História do cinema: da origem à modernidade - Ciência - 2023


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História do cinema: da origem à modernidade - Ciência
História do cinema: da origem à modernidade - Ciência

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o história do cinema começou na França, em 28 de dezembro de 1895, data reconhecida por ser a primeira vez que um filme foi exibido. A cidade de Paris estava repleta de anúncios promovendo o grande evento.

Os espectadores não podiam imaginar que estavam assistindo ao nascimento da sétima arte. O pôster promocional mostrava pessoas de todas as camadas sociais aglomeradas na entrada de uma sala e um policial tentando colocar ordem.

Estava na hora do show e a sala de projeção era a sala indiana do Grand Café em Paris. 33 pessoas pagaram um franco para ver a exibição do primeiro filme da história.

Os irmãos Louis e Auguste Lumière conseguiram assim, após várias tentativas, apresentar a sua criação em público: o cinematógrafo. O primeiro filme exibido foi Partida dos trabalhadores da fábrica Lumière em Lyon Monplaisir.


Este primeiro filme foi rodado em 22 de março do mesmo ano e apresentado em várias universidades antes de seu lançamento comercial. As críticas transbordavam de elogios.

Títulos filmográficos que se seguiram Saindo da fábrica estavam: A chegada do trem na estação, O irrigador regado; O regimento, jogadores de cartas, o peixe vermelho, entre outros. Um mês após a primeira exibição, a audiência no teatro aumentou exponencialmente de 33 para 3.000.

O cinematógrafo e outras invenções

O cinematógrafo consiste em um filme perfurado de 35 milímetros dentro de uma caixa de madeira que foi equipada com uma objetiva ou lente. Uma manivela externa era girada manualmente e colocava o filme em circulação, que era projetado em uma tela.


O filme não durou mais que um minuto e atingiu a velocidade média de 16 imagens por segundo.

Os irmãos Lumière eram químicos e sabiam criar imagens. Eles são os criadores das chapas fotográficas e da fotografia instantânea (1881), do cinematógrafo (1895) e do autocromo colorido (1903).

Na verdade, a palavra cinema é abreviatura de cinematógrafo, em alusão direta à invenção dos irmãos franceses, embora cinema seja uma palavra grega que significa movimento.

Patente

É verdade que captar imagens em movimento não foi uma ideia exclusiva dos irmãos Lumière, mas foram eles que conseguiram executá-la, patentear e colocar em funcionamento.

Muitos consideram o Cinetoscópio (1891), de Thomas Alva Edison e William Dickson, a primeira tentativa de fazer imagens. Porém, a diferença fundamental e a maior conquista dos franceses em relação aos inventores americanos é que o cinematógrafo projetava as imagens em uma tela.


As imagens do cinetoscópio, por outro lado, eram visíveis apenas de dentro do aparelho. Foi assim que, em 13 de fevereiro de 1895, os irmãos Lumiére adquiriram a patente do cinematógrafo, tornando-se os criadores e proprietários legais do primeiro aparelho de projeção de imagens em movimento.

A mania de imagens em movimento cruzou imediatamente as fronteiras francesas e técnicos formados na fábrica da família Lumière começaram a viajar, levando o cinema pelo mundo.

O cinema encantou a todos e os filmes e equipamentos comercializados pelos irmãos Lumière foram cobiçados em todo o mundo. A partir do mesmo ano de seu surgimento, em 1895, já era conhecido em outras nações.

Obstáculos legais nos Estados Unidos

Porém, nos Estados Unidos, o advento do cinegrafista deu origem à “guerra de patentes”. Edison, que já era um poderoso magnata, defendeu sua invenção (o cinetoscópio) com os dentes e, após 500 processos judiciais, conseguiu que a justiça dos EUA emitisse leis protecionistas rígidas a seu favor.

A decisão beneficiou a Edison Company e removeu a licença de operação do Lumière. Mas isso não impediu que as produções cinematográficas francesas dominassem o mundo e seus filmes eram os mais assistidos, até mesmo nos Estados Unidos. Mas tudo isso mudou com a Primeira Guerra Mundial.

Filmes mudos

"A era muda" ou "cinema mudo" são os termos usados ​​para se referir a produções cinematográficas sem diálogo, embora não sejam totalmente silenciosas. Embora seja verdade que não houve sincronização de áudio e vídeo, outros recursos também foram implementados, como a música ao vivo, tocada durante a projeção do filme.

O período do cinema mudo começou desde a própria criação do cinematógrafo dos irmãos Lumière com a história dos operários saindo da fábrica de Lyon.

No entanto, há quem defenda a tese de que o primeiro filme não é dos irmãos Lumière, mas de outro francês, Louis le Prince, que teria filmado em Leeds, na Inglaterra. The Roundhay Garden Scene.

Este filme de 1,6 segundo feito em 14 de outubro de 1888, seria o mais antigo, mas se perdeu em um trem e o inventor não pôde demonstrar seu trabalho.

Há até fontes que afirmam que ele também chamou sua invenção de "cinematógrafo" e, como não puderam pagar os direitos da patente, os irmãos Lumière mantiveram o nome.

Apogeu

O cinema silencioso viveu seu apogeu na década de 1920. A falta de som deu lugar aos cartazes intercalados nas imagens que orientavam o espectador.

Outro recurso foram as legendas e os diálogos escritos, desenvolvidos pelos chamados 'escritores de títulos'. Esses profissionais passaram a ter grande relevância, já que eram uma espécie de roteiristas.

