Filosofia escolástica: o que é e quais as questões que aborda - Psicologia - 2023
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Contente
- O que é filosofia escolástica?
- Desenvolvimento e período
- Características gerais
- Bases culturais
- Filosofia escolástica como método de trabalho
- Que problemas ele aborda?
- 1. A questão dos universais
- 2. A relação entre fé e razão
- 3. A criação “ex-nihilo”
- Três etapas
- 1. Primeira fase
- 2. Segunda fase
- 3. Terceiro estágio
O que é filosofia escolástica? Como surgiu, em que estágio prevaleceu e como é compreendido hoje? Quais são os problemas que ele aborda? Em que etapas pode ser dividido?
Neste artigo responderemos a essas e outras questões, além de citar alguns dos mais destacados representantes dessa corrente filosófica e teológica.
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O que é filosofia escolástica?
Etimologicamente, a palavra "escolástico" vem do latim "scholasticus", que significa "aquele que ensina ou estuda na escola". A filosofia escolástica consiste em que corrente filosófica medieval, e também teológica, que utilizou parte da filosofia clássica greco-latina para compreender o significado religioso do cristianismo.
Lembremos aqui que a filosofia clássica greco-latina, por sua vez, é aquela corrente da filosofia que mescla saberes, tradições e costumes formados a partir da fusão dos povos grego e romano.
Podemos dizer que a filosofia escolar realizado em universidades (nas faculdades de Teologia e Artes), e é traduzido literalmente como "filosofia dos alunos" (isto é, de professores universitários).
Na verdade, foi a forma de filosofia predominante entre os séculos XI e XVI, que se manteve presente nas universidades durante a época moderna (e também nas escolas catedrais) e até os dias atuais.
Desenvolvimento e período
Esta corrente de filosofia e teologia prevaleceu dentro do pensamento medieval. Mas, concretamente, quando a filosofia escolástica se desenvolveu? Foi durante a Idade Média, principalmente no reino do Cristianismo, embora também tenha se desenvolvido nos reinos árabe e judaico.
Além disso, se nos concentrarmos no Ocidente cristão, podemos falar de filosofia medieval, semelhante à filosofia escolástica, mas que neste caso abarcaria tanto a filosofia quanto a teologia, ambas ensinadas durante o período mencionado da Idade Média.
Características gerais
Em relação às suas características, encontramos duas essenciais: sua ligação com os textos sagrados da Bíblia, juntamente com a tradição da Igreja e da fé, e o uso da razão para interpretar a realidade.
O motivo é a ferramenta utilizada para interpretar os textos da Bíblia e também as reflexões sobre ela. Um dos slogans marcantes da filosofia escolástica é: "a fé que busca compreender".
Bases culturais
Vimos como uma das bases sobre as quais a filosofia escolástica foi inicialmente fundada foi a filosofia greco-latina clássica. Porém, Também foi baseado nas correntes filosóficas árabes e judaicas.
Nesse sentido, podemos falar de bases teóricas heterogêneas. Nesse sentido, durante seus primórdios, a filosofia escolástica teve a missão de consolidar os grandes sistemas religiosos em uma tradição filosófica clássica "única".
Como crítica a esta corrente, foi citada confiança excessiva no argumento da autoridade religiosa, e um descuido, de certa forma, do aspecto mais empírico e científico.
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Filosofia escolástica como método de trabalho
A filosofia escolástica se baseia em um método de trabalho intelectual que podemos chamar de "escolástico", e que consiste em submeter todas as idéias ao princípio da autoridade. Essa filosofia, aliás, baseava seu ensino na reiteração dos textos clássicos, especialmente a Bíblia.
Devemos enfatizar aqui, que a Bíblia era a principal fonte de conhecimento. Além disso, um aspecto positivo da escolástica é que ela promoveu dois tipos de pensamento ou formas de interpretar e analisar a realidade e / ou os textos religiosos, e que eram o raciocínio e a especulação.
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Que problemas ele aborda?
O tema central da filosofia escolástica é o problema existente entre fé e razão, e está incluída em todos os manuais, frases e textos que devem ser lidos por graduados em teologia, ou leitores / amadores que desejam se formar nela.
Especificamente, sua missão é coordenar fé e razão, embora a razão sempre tenha estado subordinada à fé, como podemos perceber por meio de uma de suas frases representativas: "Philosophia ancilla theologiae", que significa "A filosofia é serva da teologia".
Mas os assuntos tratados pela filosofia escolástica vão muito mais longe, visto que o pensamento escolástico era muito amplo e não tinha uma única linha à qual aderissem seus diversos autores. Na verdade, podemos falar de três grandes temas ou problemas em particular, especialmente discutidos pela filosofia escolástica, e eles foram os seguintes.
1. A questão dos universais
Esta questão tem a ver com a existência real ou não de conceitos abstratos. Podemos encontrar, dentro da filosofia escolástica, dois grandes grupos de escolásticos; aqueles que negam a existência real de conceitos abstratos (os chamados "nominalistas") e aqueles que a afirmam (os chamados "realistas").
2. A relação entre fé e razão
Da filosofia escolástica, entende-se que a razão é uma faculdade natural presente em todas as pessoas, que, além disso, faz parte da revelação das coisas. Para os escolásticos, a fé deve ser racional para ser verdadeira, e é por isso que uma de suas tarefas é demonstrar fé pela razão.
Nesse sentido, a relação entre fé e razão é outro dos temas centrais dessa corrente da filosofia, e deve ser essa relação de colaboração.
3. A criação “ex-nihilo”
Finalmente, um terceiro problema ou tema amplamente abordado na filosofia escolástica é a criação do “ex-nihilo” (isto é, a criação “do nada”). Neste sentido, os defensores da escola acreditam que Deus é uma "causa não causada", o que os leva a justificar a própria ideia de criação e a independência das criaturas em relação ao "plano divino".
Três etapas
Finalmente, podemos falar de três grandes etapas da filosofia escolástica, que são as seguintes.
1. Primeira fase
A primeira fase vai do início do século IX ao final do século XII.
Aqui, o problema da questão dos universais predomina (já explicado), onde há um certo confronto entre os realistas (representados pelo teólogo e filósofo francês Guillermo de Champeaux), os nominalistas (representados pelo Cônego Roscelino, considerado o fundador do nominalismo) e os conceitualistas (representados pelo filósofo e teólogo, também francês, Pedro Abelardo).
2. Segunda fase
Na segunda etapa, que vai do século XII ao final do século XIII, a figura do filósofo Aristóteles ganha força. Nesta fase, deve-se notar que a filosofia se distingue e, de certa forma, se desintegra, da teologia.
3. Terceiro estágio
O terceiro e último estágio da filosofia escolástica abrangeu todo o século XIV.
Nesta fase, destaca-se a figura do filósofo e lógico escolástico inglês Guillermo de Ockham. Guillermo defende o nominalismo e também se opõe ao tomismo, outra escola filosófica e teológica que se originou graças ao pensamento de Santo Tomás de Aquino, Doutor da Igreja. Como dado a destacar aqui, Guillermo acaba de separar, neste período, a filosofia da teologia.