Barognosia: origem, conceito, teste, distúrbios relacionados - Ciência - 2023
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Contente
- Origem e conceito
- Teste de avaliação de barognosia
- Interpretação
- Distúrbios relacionados
- Abarognosia
- Síndromes que podem levar à embraognosia
- Lesões no córtex parietal
- A síndrome de Guillain-Barré
- Transtornos psicogênicos
- Referências
o barognosia ou barognose é um termo médico usado para descrever a capacidade do ser humano de distinguir a diferença de peso entre dois objetos, usando apenas o sentido do tato. Mesmo os objetos podem ter a mesma forma e tamanho, mas com pesos diferentes.
Se o indivíduo é capaz de reconhecer o que é mais pesado e o que é mais leve, significa que sua barognosia está intacta. A avaliação da barognosia é um dos testes que fazem parte da exploração da sensibilidade profunda.
A barognosia, assim como outras propriedades como a barestesia, são possíveis graças à presença estratégica, distribuição e função dos corpúsculos de Pacini. Localizam-se na derme (camada mais profunda da pele), no tecido subcutâneo, bem como ao nível do osso com maior predileção no periósteo.
Os corpúsculos de Pacini são receptores que nos permitem capturar e processar informações sobre duas variáveis importantes como: peso e pressão.
As fibras emergem dos receptores através dos quais os impulsos nervosos viajam, passando pelos nervos periféricos, medula espinhal, medula oblonga, tálamo e córtex parietal do SNC, onde os impulsos nervosos são finalmente interpretados.
Pacientes que perdem a capacidade de discriminar pesos diferentes apresentam "embraognosia" ou "baroagnosia".
Origem e conceito
Baro vem do grego Baros que significa peso, gnosia, conhecimento ou percepção e a desinência (ia) significa qualidade. A palavra barognosia então se refere à habilidade de saber ou perceber o peso dos objetos.
Se a este termo for dado o prefixo (a) que significa (sem), ele permaneceria tão abrangente, neste caso o significado muda para a incapacidade de saber ou perceber o peso dos objetos. A letra (a) também pode ser colocada antes da gnosia, deixando-a como baroagnosia. Significa o mesmo que embraognosia.
Teste de avaliação de barognosia
As análises que avaliam a sensibilidade superficial e profunda requerem grande concentração, tanto do paciente quanto do especialista. Para realizar o teste é necessário que o paciente esteja relaxado, disposto a colaborar. Por outro lado, deve-se buscar um ambiente calmo e inspirador de confiança, uma vez que o exame exige que o paciente tenha os olhos tapados.
A dinâmica do teste será explicada ao paciente, bem como será indicada a importância do teste e a forma correta de responder às questões, visto que as respostas devem ser claras e precisas. É um grande erro sugerir uma resposta ao paciente, pois ele deve respondê-la espontaneamente. Se a resposta for induzida, o teste perde validade.
O teste pode ser realizado com o paciente sentado ou deitado, mas preferencialmente sentado. Os olhos do paciente serão cobertos e os objetos serão entregues em suas mãos.
Pode ser feito com as duas mãos ao mesmo tempo e indicar qual das duas mãos contém o objeto mais pesado, ou pode ser feito com uma mão, colocando o objeto, tirando-o e depois colocando a outra. O paciente é solicitado a indicar qual dos dois era mais pesado.
O paciente deve responder, em qualquer uma das duas modalidades.
Os objetos serão mudados e a experiência será repetida, e a mesma pergunta será feita. Os objetos mais usados são os pesos comumente usados na academia. Os pesos podem ser de tamanhos diferentes ou mesmo do mesmo tamanho e forma, mas com pesos diferentes.
Bolas também podem ser usadas. Por exemplo, numa das mãos é colocada uma bola de tênis e na outra uma bola do mesmo tamanho, mas feita de esponja ou espuma.
Os resultados obtidos são registrados.
Interpretação
Se o paciente estiver correto, diz-se que apresenta a capacidade para barognosia intacta. Isso do ponto de vista médico significa que os receptores, bem como as vias aferentes pelas quais os impulsos viajam e os centros de integração do cérebro onde os impulsos são interpretados, estão em perfeitas condições.
Se, por outro lado, o paciente não consegue discriminar entre os diferentes pesos, é dito que o paciente tem embraognosia.
O mais importante na avaliação do exame neurológico não é apenas detectar a deficiência na habilidade de perceber e discriminar os diferentes pesos, mas diagnosticar onde está a causa do problema.
É importante determinar em que nível existe o dano. As possibilidades são: ao nível dos receptores devido a queimaduras ou rupturas de tendão, ao nível de um nervo periférico, nos canais medulares ou no tálamo ou córtex parietal.
Saber a causa ajudará na escolha de uma terapia mais eficaz.
Distúrbios relacionados
Abarognosia
É a incapacidade do paciente de discriminar entre diferentes pesos ou de perceber o peso dos objetos. Esta anomalia é geralmente devida a danos ocorridos ao nível do lobo parietal e é expressa no lado oposto onde a lesão é registada.
Síndromes que podem levar à embraognosia
Lesões no córtex parietal
Visto que o lobo parietal é o local anatômico responsável pela sensação consciente, é razoável pensar que os distúrbios na sensação profunda sejam devidos a lesões nesse nível. É aqui que entram a estereognosia, a grafésia e a barognosia, entre outras.
A síndrome de Guillain-Barré
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que pode se desenvolver após sofrer uma infecção viral ou bacteriana. Esta síndrome é caracterizada pelo aparecimento de uma fraqueza simétrica que progride rapidamente. É possível que possa afetar os músculos bulbar respiratórios.
Por outro lado, a síndrome pode se apresentar com perda dos reflexos tendinosos e também com sinais sensoriais leves ou ausentes. Dentre estes últimos, pode-se citar a perda ou diminuição da barognosia, juntamente com outras capacidades sensoriais, como: barestesia, estereognosia e palestesia.
Transtornos psicogênicos
Em algumas ocasiões, os transtornos psiquiátricos podem manifestar alterações no nível sensorial, caracterizadas por anomalias complexas que dificultam sua interpretação.
Referências
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