Uma das características dos filmes mudos era a maneira não natural com que os personagens se moviam; no entanto, é uma consequência da gravação ser feita com rolos de filme de 35 milímetros. Este formato tinha poucos quadros, 16-20 por segundo, então o movimento parecia espasmódico.

No início do século 20, durante a primeira década, o cinema passou a ser visto como um espetáculo sério, após seus primórdios sensacionalistas que o apresentavam como um ato justo e muito popular.

Cinema como arte

A produção de filmes mais elaborados e longos na Europa e a aprovação dos intelectuais da época, permitiram ver a indústria cinematográfica com outros olhos. A partir de 1910, passou a ser considerada uma forma de arte.

Nomes como Lon Chaney (1883-1930), Mary Pickford (1892-1979), Charles Chaplin (1889-1977), Theda Bara (1885-1955), Gloria Swanson (1899-1983) ou Rodolfo Valentino (1895-1926), eles estão intimamente ligados à história do cinema mudo.

No início, os filmes não podiam ser editados e sua duração era limitada, até que apareceu outro francês, Georges Méliès, que incorporou o uso de três bobinas e estendeu a duração da gravação para 9 minutos.

Além disso, Méliès é considerado o pai dos efeitos especiais, já que usou sua habilidade com o desenho para criar histórias de fantasia, terror e ficção científica.

Os talkies

No final dos anos 1920, tudo mudou na nascente indústria do cinema. O som veio, apesar de ter um número significativo de detratores e céticos.

A ideia de agregar áudio às imagens gravadas, que sempre esteve presente, foi concretizada com o filme O cantor de jazz, O cantor de jazz, estreou nos Estados Unidos em 4 de fevereiro de 1927.

A empresa Warner Brothers apostou nessa mudança e acertou. Embora fosse um sistema rudimentar, no qual o áudio tinha que estar muito bem sincronizado com a imagem, pois eram gravados em equipamentos diferentes. O lançamento do primeiro filme falado foi um sucesso mundial que rendeu à empresa um faturamento de US $ 3,5 milhões.

A tecnologia reafirmou, assim, sua relação indissolúvel com a indústria cinematográfica. O cinema silencioso perdeu seu encanto e conviveu com o som até o seu desaparecimento. Uma década foi suficiente, desde os primeiros filmes falados, para que o cinema mudo se extinguisse.

Os mais afetados na época foram os músicos e contadores de histórias, substituídos pelo avanço tecnológico. Alguns atores fizeram a transição com sucesso, embora a maioria não tenha conseguido se recuperar.

Surgem estúdios de gravação

Essa época também deu origem aos estúdios de gravação, já que o espaço tinha que ser controlado para a localização do bizarro equipamento de gravação de som.

Alto-falantes e alto-falantes foram estrategicamente localizados para evitar ruídos externos e foram gravados em um disco de vinil. A empresa que criou essa tecnologia foi a Vitaphone.

Empresas relacionadas ao setor, como Photokinema, Movietone e Vitaphone, começaram a florescer e a trazer inovações. A França foi pioneira, mas a Primeira Guerra Mundial a afetou e a deixou por muito tempo fora da competição.

Embora o cinema europeu tenha progredido, os investidores norte-americanos conseguiram minimizar a presença de produções estrangeiras.

A era da cor

1917 foi outro ano importante para a crescente indústria do cinema. A cor chegou. Imagens em preto e branco começaram a colorir na tela. A empresa responsável por esse salto foi a Echnicolor.

Hoje muito poucos veriam a diferença, pois apenas duas cores foram incorporadas, mas a essa altura foi uma grande conquista.

A evolução da cor no cinema foi se desenvolvendo aos poucos, mas a chegada dos anos 1930 representou um grande salto com a tecnologia da empresa Technicolor. Esses pioneiros introduziram uma terceira cor (azul, verde e vermelho).

O equipamento usado para criar essas imagens coloridas tinha três vezes o peso e o tamanho das câmeras convencionais de cinema da época.

Por isso, os filmes em preto e branco prolongaram um pouco mais sua existência, chegando à extinção final na década de 1930.

Disney Studios

O som e a cor vieram para ficar. Um ícone dessa nova era foi a criação do filme animado da Disney Fantasia. A criação dos estúdios do Mickey Mouse desperdiçou tecnologia, cor, som e música.

Para realizar o sonho de Walt Disney, foi criado um sistema chamado Fantasound, que era nada menos do que som estéreo.

Você não precisa mais sincronizar o som gravado em um disco separado, nem ouvir os áudios em um único canal. 13 anos depois (1953) surgiu o CinemaScope, que permitia a gravação do som por meio de quatro canais, o que conhecemos como faixas magnéticas.

Filmes 3D

A década de 1950 testemunhou mais um marco no cinema, o cinema 3D, ou seja, em três dimensões. O primeiro filme em 3D e em cores foi Demônio Bwana. Como toda nova tecnologia, foi uma bilheteria e causou furor e muitos dólares nas bilheterias.

Embora o filme tenha sido interrompido para trocar as bobinas e poder ver o resto do filme, isso não garantia que a imagem e o áudio estariam sincronizados. Óculos 3D causaram dores de cabeça para um grande número de espectadores, e apenas os assentos centralizados na frente da tela ofereciam a verdadeira experiência 3D.

Referências

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