Caravela portuguesa: características, habitat, reprodução - Ciência - 2023


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Caravela portuguesa: características, habitat, reprodução - Ciência
Caravela portuguesa: características, habitat, reprodução - Ciência

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o caravela portuguesa É uma colônia formada por um grupo de diversos organismos e células que se especializam em diferentes funções, mas que, em conjunto, contribuem para o bom desenvolvimento desta colônia viva.

Foi descrita pela primeira vez por Carlos Linnaeus, que a princípio a classificou como água-viva. Porém, com o avanço da tecnologia e das técnicas de observação, ficou determinado que a caravela portuguesa não é um único organismo, mas sim múltiplos seres vivos associados entre si, com funções diferentes.

Este organismo é capaz de estabelecer relações simbióticas e comensais com outros seres vivos, como peixes por exemplo. Da mesma forma, não é seguro nos mares, visto que existem animais que constituem grandes predadores.

Esses animais incluem a tartaruga cabeçuda, cuja pele é grossa o suficiente para sofrer os efeitos dos tentáculos. Da mesma forma, alguns moluscos, como os gastrópodes, podem ser potenciais predadores do navio de guerra português.


Taxonomia

A classificação taxonômica de Physalia physalis é a seguinte:

- Domínio: Eukarya.

- Reino Animalia.

- Filo: Cnidaria.

- Classe: Hydrozoa.

- Ordem: Siphonophora.

- Família: Physaliidae.

- Gênero: Physalia.

- Espécies: Physalia physalis.

Caracteristicas

Physalia physalis É uma colônia de organismos composta por uma grande variedade de células, cada uma com funções específicas. Essas células pertencem ao grupo dos eucariotos, portanto seu material genético (DNA) se encontra no núcleo da célula, delimitado pela membrana nuclear.

Da mesma forma, por ser composto por diferentes tipos de células, também se afirma que é um organismo multicelular. Igualmente, Physalia physalis Apresenta, como a maioria dos organismos do filo cnidaria, simetria radial, o que implica que as estruturas que o compõem estão dispostas de acordo com um eixo central.


Physalia physalis Possui tentáculos cheios de milhões de cnidócitos, que constituem os nematocistos responsáveis ​​pela inoculação da toxina nas vítimas.

Quando se fala em funções complexas como digestão, reprodução, excreção e respiração, pode-se dizer que esse organismo possui estruturas capazes de realizar esses processos por conta própria.

Por exemplo, as várias organizações coloniais que compõem a caravela portuguesa são totalmente especializadas nestas funções. Alguns são responsáveis ​​pela digestão (gastrozóides) e outros são responsáveis ​​pela reprodução (gonozóides), entre outros.

No que se refere à respiração, ela ocorre por meio de um processo de difusão passiva, em que o oxigênio presente na água passa pela pele do animal para acessar suas células e cumprir suas várias funções nelas.

No que diz respeito ao seu comportamento e hábitos de vida, os especialistas constataram que muitas vezes este organismo faz parte de grandes grupos junto à costa, especialmente durante a época de reprodução. Isso a diferencia de outras águas-vivas, que têm hábitos de vida solitários.


Morfologia

Embora muitos acreditem só de olhar para uma cópia de Physalia physalis que é uma simples água-viva, isso não é inteiramente verdade. A caravela portuguesa é constituída por vários organismos que estabelecem uma colónia e vivem em harmonia, cada um desempenhando funções específicas.

Esta falsa água-viva tem uma morfologia bastante característica, pois consiste numa espécie de vela que permanece na superfície da água. Números variáveis ​​de tentáculos que podem se estender até 50 metros desta espécie de vela.

Na realidade, o homem de guerra português é constituído por quatro tipos de organismos com funções bem definidas e especializadas: pneumatoforese, dactilóide, gastrozóide e gonozóide.

Pneumatophore

É reconhecida como a parte mais óbvia e visível da colónia que constitui a caravela portuguesa. Também é conhecido como flutuador e é aquele que está acima do nível do mar. É o responsável pelo movimento do animal, pois graças à ação do vento ele se move na superfície.

Seu comprimento é variável, localizando espécimes cujo pneumatóforo mede cerca de 10 cm, até outros que chegam a 30 cm. Possui consistência gelatinosa e translúcida, mas não totalmente transparente. Sob o brilho do sol, apresenta uma coloração cujos tons vão do azulado ao roxo.

Da mesma forma, o pneumatóforo está cheio de alguns gases, entre os quais foram identificados oxigênio, nitrogênio e argônio. Da mesma forma, ele tem a capacidade de inflar à vontade incorporando ar em seu interior. Isso é de grande ajuda em termos de movimento, pois quanto mais ar ele contém, mais rápido ele se moverá na superfície do mar.

Dactilozoides

Eles são puramente defensivos. Eles são responsáveis ​​por proteger toda a colônia. Eles formam os longos tentáculos que se desprendem diretamente do pneumatópode.

Caracterizam-se pelo fato de serem crivados de cnidócitos, que produzem uma substância tóxica que tem efeitos graves e nocivos para quem entra em contato com eles. Os cnidócitos produzem uma estrutura conhecida como nematocistos, que é responsável por liberar e inocular as presas com o veneno.

Os dáctilozóides são os órgãos com os quais se detectam possíveis ameaças e, graças ao veneno que carregam, podem defender-se de qualquer animal que lhes possa causar danos.

Gastrozoides

Eles são os chamados pólipos alimentares. Estes não têm tentáculos ao redor da boca.

Gastrozoides são responsáveis ​​por capturar presas e processá-las por meio da ação de várias enzimas.

Gonozoides

Estes são caracterizados por não possuírem boca ou tentáculos. Sua função é apenas reprodutiva. Nos gonozoides, na forma de cachos, estão os gonóforos dióicos, ou seja, há o feminino e o masculino.

