Estudos Críticos de Gestão: o que são e como se aplicam à psicologia - Psicologia - 2023


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Estudos Críticos de Gestão: o que são e como se aplicam à psicologia - Psicologia
Estudos Críticos de Gestão: o que são e como se aplicam à psicologia - Psicologia

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Os estudos críticos de gestão são um conjunto de trabalhos que se baseiam na teoria crítica para formular diferentes maneiras de compreender os meios de subsistência e o funcionamento diário das organizações.

Neste artigo veremos com mais detalhes o que são estudos críticos de gestão ou estudos críticos de gestão, de onde vêm e quais são algumas das suas principais propostas.

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O que são estudos críticos de gestão?

Os Estudos Críticos de Gestão são um conjunto de trabalhos que aplicam a teoria crítica na análise e funcionamento das organizações.

Ou seja, é uma série de estudos sobre gestão, organizações e trabalho que, de uma perspectiva crítica, abordar questões sociais de relevância para essas áreas, como gênero, poder, identidade, etc. (Baleriola, 2017). Alguns de seus principais objetivos são, em linhas gerais, os seguintes:


  • Oferecer uma visão alternativa à proposta tradicional nos estudos de gestão.
  • Use metodologias diferentes da análise quantitativa e experimental.
  • Estude relações de poder e ideologia dentro das organizações.
  • Estudar aspectos da comunicação entre as pessoas que compõem uma organização, bem como os valores implícitos.

Veremos a seguir de onde vêm os estudos críticos de gestão e quais são algumas de suas contribuições para a gestão das organizações.

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Teoria crítica aplicada à gestão

A teoria crítica é uma corrente da filosofia e das ciências sociais que nasceu em meados do século XX. Estabelece uma ruptura com a teoria tradicional, com base em um projeto de objetividade cientificista e típico das ciências naturais; pois, além de gerar explicações ou descrições sobre os fenômenos que estuda, a teoria crítica pretende valorizá-los sob um componente político omitido na teoria tradicional.


Esta teoria considera que todo objeto de investigação, e todos que investigam, foram construídos socialmente, isto é, eles estão em uma visão particular do mundo que corresponde a um contexto histórico e cultural específico. Consequentemente, as pessoas e as ciências sociais têm um potencial transformador que a teoria crítica aborda em termos de poder e dominação, especialmente.

Com isso, abriram-se crises, debates, objetos e metodologias de pesquisa tanto nas ciências sociais quanto em outras áreas, como no mundo do trabalho e das organizações. Especificamente, surgiu a oportunidade de problematizar alguns fundamentos da gestão empresarial tradicional, bem como suas consequências no cotidiano de quem compõe as organizações.

Três elementos fundamentais

Baleriola (2017) nos diz que as contribuições da teoria crítica para a gestão empresarial, e as propostas que dela decorrem, podem ser resumidas nos seguintes pontos:


1. Críticas às posições técnicas e autolimitantes

Questionam os fundamentos científicos e as metodologias que foram transferidas para a atividade e gestão das organizações, uma vez que acabaram reduzindo as explicações sobre o seu funcionamento a variáveis ​​ou categorias relacionadas entre si através de números. Isso estava longe do que realmente acontece dentro das organizaçõesEm outras palavras, a existência de mais variáveis, ou a capacidade das pessoas de interpretar o que os outros dizem e fazem, e assim por diante, não foi considerada.

A partir daqui novas metodologias são propostas para a análise das organizações.

2. Críticas ao poder e ideologia da teoria tradicional

Relacionado ao acima, estudos críticos de gestão analisam o impacto da linguagem, valores e ações implícitas nas relações interpessoais, cultura organizacional, metas e objetivos, e assim por diante. O acima foi omitido pela teoria tradicional, ou foi considerado um elemento secundário.

3. A busca de ideais

É pensar e construir outras formas de agir, ou seja, repensar o que é dado como certo ou naturalizado dentro das organizações. A partir daí, busque alternativas, neste caso críticas e com abordagens à ética.

Metodologia e prática ética

Os estudos críticos de gestão pretendem realizar uma análise aprofundada dos fenômenos que estudam. Por isso, baseiam-se em uma metodologia fundamentalmente qualitativa, o que possibilita uma escolha crítica. Em outras palavras, os estudos críticos de gestão fazem um uso explicitamente político do estudo e da análise dos fenômenos que ocorrem nas organizações (Baleriola, 2017).

Algumas das técnicas e fundamentos metodológicos que os estudos críticos de gestão utilizam são a etnografia e a análise do discurso, bem como a possibilidade de transformação no momento da investigação do fenômeno.

Em relação a isso, o pesquisador se posiciona como uma ferramenta de empoderamentoe, por fim, analisam o compromisso ético na atividade organizacional, o que implica compreender as tensões entre as demandas da própria organização e de seus membros.

No mesmo sentido, os estudos críticos de gestão criticam os postulados tradicionais da responsabilidade social corporativa, que geralmente insistem na responsabilidade individual, e têm uma preocupação especial com a imagem que projetam em seu contexto imediato.

Também problematizam preconceitos reducionistas sobre a prática ética, por exemplo, a ideia de que a responsabilidade ética é um exercício que se aplica apenas aos níveis mais altos da organização (Tirado e Gálvez, 2017). Eles procuram, pelo contrário tornar visível que os indivíduos são ativa e diariamente constituídos como sujeitos morais, o que implica analisar a ética não como uma realidade universal, mas no contexto concreto em que ela ocorre.