro lado, é o comportamento que surge quando o indivíduo não consegue evitar o contato com os pássaros. Nessas ocasiões, a pessoa tentará se afastar o mais longe possível e o mais rápido possível de seu elemento temido.
Diagnóstico
Para estabelecer o diagnóstico de ornitofobia, os seguintes critérios devem ser atendidos:
- Medo forte e persistente, excessivo ou irracional, desencadeado pela presença ou antecipação de um pássaro (estímulo fóbico).
- A exposição ao estímulo fóbico quase invariavelmente elicia uma resposta imediata de ansiedade.
- A pessoa reconhece que esse medo é excessivo ou irracional.
- O estímulo fóbico é evitado ou suportado à custa de intensa ansiedade ou desconforto.
- Comportamentos de evitação, antecipação ansiosa ou angústia causada pelo estímulo fóbico interferem gravemente na rotina normal da pessoa, no trabalho (ou acadêmico) ou nas relações sociais, ou causam angústia clinicamente significativa.
- Em menores de 18 anos, a duração desses sintomas deve ser de pelo menos 6 meses.
- Ansiedade, ataques de pânico ou comportamentos de evitação fóbica não podem ser melhor explicados pela presença de outro transtorno mental.
Causas
Atualmente, argumenta-se que a ornitofobia é uma psicopatologia que não é gerada por uma única causa. Vários estudos têm mostrado quantos fatores podem interferir no desenvolvimento do transtorno.
No entanto, a vivência de experiências traumáticas ou negativas com pássaros parece ser um fator importante que pode participar do desenvolvimento da ornitofobia.
Outros elementos como visualizar imagens ou receber informações verbais negativas sobre pássaros, fatores genéticos, traços de personalidade ansiosos ou estilos cognitivos focados nos danos que podem ser percebidos são outros fatores que podem desempenhar um papel importante na etiologia do transtorno.
Tratamento
O tratamento de primeira escolha para a ornitofobia é a psicoterapia, que tem mostrado taxas de eficácia muito mais elevadas do que a farmacoterapia na intervenção desse transtorno.
Especificamente, os indivíduos com ornitofobia geralmente respondem de forma adequada ao tratamento cognitivo-comportamental.
Este tratamento é baseado principalmente na exposição a elementos fóbicos. O terapeuta irá traçar um plano de abordagem progressiva aos pássaros, de modo que o sujeito aprenda a se expor a eles, controlar suas respostas ansiosas e se acostumar com os elementos temidos.
Outras ferramentas que esse tratamento geralmente incorpora são o treinamento de relaxamento e a terapia cognitiva.
O relaxamento serve para reduzir a ansiedade gerada por estímulos fóbicos e facilitar o processo de exposição aos pássaros. Por sua vez, a terapia cognitiva é usada para modificar e corrigir pensamentos irracionais sobre pássaros.
Referências
- Barlow D. e Nathan, P. (2010) The Oxford Handbook of Clinical Psychology. Imprensa da Universidade de Oxford.
- Caballo, V. (2011) Manual de psicopatologia e transtornos psicológicos. Madrid: Ed. Piramide.
- DSM-IV-TR Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002). Barcelona: Masson.
- Obiols, J. (Ed.) (2008). Manual de Psicopatologia Geral. Madrid: Nova Biblioteca.
- Sadock, B. (2010) Manual de bolso Kaplan & Sadock de psiquiatria clínica. (5ª Ed.) Barcelona: Wolters Kluwer.
- Spitzer, R.L., Gibbon, M., Skodol, A.E., Williams, J.B.W., First, M.B. (mil novecentos e noventa e seis). DSM-IV Casebook. Barcelona: Masson.