Castanea sativa: características, habitat, cultivo, usos - Ciência - 2023
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Contente
- Características gerais
- Aparência
- Folhagem
- flores
- Fruta
- Composição química
- Taxonomia
- Etimologia
- Sinonímia
- Variedades
- Habitat e distribuição
- Cultura
- Cuidado
- Doenças
- Tinta castanha (Phytophthora cambivora)
- Chancre da castanha (Parasita de crifonetria)
- Formulários
- Nutricional
- Industrial
- Medicinal
- Referências
o Castanea sativa, ou castanha, é uma grande planta arbórea decídua pertencente à família Fagaceae. Nativa da Ásia Menor e do Oriente Médio, é hoje uma planta cosmopolita amplamente encontrada em climas temperados.
É cultivada principalmente para a obtenção do fruto, conhecido como castanha, que representa uma importante fonte de alimento em várias regiões europeias. A castanha é uma espécie mesófila, que se desenvolve com eficácia em condições ambientais de umidade e temperatura não extremas.
É uma árvore caducifólia com copa oval e irregular que atinge 20-35 m de altura e largura da copa de 15-20 m. Quando adulto, apresenta uma casca fendida castanho-escura, por vezes oca, com numerosos ramos longitudinais grossos.
Possui grandes folhas lanceoladas, coriáceas e serrilhadas, de cor verde brilhante e até 20 cm de comprimento. A floração ocorre durante os meses de maio a junho, as flores masculinas e femininas crescem juntas e são amareladas quando maduras.
O fruto é um aquênio coberto por uma cúpula espinhosa verde ou ouriço, dentro do qual estão localizadas 2-7 castanhas. O amadurecimento ocorre gradativamente nos meses de setembro a novembro, é um produto comestível e constitui um alimento de alto valor nutritivo.
Na verdade, a castanha contém até 40% de carboidratos, sendo um alimento muito energético. Além disso, possui vitaminas A, B e C, proteínas, gorduras e sais minerais.
Por outro lado, contém vários componentes ativos, como taninos e pectinas, que lhe conferem propriedades medicinais. Na verdade, tem propriedades adstringentes úteis em caso de diarreia e problemas na boca ou garganta. Da mesma forma, é antitussígeno, alivia a tosse e a irritação da faringe.
Características gerais
Aparência
É uma espécie arbórea que atinge 25-35 m de altura, com caule curto, reto, grosso e amplamente ramificado desde a base. A casca é lisa, acinzentada ou acastanhada quando jovem, tornando-se áspera e fissurada marrom-avermelhada quando adulta.
Nas plantas jovens, a copa é cónica e aberta e, à medida que cresce, torna-se colunar, larga e arredondada. Os ramos curtos, eretos e grossos são dispostos em verticilos, estabelecendo vários estratos de ramos.
Folhagem
As folhas simples, com 10-30 cm de comprimento, são oblongo-lanceoladas, ásperas, coriáceas e decíduas, dispostas alternadamente em pecíolos curtos. O ápice é geralmente pontiagudo e a base em forma de coração com veias proeminentes na parte inferior e margens serrilhadas.
A superfície superior é glabra e verde-escura brilhante, a parte inferior ligeiramente pubescente e verde pálido. No início do outono, as folhas verdes brilhantes tornam-se laranja opacas.
flores
O castanheiro é uma espécie monóica que floresce de maio a junho na costa mediterrânica e de junho a julho no norte da Península Ibérica. Normalmente, a floração em tons amarelos e dourados é muito exuberante, conferindo à árvore um aspecto muito vistoso.
As flores masculinas são agrupadas de forma descontínua em amentilhos amarelos de 20 cm de comprimento. Esses amentilhos são organizados com 5-10 glomérulos em intervalos curtos nas extremidades dos ramos.
As fêmeas são agrupadas em glomérulos axilares na base das inflorescências masculinas. Quando maduras, são cobertas por uma camada verde de espinhos macios que, quando abertos, deixam livres de 2 a 7 frutos ou castanhas.
