Arte da pena: origem, características, técnicas e obras - Ciência - 2023
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Contente
- Origem
- Primeiros colonizadores da América
- Os Amantes
- Era colonial
- Caracteristicas
- Senso religioso
- Temas cristãos
- Significado militar
- Resistência no tempo
- Técnicas
- Técnica para objetos comuns
- Técnica de pintura com penas
- Técnica de fio de penas
- Tocam
- Pluma de Moctezuma
- Missa de São Gregório
- O manto de Zinacantepec
- Referências
o arte de penas É um tipo de arte feita com penas de pássaros exóticos, muito utilizada pelas primeiras culturas do continente americano. A maioria das tribos da América (incluindo as grandes civilizações mesoamericanas) usaram penas de pássaros para criar roupas especiais.
As vestimentas de penas eram usadas pelos altos funcionários das tribos como um símbolo de divindade e responsabilidade. As artesãs que se dedicavam ao desenho e elaboração de peças de arte plumária na época pré-hispânica eram chamadas de "amantes".
Com a chegada dos espanhóis às terras americanas, os conquistadores ficaram impressionados com as incríveis peças que foram fabricadas. Portanto, eles começaram a exigir suas próprias roupas com um senso cristão.
Apesar da grande popularidade que teve, a arte foi decaindo com novos estilos artísticos e com a falta de penas finas de pássaros como o quetzal. No entanto, as penas dispararam novamente na Revolução Industrial e no século XX.
Origem
Primeiros colonizadores da América
A arte plumária nasceu com os primeiros colonizadores das terras americanas, que passaram a utilizar as penas dos pássaros para diversas atividades. A arte variava de acordo com seus costumes e as regiões em que se encontravam.
Geralmente, as penas de pássaros eram usadas na confecção de roupas, decorações ornamentais e como uma indicação de classes sociais dentro das tribos. Cavaleiros ou homens de alta patente vestidos com penas da cabeça aos pés, para se diferenciar das pessoas comuns.
Os mexicas e os maias confeccionaram incríveis cocares de penas do pássaro quetzal, acompanhados de tecidos de ouro, minerais e pedras de jade. Eles eram vistos como símbolos de responsabilidade e divindade.
Para as culturas pré-hispânicas, pássaros como a águia, beija-flores, araras e quetzais eram espécies sagradas associadas a seus deuses. As vestimentas confeccionadas com as penas dessas aves eram vistas como peças de luxo.
Os Amantes
A arte das penas desenvolveu-se mais fortemente no Império Asteca. Atualmente, e por isso, a arte plumária costuma estar associada à cultura mexicana.
Os lovercas eram os artesãos que se dedicavam à reprodução desta arte no Império Asteca. Eles estavam localizados em Amatlán, México. Os principais expoentes que deram vida à arte plumária concentraram-se nesta cidade.
As Amantecas se encarregaram de fazer os trajes da nobreza, que exigia que fossem feitos com as mais finas e coloridas penas.
Todas as roupas tinham que ser feitas com diamantes como ouro, prata e incrustados. Dentro da cultura asteca, começou a surgir a figura das “amantes privadas”, dedicadas a fazer artigos exclusivos para os nobres.
Era colonial
Quando começou a era colonial, no século 16, muitos conquistadores espanhóis viram com grande espanto as obras de arte que os lovercas faziam. A partir daí, iniciou um intercâmbio criativo com a Europa, conseguindo disseminar a arte plumária pelo mundo.
Os católicos espanhóis decidiram manter viva a arte plumária e pedir aos amantes que fizessem peças com motivos cristãos. A pedido dos conquistadores, os artistas passaram a fazer imagens de cristos, virgens e santos feitas com penas de pássaros.
Caracteristicas
Senso religioso
No Novo Mundo, as penas tinham um significado cerimonial e religioso. Para as culturas americanas, o contato entre o homem e a natureza era por meio das roupas. Na hora de realizar rituais indígenas, eles começaram a decorar seus trajes com penas de pássaros.
Os pássaros eram sagrados, pois eram associados aos deuses do vento por sua habilidade natural de voar. Na Mesoamérica, muito desse simbolismo surgiu com a expansão da adoração ao deus Quetzalcóatl, comumente representado por uma serpente emplumada do pássaro quetzal.
As penas eram anteriormente consideradas como tendo propriedades mágicas, como e eram símbolos de fertilidade, abundância, riqueza e poder.
Temas cristãos
Durante o boom da arte plumária, os conquistadores chegaram ao continente americano. Com a influência do catolicismo espanhol nas terras do Novo Mundo, os Amantecas começaram a criar obras de arte com tema cristão.
Os primeiros trabalhos feitos com penas foram chamados de "mosaicos de penas". Essas obras consistiram na criação de imagens de Jesus Cristo, da Virgem Maria e cenas da Bíblia. Muitas dessas peças foram enviadas da América para a Europa.
Ornamentos feitos de penas eram colocados nos altares das igrejas e usados como acessórios nas roupas dos padres.
