Anatomia clínica: história, o que estuda, métodos, técnicas - Ciência - 2023


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Anatomia clínica: história, o que estuda, métodos, técnicas - Ciência
Anatomia clínica: história, o que estuda, métodos, técnicas - Ciência

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o anatomia clínica ou aplicada é um ramo da anatomia geral que estuda a função e a estrutura dos elementos do corpo humano, a partir de cenários possíveis de natureza médico-clínica. Isso significa que a anatomia clínica é utilizada nas práticas de odontologia, medicina ou outras ciências auxiliares da saúde.

Por sua vez, esta disciplina deve utilizar outros ramos científicos para poder realizar o seu desenvolvimento, como a anatomia cirúrgica, a anatomia morfogenética e a anatomia radiológica.

Em alguns casos, a anatomia clínica pode precisar ou ser complementada pela embriologia, pois permite tratar doenças congênitas.

Professora Eugenia Sol, em seu texto Anatomia aplicada (s.f.), estabeleceu que a anatomia clínica sistematiza o conhecimento científico que define o homem como ser biológico, seguindo tanto uma perspectiva geral quanto particular.


O autor também determinou que esta disciplina se concentra principalmente no funcionamento dos sistemas cardiopulmonar, locomotor e de regulação e controle.

Com isso, a anatomia clínica busca aumentar a compreensão do corpo humano com o objetivo de garantir a excelência na realização de intervenções cirúrgicas.

História

A anatomia clínica não foi concebida como disciplina científica até o século XIX, pois em seus primórdios era considerada uma parte da anatomia geral.

Após a criação das enciclopédias e com o advento do positivismo, a anatomia geral foi dividida em diferentes ramos, com o objetivo de torná-la uma forma de conhecimento mais acessível e organizada.

Conseqüentemente, pode-se estabelecer que a anatomia clínica nasceu junto com os primeiros estudos anatômicos realizados pelo homem. Porém, o termo "clínico" foi cunhado muito tempo depois, com o desenvolvimento da ciência e com a massificação do conhecimento.


Na antiguidade clássica

A civilização grega foi uma das primeiras sociedades a se dedicar ao estudo da anatomia.

Estas primeiras aproximações à disciplina aconteceram graças à curiosidade científica de estudiosos como Alcmeón de Crotona (500 -450 aC), que através da dissecação conseguiu estabelecer as diferenças entre os órgãos reprodutivos das plantas e dos animais.

Outro cientista grego que fundou os fundamentos da anatomia foi Erasistratus de Cos (304-250 aC), que conseguiu descrever os vasos quilíferos. Erasistratus também mostrou que as veias e artérias começam no coração. Além disso, ele foi capaz de descrever as válvulas sigmóides e os vasos brônquicos.

Na idade Média

Durante a Idade Média, o interesse pelo corpo humano desapareceu ligeiramente, já que naquela época a alma era considerada mais importante. Apesar disso, os pesquisadores conseguiram encontrar alguns livros sobre anatomia que datam desse período, principalmente encontrados em bibliotecas monásticas.


Mondino di Luzzi (1276-1326) foi um dos poucos estudiosos que ousou desafiar a autoridade eclesiástica por meio da dissecação de cadáveres, o que era proibido na época. Graças a isso, di Luzzi foi um pioneiro na descrição dos órgãos genitais femininos.

Com a chegada do Renascimento, o ser humano passou a ser o principal objeto de estudo, o que permitiu recuperar o interesse pelo corpo.

Leonardo da Vinci (1452-1519) foi uma das figuras mais importantes para o desenvolvimento da anatomia como ciência, já que fez centenas de desenhos anatômicos e fisiológicos onde registrou suas observações científicas.

Idade moderna: descoberta dos raios X

Em 1895, o físico Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os raios X, que representaram um avanço extraordinário para a anatomia clínica. Isso foi uma melhoria nas práticas cirúrgicas. Com esse método, os anatomistas puderam estudar não apenas os ossos, mas também os órgãos e tecidos dos seres vivos.

Atualmente, a evolução desse aparelho tem possibilitado a obtenção de imagens tridimensionais dos tecidos, o que permite ao anatomista conhecer com mais rapidez e facilidade o estado do paciente.

O que está estudando (objeto de estudo)

A palavra "Anatomia" vem do grego "anatomé", que é traduzido como "dissecção". Consequentemente, pode-se estabelecer que a anatomia é uma ciência que estuda a estrutura e a forma das partes do corpo por meio da dissecação de organismos.

A anatomia clínica -como ramo da anatomia geral- usa as bases dos estudos anatômicos, mas se concentra no desenvolvimento prático, razão pela qual é aplicada em outras ciências cirúrgicas, como medicina ou odontologia.

O objetivo principal da anatomia clínica é resolver problemas médicos. Portanto, ele usa o conhecimento anatômico para vincular os processos da doença aos sintomas dos pacientes. Dessa forma, os cientistas podem estabelecer um diagnóstico e oferecer certos tratamentos.

Métodos e técnicas

raios X

Um método essencial usado pela anatomia clínica é o uso de raios X. Esta ferramenta permite aos anatomistas reconhecer facilmente o problema ou fenômeno que o paciente está experimentando.

Os raios X consistem em radiação eletromagnética que atravessa elementos ou corpos opacos e depois imprime filme fotográfico. Essa radiação é invisível ao olho humano.

Anatomia cirúrgica

A anatomia clínica necessita dos métodos da anatomia cirúrgica para se desenvolver como disciplina, visto que esta permite a execução prática do conhecimento clínico.

Em conclusão, pode-se estabelecer que a anatomia clínica e a anatomia cirúrgica são dois ramos científicos que atuam em uníssono para que os cirurgiões possam desenvolver procedimentos cirúrgicos com sucesso.

Angiotomografia computadorizada

A angiografia é uma variante da tomografia que permite aos anatomistas observar o fluxo dos vasos venosos e arteriais no corpo.

Na verdade, a angiografia pode registrar tudo, desde o suprimento de sangue para os rins e pulmões até os circuitos circulatórios do cérebro. Por todas essas razões, a angiografia é um método amplamente utilizado pela anatomia clínica.

Essa técnica funciona através da combinação da análise computadorizada de imagens com o uso de radiografias e é altamente recomendada pelos pacientes, por não ser incômoda. Além disso, a angiografia não tem tantos efeitos colaterais quanto as tomografias convencionais.

Referências

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