Fruta
O fruto é um aquênio globular de 2 a 4 cm, coberto por um invólucro com longos espinhos, inicialmente verdes e amarelados quando maduros. Essa estrutura, chamada de ouriço, ao amadurecer, abre-se por deiscência em 2 a 4 válvulas, deixando livres as castanhas localizadas em seu interior.
A camada interna branca, macia e lisa do invólucro contém as castanhas comestíveis de cor castanha e formato hemisférico. As castanhas com 2 a 3 cm de diâmetro têm um pericarpo firme e brilhante com uma cicatriz em forma de crista terminal.
Composição química
A castanha tem alto teor de vitamina C (12%), além de alto teor de vitamina B6, ácido fólico e tiamina. Comparativamente, apresenta maior teor de umidade e carboidratos do que outras nozes, embora seu teor de óleos orgânicos seja menor (1%).
O teor de proteína é relativamente baixo (5-7%) mas é de muito boa qualidade, sendo facilmente absorvido durante o processo digestivo. Além disso, possui uma quantidade considerável de cobre, potássio e magnésio, baixo teor de sódio e carece de elementos que alterem os níveis de colesterol.
Taxonomia
- Reino: Plantae
- Divisão: Magnoliophyta
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Fagales
- Família: Fagaceae
- Subfamília: Quercoideae
- Gênero: Castanea
- Espécies: Castanea sativa Mill., Gard. Dict., Ed. 8., n. 1, 1768
Etimologia
– Castanea: o nome do gênero vem do grego «χάστανον»E do latim«castănĕa, -ae»O que significa castanha ou castanha. Também se refere à castanha chamada «Castaneanux».
– sativa: o adjetivo específico deriva da palavra latina que significa «cultivado».
Sinonímia
– Castanea castanea (L.) H. Karst.
– Castanea prolifera (K. Koch) Hickel
– C. sativa F. discolor Vuk.
– C. sativa var.Hamulata A. Camus
– Castanea sativa var.microcarpa Lavialle
– Castanea sativa var. prolifera K. Koch
– C. sativa var.Spicata Husn.
– C. vesca Gaertn.
– Castanea vulgaris Eles.
– Fagus castanea EU.
– Fagus castanea var. variegar Weston
– F. procera Salisb.
Variedades
As variedades mais cultivadas comercialmente são as chamadas "castanhas", que dão origem a castanhas maiores, com casca estriada e clara. O episperma ou cobertura seminal da semente não penetra na polpa, sendo mais fácil de descascar.
Geralmente, as variedades cultivadas, como as castanhas, contêm apenas uma ou duas castanhas por ouriço. Enquanto as variedades selvagens podem produzir três ou mais castanhas para cada ouriço.
Habitat e distribuição
Castanea sativa É uma espécie nativa da Ásia Menor, introduzida em toda a Europa pelos gregos e romanos. Na Península Ibérica, para além de Espanha, situa-se no norte e centro de Portugal, na França situa-se no maciço central e na Córsega.
Na Itália, é distribuído por toda a península, incluindo Sardenha e Sicília, também no sudeste da Inglaterra e na região do Vale do Reno na Alemanha. Por outro lado, está localizado na Áustria, Hungria, Romênia, Sérvia, Grécia e ao sul da Morávia e Eslováquia.
É uma espécie que forma extensas florestas sozinha ou em associação com outras espécies de árvores em solos argilosos e úmidos. Prefere solos de origem siliciosa em detrimento de solos calcários.
Seu habitat natural é caracterizado por chuvas regulares ou abundantes, sem seca no solo durante os meses de verão. Bem como solos profundos, bem drenados, ligeiramente ácidos, textura argilosa, elevado teor de matéria orgânica e sem acumulação de sais minerais.