Significado militar
Alguns guerreiros astecas também usavam penas como símbolo de guerra. Por exemplo, no Império Asteca, as "águias guerreiras" usavam penas de aves de rapina para cobrir suas roupas de guerra.
Os índios Carib e os Guajiros costumavam usar penas em suas roupas para representar o número de inimigos que foram eliminados nas guerras. Os gregos, romanos e cavaleiros medievais tinham o costume de colocar grandes penas em suas roupas.
Os chapéus dos mosqueteiros eram adornados com grandes penas durante o século XVII.
Resistência no tempo
No início do século 17, a arte plumária declinou significativamente. Muitos dos pássaros usados para criar as peças de vestuário tornaram-se escassos.
Porém, no século XX, foi retomado o uso de penas nos chapéus femininos, uma característica elegante da moda da época.
Apesar disso, as penas utilizadas foram geralmente de galinhas, codornizes, periquitos, pavões e patos, tingidos com tinta sintética.
Técnicas
Técnica para objetos comuns
Antes de começar a criar acessórios como pulseiras ou chapéus, os amantes tiveram que prender as penas com cordas para ajudar a dar tridimensionalidade ao objeto. Em seguida, foi necessário pensar em um suporte que servisse de base para colar ou tecer as penas às roupas.
Em muitas das peças, as lovercas confeccionavam incrustações com pequenas peças de ouro, prata e pedras preciosas.
Técnica de pintura com penas
A técnica da pintura com penas foi desenvolvida com a chegada dos espanhóis e tem sido considerada uma das técnicas mais complicadas da arte plumária. A técnica de pintar com penas é freqüentemente chamada de “técnica do tipo mosaico”.
Essa metodologia era usada principalmente em escudos e capas para os guerreiros da época; para este tipo de roupa devem ser usadas as melhores penas. Antes de iniciar a peça, uma camada de penas comuns teve que ser colocada para complementar o fundo da obra.
No final da peça, os detalhes foram feitos com as preciosas penas para obter a elegância desejada. Durante o período pré-hispânico, os artistas prendiam penas com bulbos de orquídea.
Técnica de fio de penas
A técnica do fio de penas era uma técnica realizada por artistas pré-hispânicos e considerada uma técnica antiquada. Muitas das peças foram feitas a partir de uma penugem: um tipo de pena macia diferente das tradicionais.
A técnica consistia na união de dois fios de algodão que são torcidos para prender a penugem. Com esse procedimento, foram formados tecidos com diferentes desenhos de penas.
Tocam
Pluma de Moctezuma
o Pluma de Moctezuma É uma coroa de penas que, segundo as tradições, pertenceu ao imperador asteca Moctezuma II.
A peça foi confeccionada com penas do pássaro quetzal, decorada com outros tipos de penas, detalhes em ouro e pedras preciosas. Embora sua origem seja incerta, sabe-se que foi feito pelas Amantecas da época pré-hispânica.
Tem uma altura de aproximadamente 116 cm e um diâmetro de 175 cm. Atualmente está no Museu de Etnologia de Viena, Áustria. Segundo muitos estudiosos desta arte, a peça não é considerada uma pluma ou chapéu, mas sim uma capa.
Missa de São Gregório
o Missa de São Gregório Era uma pintura asteca com penas da autoria de Diego de Alvarado Huanitzin (sobrinho e genro de Moctezuma II). A obra serviu de oferenda ao Papa Paulo III e é reconhecida como uma das peças mais antigas da arte plumária de tema cristão.
Está representado em painel, com técnicas de pintura mural com características da arte plumária. A peça narra uma cena de uma Eucaristia realizada pelo Papa São Gregório Magno, em um dia de Natal, quando aconteceu o milagre do aparecimento de Cristo.
Na pintura, Cristo é mostrado mostrando suas feridas rodeado por elementos da Eucaristia e por aqueles que assistiram à missa.
O manto de Zinacantepec
O manto de Zinacantepec representa uma das obras mais marcantes da época colonial. Esta peça foi confeccionada pelas Amantecas, na técnica de penas fiadas e torcidas.
As cenas que aparecem no manto aludem a um dos mitos mexicanos sobre a criação do mundo. Através da obra, a morte da águia de duas cabeças é narrada quando ela sobe para o céu para se tornar o sol e a lua.
Esta peça foi protegida e preservada desde a sua criação. Atualmente encontra-se no Museu Nacional do Vice-Reino, no México. É protegido por um vidro que o protege da luz, calor e poeira.
Referências
- Tudo sobre arte plumária, Canal Once, (2014). Retirado de youtube.com
- Missa de San Gregorio, Portal da Universidade Complutense de Madrid, (n.d.). Retirado de ucm.es
- O manto Zinacantepec possui um novo recipiente que o protegerá da luz, poeira e fogo, Site do Instituto Nacional de Antropologia e História, (2015). Retirado de inah.gob.mx
- Trabalho de penas mexicano, Wikipedia em inglês, (n.d.). Retirado da Wikipedia.org
- Pluma de Moctezuma: 10 curiosidades sobre esta peça, Janeth Ochoa, (n.d.). Retirado de mexicodesconocido.com.mx