Habitat e distribuição

A caravela portuguesa é um organismo que não resiste a baixas temperaturas. Por isso, é encontrada principalmente em áreas tropicais e subtropicais e em oceanos e mares cujas temperaturas são bastante quentes.

O habitat preferido deste organismo são os oceanos Índico e Pacífico, bem como o Mar do Caribe. É encontrada em menor extensão no Mar Mediterrâneo.

Reprodução

O processo reprodutivo do navio de guerra português é executado pelos gonozoides. É importante mencionar que a caravela é hermafrodita, ou seja, apresentará gonozoides femininos e masculinos.

Em geral, a época de reprodução é durante o outono. É comum a coleta de um grande número de caravelas (mais de mil) para fins reprodutivos. Quando chega a hora, os gonozoides se abrem e são liberados da colônia, liberando os gametas que eles contêm, óvulos e espermatozoides.

Na água, ocorre o processo de fusão e fertilização dos gametas. Portanto, é correcto afirmar que o navio de guerra português tem uma espécie de fecundação externa.

Uma vez ocorrida a fertilização, uma pequena larva planctônica é formada a partir da qual as caravelas adultas se originam por meio de um processo de reprodução assexuado, como o brotamento.

É importante referir que o sucesso reprodutivo deste organismo é determinado pelo número de caravelas que participam no ritual de acasalamento. Na medida em que haja mais destes, maior será a probabilidade de que a reprodução seja bem-sucedida e de que será gerado um número considerável de indivíduos que podem dar continuidade à espécie.

Alimentando

O navio de guerra português é um organismo carnívoro heterotrófico, que se alimenta principalmente de pequenos peixes, zooplâncton, larvas de krill e até mesmo de alguns pequenos crustáceos.

Para o processo de alimentação, a toxina sintetizada e segregada pelos seus cnidócitos é extremamente importante, pois o homem de guerra português a utiliza para paralisar e imobilizar a presa e desta forma poder manipulá-la com total tranquilidade e facilidade com a ajuda dos seus tentáculos. .

Assim que a caravela captura uma presa em potencial e entra em contato com o veneno, ela fica paralisada. Posteriormente, a presa é aproximada dos gastrozóides, responsáveis ​​pelo processamento e digestão dos alimentos.

Os gastrozoides têm a capacidade de produzir e liberar enzimas digestivas. São estes os encarregados de atuar sobre a matéria orgânica, degradando-a e desintegrando-a até que se torne em compostos facilmente assimiláveis.

Depois que a presa é processada e os nutrientes obtidos são absorvidos, os resíduos que não serão utilizados pelo animal são liberados pelos gastrozóides, especificamente pela boca por onde o alimento entrou.

Relações com outros seres vivos

A caravela portuguesa é capaz de estabelecer relações interespecíficas com outras espécies de animais. Uma dessas relações, que foi totalmente estudada e da qual vários exemplos foram estabelecidos, é o comensalismo.

O comensalismo pode ser definido como aquela relação interespecífica na qual ambas as espécies participantes recebem um benefício, mas não precisam uma da outra para sobreviver. Isso significa que ambas as espécies podem viver independentemente uma da outra.

Uma das espécies com as quais o navio de guerra português estabelece uma relação comensal bem conhecida é o peixe-palhaço. É importante ressaltar que esta espécie de peixe demonstrou ser imune a toxinas sintetizadas e secretadas por organismos do filo cnidaria.

Nesse sentido, o peixe-palhaço nada livremente entre os tentáculos da caravela sem sofrer nenhum tipo de dano por eles. O benefício do peixe nessa relação é a proteção que os tentáculos da caravela lhe oferecem contra possíveis predadores.

Por outro lado, a caravela se beneficia porque as cores atraentes do peixe-palhaço fazem com que vários animais (presas em potencial) se aproximem dele, podendo assim capturá-los e se alimentar deles.

Mordida

Tal como acontece com muitas medusas, os cnidócitos encontrados na embarcação de guerra portuguesa sintetizam uma toxina poderosa que, em contacto com outros animais, é capaz de causar graves danos a diversos tecidos e até a morte.

No entanto, apesar de sua reputação negativa, sua toxina só pode causar a morte em pessoas vulneráveis. Este grupo pode incluir idosos, crianças e pessoas cujo sistema imunológico está deprimido ou aqueles que são propensos a desenvolver condições alérgicas.

Sintomas

Entre os sintomas e sinais que aparecem quando você entra em contato com os tentáculos de Physalia physalis pode ser mencionado:

- Coceira intensa.

- Vermelhidão da área. Você pode até ver marcas lineares que indicam o contato inequívoco dos tentáculos com a pele.

- Inflamação da área circundante.

- Queimação e dor na área afetada.

- Reação alérgica aos componentes da toxina.

Primeiros socorros

No momento em que ocorre uma mordida Physalia physalis é possível aplicar uma série de medidas que se mostraram eficazes para neutralizar seus efeitos danosos. Essas medidas incluem:

- Remova os restos de tentáculos que possam ter ficado presos à pele. Tente não ter contato direto com os tentáculos o tempo todo. Remova-os com a ajuda de um utensílio ou objeto.

- Limpe a pele com água salgada. Nunca, em hipótese alguma, limpe com água doce, pois isso agravará o efeito ardor das lesões.

- Aplique uma pomada ou creme que possa atenuar as queimaduras. Alguns especialistas afirmam que os cremes com cortisona são altamente eficazes para neutralizar o desconforto causado pelos tentáculos do navio de guerra português.

Se os sinais piorarem e os sintomas persistirem, é aconselhável procurar a ajuda de um médico especialista que pode prescrever medicamentos mais eficazes no tratamento dessas picadas.

Referências

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