Cultura
O castanheiro é uma espécie que se multiplica por meio de sementes, que requerem separação física da cúpula externa. Na verdade, essas sementes são recalcitrantes e podem ser armazenadas apenas por um curto período em ambientes úmidos e de baixa temperatura.
Para o seu cultivo em viveiro as sementes desta espécie não requerem tratamento pré-germinativo prévio. Use apenas sementes frescas e viáveis, ou coletadas no outono anterior e armazenadas em condições adequadas de umidade e baixa temperatura.
A semeadura é feita em sacos de polietileno de 400 cc em substrato poroso e fértil, com umidade constante e à meia-sombra. Mantendo as condições de manejo adequadas, são obtidas mudas que de 20 a 60 cm de altura estarão prontas para o transplante.
Da mesma forma, pode ser utilizada a técnica de reprodução vegetativa por estratificação. Nesse caso, a geração de raízes é induzida em um galho não separado da planta-mãe, posteriormente é separado e transplantado para o local definitivo.
Cuidado
A castanha é cultivada em zonas de clima temperado e ambiente húmido, com um inverno ameno com geadas ocasionais acima de 10 ºC. Cresce em solos frouxos e férteis, de textura franco-argilosa profunda, pH ligeiramente ácido (5 a 6,5) e com boa drenagem.
Solos alagados devido ao excesso de água podem causar apodrecimento das raízes e, eventualmente, a morte da planta. Além disso, ambientes quentes e quentes tendem a reduzir drasticamente a produção de flores femininas e, portanto, a diminuição da frutificação.
O seu cultivo é restrito em regiões de clima subtropical e zonas costeiras, visto que a produção e a qualidade da castanha diminui. Esta espécie requer em média 450-650 horas frias para manter seus níveis de floração, temperaturas abaixo de 0 ºC podem causar sua morte.
É suscetível a secas de verão e fortes geadas de inverno, bem como ao frio da primavera e geadas ocasionais no outono. Por outro lado, em ecossistemas de floresta úmida, adapta-se a condições de sombra e cresce em encostas montanhosas sempre que os verões são frescos.
Além disso, seu desenvolvimento e produção ótimos estão sujeitos a um fornecimento adequado de umidade e contribuições nutricionais para a terra. Nesse sentido, recomenda-se a aplicação de fertilizantes com alto teor de nitrogênio, potássio e magnésio durante a primavera e o verão.
Condições adversas favorecem o aparecimento de duas pragas de interesse econômico, como cancro e tinta. No entanto, a grande vitalidade desta espécie e sua capacidade de rebrota têm garantido sua sobrevivência em diferentes regiões.
Doenças
Tinta castanha (Phytophthora cambivora)
Fungo oomiceto fitopatogênico responsável pela doença chamada "tinta da castanha", principalmente em plantas que crescem em áreas úmidas. Os sintomas se manifestam como escurecimento do sistema radicular e presença de manchas escuras ao longo do tronco.
A área afetada gera uma descarga espessa e preta semelhante à tinta.A planta infectada tende a enfraquecer rapidamente, causando a morte quando as infecções são graves.
Chancre da castanha (Parasita de crifonetria)
Fungo ascomicete causador de doença necrótica grave, transmitida por ferramentas contaminadas durante a poda. O fungo penetra por feridas causadas por danos físicos, podas ou enxertos, até mesmo por feridas causadas por outros patógenos.
A área afetada apresenta inicialmente um fungo que posteriormente se torna necrótico e se espalha ao seu redor, causando seu ressecamento. Muitas vezes os tecidos afetados crescem e se dilatam, assumindo a forma de cancro; em casos graves, a planta pode secar.
Formulários
Nutricional
É cultivada principalmente para a obtenção de castanhas que são consumidas cruas ou processadas, sendo também muito utilizadas na confeitaria. Com efeito, é considerado um alimento com excelente conteúdo energético, e sua composição nutricional é tão saudável quanto os cereais.
Contém vários carboidratos que favorecem os níveis de açúcar do organismo, além de reduzir a sensação de fome. Seu alto teor de fibras contribui para a atividade intestinal e, devido à falta de glúten, é recomendado para celíacos.
É um alimento ideal para crianças, devido ao seu aporte de cálcio e potássio, essenciais para o bom desenvolvimento dos ossos e músculos. Também é recomendado para atletas, seu teor de potássio evita rupturas musculares e é um produto com alto consumo de energia.
Desde a antiguidade, a castanha é conhecida como «fruta-pão», uma vez que as castanhas são utilizadas na obtenção de uma farinha para a confeitaria. São uma parte fundamental da alimentação espanhola, sendo utilizados na preparação de diversos pratos tradicionais, como o caldo galego e a panela asturiana.
As folhas são utilizadas frescas como suplemento alimentar para o gado. Da mesma forma, as castanhas constituem uma fonte de alimento para várias espécies selvagens, como esquilos, veados, javalis e aves selvagens, entre outras.
Industrial
A madeira de castanho é utilizada para a fabricação de móveis artesanais, fabricação de peças em marcenaria, bem como estacas, barris, cercas ou cordas. A madeira é de cor clara uniforme e possui um grão marcado que é fácil de rolar, virar, furar, escovar e polir.
Os produtos feitos com esta madeira são muito resistentes ao desgaste, sendo adequados para a confecção de caixilhos, portas, janelas e pisos. A casca contém vários taninos que são utilizados na indústria de curtumes para o tratamento e tingimento de peles.
Medicinal
As folhas e a casca da castanha possuem um elevado teor de taninos que lhe conferem propriedades anti-sépticas e adstringentes. De fato, uma infusão feita de folhas ou casca é um remédio eficaz para aliviar os sintomas causados pela diarreia infecciosa.
Com as folhas e a casca pode-se preparar um macerado que se aplica topicamente em feridas, feridas e irritações. Este remédio ajuda a desinfetar a ferida, promove a cicatrização e permite que a pele se recupere rapidamente.
As folhas contêm um componente hamenosídeo com propriedades expectorantes, antiinflamatórias, antitússicas e calmantes, ideais para o alívio de constipações. Na verdade, atua como um medicamento eficaz para acalmar a tosse, reduzir a inflamação dos brônquios e proporcionar um efeito expectorante.
Um óleo rico em gorduras insaturadas é extraído da castanha, que ajuda a reduzir os níveis de colesterol LDL no sangue. Esse óleo também é utilizado em cosmetologia, pois proporciona maciez e firmeza à pele, além de força aos cabelos.
Referências
- Castanea sativa. (2019). Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado em: es.wikipedia.org
- Castanea sativa Miller (2010) Wild Seeds. Árvores e arbustos de folha plana. Recuperado em: semillassilvestres.com
- Conedera, M., Tinner, W., Krebs, P., de Rigo, D., & Caudullo, G. (2016). Castanea sativa na Europa: distribuição, habitat, uso e ameaças. Atlas Europeu de Espécies de Árvores Florestais. Publ. Fora. UE, Luxemburgo.
- Fernández López, J. e Alía Miranda, R. (2008) Castanea sativa. Castanho. Euforgen. Guia técnico para a conservação e uso genético da castanha (Castanea sativa). Madrid. Espanha. 6 p. ISSN 1575-2356
- Ferre, R. (2018) El Castaño, Tree of Expansion. Kyreo Center - Centro de Treinamento em Terapias Alternativas. Recuperado em: kyreo.es
- Molina, F., del Valle, F., Fernández de AnaMagán, F., & Molina, B. (2003). Guia de silvicultura, produção de madeira de alto valor, nogueira. Galiza, Espanha: Associação Florestal da Galiza.
- Oterino, A. G. (1982). Sobre a introdução da castanha, Castanea sativa, no Mediterrâneo Ocidental. Zephyrvs, 34.
- Venturini, G. (2018) Castanea sativa. Monaco Nature Encyclopedia. Recuperado em: monaconatureencyclopedia.com